O mundo contra nós. escrita por Hippie Anônimo


Capítulo 5
Olá policial




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Fui seguindo ele um pouco mais devagar só para ver o que estava acontecendo no supermercado, parecia que era só em uma área especifica que as pessoas estavam se aglomerando, fiquei imaginando o que era. Fiquei andando e olhando para aquelas pessoas, Nicolas parou na minha frente, mas já que não estava olhando não reparei que ele havia parado, eu tropecei no pé dele e quase cai.

–Qual é o seu problema? – Perguntei nervosa.

Ele apontou para a Brinquedoteca, havia cinco crianças do lado de fora da brinquedoteca e em fileira, uma delas era Emmy, ela estava sentada, encostada na parede brincando com Jack, havia um policial ao lado dela e a secretária não estava mais lá. A brinquedoteca tinha uma janela grande de vidro que permitia as pessoas olhar as crianças e os brinquedos, mas não tinha ninguém lá dentro.

Fui correndo em direção a Emmy, me abaixei ae levantei cabeça dela pra ver se estava tudo bem. Olhei para as outras crianças, parecia que elas estavam com frio, apesar de que estava mesmo frio, mas não entendi o que estava acontecendo e comecei a me assustar.

–O que está acontecendo? Essas crianças estão com frio! E você só fica aqui parado? – Perguntei para o policial que ficou olhando para minha cara como se eu tivesse contado uma piada.

–Quer dizer que eu virei médico ou algo do tipo? Só estou aqui para proteger as pessoas e não cura-las.

–Ok então senhor presidente, e o que exatamente está acontecendo?

Ele olha desvia olhar e responde.

–É confidencial.

–Confidencial? A água acabou, todo mundo está louco e você só diz que é confidencial?

–Olha moça, vou ser sincero com você, se eu soubesse te falaria, eu divulgaria para todo mundo, cantaria se fosse preciso, mas eu- não- SEI! O fato de ser confidencial significa que ninguém pode saber, e acontece que o presidente aqui também não sabe! Eu só obedeço a ordens! Você acha que eu também não estou querendo saber o que está rolando?! Vou ter que ficar aqui até a noite, tenha piedade.

Nicolas começou a ficar nervoso.

– Ana, vamos embora.

–Mas porque você está aqui exatamente? –Perguntei ao policial.

–A moça que estava na recepção teve que ir embora, a do outro turno não veio, uma das moças que estava aqui resolveu ir ali ao supermercado ver o que esta acontecendo e a outra esta bem, está lá dentro com uma moça, ajudando a organizar algumas coisas, aqui vai fechar por algum tempo por causa da água. A maioria dos pais já vieram buscar seus filhos, mas ninguém mais pode entrar, essas são as crianças que não foram buscadas. Agora já pode pegar sua filha e ir embora.

–Filha? –Perguntou Nicolas.

–Ela não é minha filha, eu só tenho 15 anos.

Desviei meu olhar para Emmy e a peguei pelo braço, ela se levantou e peguei sua mochila com a outra mão.

–Bem Emmy, hoje você se livrou de passar frio, seja grata por eu ter chegado a tempo.

–O que? –Perguntou Emmy.

–Ok, senhor presidente, até. – Eu disse.

Ele acenou levando na graça.

Tentei fingir que estava tranquila, mas aquilo estava fora de controle e eu estava louca para sair daquele shopping.

Voltamos pelo mesmo caminho que fomos para encontrar com Breno, não queria conversar com Nicolas para não assustar Emmy, olhei para ele com aquela cara de “calma, espera um pouco” e ele compreendeu, mas deu pra notar como estava assustado.

Avistamos Breno e ele estava nos esperando, veio correndo em nossa direção com uma cara de noticia ruim.

–Temos más notícias...

–O que foi agora? –Perguntou Nicolas.

–Breno, essa é Emmy, minha irmãzinha de SETE ANOS. Aliás, está com fome Emmy?

–Não tanto... –Respondeu ela.

–Sério Anabel, eu preciso falar com você.

Olhei para Emmy e ela parecia não estar mais brava. Nicolas se abaixou até a altura de Emmy e lhe entregou uma bala, ela olhou para mim e eu balancei a cabeça concordando, ela comeu a bala e eu a deixei com Nicolas, falei baixinho “Já volto” e andei até onde Breno estava indo, ele me levou até um policial.

–O que foi? –Perguntou o policial.

–Pode falar para ela também?

–O quê? E por que você simplesmente não repetiu?

–Mulheres cara, ela não iria acreditar. – Disse Breno na maior cara de pau.

O tal policial bufou e disse:

–Não sabemos o que está acontecendo, mas a confusão aqui no supermercado é por que alguns civis estavam tentando roubar o ultimo galão de água, alguns outros se atacaram, um homem foi esfaqueado por que estava comprando um monte de enlatados... enfim, eu não posso falar mais nada além disso, mas eu aconselho que você e sua namorada voltem logo para casa, as coisas estão piorando por ai, essa coisa da água deixou todo mundo louco.

–Ele não é meu... –Quando eu tentei dizer isso senti alguém me puxando pelo cabelo com muita força que eu quase cai, levei um susto e gritei bem alto imaginando que fosse Nicolas e suas brincadeiras estúpidas, mas esse alguém tampou minha boca e meu nariz com sua mão e não consegui dizer nada, fechei os olhos imaginado o pior.

–SOLTA ELA AGORA! –Disse o policial para a tal pessoa que estava me agarrando.

–ANA! –Disse Emmy atrás de mim.

Eu não tive reação, e o pior de tudo era por que nem sabia o que estava acontecendo, ainda estava com os olhos fechados e tentando imaginar algo, mas não pude fazer nada, minhas pernas estavam tremendo, eu havia congelado. Senti algo gelado na ponta de cima da minha orelha, imaginei que era uma arma e resolvi abri os olhos: havia agora quatro policias apontando arma para a tal pessoa, ouvia gritos e muita discussão mas tudo estava misturado que não entendia nada, vi Breno correndo até o fundo do supermercado, provavelmente se aproveitando da distração dos policias para quem sabe roubar algo, não tive muito que pensar, senti ficar sem oxigênio, já que a tal pessoa continuava tampando minha boca e meu nariz, e já que meu desespero não ajudou, só conseguia o olhar os policiais, minha visão foi ficando turva e então apaguei, sem nem saber o que havia acontecido.

E esse foi o inicio de tudo, onde a verdadeira história começa.


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Notas finais do capítulo

Se você teve a boa alma de ler, sua critica ajudaria muito.



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