As crônicas de Steve escrita por Mand Fireguy


Capítulo 3
Capítulo 3 - A Noite Sombria


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera, como prometi esse capítulo está vindo exatamente três dias depois de nosso amiguinho anterior, e novamente como prometi, ele tem bastante ação, mas tomem cuidado: Não se empolguem demais, ou a outra promessa, a de terem ataques cardíacos no próximo, também será cumprida.
Ele é um pouquinho menor do que o último, o que é uma pena, mas não se preocupem: Já estou escrevendo o segundo, e ele vai beirar as quatro mil palavras, se não atingi-las!
Se não gostam de capítulos longos, me desculpem pelo como vai ficar o próximo. Esse capítulo era, aliás, para fazer parte dele, mas iria ficar gigante, então cortei aonde viram. O próximo simplesmente não dá para cortar sem que acabe perdendo parte da coesão do texto.
E que a leitura seja iniciada! Vence o que recomendar primeiro e comentar mais!



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Steve está deitado na cama que construiu apenas uma hora atrás, quando o sol terminou de se pôr.

Foi necessário algum trabalho para construir a cama: Como ele não tinha suprimentos de lã o suficiente para completá-la, teve de deixar a estrutura de madeira ali e sair no resquício de luz solar que ainda estava e aproveitando que graças à lua no auge da fase cheia ainda não havia monstros para caçar. Teve a sorte de encontrar uma ovelha logo ao lado, ainda maior que a anterior, e de matá-la sem que nenhum monstro explodisse em suas costas, o que, à noite, teria sido de fato extremamente arriscado.

Depois disso, ele ainda coletou algumas flores vermelhas, rosas de tom escarlate como a lua em um eclipse, no caminho de volta para a plataforma na qual construiu sua casa, e uma vez dentro da casa macerou-as para obter o pigmento vermelho que tingia as suas pétalas da cor de sangue, então completou a construção da cama e tingiu seu cobertor, também de lã, embora mais fino por causa do calor, de vermelho.

Agora está desde as seis e meia da tarde, quando o sol se pôs, tentando dormir, mas não consegue. Não sabe se é a visão suspeita que teve enquanto o sol se punha que o perturba, ou se foi toda a emoção do dia anterior, desde a visão do diamante. O ferro derretendo na fornalha crepita ao seu lado, e a temperatura, assim como o suave balanço da plataforma são agradáveis, mas ele não consegue dormir.

Por fim, Steve se levanta e segue até a porta, põe a espada de pedra em sua bainha de pele de ovelha que fez com parte da pele da ovelha que caçou e as botas, calças e jaqueta com capuz que fez com o resto e com a pele da ovelha anterior, deixando as luvas ali, e sai, decidido a arriscar um passeio noturno, para ver se se acalma caso não haja monstros ou, se houver, se cansa ao lutar contra eles. A segunda opção pode lhe trazer ferimentos, mas no estado em que está de insônia, ele prefere arriscar.

Steve abre a porta e sai da casa, então a fecha atrás de si e salta para a praia.

O cenário do lado de fora não é de fato menos do que ele esperava: Patrulhando as fronteiras da floresta, ele vê dezenas de esqueleto armados com arcos, alguns utilizando até mesmo coletes de couro e um com uma armadura completa de cota de malha de ferro, que ele pensa ser o líder. Ao redor da praia, ele vê três criaturas verdes altas e sustentadas por quatro pernas curtas na base do corpo, juntamente com corpos humanos tão apodrecidos que suas peles estão verdes pelos fungos e bactérias que as decompõem, e ainda uma criatura negra como um vulto ou uma sombra, extremamente alta, com aproximadamente três metros de altura, olhos violeta que brilham com luminosidade própria.

Steve sente algo de familiar nesta criatura em especial, mas não sabe dizer o que, então olha para as aranhas enormes que, embora tivessem ficado ocultas durante o dia, agora se mostram em todo seu esplendor, com cinco olhos da cor de sangue fresco cada e corpos curtos, porém fortes, viajando por entre e conectando as árvores da selva com suas teias que reluzem à luz da lua cheia.

Steve caminha pela praia, agora ligeiramente amedrontado pelas criaturas que, ele imagina, poderiam matá-lo num instante. É nesse momento, enquanto anda que um dos esqueletos que patrulha a selva indica sua presença ao líder. O líder grita algo em alguma linguagem que Steve não conhece e muito menos chega perto de compreender alguma palavra, e os subordinados erguem seus arcos na direção do humano, retesando as cortas até que fiquem ao lado da lateral do crânio, e atiram uma saraivada de flechas sobre ele, que rapidamente se joga ao chão, e a chuva de flechas cai, uma delas errando sua cabeça por alguns poucos centímetros.

Quando ele finalmente se levanta, um trio de esqueletos monta em aranhas e começam a avançar sobre ele, ao mesmo tempo em que dois mortos-vivos que ainda preservam sua pele, embora verde e malcheirosa o cercam pelos lados e avançam sobre ele com espadas de pedra.

Steve desembainha a sua própria em um rápido movimento e gira rapidamente para defender a cortada de um dos mortos-vivos que o dá um golpe com a espada de baixo para cima. As lâminas colidem e ele bloqueia o golpe, mas o morto-vivo exerce força sobre-humana em seu golpe e começa a empurrar a espada de Steve para cima, ao mesmo tempo em que o outro zumbi se prepara para dar um golpe. Nisso, Steve rapidamente desliza sua espada para que ela se apoie na do outro perto da ponta das duas, então ele usa esse ponto de apoio para usar a espada como alavanca e se impulsiona para cima com um salto, girando de lado e golpeando com a lateral do pé a parte plana da espada do outro morto vivo, lançando-a no ar, então ele continua o movimento até as espadas dele e do zumbi se separarem e voa em um salto mortal por cima do mesmo até pousar atrás do mesmo, erguendo a espada, se preparando para finalizá-lo

. O zumbi se vira para ficar de frente para Steve e tenta um golpe com a espada, ao que ele responde com um chute que o desarma também, e desfere um golpe em arco, decapitando-o, então salta e pisa sobre o toco do pescoço do zumbi, se impulsionando por cima dele e agarrando a espada ainda caindo do outro zumbi, que usa para fincar no coração do mesmo, que cai novamente morto no chão, então Steve se vira e vê o segundo morto vivo, que colocou de volta a cabeça no lugar e agora tenta golpeá-lo por trás, ao que Steve salta e pega a espada deste, e dá um golpe em arco de parábola com as duas espadas, uma atravessando entre sua segunda e terceira vértebras, e a outra entre a terceira e a quarta, não só cortando novamente a cabeça do zumbi como cortando de seu pescoço uma rodela de carne apodrecida contendo uma vértebra no centro. O zumbi cai morto novamente no chão.

Assim que isso acontece, os três esqueletos montados em aranhas chegam até dois metros e meio de distância de Steve e disparam uma flecha cada um na direção do mesmo, que se agacha, ao que as aranhas saltam sobre ele, tentando ataca-lo. Nisso ele dá uma estocada de baixo para cima, perfurando uma aranha, então com o pé acerta-a por baixo, permitindo que retire a espada ao mesmo tempo em que impulsiona a aranha ainda mais para cima, ao que o esqueleto se desequilibra e é jogado de sua montaria. A segunda aranha continua seu movimento caindo sobre Steve, e ele gira com a espada de pedra, decepando seu cefalotórax e então apoiando sua mão no chão e se levantando de um único salto, evitando o movimento de ataque da terceira aranha, então finca sua espada no peito do esqueleto que a monta, rompendo seu esterno e sua coluna, e então gira, rompendo também uma costela, e ataca o outro esqueleto que, fora de sua montaria, preparava ainda no chão uma flecha para lançar sobre Steve, e destrói seu arco com um golpe, então finca a espada no crânio deste. A aranha do outro esqueleto ataca Steve por trás e ele dá um giro de noventa graus e desce a espada em um arco, cortando-a longitudinalmente no meio. O último esqueleto restante retesa a corda do arco e solta uma flecha que atinge Steve no peito e o empurra para trás, fazendo com que ele tropece no exoesqueleto de uma aranha morta e caia no chão, recebendo algumas esferas de energia verde amarelada que saem dos cadáveres e esqueletos destruídos para ele, inundando-o com um surto estranho de energia.

“Não é tão forte agora, é?” Pergunta o esqueleto, pairando sobre Steve. O esqueleto não respira, pois já está morto, mas Steve imagina que se estivesse vivo, estaria ofegante agora. O único do trio com colete de couro ergue o arco para Steve.

“Você é realmente um oponente formidável, devo admitir.” Diz o esqueleto. “Nunca antes vi um humano tão rápido e ágil, mas parece que você não é lá muito forte, não é mesmo? Uma flecha, e já está caído no chão.” Completa ele.

Steve grunhe, e rasteja para trás, sentado. Mal anda um metro antes de suas nádegas tocarem a água do mar. Seu oponente ri.

“É fraco, no fim de tudo. Como todo o resto de sua espécie. Humanos. Por sorte já faz um século que deixei de ser um membro dessa espécie amaldiçoada.” Diz o esqueleto, e retesa a corda do arco, uma flecha engatada e apontada para o coração de Steve. “Morra, humano.” Diz, e solta a flecha.

No momento em que a flecha é solta pelo esqueleto, a força elástica da corda a impulsiona para frente, acelerando-a a uma velocidade que supera os setenta e dois metros por segundo, e ela viaja a essa velocidade absurda, rapidamente cruzando os três metros que separam o arco do peito de Steve, exposto, protegido apenas por uma jaqueta de couro e uma camisa.

Uma fração de segundo antes de a flecha o atingir, entretanto, um vulto negro e alto de olhos violeta brilhantes surge ao lado do humano, e segura a flecha, então desaparece com ela com um ruído de sucção do ar, reaparecendo atrás do esqueleto com um ruído de ar sendo expelido, então a finca no crânio do esqueleto com tanta força que atravessa o osso espesso e sai por entre as órbitas vazias do mesmo.

O ser alto e escuro se aproxima de Steve e encara-o nos olhos e ele, que esteve até então desviando o olhar dos olhos do mesmo, finalmente o encara, a criatura ergue a mão para Steve que a segura.

Enderman, diz uma voz no inconsciente de Steve, Enderman, repete.

Enderman. O homem que traz o fim, este é o nome da criatura assexuada. No momento em que as mãos de Steve e do Enderman se tocam, uma aura negra envolve Steve e ele sente o tecido de tempo e espaço do universo se romper enquanto seu corpo e o do Enderman aceleram acima da velocidade da luz e ambos desaparecem com um ruído semelhante ao de ar sendo sugado.

Steve ressurge sentado como antes, mas dessa vez no alto da casa rudimentar que construiu sobre a plataforma. A criatura emite um ruído que se assemelha a um ruído de sucção ou então a um grunhido, ou mesmo a algo entre as duas coisas, e Steve se levanta, mesmo sem entender o que significa.

“O que... é você?” Inquire ao Enderman.

A criatura repete o som estranho e encara o humano nos olhos, e ele faz o mesmo com ela. Uma voz nem fina nem grave, nem masculina nem feminina e capaz de também não soar estranha por causa disso ressoa na mente de Steve como uma nota musical.

Você não se lembra... Diz a voz. Steve balança a cabeça.

“Eu... Meio que perdi a memória. Não me lembro de nada além de meu nome, nada antes de ter acordado aqui, nesse lugar, nessa ilha amaldiçoada.” Diz ele.

A criatura encara Steve profundamente nos olhos, fixamente e ao mesmo tempo de forma ligeiramente sentimental, como se pudesse ler sua mente, seus pensamentos e seus sentimentos, e então diz na mesma voz sem som:

Se não se lembra... Então me deixe te mostrar, diz.

Steve encara a criatura nos olhos.

“Como... Como você faria isso?” Pergunta. O Enderman apenas emite o mesmo ruído, que se assemelha a algo entre um grunhido e um ruído de sucção, e ergue a mão para tocar a testa de Steve. Assim que a ponta do dedo médio toca a testa de Steve, a consciência do humano é sugada para dentro da mente do Enderman e ele se vê na memória do mesmo, voltando no tempo para uma série de eventos que aconteceu vários anos atrás...


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Notas finais do capítulo

Obrigado por terem lido mais um capítulo, galera! Acho que o próximo deve chegar ainda na terça ou quarta feira, torço para que não os faça esperar demais. Até lá!
Cenas do próximo capítulo, Memórias do Fim e do Começo:
“Ei, Enderman.” Disse o esqueleto. “Quer se unir a nós? Estamos pretendendo matar esse humano também. Ele mora perto desse local, mas é claro que para lá tem vários humanos armados, e seria arriscado se aproximar. O que acha de atacá-lo aqui?” inquiriu. O Enderman lançou um olhar de desafio, percorrendo os olhos de todos eles, com um olhar que dizia claramente que ele não se importava o mínimo com eles.
“Não irei. Não mato humanos.” Disse. O Esqueleto suspirou.
“E por que não? Está traindo a causa?” Diz, e ergue o arco. “Eu posso executá-lo agora, pela sua lei, se lembra? “ Inquire ele, com desdém.
“Sou um renegado.” Disse ele. “Não me preocupo com as leis de vocês.” E olhou novamente nos olhos do esqueleto e do Creeper. Um trovão se fez ouvir, todos os mortos vivos e monstros mágicos que podiam ver aquilo souberam naquele momento que um grande confronto estava para começar.



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