A Âncora escrita por Nice Chick


Capítulo 3
Á luz das estrelas


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, semana de provas :(



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Os dias seguintes foram os melhores da minha vida. Entre beijos e abraços, tudo parecia melhor. O mar mais azul, a areia mais fina, o sol mais quente. Acabou que Mathew fazia muito bem o papel de namorado. Apesar de a amizade ser mais fácil, o namoro era melhor. Não sei porque, mas depois que começamos a namorar todos pareciam gostar mais de mim mesmo que eu não gostasse deles.

Naquele momento meus pensamentos foram interrompidos pela demônia tentando explicar equação de segundo grau. Nunca gostei dela por vários motivos, mas nesse dia nem ela podia me irritar.

– Então, a equação de segundo grau trata-se de igualdades algébricas caracterizadas pela ocorrência de uma variável com expoente 2. Em geral, podemos dizer que uma equação do 2° grau é da forma ax² + bx + c = 0 - disse Aline (continua um nome horrível) enquanto fazia gestos com a mão e escrevia no quadro negro atrás dela.

“Trin”. O sinal finalmente tocou. Mathew e eu fugimos da multidão de alunos loucos para sair dali e fomos para cafeteria encontrar Sophia e Philipe. Mathew ainda olhava torto para Philipe, mas Sophia estava fazendo de tudo para que tudo voltasse ao normal.

– Nesse final de semana meus pais vão viajar, então vou fazer uma festa nos chalés, querem ir? - a riqueza de Sophia me assustava. Como alguém podia ter uma área de chalés em sua própria casa?

– Claro - disse apressada. Seria uma boa chance para Mathew e Philipe se reconciliassem e para eu e Mathew ficarmos sozinhos - mas como vai ser? Vamos dormir lá?

– Sim. Já preparei dois chalés. Um para eu e Philipe e um para vocês dois.

Certamente foi um momento estranho. Já que Mathew e eu ainda não tínhamos dormidos juntos ficamos vermelhos, mas Sophia nada comentou, apenas sorriu. Conversamos muito depois para decidir como seria a festa já que desde que a conheço Sophia e eu planejamos todas as festas juntas.

Depois da aula pegamos o carro e saímos da cidade. Fomos para uma praia deserta na saída de Long Island. A estrada estava vazia, mas era duvidosa, uma simples dose de tequila podia fazer alguém mudar sua opinião sobre ela. A praia era um lugar bonito com águas tão claras que era possível ver seus pés andarem sobre as pedras lisas no fundo do rio. Dessa vez fomos sozinhos, sem pessoas para comentar e zoar nossas atitudes.

Minha blusa azul amarrotada cobria apenas meu biquíni. O short jeans que usava era meu preferido. Subitamente nossa conversa mudou de direção

– Então... Para a festa da Sophia, preciso levar proteção? – disse Mathew tirando uma camisinha do bolso. Fiquei tão envergonhada que me encolher em um buraco negro, mas ao mesmo tempo não queria parecer uma virgem bobinha

– Acho que sim - disse confiante - mas não essa.

Tudo que podia sentir ao mesmo tempo senti. Vergonha, nervosismo, amor, medo, afeição, angústia, ânimo, ardor, bondade, calmaria, carência.

Olhei para Mathew enquanto tirava minha blusa e meu short e corria para o mar. Mathew veio logo em seguida. A água estava calma, mas nós estávamos agitados.

Mathew me agarrou por trás e beijou meu pescoço. Em poucos segundos nos beijamos em um ritmo rápido, mas a sensação era de que o tempo estava parado.

Minutos depois paramos. Mathew tirou o calção e a parte de cima do meu biquíni. Rapidamente nossas roupas se encontravam jogadas na areia. Sorrimos.

Mais tarde liguei para Laura. Queria lhe contar tudo e matar a saudade que estava me comendo por dentro. Depois de horas de conversa, Sophia me chamou para fazer compras.

Convenci minha mãe a me dar dinheiro e sai com Sophia para comprar roupa. Queria comprar lingerie, já tinha a roupa perfeita para a festa, mas não para depois dela.

– Que tal essa? – disse Sophia segurando uma cinta-liga vermelha.

– Quero ficar bonita não puta!

Depois de brigar muito escolhemos um par. Era um conjunto simples vermelho rendado. Delicado e sexy ao mesmo tempo, como eu queria. De lá fomos direto para a casa da Sophia para nos arrumar e terminar os últimos preparativos para a festa. Tudo estava lindo, mas claramente Sophia havia torrado todo seu dinheiro na festa.

Quando a festa finalmente começou fui encontrar Mathew no píer. Estava usando um vestido preto simples com mangas rendadas e o decote do tamanho certo.

– Oi – disse beijando-o rapidamente.

– Oi – respondeu Mathew. De repente ele me agarrou e me beijou um demorado.

– O que foi isso?

– Felicidade – respondeu ele sorrindo.

Philipe estava do seu lado comendo algo puta, como sempre.

– Então – disse olhando aquela cena – as duas crianças fizeram as pazes?

– Acho que sim... Quer beber?

Bem, o resto da noite pode-se imaginar.

Drogados e bêbados, Mathew e eu fomos para o topo da colina olhar as estrelas. A relva verde enfeitada com gotas da chuva daquela tarde trazia alegria aqueles que as viam. Junto a beijos e risadas, criávamos nossas próprias constelações. As estrelas brilhavam no céu azul e a lua cheia parecia chamar a todos para uma grande festa.

Estávamos felizes. Mas como tudo na minha vida, minha felicidade não podia durar. Algo tinha que acontecer.


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