Senti uma leve e fria brisa, meus olhos ainda estavam fechados, e já não ouvia os doutores que estiveram por tanto tempo a minha volta. O que havia ali era apenas calmaria, uma perturbadora calmaria.

Abri meus olhos, e fui cegado pela claridade que entrava por uma janela gradeada, aos poucos fui acostumando-me a claridade e as perguntas vieram todas como uma avalanche: Por quanto tempo fiquei inconsciente? Que lugar é esse? Por que me trouxeram para esse lugar?

Tentei levantar-me rapidamente, mas fui jogado de volta na cama pelas dores fortes em todos os meus músculos. Tratei de abrir bem os olhos e observar cada detalhe daquele lugar que parecia um quarto de hospital, olhei meus braços e pude ver as veias um pouco inchadas, eles devem ter injetado muitas coisas nelas.

Respirei profundamente e preparei-me para sentir dor novamente, tentei fazer aquilo o mais rápido possível, pois o quanto mais lento tentasse levantar-me mais aquilo doeria, eu estaria prolongando as dores.

Assim que me pus de pé senti o chão frio, acostumei-me com as dores musculares e fui em direção à janela gradeada e observei tudo lá fora: o chão cinza lá em baixo, as nuvens pesadas no céu, e alguns doentes mentais que começavam a sair para um rápido passeio pela área ao ar livre. A porta atrás de abriu-se e prontamente virei-me e vi doutora Fisher ao lado de um enfermeiro do tamanho de uma porta.

_Sebastian, como está se sentindo?_ Ela perguntou vindo até mim com sua expressão que transparecia um pouco sua preocupação que parecia real.

Como estou me sentindo?

Ainda não sei uma palavra para definir meu atual estado: sinto dor, raiva, minha corriqueira confusão e sinto que minha cabeça pode explodir a qualquer momento.

_Estou bem Doutora._ Falei observando sua movimentação naquele quarto, ela parecia um pouco nervosa.

Doutora Fisher aproximou-se ainda mais de mim e falou com um tom receoso e em voz baixa:

_Querem que você vá ao pátio, fique um pouco lá... Acham que te fará bem sentir um pouco de ar._ Ela falou sem tirar os olhos de mim, como se esperasse alguma reação agressiva._ Faz o que eles querem que você faça, para que não pensem que você tem algo pior do que realmente tem, para que não te diagnostiquem com algo pior. Depois te explico tudo._ Falou por fim.

Aquilo me deixou um pouco mais confuso e perceber que a doutora Fisher estava jogando ao meu favor era um tanto quanto engraçado... Ela era tão tola quanto o que eu havia imaginado.