Time Trouble escrita por wukindly


Capítulo 9
All That a Painting Can Reveal


Notas iniciais do capítulo

Oin, eu quero agradecer a todo mundo que lê, comenta, e tal. Enjooy



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Ela se sentia um pouco estúpida, estava andando pelos corredores da velha galeria a procura de “La belle Leonor”. De todas as idas e vindas da galeria, Lily não se lembrava de ter visto aquele nome uma única vez, o que dificultou a busca.

– Deus, eu devo parecer uma barata tonta. – a ruiva murmurou.

Estava um pouco perdida em meio a tantas esculturas e quadros. Apenas se lembrava onde ficava suas artes favoritas, como o cão de três cabeças; não havia como esquecê-lo ou o seu escultor suicida que dizia que o cão acabava o seguindo pela casa inteira; com isso uma Lily criança sempre achara que ficar na galera depois da mesma estar fechada significava vê-lo ganhando vida, como o filme “Uma Noite no Museu”. Mas ela nunca havia ouvido falar sobre nenhuma Leonor. Suspirou, teria que falar com algum guarda sobre isso, que iria insistir em lhe contar toda a história do que quer que Leonor fosse, uma pintura, uma escultura ou até mesmo uma barrinha de cereal.

– Licença. – ela disse, se aproximando do primeiro guarda que encontrou – Poderia me ajudar a encontrar, ahn, La belle Leonor?

– Claro. – ele riu baixinho e começou a andar – Venha comigo.

A testa de Lily se franziu, não entendia o motivo da risada do rapaz; talvez ela parecesse tão perdida que chegava a ser engraçado. A ruiva o seguiu do mesmo jeito, notando os olhares estranhos que o guarda lhe enviava. Ele não era muito velho, deveria ter por volta dos 25, mas era velho demais para Lily; ela imaginou todas as malícias que Marlene diria se estivesse presenciando o momento.

Então ele parou, fazendo-a parar também. Achou que fosse o momento que ele pediria para sair com a garota, mas então percebeu que haviam chego ao seu destino, Lily abaixou a cabeça por um momento, havia ficado sem graça por um momento. E então levantou a cabeça.

– Essa é Leonor. – o guarda sorriu para a tal Leonor.

La Belle Leonor era uma pintura, uma das mais antigas, o que deixou Lily surpresa por nunca tê-la notado por ali. Mas o fato de nunca ter visto Leonor não foi o que a deixou mais incomodada, e sim a aparência da moça, um tanto familiar demais com seus cabelos ruivos, pele clara e olhos verdes. A garota sabia que se pedisse para que alguém fizesse um quadro dela, ficaria idêntico ao que estava a sua frente. Entendia o porque dos olhares estranhos do garoto, ela era a replica viva da menina do quadro.

– Eu gosto desse. – o rapaz se pronunciou apontando para a pintura – É uma pena que terão que transferi-la.

– Por que farão isso? – ela perguntou não deixando de encarar Leonor por um segundo.

– Parece que o atual dono não gosta dela. – ele deu de ombros – Irão guardá-la em algum lugar ou coisa assim.

– Quem é o dono?

– Howard, acho. – ele disse – Não, não. How alguma coisa. Howlie, Howpell.

– Qual o sobrenome dele? – perguntou Lily sentindo calafrios subindo em sua costa.

– Lupin, isso eu sei.

Howell?

– Isso, isso, Howell Lupin, certo. – ele parecia estar anotando mentalmente o nome, talvez fosse útil lembrar o nome de seu chefe.

Os calafrios em Lily só aumentaram. Howell, o pai de Remus, era o dono da galeria. Ela nunca soubera disso, claro, nunca perguntara, mas algo lhe dizia que isso não podia ser pura coincidência. A implicância de Remus com James, e então ele a manda para o museu procurar o quadro de Leonor, que por acaso era idêntica a ela, e então descobre que o pai de Remus quer dar um fim nele.

– Vocês são parecidas. – por fim o guarda lhe disse, Lily concordou com a cabeça – A história diz que ela nunca teve filhos, se não fosse por isso diria que seria da mesma família.

– Ela não tinha nenhuma irmã?

– Não que eu saiba. Filha única, uma pena. – ele encostou-se à parede ao lado da pintura.

E então a ruiva começou a analisar de perto o quadro, não havia nada de tão especial nele. Flores, árvores, talvez o vestido que Leonor estava usando fosse o especial da pintura, era grande e bonito, verde; Lily pensou que era igual ao que Marlene usara numa festa a fantasia. E então os olhos dela se fixaram em um ponto quase inexistente atrás de todas as árvores que tinham lá, o galpão. O mesmo em que estivera com James, só que um pouco mais novo (e com certeza menos empoeirado por dentro). Havia algo mais ao fundo que ela não conseguira definir o que seria, mas hoje em dia era apenas um grande terreno baldio.

– Essa pintura é daqui? – ela se virou para o garoto – Digo, a menina morava na cidade?

– Claro. – ele soltou uma risada irônica e apontou – Leonor foi uma das figuras mais famosas que morou na cidade.

– Eu nunca tinha ouvido falar dela. – Lily murmurou, fazendo o garoto ficar surpreso; talvez todo mundo conhecesse Leonor – Você disse que era uma pena ela ser filha única, por quê?

– Ahn. – ele se mexeu desconfortavelmente – Deve ser difícil para pais perderem um filho único, você sabe, ele é único e tudo mais.

– Ela morreu?

– Pouco tempo depois da pintura. – ele disse encarando Leonor.

– Como?

– Não se sabe ao certo. – ele disse - Isso é o mais interessante da história dela. Todo mundo sabe que ela morreu, mas ninguém nunca soube como.

– Como ninguém sabe? – ela olhou confusa para o rapaz.

– Os pais da garota não queriam pessoas espalhando como a filha morrera, então, só as pessoas mais próximas ficaram sabendo, e levaram o segredo para túmulo. – ele pareceu triste por um momento, mas logo se pôs a sorrir – É incrível como a fofoca já rolava naquela época.

– De que época ela é?

– Acho que século XV - o garoto analisou Lily por um momento – E aqui está você, depois de centenas de anos, idêntica a Leonor. Eu poderia tirar uma foto contigo e dizer que vi um fantasma pela galeria.

Então algo vibrou no bolso da ruiva. Uma nova mensagem. Agora ela não tinha tanto receio de olhar, sabia que era Black mandando recados, que normalmente James já estaria sabendo.

“Você sabe pra onde ir.”

Lily suspirou, não queria voltar a respirar o ar sujo daquele galpão nojento. Olhou mais uma vez para as boas condições dele há centenas de anos e pensou que seria um bom lugar para passar o tempo naquela época, sem morrer asfixiado.

– Sem fotos. – ela respondeu sorrindo – Obrigada pela ajuda, mas agora eu tenho que ir.

– De nada. – ele disse – Afinal, qual seu nome?

– Lily. – ela disse começando a andar pra saída.

– Ei, espere. – ele disse a chamando, ainda do lado de Leonor – Você não gostaria de sair qualquer dia?

Lily riu baixo, nunca se enganava. Acenou para o garoto e foi correndo para o seu próximo destino, de volta ao galpão.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Surjam com teorias sobre Leonor, se quiserem, sempre estou disposta a ler hehehe Esse carinha da galeria vai aparecer mais pra frente, eu shippo ele comigo, então saiam, obrigada.