Oathkeeper escrita por Denise Miranda


Capítulo 42
Jaime




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Jaime passou dias cavalgando, sem parar para comer ou dormir. Levava consigo apenas um odre de água, que enchia quando se aproximava de um riacho. Não conseguia se olhar por muito tempo no reflexo da água. Estava com olheiras, seu cabelo ensebado, e até com algumas rugas de preocupação no rosto, mas não era isso que o incomodava. Sempre que o Lannister se olhava, via sua irmã gêmea em seu lugar.

Eu a matei, pensou, pela milionésima vez. Não sentia o luto da morte de Cersei, era isso que o preocupava mais. Sentia por Tommem, e até pelo seu pai Tywin, mas não por ela. Por toda minha vida, acreditei que ficaríamos juntos. Eu a amava. Nascemos juntos, deveríamos morrer juntos. Mas ela se tornou um monstro, e tudo que eu sinto por sua morte é alívio.

Após dez dias cavalgando, o Lannister foi obrigado a parar em uma estalagem para pedir comida. Seu estômago doía, e sabia que morreria se não colocasse algo nele. Mas foi a única exceção. Prometeu que só comeria novamente quando chegasse em seu destino, que foi o que aconteceu após uma quinzena.

Jaime estava tão cansado, que quando viu Rochedo Casterly se aproximando, com os grandes montes de pedra, começou a chorar de felicidade.

Ao passar pelos portões, os guardas o reconheceram imediatamente. Mais pela sua mão dourada do que sua aparência, ele sabia.

– Sor Jaime! - Gritavam os guardas, ajudando-o a descer de seu cavalo. - O Senhor está machucado? Parece muito abatido.

E continuaram a falar, mas o leão não os ouvia mais.

– Comida. - Disse, sua voz rouca e não mais alto do que um sussurro. - Comida. Água. Um banho. Brienne.

Foram seus quatro pedidos, e os guardas ficaram se entreolhando por alguns instantes, antes de atender ao seu novo Senhor de Rochedo Casterly. Deram comida, água e depois um banho quente.

Enquanto o Lannister relaxava seus músculos na banheira, pôde pensar um pouco na mulher que amava. Oh, Brienne, será que está pensando em mim?, se perguntava, se achando um tolo. Eu estou bem, minha garota. Eu estou bem.

Jaime saiu do banho quase recuperado da viagem. Sua barriga estava cheia, e agora seu corpo cheirava melhor. Lavou seu rosto inúmeras vezes, com a intenção de tirar com a água suas olheiras e suas rugas, mas sabia que era impossível. Parece que envelheci cem anos desde que parti de Porto Real, percebeu, fitando seu reflexo no espelho.

Andou devagar pelos corredores do castelo, afim de chegar no quarto que sabia ser do Meistre de Rochedo. Bateu na porta duas vezes antes de entrar.

– Sor Jaime, - disse o velho enrugado - por favor, entre. Sente-se. Em que posso ajudar? Está se sentindo bem?

O Lannister levantou sua mão de ouro antes de dizer:

– Estou ótimo, obrigado. Gostaria de mandar um corvo.

– Ótimo, sem problemas.

O velho se levantou da cadeira e, devagar, foi buscar pergaminho e tinta, entregando na mesa à frente de Jaime.

O Lannister escreveu o que já havia ensaiado na sua cabeça várias vezes.

Mandaria um corvo para a Fortaleza dos Umber, onde sabia que Brienne se encontrava.

"Aqui é Jaime Lannister, solicito que mande Brienne de Tarth em viagem para Rochedo Casterly, ao meu encontro."

Tinha que ser vago e formal. Se fosse uma carta que sabia que chegaria apenas nas mãos de Brienne, poderia ser totalmente diferente, mas sabia que os nortenhos abririam antes.

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Após quatro dias que estava estabelecido no Rochedo, Jaime recebeu um corvo vindo da Fortaleza do Grande Jon Umber. Seu coração se acelerou e suas mãos começaram a suar. Oh, parece que estou a uma eternidade esperando a resposta, pensou. Mas, quando viu que era uma carta do nortenho explicando que Brienne foi embora para Tarth, Jaime sentiu seu coração gelado. Ah, Brienne, vou demorar mais ainda pra te ver de novo, garota. Será que está pensando em mim?

– Gostaria de um pergaminho e tinta. - Disse para o Meistre, que se apressou em atendê-lo.

O leão ficou fitando o pergaminho em branco por alguns instantes. Respirou fundo e percebeu que não sabia o que escrever. Por fim, pegou a pena, molhou na tinta, e começou:

"Brienne, minha garota. Venha para Rochedo Casterly, estou à sua espera. Eu a amo."

Dobrou o pergaminho e pegou o selo dos Lannisters. Feito isso, entregou ao velho Meistre, que perguntou, antes de enviar à um corvo:

– Para onde é o destino dessa carta, Senhor?

– Para a Ilha de Tarth. - Tenho grandes planos para nós, garota, se pegou pensando e finalmente conseguiu abrir um pequeno sorriso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado



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