Bakumatsu escrita por Aoshi Senpai


Capítulo 11
A Batalha no Nível de um Hitokiri


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior:

"Kenshin virou-se e encostou a porta, fazendo sinal para que a jovem médica fizesse silêncio e ele pudesse descobrir o que estava acontecendo no exterior da casa. Ainda sem entender o que havia acontecido, Akira pôs-se se cócoras próxima a mesa no centro da cozinha. Kenshin, que continuava a correr o olhar por entre as frestas na parte superior das paredes da cozinha, calmamente lhe dirigiu a palavra:

— Akira... Espada... Eu preciso de uma espada! Temos visitas..."



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– O... O que você está... O que você está falando Kenshin? Não estou vendo nada... - Gaguejou Akira, enquanto girava no centro da cozinha procurando descobrir algo.

– Eu sei que estão por aqui... - Comentou o Battousai, em um tom um pouco mais alterado. Depois ele continuou - Gente demais está aqui... Se fossem as suas esperadas visitas, não nos cercariam de forma tão sorrateira. A menos que você me arrume uma espada, eu duvido que tenhamos alguma chance contra eles.

– No seu quarto... Atrás da cômoda... Guardei sua espada lá. - Respondeu, timidamente, a garota.

Kenshin agarrou-a pelo braço e a arrastou velozmente pelo extenso corredor em direção ao quarto onde havia passado os últimos dias. Akira estava paralisada.

O rapaz ainda estava violentamente ferido. Não havia se recuperado plenamente mas mesmo assim fora capaz de arrastá-la de maneira viril e rápida até o quarto. Kenshin fechou a porta com força e apoiou-se na parede ao lado, meio tonto. Apertou as pálpebras fechando os olhos, transparecendo um pouco de dor. Akira não acreditava no que estava acontecendo, e ele também não.

Empurrou a cômoda de madeira encontrando a espada com a qual matara os homens em Kyoto. Instantaneamente agarrou-a e aplicou um violento golpe duplo na parede de madeira, que se partiu e revelou o pátio exterior da casa.

Kenshin saiu pelo buraco feito na parede com rapidez. Sabia que seu estilo de luta o deixaria em desvantagem caso a batalha acontecesse em um ambiente com pouco espaço. Akira saiu alguns segundos depois, encostando seu corpo pequeno às costas de Kenshin. A garota tremia intimidada com a situação, mas nem mesmo o toque do corpo dela conseguiu amenizar o olhar aterrorizante que o homem ruivo lançava à esmo, pelo quintal do templo.

A lua estava escondida atrás de algumas nuvens muito rasas, e iluminava timidamente o quintal em que eles estavam. O breu noturno foi dissolvido com a ajuda de três lamparinas acesas pelos homens que cercavam o casal.

Deviam ser dez ou doze homens naquele grupo. Pareciam todos bem treinados e portavam espadas japonesas que, à luz das lamparinas, brilhavam e aparentavam ser ainda mais ameaçadoras. Akira aproximou-se mais do corpo de Kenshin e tocou seus ombros com as mãos. O Battousai ignorou o toque da garota, mantendo seus olhos fixos no grupo de homens que estava a sua frente.

– Kenshin... Eu estou com medo. - Disse, aos soluços, a jovem garota.

Kenshin ignorou as palavras da moça também, como se ela não estivesse ali. Inclinou seu corpo levemente para frente e correu os olhos às extremidades de suas órbitas, afim de observar os outros homens que o cercavam. Depois endireitou-se sobre o quadril e firmou a espada em punho, abrindo um sorriso no rosto de alguns homens e fazendo os olhos dos outros brilharem.

– Battousai Himura! Alguns de nós apostaram que você desistiria facilmente de sua vida. Estamos felizes em poder acabar com ela de uma maneira mais digna... - Comentou em voz alta, um dos homens que parecia liderar os demais.

– Maneira mais digna? - Kenshin fez uma pausa. - Doze contra um? Parece um desafio adequado, espero poder corresponder as suas expectativas.

Kenshin retornou a espada à sua bainha calmamente, prostrando-se conforme o posicionamento padrão do estilo Mitsurugi. Ele sabia que um combate franco contra todos aqueles homens não seria nada fácil, pelo menos não naquelas circunstâncias. Optou por mostrar àqueles espadachins, que o cercavam e pareciam certos da vitória, o poder destruidor e mortal das técnicas do battou, a qual ele dominava perfeitamente.

– Quero que prestem atenção pois só vou lhes mostrar uma vez. O estilo Hiten Mitsurugi baseia-se em uma técnica antiga de saque da espada chamada Battoujutso. O poder e velocidade desta técnica são incomparáveis. De fato, a grande maioria de vocês nem será capaz de ver quaisquer de meus movimentos, mas garanto que todos vocês sentirão eles na pele.

Kenshin firmou as pernas no chão. Para retalhar todos aqueles homens seriam necessários três ou quatro movimentos muito fortes com suas pernas, e ele já não tinha certeza se possuía força suficiente para executá-los com a perfeição exigida. Rangeu os dentes discretamente, mas a única que percebeu a dor que aflorava aos olhos do Battousai foi Akira.

A garota havia cuidado dele durante as últimas cinco semanas e sabia que ele não estava pronto para enfrentar aquela batalha que lhe fora oferecida pelos covardes espadachins que haviam vindo até o templo. Preocupava-se muito com a saúde do Hitokiri que havia se tornado sua responsabilidade, mas sabia que agora não poderia fazer nada pra lhe ajudar. Decidiu se retirar do caminho dele, para não atrapalhar as coisas que já não eram muito boas para o rapaz. Voltou para dentro do quarto através do buraco que Kenshin havia feito na parede do mesmo, e ficou encostada na parede observando e torcendo pelo ruivo. Kenshin franziu a testa e desviou seu olhar para o ombro machucado. O corte profundo havia se aberto novamente e o kimono claro que ele vestia havia se tingido de vermelho na manga direita. O homem que liderava os outros, havia percebido aquilo e resolveu provocar um pouco mais o espadachim ferido:

– Então é verdade... O Hitokiri Battousai, o espadachim supremo, foi ferido pelo inútil do Rikimaru! Ferido e fraco deste jeito, você ainda acredita na vitória? - Perguntou, ao risos, o homem alto e de pele bastante bronzeada.

– Inúteis como vocês não podem me derrotar... Se o maldito braço direito não me obedecer, uso o esquerdo... Um braço esquerdo meu deve ter mais habilidade que todos os seus direitos juntos! Chega de conversa... Vocês tem hora marcada... COM O DEUS DA MORTE!!

Kenshin lançou-se em direção aos homens em sua frente. Dois ou três deles nem tiveram tempo de sacar a espada e foram retalhados sem a menor dificuldade. Outros três caíram com o segundo golpe, a maioria com cortes profundos na garganta e no peito.

Kenshin parou e novamente fora cercado pelo grupo, agora um pouco reduzido, de espadachins que sacaram suas espadas e atacaram sem hesitar.

Os golpes vinham de várias direções mas não possuíam qualquer velocidade ou habilidade consideráveis. Kenshin esquivou a grande maioria, defendeu outros tantos. Ao final da investida dos homens, Kenshin avançou ao grupo que estava completamente esgotado fisicamente e desorganizado, terminando com as vidas deles facilmente. Ao final dos dois ou três minutos de batalha, onze dos doze homens estavam no chão, desfalecidos. Havia sobrado apenas o líder, que observava confiantemente e demonstrava habilidade superior à dos demais.

Kenshin estava cansado. Em condições normais ele teria vencido aqueles inúteis rapidamente e sem nenhum esforço, mas sua condição física o impedia de tamanha façanha. Ele já estava exausto e havia perdido bastante sangue com toda aquela movimentação que fora necessária para que ele não fosse alvejado por nenhum dos golpe que haviam lhe mirado. Seus olhos estavam distantes, mas ele fez mais um esforço e retornou a espada novamente à bainha. O homem que estava em posição de batalha à sua frente, ficou ereto e franziu a testa, em sinal de reprovação.

– O que houve, Battousai? Já desistiu de nossa batalha? Resolveu se entregar à morte por livre e espontânea vontade? Esse Deus da Morte, com o qual temos reunião marcada... Você vem escapando dele seguidas vezes ao longo desses anos não é mesmo? Não se preocupe, posso garantir a você que hoje vais têr com ele... é um promessa!!

Kenshin sorriu. Engoliu, com certo desconforto, a saliva que se acumulava em sua boca e curvou-se flexionando as pernas, esquerda na frente.

– Você está errado! Não estou desistindo de nossa batalha... Guardei o melhor para o final... O melhor para você!

O homem sorriu e retirou a espada da bainha:

– Vamos, Battousai... Vamos ver do que você é capaz!

Kenshin acenou com a cabeça, demonstrando concordar com o desafio do espadachim. Depois bradou, com um sorriso desdenhoso estampado no rosto:

– Esta é a técnica suprema do estilo Hiten Mitsurugi... A 'Inspiração do Vôo Divino do Dragão'... AMAKAKERU RYU NO HIRAMEKI!

CONTINUA!!!


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Notas finais do capítulo

Não percam o próximo capítulo:

Inimigo Declarado!



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