Olhei o této por algum tempo depois de ter tentado dormir, mas não consegui, pois Rita estava lá, eu podia sentir seus olhos presos em mim.

_O que você quer?_ Perguntei

Depois de mais um pouco de silencio pude ouvir alguns passos, um barulho do salto batendo no chão.

_Sabe que isso não vai dar certo não sabe?

Sua voz tinha um pouco de humor, aquele humor ácido que podia corroer o mais forte dos aços, como sempre, ela achava graça no modo como todos agiam. Era como se Rita soubesse o que aconteceria.

_Sobre o que está falando?_ Perguntei fechando os olhos, sem querer dar muita importância para qualquer coisa que ela me diria.

_Não fale como se não soubesse!_ Ela gritou dentro de minha cabeça._ Não podemos ter um animal de estimação, ela não pode ser nosso bichinho; acabaria destruindo os móveis, destruindo tudo, nos destruindo! _Explicou.

Rita estava tendo uma crise nervosa, acontecia as vezes, ela entrava em pânico e começava a gritar coisas sem sentido.

_Pare de gritar._ Pedi com a mandíbula trincada mantendo meu tom de voz calmo.

_Quer que eu pare de gritar para que você consiga pensar numa desculpa?! É isso Sebastian? _ Continuou gritando, mas agora eu podia ouvir sons de vidros se quebrando em meio a escuridão._ Ela vai acabar com você, vai acabar comigo e você não liga, não liga porque é um maldito possessivo!

Rita gritava mais do que o normal, estava tendo um ataque e se ela tinha um ataque eu era afetado de alguma forma.

Quando os gritos e sons de vidro se quebrando cessaram, ouvi apenas um choro bem baixinho.

_Vai acabar com tudo, tudo... Tudo culpa sua Sebastian!_ A voz de Rita oscilava entre fina e grossa, entre sussurros e gritos. Ela estava fora de si, e eu ainda pude ouvir o choramingo que não combinavam nada com ela, entretanto sempre teve seus extremos, então não levei aquilo como um sinal de que algo estava errado.

Por fim consegui adormecer ao som das lamentações de Rita.