Surreal - Art and Insanity escrita por Jess


Capítulo 31
Capítulo 31 - A cada sonho


Notas iniciais do capítulo

Olá
Essa é a ultima parte do sonho do Sebastian.
Vejo novos leitores, sejam bem vindos.
Tenham uma boa leitura.
PS:Obrigada pela recomendação GhostQueen!



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A dopamina que meu organismo produzia não era o bastante para me fazer esquecer tudo a minha volta.

Pisquei algumas vezes tentando descobrir se meus olhos estavam enxergando direito, eles estavam.

A estranheza daquele sonho era tanta que permaneci parado, inerte naquela escuridão tanto acolhedora quanto extremamente cruel, por manter meus olhos tão restritos ao nada, ao talvez, mantendo-me a mercê de minha dedução deturpada pelos remédios.

O que restava de uma mente sã dizia-me que aquilo não era real, que era fruto de alguma parte de meu subconsciente reproduzindo algum pensamento em imagens. Mas minha parte que acreditava estar ali, que acreditava estar no meio do nada não conseguia parar de olha-la.

Por que meu subconsciente faria isso comigo?

Poderia usar qualquer outra ferramenta para torturar-me, mas usar Anne era algo muito drástico, muito cruel até mesmo para alguém como eu...

Que usassem Rita! Eu não ligaria tanto assim se ela me fizesse uma daquelas visitas asquerosas... Mas Anne não, eu não deixaria minha mente usa-la, meus devaneios envolvendo Anne não sairiam de meu controle.

Repeti para mim que aquilo não era real, que aquela não era Anne, mas a cada segundo ela se parecia mais com a garota de olhos acinzentados que conheci. Entretanto a garota de olhos acinzentados que conheci já devia estar muito distante de mim, ela sempre foi distante de tudo e todos.

Respirei fundo e dei alguns passos na direção daquela imagem, que continuava ali me observando com aquela expressão que não dizia muito, eu também não dizia nada, mas por não conseguir; minha voz ainda não era audível, pelo menos não aos meus ouvidos.

A cópia de Anne deu mais alguns passos em minha direção acabando aos poucos com o espaço entre nós.

Minha falta de razão obrigou-me a procurar algo que provasse que aquela era Anne, tentei sentir seu cheiro, observei cada detalhe de sua pele, as pequenas sardas. Não havia cheiro, mas sardas estavam ali, exatamente como me lembrava.

Em algum lugar dentro de mim, quis que aquilo fosse real, que aquela fosse a Anne; mesmo estando no meio do nada, da escuridão, onde só podia vê-la, quis que fosse real, pois não ligava em poder apenas enxerga-la.

Ver a causadora da minha breve liberdade e da minha eterna prisão de incontáveis quimeras, poder lembrar os segundos de normalidade e os anos que passem entre meus pensamentos anormais.

Não queria sonhar com ela, nunca quis.
Ser assombrado por meu passado, e estar cansado,
de tudo e todas as memórias vis.
Ver a luz daqueles olhos não era nada para quem já estava enterrado.

Não quero olha-la e tentar entender o que houve,
tudo que aconteceu em quanto estive fora, sem saber onde estava.
Gritei tantas vezes pedindo silêncio, mas não sei se ela ainda me ouve,
ou apenas ignorava tudo, como sempre, importando-se apenas com a sepultura que cava,
Posso sentir a cada lava posta em mim, a cada vida existente num só organismo...

Ainda estou aqui, ainda posso vê-la quando permaneço de olhos fechados.

A cada sonho, a cada gota, a cada piscar de olhos, a cada vida em mim,
a cada sorriso dado que não significava muito...
Tudo se decompõe e volto ao nada.

A ultima coisa que vi em meu sonho foi o belo sorriso de Anne, poucas vezes vi aquele sorriso.


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Notas finais do capítulo

Comentem.
Quero saber o que vocês estão achando, se os capítulos estão muito parados, se querem que a Doutora Fisher volte logo, se querem mais diálogos entre a Anne e o Sebastian...
Se estiverem gostando muito podem recomendar.



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