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Capítulo 4 - Corredores estranhos, suco de abóbora e Quadribol

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Eu estava chorando e correndo o mais rápido que podia, mesmo eu não fazendo ideia de para onde. Eu só não podia voltar, eu não queria voltar para aquele lugar. Principalmente com ele lá.

Aquela lontra albina maldita!

Sempre foi ele. Ele e aquele cabelo louro bagunçado, os olhos cinzentos que parecia mais o céu de Londres, o sorriso branco a pose que ele fazia sempre que marcava um ponto no Quadribol... o jeito que ele me olhou todo esse tempo...

Droga, droga, droga!

Era tudo culpa minha, se eu não tivesse apostado aquela poção, procurado aquele livro, ido atrás daquela... daquela sonserina vadia, se eu não tivesse me apaixonado por ele... Se eu tivesse falado para Minerva nada disso teria acontecido...

Respirei o mais fundo que pudi, meus pulmões queimavam, meu rosto começava a entrar em chamas e meus pés pedirem para parar. Parei de correr e me encostei na primeira parede de pedra que encontrei.

Merlin, eu teria sorte se conseguisse achar o caminho de volta para a sala comunal da Grifinória. Muita sorte.

–Idiota, idiota, idiota! -Resmunguei para mim mesma - Era claro que era Ally o amor da vida dele! Nem em um milhão de anos seria eu... a morena o beijo e puf! Scorpius de volta ao normal...- Resmunguei novamente afundado meu rosto entre as minhas pernas.

O que eu tinha na cabeça achando que eu poderia ser o amor da vida dele? Ally era perfeita, cabelos escuros e cacheados perfeitos, corpo perfeito, tinha atitude e conseguia o que queria quando, queria, era uma sonserina e ainda - se tudo isso não bastasse e a teimosia dela, ó mulher louca - ela era a melhor amiga de Scorpius.

E eu sou uma Weasley, Uma Weasley de roupas de terceira mão, corpo estranho, cabelos que parecem mais um ninho de passarinho, sou da casa rival dele e meus pais, droga! Tinha os meus pais e os pais dele também! Ah sim, e também uma Weasley que não sabe que não se deve nunca se apostar com um sonserino!

(Principalmente se eles tiverem o sobrenome Malfoy!)

Eu não vou chorar por ele, não por alguém que não sabe arrumar a própria gravata!

–Rose? -A voz rouca e levemente grossa do Malfoy soou pelo os meus ouvidos. De verdade, ele não podia me deixar em paz nem mesmo quando não esta mais sob efeito de uma poção do amor?!

Não respondi. Eu não queria falar com Scorpius, não queria olhar para Scorpius e muito, muito, muito menos chorar por ele... não de novo.

–Rose? - Scorpius perguntou de novo me procurando pelo o corredor que era iluminado por uma única e gigantesca janela.

Ah qual é?! É tão difícil achar uma menina ruiva chorando no meio de um corredor nunca visto antes em Hogwarts de noite?

–Ah... - O louro se sentou ao meu lado se encostando na parede, o efeito da Amortentia já havia passado, nem deveria se lembrar que falou que a minha voz era tão bonita quanto a dos pássaros, que o meu nome significa rosa e que sou uma dádiva dos deuses.

Por mais que eu rezasse para o Malfoy se lembrar.

–É... eu... me desculpe... - Scorpius Malfoy falou com todas as letras "me desculpe".

Sendo a última vez que ele falou aquilo a exatos seis anos atrás onde ele derrubou suco de abóbora no meu suéter que a minha vó fizera para o meu primeiro ano em Hogwarts com um grande "R" no meio que até hoje tem a macha laranja em cima do tecido.

E agora acontecia de novo mas sem suéter ou suco de abóbora fresco.

A culpa não era dele se era ela quem ele amava.

–Ah, tudo bem. -Falei engolindo as lágrimas que insistiam em cair pelo o meu rosto. E pelo visto corredores escuros de Hogwarts não são bons lugares para se esconder de sonserinos

–Não, quer dizer... você ficou do meu lado todo esse tempo em que... - ele diminuiu o tom de voz - eu estava apaixonado por você. Você poderia ter usado isso contra mim para o jogo de Quadribol de amanhã...

E todo esse tempo que estou apaixonada por você?

–Não, não Scorpius, tá tudo bem... tudo bem se você ama Ally, de verdade e... -Comecei a falar enquanto me levantava por mais que meu corpo pedisse para me jogar no chão e dormir para sempre lá mesmo.

Até ele me cortar. -Então por que você saiu correndo? -Scorpius perguntou franzindo a testa, ele sabia resposta, claro que sabia... por favor... eu...

–Porque eu precisava de ar fresco. -Respondi, não era mentira, eu REALMENTE precisava de ar fresco.

Óra, aquelas masmorras são quentes e abafadas.

–Ar fresco? -Malfoy perguntou novamente como se não acreditasse. -Rose, ninguém que precisa de ar fresco sai correndo e chorando.

Arg! Claro que sai, conheço muita gente sai chorando por ar fresco! Por exemplo... uhm... tudo bem, ninguém sai correndo chorando por ar fresco.

Não respondi, o que ele esperava? Que eu gritasse que a razão de eu ter saído correndo era ele, que ele ficava cada vez mais perfeito a cada passada de mão no cabelo, que eu corresse até os braços dele falasse que o amava?

–Se foi por causa do beijo e da Ally. E-Eu...

–Que você ama ela? Eu sei disso, não previsa ficar me dando explicações. Eu não sou nada sua... - O cortei convicta. Eu não ia mais sofrer por ele, não com o jogo de Quadribol mais importante acontecendo amanhã.

Contra a Sonserina.

– Rose eu...

– Boa-noite Malfoy, ah e boa sorte amanhã. -Disse saindo do local. Só precisava achar o caminho de volta para a sala comunal.

E vencer o sonserino mais babaca da face da Terra, Scorpius Malfoy, amanhã.

Afinal, ele não estava mais sobre o efeito da Amortentia, certo? Não seria contra as regra e muito menos eu estaria roubando o jogo.

Ele estaria roubando, era ele que me deixara apaixonada e pode ter certeza, que nenhuma poção do amor foi responsável por isso.

Mas dessa vez, eu tinha o controle.