Surreal - Art and Insanity escrita por Jess


Capítulo 47
Capítulo 47 - Lembranças




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Sempre soube que não lembrar-me do que aconteceu poderia ser algo bom, porem nunca me importei muito e isso não seria muito útil tão cedo.

Provavelmente o promotor de justiça diria que minha falta de memória seria apenas algo causado pelo choque depois de cometer o crime. O que seria uma coisa que provaria que não estou apto para ficar livre, pois uma pessoa que age por impulso, que tem crises não pode ficar com as outras pessoas, não pode ficar lá fora.

Promotores precisam ser bons em culpar quem estiver sentado no banco dos réus, ele precisa provar que o suspeito é culpado... Não foi preciso muito esforço para me enfiarem na prisão psiquiátrica, tudo apontava para mim, meu silêncio fez com que as suspeitas se tornassem certezas para todos; mesmo sem provas concretas fui parar dentro de um quarto com paredes brancas.

_Doutora, talvez seja melhor não contarmos que não me lembro do que aconteceu... Tudo começará novamente, e ainda estou cansado.

_Entendo, não te faria bem todo esse estresse._ Ela concordou contendo seu ânimo.

Para ela eu já não era um culpado, estava sensibilizada com minha situação, pude ver isso em seus olhos que tinham um brilho estranho... Talvez fosse um carinho maternal; algumas mulheres despertam isso facilmente.

Doutora... você estava indo tão bem com aquela postura firme, quase militar que tinha... pensei tendo minha expressão amena.

Era preciso esperar, não podia tomar decisões precipitadas, precisava manter-me paciente para aguardar o sinal... Não sei ainda qual é o sinal, mas de alguma forma ainda confio nela e em seus sinceros olhos acinzentados.

Em quanto aguardo o sinal eles podem continuar tentando descobrir o que há de errado dentro da minha cabeça e não os impedirei, ninguém os impedirá.

Talvez eu esteja criando falsas expectativas, mas não consigo conter isso, as lembranças ainda são muito claras; só preciso fechar os olhos para estar em qualquer momento passado ao lado dela...

Isso dói, mas não deixa de ser confortante; dói lembrar, entretanto é bom imaginar que estou lá fora ao lado dela.

A dor já não me importa.


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Notas finais do capítulo

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