As Aventuras da Maga Alice escrita por Fada Dos Tomates


Capítulo 30
Eu odeio a Dragon Ray Purple? Ou a amo?


Notas iniciais do capítulo

Esse vai ser o ultimo dia deles no Mundo das almas perdidas



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POV ALICE

Acordei com Diego me chamando desesperado e estupefato.

–Alice, Alice acorda! – me sacudia – Ah, graças a Deus está viva!

Deu-me um abraço apertado.

–Eu estava tão preocupado com você! – parecia emocionado.

–O que aconteceu quando eu desmaiei? – perguntei confusa.

–Dragon Ray Purple foi embora e Ao curou você, mas não acordava por isso fiquei aflito... – respondeu Diego meio corado.

Também corei. O que eu estava pensando?

–Ah... – assimilei o que ele disse e me endireitei.

Dragon Ray Purple disse que eu era igual a ela e tinha razão. A minha vida toda eu afastei as pessoas sem nem perceber, machuquei muitos e ignorei sua dor. Eu era exatamente como ela mesmo que eu não quisesse ser, agora compreendi por que ela me chamou de covarde. Ela quis dizer para eu lutar contra o mundo e eu a obedeci, ferindo todos. Só que eu não quero isso, não quero fazer as pessoas sofrerem.

–Eu... – comecei a dizer - *Watashi wa Dragon Ray Purple kirai ga! Kirai! Kirai! Daikirai! Sore wo kirai!

Comecei a gritar em japonês e a chorar, eu não queria ser como ela por isso a odiava. Diego tentou me acalmar.

–Shh, acalme-se Alice. Calma. – dizia ele suavemente – Gritar não resolverá nada.

O abracei e fiquei chorando em seu ombro, Ao não gostou nada disso.

–Alice... – percebi sua expressão e soltei Diego – Por que você não lutou?

–É que... – eu não estava com vontade de dizer-lhe a verdade.

–Você não quer se unir a ela, não é? – ele já estava com lágrimas nos olhos, magoado.

Olhei pra baixo com pesar, eu também o estava machucando.

–Você não quer ficar comigo? – indagou com voz chorosa – Não me ama?

Morri de pena dele, mas não queria olhar em seus olhos.

–É por isso que a Dragon Ray Purple me machuca. Porque na verdade você me odeia. – deduziu.

–Não Ao, eu jamais o odiaria. – neguei querendo que ele compreendesse.

–Então por que você me fere? Por quê? – se alterou.

–Eu não sei. – comecei a chorar também – Eu não queria.

–Eu amo você e você me odeia! – ele parecia inconsolável.

–Eu não odeio você! – discordei – Odeio a Dragon Ray Purple!

Sua expressão mudou para confuso.

–Eu não quero machucá-lo, não quero ser como ela. – expliquei em meio às lágrimas – E agora percebi que sempre fui igual a ela, mas não quero!

–Você... Não quer? – perguntou Ao perplexo.

–Não! Nunca! – respondi.

–Mas... Você... precisa! – ele ficou desesperado, colocou as mãos na cabeça, de olhos arregalados.

–Eu me recuso a ser como ela! – falei com raiva.

–Não! Você tem que ser como ela! Tem que ser! – dizia feito um louco em crise – Senão...

–Alice não será como Dragon Ray Purple porque sabe que se fizer isso se unirá com sua alma, ela que voltar pra casa e não ficar aqui! – disse Diego.

–Eu... – Ao estava mais apavorado que nunca e saiu correndo se trancando no quarto.

Lancei um olhar de reprovação a Diego.

–Ao! – bati na porta – Ao abra a porta, por favor!

–Vai embora!Você já disse que não quer ficar aqui! Não quer ficar comigo! – falou ele.

–Ao me desculpa, mas eu não posso ficar, tenho uma família. – expliquei.

–Eu posso ser sua família. – propôs – Eu posso ser tudo para você: um gato, um amigo, um namorado, um... marido.

–Ao... – eu não sabia o que dizer, aquilo era até um pouco assustador.

–Eu a amarei mais do que qualquer outra coisa, farei tudo o que você quiser, darei tudo o que você pedir. – tentava me cativar.

Fiquei quente, não só de vergonha, também de receio.

–Alice não ficará aqui nem que você dê ouro pra ela. – intrometeu-se Diego.

–Tira ele daqui! – pediu Ao.

–Diego pode nos deixar a sós? – perguntei gentilmente.

Ele suspirou e foi embora. Ao abriu uma fresta da porta e me espiou.

–Ao me deixe entrar. – pedi.

Ele deixou.

–Alice, eu darei tudo a você, casas, ou até castelos, esse mundo será nosso reino e você pode ter outros, posso até mesmo dar filhos pra você.

Fiquei muito assustada com o comentário, aquilo estava me deixando arrepiada.

–Ao me perdoe, mas não posso ficar... – fiquei cabisbaixa.

–Por quê? Eu não entendo seu coração, por que sempre diz isso?

–Deusa falou dos prejuízos que ia causar, eu morreria de qualquer forma e você não aguentaria isso de novo. – contei.

–Não faz sentido você morrer! Eu não entendo...

–Ao me escute, lute contra isso!

–Meu coração cairá em mil pedaços se você me deixar! – ele já estava exagerando.

–Não quero machucá-lo, mas não há outra opção menos dolorosa. – expliquei.

–Você é minha única razão para viver, e eu nem posso morrer.

–Você vai ter que aguentar essa dor. – me segurei pra não chorar.

–Amo você há tanto tempo e já fiz loucuras por você, já destruí milhões de coisas deste lugar e eu também posso destruir aquele...

–Por favor... – eu sabia o que ele queria dizer.

–Ele que está interferindo...

–Ao... – tentei chamá-lo, mas parecia em transe.

–Eu quero tanto você!

–Ao! –gritei e ele parou de falar.

–Ao você tem que parar com isso! – fiquei preocupada.

–Mas eu amo você! – ele se ajoelhou – A quero mais que qualquer coisa no mundo!

–Ao pare, isso já está muito estranho! – me afastei um pouco – Essa coisa de “marido” e “filhos”...

–Eu quero ser seu marido e dar filhos a você.

–Mas... – fui andando pra trás e ele me seguiu – Ao...

–Por favor, eu já sofri demais! – implorava.

Até que bati de costas na porta e Ao me encurralou, estávamos a milímetros de distância, fiquei ofegante. Medo...

–Alice você está me enlouquecendo assim! – disse ele.

Acho que ele ia me beijar se eu não tivesse virado o rosto para o outro lado.

–Ao...

–Se eu me matar, o que seria impossível, eu iria para o inferno, mas viver também é um inferno. Eu não posso ficar a eternidade aqui sozinho, Alice. – muita tristeza passava por seus olhos. – Eu não aguento esse lugar injusto! Por que eu não posso ter ninguém? Por que eu não posso me apaixonar e viver feliz?

–Não sei Ao, eu também não sei. Mas o que sei é que eu não vou conseguir fazê-lo feliz. Eu não o amo tanto assim. – me arrependi de tê-lo dito.

–Eu... Sabia... Você nunca me amou...Mas por que eu amo você? – Ao chorou novamente.

Abracei ele.

Alguém bateu na porta.

–Alice, está tudo bem aí dentro? – era Diego.

–Sim. – respondi – Vá dormir, estamos bem.

Fomos pra cama, Ao continuava a chorar.

–Desculpa Alice, eu sou um bebê chorão! – se xingou.

–Não, você tem todo o motivo pra chorar. Eu choro por miseras coisas enquanto há milhões de pessoas em situações piores, como você.

–Mas você com certeza é mais importante do que eu, para sua família, para seus amigos, para o...Diego. – Ao ressentiu-se e virou para o lado.

–Diego me xingava e me tratava mal, você com certeza é mais educado, Diego é insensível.

Ao virou pra mim e olhou-me.

–Mas ele gosta mais de você do que pensa.

Ao me puxou pra perto de si e tremi, mas só o que ele fez foi me abraçar. Não dissemos mais nada somente dormimos.

No outro dia Ao não estava na cama quando acordei, também não estava em casa.

–Acho que ele saiu antes de acordarmos. – supôs Diego.

Resolvi procurá-lo,e encontrei logo, parado olhando ao longe.

–Ao! – chamei.

Ele me olhou tristonho, estava com o rosto avermelhado, esteve chorando.

–O que foi? – perguntei.

–Você não quer ficar, não quer se tornar uma só. – disse ele – Então vocês já podem ir embora, não vou impedi-los.

–Ao, me desculpe. – pedi desculpas.

–Pelo quê? Tudo o que você fez foi me ferir, estou magoado e isso dói muito. – ele estava indiferente mas ele realmente queria me fazer sentir culpada. – A vida é sua é você quem escolhe.

–Ao...

–Você vai ficar? – seus olhos brilharam em esperança.

–Hum, não. – respondi.

Ele baixou a cabeça frustrado.

–Isso... – começou a dizer, repentinamente se virou e apontou pra Diego – ISSO É TUDO CULPA SUA!

Correu até ele e deu-lhe socos, o derrubou e ficou em cima dele gritando:

–EU TE ODEIO! EU QUERO MATAR VOCÊ! EU VOU MATAR VOCÊ!

Tudo foi muito rápido: Dragon Ray Purple apareceu do nada e chutou Ao longe, ele rolou no chão e bateu as costas numa pedra. Murmurou:

–Dragon Ray Purple?

Enquanto ela ia até ele rapidamente com uma espada erguida, perfurou Ao e por incrível que pareça sangue saiu dele, seus olhos ficaram sem vida. Me apavorei e indaguei trêmula:

–Ele está vivo, não está?

Dragon Ray Purple me entreolhou.

–Essa era uma espada sagrada. – disse alguém, era Deusa – Foi melhor assim, agora ele está no paraíso, já sofreu o suficiente nesta vida.

–O quê?! – lágrimas não paravam de cair, desabei no chão perplexa – Morto?

Diego ficou tentando me acalmar, mas eu não conseguia parar de chorar. Em parte aquilo era minha culpa.

–Por quê?! Por que a minha alma? – perguntei com pesar.

–Sua alma se preocupa com você. – contou Deusa.

–Ah, tá certo. – debochei e olhei pra ela – Eu seria como você se você me pedisse, não precisava tê-lo matado.

Dragon Ray Purple foi até mim e me ergueu.

–Eu não quero que você seja igual a mim. – falou.

Todos nos calamos.

–Eu não entendo. – aquilo me confundiu.

De repente minha alma me puxa pra perto e me envolve em seus braços, ela me abraçou.

–Eu não quero que seja como eu porque eu amo você. – me surpreendi.

–Mas então por que me bateu? – perguntei.

–Porque você pediu, eu sempre farei o que pedir, eu luto por você porque te amo. – ela falou isso com tanta naturalidade que eu não sabia o que dizer – Eu não queria que você ficasse com Ao, senão seria infeliz, aqui não é o seu lugar.

Ela me largou.

–Eu sei que me odiava, mas só fiz tudo àquilo pra que entendesse que Ao não era a escolha certa. – explicou.

–Você até que é uma boa alma. – falei.

Ela não sorriu, mas soltou uma lágrima.

–Obrigada. – e foi embora.

Eu e Diego voltamos pra casa. Acordamos no chão da sala de estar e era o mesmo dia em que saímos de lá, no mesmo horário. Praticamente não tínhamos ido a lugar algum.

Resolvi não tocar mais no assunto de Ao, só espero que ele tenha criado seu próprio mundo lá no paraíso, com sua Dragon Ray Purple perfeita...


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Notas finais do capítulo

*Eu odeio a Dragon Ray Purple! Odeio!Odeio!Detesto!Odeio isso!
Eu:Todo mundo perdendo a cabeça e se odiando.
Alice:É, mas eu não sabia que ela me amava.
Eu:Ficou triste porque Ao morreu?
Alice:S-sim ~chorando~ Por que ele foi morrer?
Eu:Aposto que Diego ficou feliz com a morte dele.
Diego:Eu não ~reprime um sorriso~
Alice:Seu insensível! ~começa a brigar ~
Lucca:Pelo menos agora eu vou aparecer!
Sonya:Lembrando que estamos perto da batalha final.
Luna:O pior é que não vai ser o final.
Eu:Continuem lendo e favoritem, comentem, recomendem. O que é que custa? Suas mãos não vão cair!Preciso de apoio!



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