A Descendente dos Marotos escrita por Giulya Black


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, aí está o segundo capítulo da história. O começo é um pouco chato mesmo mas aos poucos a história vai ficando mais interessante. Espero que gostem.



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Fui até o corujal para despachar a carta (que estava enrolada e presa por um cordão azul) e entrei esperando achar com facilidade a minha coruja. Assim que meu corpo adentrou por inteiro no corujal, nem precisei procurar minha ave, pois ela veio direto pro meu ombro e, pra minha surpresa, o nome dela estava na perna direita, como um tipo de pulseira, com letras enfeitadas e elegante formando a palavra Héstia.

– Oi, menina! – ela me deu uma bicadinha de leve na orelha, como se respondesse o meu “oi” – Preciso que entregue essa carta pra mim. Encontre-o. Ele deve estar foragido em algum lugar da África ou um lugar tropical. – amarrei a carta na perna dela e observei-a partir.

Não sei se ganhei ou comprei Héstia, mas ela era linda, além de ter o nome da deusa grega da Lareira. Ela era uma grande coruja-das-torres, branca e com os olhos cor de âmbar e, além disso, voava com maestria. Voltei para o castelo e fui para o jardim para poder aproveitar o sol, ficar em baixo da faia e descansar um pouco. Estava quase saindo quando encontrei a professora Minerva e, geralmente não é lá muito bom quando ela aparece assim.

– Srta. Black, é com você mesma com quem quero falar. Acompanhe-me até minha sala, por favor!

Queria falar comigo? O que será que fiz de errado em poucas horas que estou aqui? Poderia ser muito grave? Mesmo com receio do que poderia me acontecer, eu a segui pelos corredores e escadaria de Hogwarts, até chegar à sala de Transfiguração.

– Bom, sente-se querida! – “Querida?!”, pensei. – A senhorita sabe que em férias de natal e páscoa os alunos têm preferência de ir para casa ou ficar na escola, e eu gostaria de lembrar-te, já que a Srta. Lovegood veio me avisar que você está um tanto... esquecida, que como eu fico em Hogwarts, você deverá ficar comigo, já que moramos juntas.

Eu moro com a Minerva? Como assim?

– Ah, professora? – chamei – Não estou entendendo muito bem. Eu moro contigo?

– Realmente, você está esquecida. Vou deixar que seu pai lhe explique tudo. Envie uma carta para ele.

– Sirius Black, não?

– Exato! Menina, por Merlin, o que há com você?

– Eu não faço a mínima ideia – passei as mãos no cabelo –, estou assim desde manhã, não me lembro de nada.

– Vá descansar criança. Você está precisando! – ela sorriu amavelmente pra mim e me liberou da sala.

Como o sol já não estava mais tão visível do jardim, resolvi ir para a comunal, mas tive a infelicidade de encontrar meu “querido primo” e os seus amigos Crabbe, Goyle, Zabini e Parkinson o acompanhando. Seguindo na direção dos corredores, estavam Ginny, Neville e os gêmeos Weasley, provavelmente indo para a comunal deles.

– Ora, ora! – falou Draco, em seu tom arrogante e irritantemente superior – Se não é minha querida prima! – seus amigos riram como trasgos, em exceção de Zabini.

– O que você quer Malfoy? – perguntei no mesmo tom superior que ele, como uma devida Black – Não estou com tempo nem paciência para brincadeiras, principalmente vindas de alguém como você!

– Apenas queria dizer oi, mas vejo que não lhe foi muito agradável. – ele falava no mesmo tom arrogante, mas pude perceber que seu ego havia sido machucado.

– A sua presença, Draco, não é uma das melhores e mais agradáveis, já deveria saber disso, depois de todo esse tempo em Hogwarts. – segui meu caminho e nem ao menos olhei para trás.

Nem ao menos consegui ir para a Comunal, quando estava no meio do caminho para a torre, já estava perto do horário do jantar, então decidi voltar o caminho para não perder a comida. Fui para o Salão Principal e ouvi um pequeno discurso de Dumbledore pela primeira vez em todo o tempo que estava ali. Terminei de jantar e subi para o dormitório, peguei meu pijama e entrei no banheiro para me trocar. Coloquei a roupa, escovei os dentes e arrumei o cabelo num coque frouxo. Apenas consegui dormir depois da meia-noite, minha cabeça não parava de rodar depois de tanta informação recebida durante o dia e a noite. Agora, o que eu esperava era receber a resposta de Sirius Black.

~~*~~*~~

Terça-feira, 05/09

Já havia se passado três dias desde que minha realidade mudara de Clarisse Lima para Giulia Black. Era uma terça-feira de manhã, eu estava indo para o Salão Principal e eu ainda não tinha recebido minha resposta. Sentei-me ao lado de uns colegas do mesmo ano que eu e ficamos conversando, comendo e rindo bastante, mas mesmo assim não tirei minha atenção do teto, esperando a minha coruja chegar. Olhei para cima depois de uns quinze minutos de estar no salão; a atenção de todos os alunos que ali estavam foi chamada para o alto, assim que várias corujas adentraram, procurando seus respectivos donos. Logo consegui ver Héstia vindo em minha direção, jogando o pergaminho em minha mão e se sentando no meu ombro. Dei um petisco para ela e abri a carta. Nela estava escrito:

Querida Giulia,

Sou eu, Sirius Black. Fiquei feliz por receber a sua carta e confuso com o que você disse que lhe aconteceu. Pelo o que eu saiba, não é normal que uma pessoa se esqueça de sua vida assim, de repente. Bom, fico feliz de poder responder que sim, sou seu pai, mas sinto dizer que a história sobre sua mãe só poderei dizer pessoalmente, pois é longa e um tanto confusa, porém é divertida também e quero ver você sorrindo quando contar dela para você. Sobre quando fui preso e quando você foi morar com a Minerva, contarei pessoalmente também. Estou com Bicuço, um hipogrifo, e assim que der a gente se encontra para conversarmos.

De novo, amei receber uma carta de você, minha filha. Te amo, pequena!

De seu pai,

Sirius Black”

Então, realmente ele era meu pai. Não consegui conter o sorriso, mas eu não ia responder agora, eu precisava ir para a minha aula de Defesa Contra as Artes das Trevas (DCAT), e que seria junto com o sexto ano da Grifinória. Terminei de tomar meu café-da-manhã e me levantei para ir à aula de DCAT. Quando cheguei à sala, a porta estava trancada e Moody ainda não tinha chego, mas os Weasley estavam lá, com aquele sorriso bobo que tanto amo neles.

– Olá Fred, George! – me aproximei deles sorrindo – Como vocês estão?

– Oi Giul! – respondeu Fred – Estamos bem, e você? – me envolveu na cintura com um dos braços e sorriu, me fazendo corar.

– Estou bem, – respondi – ah, chegou o “grande Moody”! – sussurrei, fazendo aspas com as mãos.

– Olá, Srta. Black – me cumprimentou Moody e, se possível, fiquei ainda mais vermelha: ele havia me escutado – Bom, vamos todos entrando – abriu a porta com um feitiço e nos chamou quando já estava lá dentro.

Entramos e ele nos instruiu à colocar as carteiras encostadas nas paredes, pois iríamos ter aula prática hoje sobre a aula teórica que tivemos no dia anterior, mas eu não fazia ideia sobre o que teríamos que fazer, tinha até medo de saber.

– Como vocês bem se lembram, na aula passada falamos sobre as três Maldições Imperdoáveis, mas vamos relembrar: as Maldições Imperdoáveis são assim chamadas por que se alguma pessoa as fizer, ganhará uma viagem só de ida para Azkaban. Alguém pode me falar sobre uma das Maldições, de preferência sobre a Maldição Imperius. – levantei a mão e ele sorriu com o que restava de seu rosto. – Srta. Black, pode responder. – apontou pra mim ao dizer meu nome e assentiu.

– Ela serve para quem está amaldiçoando ter total controle sobre a sua vitima, ou seja, o amaldiçoado faz tudo o que a pessoa que lançou a maldição quiser, desde se fazer de galinha e até mesmo matar alguém.

– Excelente explicação, Srta. Black. Seu pai ficaria muito orgulhoso de você. 10 pontos para a Corvinal. – não pude deixar de dar um sorriso e olhar para os gêmeos, que me olhavam com certo desprezo – Agora, vou ver se vocês conseguem resistir a essa maldição. Formem uma fila na minha frente.

Não fiz nenhum esforço para ficar na frente da fila, fui direto para o final.

– Vamos começar – ele puxou a varinha –, venha até o centro da sala – chamou o primeiro da fila, um garoto da Corvinal – Imperius! – e, ouvindo isso, o menino entrou num estado de transe – Imite uma galinha! – e ele imitou uma galinha.

Foi exatamente assim até chegar aos Weasley, que estavam a três pessoas na minha frente. Nenhum dos cinco conseguiu resistir à maldição, fizeram tudo o que o professor mandou.

– Srta. Black, sua vez agora. – Moody me chamou e eu fui até o centro da sala. Ele sacou a varinha, apontou para mim e finalmente disse: – Imperius – senti algo muito estranho percorrer meu corpo, era como se eu não tivesse mais controle sobre o meu corpo, mas a minha mente continuasse acordada.

Foi uma sensação até mesmo prazerosa, pois me deixou despreocupada, sem querer pensar em nada, mesmo a minha mente estando em alerta. Ouvi Moody dizer: “Suba nessa carteira e pule de volta para o chão”. Era uma ordem, e eu queria fazê-la, parecia legal, divertida, mas idiota! Por que eu faria algo daquele tipo? Algo tão idiota, sem nexo, eu poderia até mesmo me machucar...

– Vamos, Black. Suba nessa carteira e pule de volta para o chão. – Moody insistiu.

– Não – eu disse séria –, não vou fazer isso. Não quero!

– Muito bom – disse Moody, aplaudindo e sorrindo pra mim–, muito bom. Vou repetir: seu pai ficaria muito orgulhoso de você. 50 pontos para a Corvinal. Vamos continuar na próxima aula, pessoal.

O sinal tocou. Como foram duas aulas seguidas, agora seria o almoço. Saí atrás dos meus gêmeos (eu os amava quando eu era só a Clarisse Lima) e os alcancei, querendo perguntar algo pra eles.

Por que vocês me olharam com tanto desprezo quando respondi o professor Moody? – perguntei, enfatizando as duas primeiras palavras.

– Por que você é uma sabe-tudo, igual à Hermione – respondeu Fred.

– Sabe-tudo? – questionei, parando de andar e olhando para ele incrédula, não podia acreditar no que havia escutado. – Eu só respondi uma pergunta! – exclamei.

– Mas... – começou Fred.

– Respondeu como uma sabe-tudo que engoliu os livros – continuou George.

– Obrigado, George – falou um emburrado Fred, olhando para o irmão e se recusando a olhar pra mim. Você não pode ser uma sabe-tudo, Giul. – se virou pra mim de repente e segurou uma de minhas mãos, me fazendo andar de mão dada com ele. – Isso é muito chato! – eu ri.

– Isso não faz o menor sentido, ruivo! Sabe disso, certo? – perguntei pra ele, ainda rindo.

– É, eu sei. – eles começaram a rir.

Seguimos o curto caminho que nos faltava para o Salão Principal brincando e rindo. Quando entramos no salão, George se adiantou para a mesma da Grifinória, me deixando sozinha com Fred. Senti que estava sob os olhares de alguém e olhei todo o lugar procurando quem estava a me olhar. Vi Cedric Diggory me olhando e, pela atitude de Fred, ele também percebeu que o lufano me olhava: assim que meus olhos caíram sobre Diggory, ele passou seu braço esquerdo sobre meus ombros, como se fôssemos namorados o que, ainda, não era verdade.

– Mesmo que eu tenha achado você uma sabe-tudo hoje na aula, – quebrou o silêncio entre nós – você foi ótima não deixando o Moody te controlar daquela forma. – ele sorriu e me deu um beijo na bochecha, me fazendo corar... de novo!


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Não gostaram? Deixem nos reviews o que estão achando da história.
Até sábado que vem...

~ Srta. Black



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