Capítulo 3 - Masmorras depressivas

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Se existia um lugar que me aterrorizava em Hogwarts era a sala comunal da Sonserina, certo, logo depois da diretoria e a diretora Minerva mas ela não era um lugar, quer dizer, ela era um gato e estava em todos os lugares mas ainda não era um lugar.

Certo?

A grande sala comunal da Sonserina definitivamente não era um bom lugar para se criar uma planta, as paredes de pedras frias, o chão de madeira escura de melhor qualidade, a grande quantidade de móveis escuros que raramente eram iluminados por reflexos de luzes prateadas e o grande brasão de uma serpente em uma das paredes do local refletiam todos os opostos da Grifinória.

Enquanto na Grifinória se resumia em queimar comida na lareira e ficar falando sobre o último jogo de Quadribol vs Sonserina, lá todos se sentavam como reis e rainhas discutindo seus planos para conquistar o mundo.

–Ally! - Antes mesmo que eu pudesse deixar meus pensamentos de lado, Dominique já corria (segurando a mão do Malfoy) em direção a sonserina que dava um suspiro de cansaço enquanto eu acompanhava atrás. Dominique poderia ser lerda, desentendida e muito, muito louca mas ela sabia muito bem como falar com as pessoas e as entendê-las.

Afinal, ela era minha melhor amiga.

–Dominique, Scorpius... Weasley. -Ally falou com nojo meu nome como se fosse se estivesse falando com um sangue-ruim. -O que trazem vocês aqui? -A morena deu um bocejo de sono enquanto revirava os olhos.

–Ahm -tentei tomar coragem e não parecer uma criança com medo e ciúmes da melhor amiga de Scorpius, puff... por favor, eu como ciúmes? De uma sonserina e Scorpius... por favor - Scorpius, bem, ahm, aconteceu um acidente.

Um acidente que eu causei depois de apostar com ele qual poção do amor era melhor. Normal, agora ele esta perdidamente apaixonado por mim e de acordo com um livro de uns seiscentos anos você tem que beijar ele pois você deve ser o amor verdadeiro dele.

–Isso. -Dominique disse concordando com a cabeça enquanto se afastava do grupo e ficava passeando pela a sala comunal na esperança de achar a forma mais rápida de sair dali.

–Um acidente? -Ally falou desconfiada enquanto arqueava uma de suas sobrancelhas escuras e perfeitamente desenhadas. Ela era linda, realmente linda. Malfoy devia ser louco por ela.

E eu, eu Rose Weasley parecia uma gigantesca torta de morango com um punhado de sardas no rosto, vestida com um saco de batata três vezes maior que o meu número. Fazia sentido o fato de Scorpius nunca...

–Nenhum acidente. Rose é bela e perfeita demais para causar qualquer tipo de acidente, todos seus acidentes são dádivas dos deuses para nós pobres bruxos. -Scorpius falou me abraçando pela a cintura e dando um longo suspiro apaixonado.
Mordi o mais forte que pude os meus lábios não poderia me deixar...

Á sonserina franziu ainda mais o cenho. -O-O que você fez com Scorpius sua... sua... sua trasgo de cabelos vermelhos e vestes - ela tocou em minha blusa - de terceira mão?!

Vou bater na cara daquela vadia, certeza.

–Nada! Não aconteceu nada, certo Scorpius?

A fuinha loura concordou com a cabeça sem tirar o sorriso branco de seu rosto. Eu já falei o quanto o sorriso de Scorpius Malfoy é perfeito?

–Eu só... -como dizer isso?- Só preciso que você beije Scorpius, só isso! -Exclamei entro da sala fazendo alguns sonserinos voltarem o olhar em minha direção,sussurram algo entre sí e voltarem a seus planos para a dominação do mundo.

–Eu não vou beijar o meu melhor amigo! -Ela disse com orgulho e cruzando os braços, realmente não seria nada fácil.

–É só um selinho! -Poxa, o livro não especifica o tipo de beijo.

–Não! - Meu deus, que mulher orgulhosa.

–Por favor! - eu não acreditava em minhas próprias palavras, estava pedindo um favor para um sonserino, meu pai sempre me dissera para jamais confiar em um sonserino, independente do que fosse e agora, agora eu havia feito um se apaixonar por mim e pedindo por favor para uma sonserina orgulhosa e cheia de si - E-Eu faço o que quiser! Três semanas de lição de casa, eu compro doces para você nas Dedos de Mel, ensino a jogar Quadribol...

A garota descruzou os braços analisando a oferta. A minha oferta era muito boa, até eu aceitaria ela. Mas não posso porquê eu sou Rose Weasley e essa é uma proposta feita por Rose Weasley e eu não posso aceitar uma coisa que eu mesma estou oferecendo... eu acho.

–Tudo bem! - Ally falou sem pensar duas vezes enquanto dava um longo beijo em Malfoy.

Era só um selinho e não um beijo do Titanic, ninguém ia morrer. Pelo menos se não dependesse dos sonserinos do local.

Logo a garota se soltou dos lábios de Scorpius e o encarava, eu o encarava. Nada acontecia, permanecia idêntico a antes, as mesmas bochechas coradas, o cabelo desgrenhado, as roupas frouxas no corpo definido, o sorriso branco e o jeito estúpido, babaca e idiota de ser.

–Scorpius? -Perguntei enquanto Ally bufava e subia para seu dormitório com a desculpa de que tinha de limpar o seu dever de casa.

–Rose? -O louro disse piscando os olhos cinzas sem tira-los de meu rosto, como se observa-se cada detalhe meu, cada sarda minha, cada defeito meu.

"Por favor, por favor, por favor Merlin, que ele... que ele... que ele me xingue."

Eu não queria que ele me xingasse.

–Sim? -Perguntei suspirando sem esperanças, não aguentava ficar mais um segundo lá, eu precisava de ar fresco.

–Até que para um trasgo menstruado você não é tão feia de perto. -Scorpius disse com o mesmo sorriso malicioso de antes. O verdadeiro Scorpius Malfoy e Ally havia quebrado o efeito da poção, era ela o amor da vida dele e ele era o amor da vida dela.

Merlin.

Não era eu.

E então aconteceu, eu estava chorando, eu estava chorando e correndo sem rumo.

Era tudo culpa dele, sempre foi culpa dele.

Oh, eu amava Scorpius Malfoy.

E eu tinha certeza que não estava sobe efeito de Amortentia.