Surreal - Art and Insanity escrita por Jess


Capítulo 21
Capítulo 21 - O que Preciso


Notas iniciais do capítulo

Olá
Esse final de semana não postarei, pois estarei fazendo o ENEM.
Vejo os novos leitores e estou muito contente por estarem gostando do Sebastian.
Tenham uma boa leitura.



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Olhei ao meu redor, todas aquelas pessoas: algumas distraídas, outras tentando trocar algumas palavras com a pessoa sentada ao lado. Todos tentando interagir com alguém, tentando fazer parte de algo, de qualquer coisa.

A vida se trata disso? Fazer parte de algo?

Ser um integrante de um clube de cidadãos sorridentes ou frustrados que aceita calado qualquer coisa que lhes é imposto, qualquer coisa que vende rápido, qualquer coisa que todos queiram no momento e ter uma vida comum criando assuntos banais pelos elevadores ou apenas olhando o relógio para ver o tempo passar.

Com Anne era diferente, sem todas aquelas voltas num assunto, sem criar assuntos só para acabar com o silencio.

O silencio não nos incomodava, era melhor do que dizer palavras a esmo, em silencio eu podia ouvir a respiração lenta e o estralar dos dedos a cada trinta minutos, eles eram pálidos, pequenos, alguns tinham calos (talvez ela escrevesse muito ou jogasse vídeo game excessivamente), as unhas eram curtas e com tom natural, sem cores da moda ou desenhos, apenas unhas curtas.

Mas aqueles barulhinhos me irritavam ainda mais do que a maldita caneta que ela ainda batia nos dentes durante a aula.

Perguntava-me o porquê dela ter que emitir sons irritantes quando estava distraída, e a maioria das vezes ela estava distraída, olhando para o nada ou fingindo que estava prestando atenção na aula, mas sua mente estava longe e eu também queria estar lá onde ela estava, queria saber no que ela pensava, o que sentia.

Pensar em tudo aquilo que eu queria irritava-me, pois queria rápido, o mais rápido possível. E até então tão tinha muita coisa e queria cada vez mais.

Assumo que estava possessivo, mas sempre fui assim: Raramente algo prendia minha atenção, mas quando acontecia eu ficava com uma ideia fixa até não querer mais aquilo. Com Anne acontecia o mesmo, ela era minha ideia fixa e eu queria saciar toda a minha ânsia de saber sobre ela.

Nunca senti tanta necessidade de algo, nunca senti que precisava realmente de algo, nunca precisei de nem da metade do que tive. Mas sempre quis mais do que poderia ter, e agora sabia o que precisava, precisava daquele pequeno desafio, com roupas comuns, e tédio estampado no rosto.

Como aquelas pessoas não a olhavam?

Ela era completamente diferente daquelas garotas com risadas estridentes, esmaltes chamativos com cores que para elas não significavam nada além de a tendência da estação, com poros entupidos pela quantidade exacerbante de maquiagem.

Para todos ali era mais fácil olhar aquelas cópias com acessórios de marcas famosas e sem nenhum conteúdo do que ver Anne que era completamente diferente e cativante, com toda aquela naturalidade e sem ligar para nada que poderiam falar sobre sua auto exclusão.

Nunca tive pena, não senti pena daqueles ali presentes por não notarem Anne, mas senti-me um privilegiado por tê-la visto. Sei o quanto piegas tudo isso soa, mas era a realidade.


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Notas finais do capítulo

Comentem.



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