Oathkeeper escrita por Denise Miranda


Capítulo 41
Brienne




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Passaram quatro dias no mar até chegar na Ilha de Tarth. Brienne sabia que esse era o trajeto mais seguro, e ficou feliz em ter tomado a decisão certa. O azul da água em que se encontrava lembrava a pedra preciosa safira. Safiras!, lembrou-se de Jaime gritando para poder salvá-la, e percebeu que derramou uma lágrima. Oh, sua estúpida, sério que já está sentindo saudade dele?, se perguntou, lançando uma maldição para si mesma.

– Obrigada.

Agradeceu ao capitão do navio ao descer com seu cavalo e seus pertences. Ficou alguns instantes parada, apenas observando seu lar. Faz tanto tempo.

Logo ao desembarcar, já pôde perceber ao longe várias montanhas e ao lado cachoeiras; suas águas ferozes, caindo em cascatas azuis que se transformavam em espuma branca.

– Senhora Brienne. - Disse um dos guardas de Selwyn Tarth. - Muito bom vê-la novamente. Vejo que sua bochecha está com uma cicatriz.

A garota levou sua mão direita imediadamente para a bochecha, sentindo a saliência que tinha na mesma. Lembrou automaticamente de Dentadas, e sentiu um frio na espinha. Mesmo assim, sorriu antes de responder ao guarda:

– Sim, nós corremos perigos enquanto estamos na estrada. Muito bom vê-lo também, Sor.

– Posso escoltá-la até seu pai? - Perguntou o guarda, dando um sorriso brilhante.

Brienne de Tarth assentiu, e o homem pegou delicadamente seu braço, levando-a para seu pai. Nesse momento, ela até se sentia uma donzela de nobre nascimento, e não uma mulher que não sabia ser uma dama nem um cavaleiro.

Entrou no castelo de seu pai e respirou fundo, se permitindo dar um sorriso. Senti saudades de minha casa. Achei que nunca mais a veria.

O guarda a escoltou até o quarto que sabia que era de seu pai. Chegando na porta, a deixou sozinha e Brienne entrou. Seu pai estava deitado em sua cama de casal com sedas em azul marinho, que a muitos anos atrás também fora ocupada por sua falecida mãe. Selwyn fitava o teto quando ouviu o barulho da porta se abrindo, e seus olhos cor de safira se iluminaram ao ver a filha. Se levantou da cama em um salto, abrindo um enorme sorriso.

– Minha filha! - Disse, abrindo os braços. Brienne correu até ele.

– Pai!

E os dois se abraçaram por exatos cinco minutos.

– Fiquei tão preocupado com você, Brienne. Fico tão feliz que esteja viva. - Disse, olhando nos olhos da filha. Passou o dedo delicadamente pela bochecha da mesma. - O que houve com você?

Brienne abaixou os olhos, e tirou a mão de seu pai do seu rosto.

– Não foi nada demais, pai. O importante é que estou viva.

– Pretende ficar quanto tempo com seu velho pai? - Os olhos de Selwyn estavam brilhosos, quase que implorando que nunca mais fosse embora. Brienne deu um sorriso antes de continuar:

– Espero que muito tempo, pai. Está na hora de ficar em casa.

O que será que aconteceu com Jaime?, se pegou pensando, e logo seu sorriso sumiu.

– Pai, gostaria de descansar. Podemos conversar amanhã?

Selwyn Tarth assentiu alegremente, e Brienne saiu do quarto do mesmo, indo em direção ao pátio do castelo Solar do Entardecer.

Ouviu o som das espadas sem gume batendo numas nas outras, e uma onda de nostalgia a dominou. Lembro de quando eu era criança, adorava ver os meninos brincando com as espadas... E meu pai não deixava eu brincar com eles, se recordou, abrindo um sorriso. Mas eu brincava mesmo assim. E perdia. Então meu pai disse que se eu quisesse mesmo bater neles, deveria aprender como se fazia.

E, como já esperava, avistou Podrik treinando com um outro garoto que deveria ter quase a idade dele. Seu fiel escudeiro estava com uma espada na mão direita, e bloqueando os ataques do adversário com o escudo na mão esquerda. Brienne foi se aproximando devagar, e chamou:

– Podrik.

O mesmo congelou no momento, e se virou. Quando a viu, abriu um enorme sorriso, uma mistura de saudades e alívio. A Beleza de Tarth pôde ver que seus olhos ficaram levemente umedecidos ao vê-la.

– Minha senhora.

Disse, sua voz estava levemente mais grossa do que da última vez que Brienne a ouviu. Desajeitadamente, os dois se abraçaram. A dama de Tarth sentia uma ternura inexplicavelmente grande pelo garoto, e sabia que o sentimento era recíproco. Quando se soltaram, o mesmo estava com as bochechas coradas. Brienne o analisou por alguns instantes, antes de dizer, abrindo um sorriso torto:

– Vejo que está com mais músculos no braço. - Comentou. - Meu pai tem feito você treinar muito?

– Sim, minha Senhora. Seu pai é muito bom para mim. Estou virando um verdadeiro escudeiro.

– Você sempre foi um verdadeiro escudeiro. Só que agora está amadurecido, pronto para me ajudar em uma briga, eu suponho.

Ouvir aquilo, fez Podrik abrir um sorriso de orelha a orelha.

– Sim, Sor... Senhora. - Disse o menino, tropeçando nas palavras, e Brienne não pôde conter uma gargalhada, percebendo que sentiu muita falta dele.

– Bom, eu estou indo me deitar. Estou cansada da viagem. Bom treino, Podrik.

– Obrigado, Senhora. Descanse, até amanhã.

Se despediram com outro abraço apertado, e Brienne seguiu para seus aposentos.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor :3



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