Surreal - Art and Insanity escrita por Jess


Capítulo 20
Capítulo 20 - Reclusão III


Notas iniciais do capítulo

Olá
Chegamos ao Reclusão III
Vejo novos leitores, sejam bem vindos.
Tenham uma boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/555841/chapter/20


Não fechei os olhos.

_É uma sessão de hipnose?_ Perguntei olhando-a de lado.

_Não, não posso praticar hipnose, a não ser que receba ordens para isso_ Ela respondeu franzindo o cenho._ Na verdade... É mais uma conversa._ Falou por fim, ainda desconfortável.

Percebi o que ela queria, o que todos os outros antes dela também queriam. Era interessante ver a abordagem de cada um, alguns iam direto ao assunto, outros sondavam. Ela tem o jeito de que sondaria por algum tempo, mas acabaria indo direto ao assunto.

Achei que ela demoraria a chegar a esse ponto, mas provavelmente estavam cobrando-a, queriam resultados.

. _Como era na escola, Sebastian?_ Ela perguntou fingindo interesse e simulando uma amizade, uma proximidade que não existia.

Sem senhor Volkov? Pensei vendo que ela não me trataria por senhor. O senhor antes de meu sobrenome me fazia lembrar meu pai, o verdadeiro senhor Volkov.

_Era bom, todos gostavam de mim._ Falei dissimulando ter boas recordações.

_E você, gostava deles?_ Perguntou com os olhos na folha.

_Sim.

Ela parou de anotar e olhou-me, como quem tenta descobrir cada segredo através dos olhos das pessoas, ela procurava qualquer coisa ali.

Da ultima vez que vi meus olhos, eles eram castanhos, com pupilas dilatadas e os vasos sanguíneos tão aparentes que gritavam em meio a tanta vermelhidão, por causa da noite sem dormir, era a insônia que me fazia passar noites inteiras ouvindo o barulho de um ou outro carro que passava pela rua...

Depois de anotar mais algumas coisas a doutora voltou a fitar-me procurando pela verdade.

_Gostaria que detalhasse seu relacionamento com as pessoas. Pode fazer isso?_ Ela perguntou já sem aquele animo de quando entrou em meu quarto, ela estava irritadiça.

Acho que não...Albert disse sentando-se ao meu lado.

Havia um tempo que ele não aparecia, mas não estranhei isso, pois era sempre assim: passava até meses sem aparecer e depois surgia do nada. Ás vezes ficava curioso para saber em qual dos limbos na minha mente ele ficava quando sumia, mas logo perdia o interesse.

_Eles eram legais, eu conversava brevemente com eles e nem imagino o que devem estar pensando de mim..._ Falei fingindo estar triste e preocupado com o que acontecia lá fora.

Pela expressão da doutora eu estava sendo muito convincente tão convincente que ela cessou suas anotações por algum tempo e apenas olhou-me.

Talvez houvesse pena naqueles olhos, quem sabe por causa da minha juventude aniquilada por meus distúrbios, pela falta de atenção de meus pais, por minhas ações e pelos motivos que antecediam meu nascimento, pois meu fim se iniciou antes de meu nascimento.

Que maldade, você está fazendo a psicanalista sentir que tem um coração... Ela está deixando o foco no trabalho de lado para te olhar como um jovem com problemas que precisa de ajuda e ainda tem solução. Isso é tão típico delas, deviam ter mandado um psicanalista., Ele falou com humor.

_Não havia ninguém que você gostasse mais, alguém em especial?_ Doutora Fisher perguntou quando despertou de seus pensamentos.

Ela estava se referindo a Anne, demorou tanto tempo só para perguntar por minha menina dos olhos.

_Não, ninguém é muito especial._ Respondi em voz baixa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continuem comentando.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Surreal - Art and Insanity" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.