Capítulo 5 - Amortentia

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Entre todas as últimas vinte e quatro horas, a hora mais difícil tinha sido a de encontrar o caminho de volta para a sala comunal da Grifinória. (Eu andei em círculos por uma hora!)

Mas agora eu tinha certeza de aquilo não era nada em relação a ter de encarar Scorpius Malfoy montado em sua vassoura no time adversário com um gigantesco sorriso branco no rosto.

Como se a noite anterior não tivesse existido. Quer dizer... não que tenha acontecido coisas além da nossa conversa, que eu desejasse mais ou que eu me importasse se ele se importava com a nossa conversa... mas... era Scorpius! Lá! Sorrindo!

–Cade o sorriso no rosto da minha apanhadora favorita?! -Albus Potter, também conhecido como o filho do eleito, o amado de todos, queridinho dos professores, o grifo de ouro, meu primo e blá, blá, blá, perguntou para mim enquanto se posicionava montado em sua vassoura perto de mim minutos antes do jogo começar.

–Pelo visto com o Malfoy. -Falei grossa e sem pensar enquanto afastava os fios vermelhos que insistiam ainda em cair em meu rosto. Arg! Eu juro que vou raspar essa coisa vermelha se ela ficar caindo toda hora no meio da minha cara no meio do jogo!

–Por Merlin, Rose... - o grifo falou quase rindo - Tá na cara.

–O que tá na minha cara? O meu cabelo? Bem, é claro que o meu cabelo esta na minha cara, ele fica caindo toda hora! Eu vou arrancar esse ninho da minha cabeça, tá tão na cara assim?! -Perguntei enquanto jogava completamente meu cabelo para trás das orelhas enquanto o Potter ria.

–Não, sua louca. Tá na cara que você ama ele. - Albus falou apontando para o sonserino do outro lado do campo que conversa com o capitão do time da Sonserina, um babaca, diga-se de passagem.

–Eu? É óbvio que não! Ninguém pode amar um ser... um ser que não sabe amarra a gravata e parece que usa meio pote de gel por dia! Sabia que isso faz mal para o eco-sistema?! -Falei irritada enquanto o narrador do jogo anunciava o começo do jogo.

–Ah claro.

Antes mesmo que eu pudesse ouvir o que Albus dissera eu o via correndo em atrás de um dos balanços enquanto eu procurava pelo o pombo de ouro.

Pelo visto o Malfoy fazia o mesmo.

Não demorou muito para eu ver o pequeno reflexo dourado subindo o mais alto que podia enquanto Scorpius Malfoy corria ao meu lado atrás do Pombo que insista em se afastar cada vez mais.

–Rose! -Scorpius gritou em minha direção. O que ele estava fazendo? Tentando me distrair?!

Continuei a seguir o reflexo dourado que mudava de região cada vez mais rápido enquanto o sonserino me acompanhava logo atrás, a gritaria nas arquibancadas verde e prata era alta. A sonserina havia marcado um ponto.

–Rose! Eu preciso de falar algo que eu... - Scorpoius disse tento a voz cortada agora pela a arquibancada vermelha e dourada que urrava de alegria. Ponto para a minha casa, eu só precisava capturar o pombo agora.

Continuei a ignorar o jovem que parecia começar a tentar desistir de chamar a minha atenção enquanto percorria atrás daquele maldito pombo de ouro que insistia em ficar voando, voando e voando para cada vez mais alto!

Parecia até uma maldição.

–Rose! Nós precisamos conversar! Sobre ontem a noite eu só... - Aquele protético de macaco albino defeituoso só podia ter problema!

–Cala a boca Malfoy! -Falei subindo em direção as nuvens atrás do pombo enquanto os cabelos ruivos voltavam a bater contra ao meu rosto enquanto Malfoy tentava alcançar com as pontas dos dedo o pombo dourado que estava parado como se observasse a cena como se fosse um filme de comédia trouxa.

Scorpius adora filmes de comédia trouxa.

Foi então que tudo começou a acontecer. Os gritos dos sonserinos, o reflexo dos cabelos louros do Scorpius, Albus gritando, Ally, Scorpius, Ally, beijo, Ally, gritos, sonserina, Quadribol, Albus gritando mais alto, mais alto, gritos, nuvens, cabelo, mais gritos, Albus, Scorpius, os olhos azuis dele e eu.

E acredite se quiser.

O maior clichê trouxa aconteceu, dos filmes, os livros, os seriados, fanfics, revistas e história de amor.

Eu desmaiei.

E eu sabia o porquê.

E mais clichê do que isso?

A última coisa que eu me lembro era dos olhos azuis dele. Droga, era os olhos azuis do Malfoy.

(...)

–Que cheiro de grama... -Minha cabeça latejava e meus olhos ardiam ao ver o Sol batendo contra o meu rosto com a maior força possível, não que eu esteja morta e esteja levando uma surra do Senhor Sol, mas, Merlin, minha cabeça doí.

Virei meu rosto contra o Sol deixando meu rosto ser ralado pela a grama enquanto diversas vozes se aglomeravam ao meu redor, algumas mais fortes do que outras mas nenhuma, nenhuminha delas era de Scorpius.

A minha cabeça doeu mais ainda.

–Rose! Por Merlin Rose! Eu achei que o pior tinha acontecido! -Albus disse envolvendo seu braços ao meu redor e me apertando o mais forte que pudia contra o seu corpo definido, pergunta importante mesmo com a minha cabeça doendo... quando Albus ficou musculoso?

–Ahm? -Perguntei sem entender, vai ver porque... bem, eu apaguei no meio do céu!
–Você caíu do céu, Rose, quer dizer... você desmaiou na sua vassoura e ele te carregou até aqui e... -Rebeca disse, uma grifa de 16 ou 17 anos. Ela era meio batida da cabeça e tinha uma mania estranha de cantar Ariana Grande.

–Ele quem?! -Perguntei sem ao menos esperar que a morena terminasse a sua frase enquanto ela arregalava os olhos em meio ao estádio de Quadribol enquanto murmurinhos o enchia.

–Não importa! -Albus disse me cortando e dando outro longo abraço. - O que importa é que não aconteceu nada de ruim a ninguém.

O silêncio tomou o grupo enquanto todos os membros do time da Grifinória se entre olhavam.

Scorpius. Merlin.

–Albus onde... onde esta Scorpius? -Perguntei sem me dá conta do som preocupado que minha voz tomara, eu só precisava saber onde ele estava e... ouvir o que ele tinha para me dizer.

Merlin, Merlin! Eu estava preocupada com Scorpius!

–Não importa, ele esta bem. -Albus disse novamente tomando conta da situação e me impedindo de me levantar da grama.

Se ele estava bem, por que ele não estava aqui?

Me levantei do chão por mais que isso fizesse eu senti dor em locais que jamais senti, meus pés queimavam mais do que quando corri pelo os corredores de Hogwarts, minha cabeça ardia mais do que quando eu percebi que Scorpius estava enfeitiçado e meu coração estava mais estilhaçado do que quando, quando eu vi Scorpius beijar Ally.

Tomei fôlego e corri para dentro dos corredores de Hogwarts.

Acelerei os meus passos tentando chegar o mais rápido que podia na enfermaria a procura da cabeleira loura, não estava ali também. Meu pulmão já voltava a arder de tanto esforço e meu corpo a querer desistir, me sentei na primeira cadeira do local enquanto tentava recuperar todo, TODO, o fôlego que eu perdi, sei lá, nos últimos dia. Merlin, eu nunca corri tanto em minha vida.

–Pelo visto alguém gosta de correr. -Eu não consegui deixar de sorrir ao ouvir a voz de Scorpius enquanto ele balançava os dois pés em cima de um dos leitos da enfermaria, seu rosto estava sujo de terra e seu uniforme parecia ter sido rolado na lama.

–E alguém gosta de rolar na lama. -Respondi tentando evitar de sorrir.

Scorpius soltou um ganincho quase rindo. -Você devia ao mínimo me agradecer. -Ele falou fazendo voz engraçada e cruzando os braços.

–Por?

–Uhm... vejamos, por ter sido um ótimo cavalheiro todos esses dias, não ter te chamado de trasgo, cabeça de fogo, morango gigante e...

–Eu já entendi. -Falei.

–Por ter salvo a sua vida. -Scorpius falou se levantando do leito e andando em minha direção.

Então havia sido ele, ele havia me salvado enquanto eu estava desmaiada, ele que me trouxera ao chão, ele que me protegeu, ele... que tinha me salvado. Mas...

–E por isso... -Malfoy disse enquanto segurava meu queixo com delicadeza e me beijava.

– Rose, eu te amo. -O sonserino falou ignorando os olhares atravessados e um tanto apaixonados da enfermeira que segurava uma grande tigela de sopa.

–Mas... você e a Ally... -Falei sem acreditar no que eu ouvia. Era ela e não eu, estava escrito no livro e...

–Todo esse tempo foi você Rose, e, por favor, era um livro de seiscentos anos!

–Ah... então nesse caso - O encarei nos olhos, nem era tão azul assim os olhos dele, era quase um tom esverdeado, como o da mãe.

–Eu também te amo Scorpius.

E deve vez eu tinha certeza que não era nenhuma poção do amor.

Certeza.

Era Scorpius, e bem, ele era a minha poção do amor.