Obsession escrita por Desconhecida


Capítulo 16
Capítulo 16




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Assim que cheguei em casa encontrei Header sentada emburrada no sofá.

– Hm, boa noite? – Ri – O que você tá fazendo aqui? Ou melhor, como você entrou?
– Eu sei aonde você esconde sua chave... – Deu de ombros sem desfazer a expressão de desgosto.
– O que houve?
– Eu estou chateada.
– Eu percebi –Estranhei – Mas por que? Aconteceu alguma coisa?
– Sim, aconteceu. – Disse brava.
– Então fala! – Disse ansiosa
– Eu estava pensando em algumas coisas enquanto trabalhava, na verdade, estava pensando em novos métodos de arranjar homens já que não estou nesse mercado há um tempo... – Disse pensativa – Enfim, ai eu lembrei que eu tenho uma amiga, famosa, que vai fazer aniversário daqui a poucas semanas!
– To tentando ainda entender porque o ênfase no “famosa” – Dei uma leve risada
– Porque essa minha mesma amiga, poderia dar uma mega festa chamando todos os bofes famosos e desenrolar um deles pra lindíssima da Header aqui! – Sua feição mudou de brava e inconformada para de uma criança de dez anos de idade.
– Você tá de sacanagem né? – A encarei
– Ué, qual o problema? Não acha que é uma boa ideia?
– Não. – Disse como se fosse óbvio
– Por que não? – Gritou em desespero
– Calma... – Ri – É só que eu não tenho muitos amigos, nem muito dinheiro pra dar uma festona e cara, você sabe que eu chamaria o Ryan... E sei lá, não acho uma boa ideia tu pegar alguém na frente dele.
– Não seria na frente dele... – Fez bico – Por favor!
– Foi mal Header, mas realmente acho que não vai ter como, devo fazer só um bolinho e tal, nada demais – Dei de ombros deixando minha bolsa na mesa e pegando algo para comer na geladeira.
– Ah, então tudo bem... – Disse chateada.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa escutei meu telefone tocar e deixei que caísse na caixa de mensagem.

“ Boa noite Clara, aqui é da revista Magazine Stars gostaríamos de marcar uma entrevista com você, já conversamos com seu agente e está tudo certo, aguardamos sua resposta. “

Arregalei os olhos e olhei para Header que estava de boca aberta.

– Não acredito! – Ela disse pulando do sofá. - Sua primeira entrevista!
– Eu... – Fiquei paralisada encarando o telefone. – Não acredito
– Eu disse que uma hora tudo ia dar certo para você! – Ela me abraçou forte enquanto dava pequenos gritos agudos.
– Será que o Dylan fez isso? – Parei para refletir
– Clara! Para com isso, sendo ele ou não, você sabe que nesse meio é impossível se dar bem se você não tiver a ajuda de alguém, se ele fez isso você deveria parar de reclamar e aceitar a oportunidade que você está tendo porque há um ano você nem sonharia com isso. – Disse séria.
– Tem razão – Sorri aliviada. – Que se foda, eu vou parar de reclamar de barriga cheia.
– Ótimo, assim que eu gosto de ver!

Depois de mais alguns surtos e telefonemas Header foi para casa e eu fui me arrumar para dormir, além do mais, já estava tarde. Peguei meu celular para conferir se havia mais alguma mensagem e vi que tinha uma ligação perdida de Dylan.

Liguei de volta.

– Alô?
– Oi, você me ligou?
– Ah, queria te parabenizar! Fiquei sabendo que a Magazine Star marcou uma entrevista com você...
– Ah, brigada – Sorri.
– Você pode me fazer um favor? – Escutei sua voz falhar um pouco.
– Fala – Suspeitei.
– Abre a porta.

Levantei da cama devagar e fui caminhando até a porta do meu apartamento. A sala estava escura e a preguiça apenas fez com que eu ligasse o abajur com luz amarela que ficava ao lado do sofá.

– Por que...? – Eu ia dizer mais alguma coisa quando me deparei com Dylan encostado no batente da porta com o celular na mão.
– Oi. – Disse surpresa
– Oi.
– O que você tá fazendo aqui? – Falei um pouco confusa desligando a ligação.
– Vim te ver – Sorriu sem graça.
– Por quê?- Disse sem entender onde ele queria chegar.
– Será que a gente pode conversar?
– De novo? – Disse cansada. – Eu não to a fim de conversar.
– Tá a fim do que então? – Me olhou sério. – Eu preciso saber o que você quer.

Ficamos em silêncio e eu considerei mandá-lo para merda, só que algo me impediu de que eu tomasse uma decisão por impulso. Então, ficamos nos encarando sem dizer nada, talvez estivéssemos tentando ler a mente um do outro, eu queria poder ler o que ele sentia por mim e ele parecia totalmente concentrado em cada movimento que eu fazia, fosse desviar o olhar ou cruzar os braços, eu até estava me sentido um pouco violada por estar sendo tão atentamente observada.

– O que você quer? – Perguntei a ele.
– Eu quero o que você quiser.
– Isso não é uma resposta – Olhei para baixo.

Ele seguiu meu olhar e hesitou em se aproximar.

– Eu vou ser sincero com você então – Disse sério. A seriedade dele estava me assustando um pouco, mas não de uma forma negativa, apenas nunca o tinha visto sem o sorriso malicioso e o charme que sempre transbordava autoconfiança.
– Tudo bem. – Concordei encostando-me ao batente a sua frente.
– Eu cometi erros, muitos e fui babaca, já me martirizei por isso... – Deu de ombros – Mas eu preciso continuar vivendo, seguir em frente.

Confesso que quando ele falou em seguir em frente senti um frio na barriga, talvez fosse aquele ponto final que esperei por tanto tempo chegando, mas não pensei que aquilo me deixaria desesperada.

– Tudo bem. – Disse seca enquanto fitava o chão.

Ele se aproximou e me puxou pela cintura.

– É. Só que eu não vou seguir em frente antes de fazer isso. – Me beijou.

Ah, maldito ponto final.


Deixei que meu corpo relaxasse e entrelacei meus braços em seu pescoço o arranhando de leve, o toque dele era suave e nem um pouco urgente, suas mãos vagavam pelo meu corpo e se misturavam ao meu cabelo o puxando levemente, senti um arrepio subindo pela minha espinha e acabei o puxando contra mim, fazendo com que seu tronco colasse ao meu.

Eu o queria, queria muito.

Talvez eu estivesse fazendo papel de ridícula, idiota por estar o aceitando, o beijando, talvez aquele fosse meu pedido ao destino para tomar mais um tapa na cara, só que a luta entre ser bacaca e ser racional estava me deixando louca. Talvez ele fosse um erro, mas era um erro que eu queria repetir.


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