Os sete filhos da rainha escrita por Florrie


Capítulo 28
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Notas iniciais do capítulo

Estou entrando em uma maratona de trabalhos, então provavelmente terei de desacelerar um pouco a escrita - que já não é exatamente a coisa mais rápida do mundo.
Espero que gostem :)



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O grande salão estava cheio de vozes, mas nenhuma pessoa podia ser vista. Sussurros entre meninas, galanteios de rapazes, risadas, suspiros e a voz do bardo. Bella podia ouvir tudo, mas o salão continuava vazio. Que sonho mais estranho pensou. Todos os seus sonhos eram estranhos, ela os sentia vividos demais, intensos demais, contudo, este em particular se mostrava com demasiada estranheza. Um aperto conhecido no seu coração a fez temer pelo que viria a seguir. Bella quase tinha esquecido como era aquela sensação, já fazia algumas semanas que não sonhava.

Você é a dama mais bela desse salão milady. A voz se sobressaltou entre as outras. Era o seu irmão, Joffrey. Ele usava o seu tom cortês, Bella podia imaginá-lo com um sorrido convencido nos lábios e os olhos verdes brilhando de excitação.

Você devia ter visto o torneio da mão... Foi formidável. A outra voz era conhecida, mas ela precisou de alguns segundos para reconhecer que se tratava de Cerenna. Bella girou o corpo procurando pela a garota com seu olhar atrevido. Não encontrou nada.

– Alguém está aqui? – Perguntou e como resposta os ruídos aumentaram fazendo sua cabeça doer.

O bardo passou a tocar algo animado, as moças soltaram gritinhos e os homens brindaram entre si. Ela caiu de joelhos com as mãos na cabeça e rezou para que a dor parasse. Rezou para que os sonhos tivessem fim. Eu prometo que vou ser boa e gentil... Eu juro, eu juro, eu juro... Como se para mostrar que a estavam ouvindo, as vozes se calaram e a musica parou.

Bella quase sorriu.

Sua felicidade durou até perceber que não estava mais sozinha no salão.

Ainda ajoelhada ela olhou para o lado e notou dois rapazes a observando, de primeiro eles pareceram assustadores com seus olhares sérios, mas então ela os reconheceu. Gendry e Edric, seu coração pulou de alegria. Levantou-se rapidamente e correu até eles. Chegou primeiro até Gendry e pegou suas mãos. Talvez o sonho não fosse ruim afinal.

– Gendry. – Ela o chamou sorridente, mas ele não lhe respondeu. Na verdade, depois de uma segunda olhada, ela notou que seus olhos não se moviam. A tempestade que habitava os orbes azuis não estava mais lá, tudo o que sobrou foi o frio. – Irmão?

Novamente sem resposta. Ela deu um passo para trás assustada e então foi até Edric. O mesmo acontecia com o mais novo. Olhos gelados e expressão séria. Quero acordar, quero ver Robb deitado do meu lado e Jeyne vindo me despertar de manhã, pelos Deuses, até mesmo prefiro ver Roslin Frey a isso... Ela fechou os olhos com força e quando abriu continuava no salão, mas os seus irmãos haviam desaparecido.

O alivio veio e foi embora quando ela se virou e notou duas camas. As camas, ela tinha sonhado com essas camas antes. Bella respirou fundo tentando conter o nervosismo e se aproximou cautelosa. Não precisou chegar muito perto para ver Gendry e Edric deitados. O que isso significa? Perguntou-se. Não fazia sentido nenhum ver seus irmãos dormindo em seus sonhos.

– Gendry? Edric? – Chamou, mas não teve resposta.

As camas sumiram e ela ouviu algo atrás de si. Risos e estes eram conhecidos. Ela virou-se e notou Gendry e Edric de pé, um ao lado do outro. Eles pareciam partilhar de alguma piada, mas logo depois algo pingou do nariz de um deles. Sangue. E logo depois os dois estavam sangrando. O liquido vermelho escorria e caia no chão formando uma poça. Os dois continuavam rindo enquanto seu sangue caia no chão em uma quantidade assustadora. A poça aumentava e aumentava até chegar perto dos seus sapatos. Gendry caiu de joelhos, ainda rindo, e logo depois foi à vez de Edric.

Sangue e mais sangue.

Um grito sofrido soou no salão e os risos pararam.

A confusão de vozes voltou; dessa vez tão forte que ela achou que sua cabeça fosse explodir. Bella tentou entender alguma coisa, mas tudo era muito aleatório e desconexo. Traidor... Morte... Eu prometo que ela será boa, eu prometo... Morte... Fuja... Morte... Não, não, não... Morte... Eu lhe condeno... Morte...

Morte...

A poça de sangue continuou a aumentar.

Morte...

As paredes ganharam manchas vermelho vivo.

Morte...

– Pare... Pare... – Caiu de joelhos novamente e sentiu o sangue do chão lhe sujar o vestido. – PARE!

Com o grito ela abriu os olhos e então se viu de volta aos seus aposentos em Winterfell. Os braços de Robb se apertaram ao seu redor e ela nunca esteve não feliz em vê-lo desde que se casaram. O rapaz a olhou assustado e antes que pudesse perguntar alguma coisa ela o beijou calorosamente.

Ele estava genuinamente surpreso.

– Você está bem? – Perguntou.

– Foi apenas um pesadelo. – Ela respondeu ainda tremendo.

– Quer que eu mande chamar o Meistre? – Ela acenou negativamente com a cabeça.

– Só vamos voltar a dormir.



Quando amanheceu ela e Robb acordaram quase que na mesma hora. Há um pouco mais de um mês havia se tornado rotina ele dormir em seus aposentos. O Norte ficava cada dia mais frio e o corpo do senhor seu marido era uma forma agradável de se aquecer. Ela também não podia negar que achava a presença dele bastante prazerosa ou pelo menos na maioria do tempo.

Bella levantou-se da cama e escolheu um vestido vermelho. Ela não chamou Jeyne ou alguma criada para ajudá-la, Robb tinha tomado gosto por apertar seu espartilho e prender os botões do tecido. Foi engraçado quando ele tentou fazer da primeira vez, atrapalhou-se todo e ela teve de rir, seu marido corou um tanto irritado e continuou tentando até conseguir. Hoje ele fazia tudo eficientemente.

Depois de terminar de ajudá-la, ela se dispôs a amarrar os nós da roupa dele e prender os botões.

– Sabe dizer se alguma carta de Porto Real chegou? O casamento deve ter ocorrido e Tommen prometeu escrever tudo sobre a festa.

Um sentimento conhecido se apoderou dela. Pensar em seu irmão casado com Margaery ainda lhe dava raiva. Mas não é algo que eu possa mudar, nada impediria esse casamento, isso era fato, e mesmo se impedisse, para que serviria? Não é como se ela pudesse casar-se com ele de qualquer maneira, não eram Targaryen. E eu tenho Robb, Bella não o amava, mas sabia que gostava de quando caminhavam juntos, de quando ela jogava neve em seu rosto e seus olhos brilhavam com o desafio ou de como ele às vezes perguntava sua opinião em questões que a maioria dos maridos não perguntaria. Não era amor, não era aquele calor intenso que costumava sentir quando estava com Gendry, mas era um formigamento estranho na barriga que ela nunca tinha sentido antes, uma sensação boa o suficiente para fazê-la encontrar alguns encantos em Winterfell – apenas alguns, ela ainda sentia muita falta de ser uma princesa em Porto Real.

Pensar em tudo isso, entretanto, não foi o suficiente para fazer a raiva ir embora. Ela simplesmente não gostava de Margaery, aquela coisinha petulante adorava fingir ser a mais graciosa e benevolente das mulheres. Gendry estaria melhor com alguma garotinha tola e ingênua, alguém que soubesse o seu lugar e não se achasse melhor do que ela.

– Você ficou calada der repente. – A voz de Robb lhe trouxe de volta a realidade. – Ouviu o que eu disse?

– Desculpe, pode repetir?

– Não chegou nenhuma carta, não de Porto Real pelo menos, eu teria mandado lhe avisar imediatamente. – Ele disse. – Mas chegou noticias do Ninho.

Aquele assunto. Ela fechou a cara imediatamente.

– Sua mãe já chegou ao Vale?

– Aparentemente sim, deve estar no Ninho em breve.

– Ótimo, espero que ela coloque algum senso na cabeça da sua tia. – Lysa Arryn, aquela mulher louca, havia raptado seu tio e feito sérias acusações. Quando a noticia chegou a Winterfell, Bella não soube imediatamente. Robb temeu contá-la, e com razão, assim que seu esposo lhe deu a noticia, ela teve um ataque de raiva. Por sorte tudo ocorreu nos aposentos deles onde ela pôde xingar Lady Lysa de todos os nomes possíveis sem que Catelyn Stark escutasse.

Tudo havia ficado pior quando, depois que a mãe de Robb partiu, os boatos do que acontecia nas Terras Fluviais alcançaram Winterfell. Saques, assassinatos, colheitas inteiras queimadas, tudo isso era promovido por um grupo sem estandarte liderado por um homem que mais parecia um monstro, as pessoas já tinham certeza de se tratar de homens dos Lannister. Alguns homens a olharam de modo diferente depois disso, quase como se ela mesma tivesse pegado uma pira e ateado fogo nas terras ao sul.

Sua posição naquele castelo começava a ser desafiada, ela sabia disso, e um herdeiro viria a acalmar a situação, contudo, sua barriga continuava tão lisa quanto antes.

– A paz será feita e as acusações contra seu tio serão esclarecidas. – Robb disse e ela revirou os olhos.

– As acusações infundadas contra o meu tio. – Lady Lysa deveria ser julgada por tamanha afronta, Bella mordeu sua língua para evitar dizer o que não devia. – Não falemos sobre isso hoje, está um dia agradável e eu adoraria cavalgar com Jeyne.

– Quer que a acompanhe? Não há muita coisa para se fazer hoje, as coisas andam calmas e serenas.

– Será um prazer.

Ela respondeu sorrindo.

No desjejum ela comeu pão com mel, queijo e bebeu leite. Robb não comeu com ela, assim que ele saiu do quarto um de seus homens se aproximou o levando para longe. Contudo não houve problema, ele ainda lhe prometeu que apareceria na cavalgada, mas mesmo se não o fizesse ela poderia passar a tarde apenas com Jeyne.

Depois de comer ela e Jeyne foram para os estábulos onde encontraram três guardas para acompanhá-las. Sor Balon Swann também foi convidado a ir e não saiu do seu lado à medida que deixavam para trás as muralhas de Winterfell. Sor Balon chamava a atenção das poucas jovens da vila inverno, ele, contudo, as ignorava solenemente e apenas dizia alguma coisa quando a própria princesa lhe dirigia a palavra. Bella apreciava o cavaleiro e não gostava de pensar no dia em que ele tivesse que partir para Porto Real.

Minha ultima ligação com a corte.

– Bella. – Jeyne a chamou assim que chegaram ao grande campo. – Olhe toda essa neve.

O chão, antes verde escuro, agora era coberto por um longo tapete branco. Bella sorriu pensando no pequeno Tommen que sempre quis conhecer a neve. Talvez eu possa convidá-lo, sua mãe provavelmente não gostaria da idéia do seu garotinho viajar uma distancia tão grande, mas Bella poderia convencê-la e quem sabe não conseguia trazer Myrcella e Joff também.

– Uma corrida até as arvores? – Perguntou e Jeyne respondeu com um sorriso.

O vento gelado bateu no seu rosto como pequenas laminas, mas ela não se importou, não hoje. Seu cavalo correu acompanhado de perto pelo de Sor Balon. Jeyne rapidamente ficou para trás e ela foi a primeira a chegar até as arvores. Um cheiro doce invadiu seu olfato e Bella procurou por entre a vegetação parcialmente escondida na neve o motivo. Rosas de inverno.

– Não sabia que elas cresciam em tais tempos. – Comentou puxando as rédeas do cavalo.

– Talvez seja um bom pressagio minha princesa. – Sor Balon respondeu lhe arrancando alguns risos.

– Talvez seja. – Talvez os pesadelos parem ou talvez ela estivesse apenas sendo tola em cogitar tal hipótese. – Seria ótimo ter boas noticias.


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O dia amanheceu cinzento e terrivelmente frio.

Joy estava no lado de fora observando o rio. Naquela manhã em especial, a garota pensava no pai. Gerion Lannister tinha sido um homem bom e sorridente, ou pelo menos era o que lhe contavam. Quando ele embarcou em seu navio para encontrar Brilhante rugido, ela não passava de uma criança pequena. Ele costumava rir para mim e jogar-me para o alto, aquela era uma das pouquíssimas lembranças que tinha. Na verdade, era algo mais como uma sensação. Joy não podia dizer como o pai se parecia, mas reconheceria sua risada se tornasse a ouvi-la.

Quando ele partiu e não voltou, ela passou a ser solitária. Seu tio Tywin nunca foi o mais carinhoso dos homens e ela sempre soube sua opinião sobre bastardos. Joy tinha seu lugar no Rochedo Casterly apenas por ter sangue Lannister, tio tywin sempre deu muita importância ao sangue. Ela era quieta e tentava a todo custo se tornar invisível, a solidão era uma companheira conhecida.

Joy temia o dia que seu tio fosse finalmente dar finalidade a sua existência e lhe casasse com algum senhor horrível que não fosse bom o bastante para uma menina legitima – mas o suficiente para uma bastarda. Seus medos se acalmaram um pouco quando ela foi mandada para Porto Real. A corte sempre fora cruel com pessoas como ela, mas os sussurros eram melhores do que os olhares gelados de Lorde Tywin.

E agora estou suficientemente longe e segura. Joy sorriu. Seu sorriso costumava ser algo raro. Pode me ouvir pai? Perguntou; estou sorrindo agora e dessa vez não estou fingindo.

– Milady? – Uma criada se aproximou nervosa. Janei havia chegado grávida e tinha dado a luz há um lindo garotinho um mês atrás. Joy gostava da idéia de ter outras crianças no castelo quando seu bebê viesse ao mundo. – Corvos chegaram mais cedo.

– Boas noticias eu espero.

O olhar na mulher lhe dizia que ela estava errada. O sorriso que antes carregava desapareceu.

– Algo ruim?

A ultima vez que receberam cartas foi há quase dois meses quando o Rei legitimou Jon. Asas escuras, palavras escuras, era o que seu marido dizia, mas até o momento só houve boas noticias. Não deve ser nada muito ruim, nada que abalaria sua paz.

– Eu não sei bem minha senhora. – Respondeu. – Mas senhor Jon parecia extremamente preocupado quando conversou com Janos.

– Talvez sejam problemas com os agricultores do leste. – Disse.

Janei não parecia tão convencida.

– Senhor Jon mandou procurá-la. – A criada falou.

Joy olhou para o Faca branca e pensou mais uma vez no pai antes de enlaçar seu braço no de Janei para voltarem juntas ao castelo.




Joy estava descansando no quarto. Ela alisava sua barriga enquanto imaginava como seu filho ou filha seria. Desejava que fosse parecido com Jon, um pequeno garotinho de cabelos negros e olhos cinzentos, ou quem sabe uma menininha parecida com a jovem Arya. Ela se remexeu nas almofadas tentando ficar confortável, Janei notou seu esforço e se levantou para ajudá-la.

– Está melhor? – Perguntou gentilmente depois de mexer em algumas almofadas. – Quando estava com a barriga desse tamanho costumava ficar desconfortável também.

– Conto os dias para o bebê nascer.

– Será uma grande alegria milady.

– Sim, será. Robb Stark virá nos visitar junto com Bella, será bom rever minha prima. – A Senhora Catelyn não estaria com eles, Joy esperava. A mulher tinha sido gentil com ela, mas Joy não era uma tola para não notar o modo como olhava para Jon, como se ele fosse algum tipo de ladrão. – Olly poderá brincar com o bebê, eles poderão ser grandes amigos.

– Isso seria maravilhoso.

Alguém bateu na porta e momentos depois Jon entrou com uma expressão estranha.

– Gostaria de ficar a sós com minha esposa. – Ele disse calmamente. Janei assentiu e saiu apressada fechando a porta atrás de si. Jon suspirou e passou a mãos pelos cabelos. – Como está se sentindo?

– Muito bem. – Respondeu. – Mas acho que não posso dizer o mesmo de você.

Ele se aproximou e sentou-se na cama ao lado das suas pernas.

– Corvos chegaram mais cedo.

– Estou sabendo. – Ela pegou a mão dele como se aquele gesto pudesse lhe tirar um pouco do peso das suas costas. – O que aconteceu?

– Noticias de Porto Real.

Seu peito se agitou.

– É muito ruim.

Sua falta da resposta a deixou ainda mais aflita.

– Eu preferia lhe proteger disso, mas uma noticia como essa viajará pelo reino e em breve você iria saber.

– Está me assustando desse jeito Jon. – Joy respondeu irritada. – Diga-me logo, o que foi? Eu não sou tão fraca assim.

– Algo aconteceu com o Rei.


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Eddard Stark observou o garoto dourado sentar-se no trono. Isso é um absurdo, pensou, o irmão nem mesmo morreu ainda. Ele era a Mão do Rei, mas Joffrey Baratheon era aquele sentado no trono de ferro, ao menos teve a decência de não usar a coroa de Gendry. O homem ouviu calado o discurso do jovem rapaz e de como ele prometeu entregar a cabeça do traidor que atentou contra a vida dos seus irmãos.

Ned procurou pelas filhas e não as encontrou em lugar nenhum. Arya não saia do quarto ultimamente e Sansa, sua pobre menina deveria estar ao lado de Edric, chorando e rezando pela sua recuperação. O Rei e o príncipe permaneciam adormecidos e sem qualquer sinal de que sobreviveriam. O príncipe dornês, principal responsável por salvar os dois rapazes, disse que não havia qualquer garantia que eles viriam a sobreviver por muito tempo.

Outra pessoa não vista era a própria Rainha viúva Cersei. Esta tinha estado no quarto do seu primogênito desde o primeiro dia.

– Espero que pelo menos um deles acorde. – A voz da víbora vermelha soou baixa atrás dele. – Pode imaginar esse menino como Rei?

– Ele não é Rei.

– Mas será caso os mais velhos não dêem qualquer sinal de vida.

Ned sentiu um arrepio subir a espinha. Ele não é filho de Robert, é um bastardo Lannister, se os irmãos morrerem, o trono deve pertencer a Mya Baratheon. O que devo fazer? A carta de Stannis continuava guardada em seus aposentos e outra tinha chegado há alguns dias, entregue por um mensageiro. Nela o homem falava sobre fazer justiça, sobre tirar os filhos da Lannister de Porto Real e entregar o trono para o verdadeiro herdeiro.

– Tempos difíceis estão por vir. – Oberyn disse ao seu lado. – Lhe darei um conselho Lorde Stark, pegue seus filhos e volte para o Norte. Intrigas da corte não foram feitas para você.

– Sou a Mão do Rei.

– Não acredito que vá durar por muito tempo. – Respondeu. – Eu mesmo pegarei meu pessoal e irei embora, vim para um casamento, mas aparentemente não teremos um tão cedo.

E os Tyrell não estão satisfeitos com isso.

– Se o senhor permitir, posso levar sua filha mais nova, a jovem Arya comigo. Meu irmão tem vários protegidos no Jardim das Águas, ela pode fazer amizade com minhas filhas mais novas e se adaptar ao clima dornês. Soube que provavelmente teremos um casamento entre os Stark e os Dayne.

– Nada é certo.

– Se me lembro bem, no passado, um casamento entre essas duas casas deveria ter ocorrido. – Ele olhou abruptamente para o rosto do homem. – Lembro de como se encantou pela a bela Ashara, Lorde Stark.

– Isso ficou no passado.

– O passado tem essa estranha mania de voltar para nos aterrorizar. – Oberyn respondeu. – Sua filha estará mais segura em Dorne, eu lhe garanto.

– Arya ainda é jovem, tem algum tempo antes de se casar. – Disse. – Agradeço ao convite príncipe Oberyn, mas neste momento, o lugar dela e dos outros é no Norte.

Sim, os Stark pertencem ao Norte e é para onde ele iria.


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– SAIAM. SAIAM TODOS. – A princesa jogou um vaso contra a parede assustando a todos. – EU DISSE FORA!

Jeyne a obedeceu imediatamente. As criadas saíram apressadas pelo corredor falando coisas ruins sobre a princesa, mas ela ficou ali esperando saber o que deveria fazer. Bella tinha um temperamento volátil, a garota tinha aprendido isso rápido. Entretanto, hoje, logo depois de ler a carta que havia chegado mais cedo, a princesa perdeu o controle de um jeito que Jeyne nunca tinha visto. A porta dos seus aposentos foi fechada e a única pessoa corajosa o suficiente para ficar lá dentro era Robb Stark.

– Domar essa fera não vai ser fácil.

– Ela está em dor pelos irmãos, ninguém pode culpá-la. – E foi justamente seu irmão preferido, o Rei que agora estava entre a vida e a morte. – Acha que eles vão morrer? Pobre Sansa, ela ama tanto Edric.

– Ainda tem outro príncipe bonito para ela casar. – Theon respondeu maldosamente e Jeyne lhe lançou um olhar duro. – O que foi?

– Não fale assim... Além do mais, o príncipe Joffrey foi muito descortês com Sansa, ele me dava um pouco de medo às vezes. – Ela apertou os braços ao redor do corpo. – Muitas pessoas me davam medo em Porto Real.

Comentou acanhada. A capital era cheia de vida como ela sonhou que seria, mas nem tudo era bom. As imagens do ataque contra a comitiva real nas ruas ainda lhe trazia pesadelos.

– De quem você tinha medo? – Theon perguntou encarando a porta a frente dele.

– Havia o Cão, ele cuida dos príncipes, tem a face queimada e não sabe nenhuma cortesia. – O Cão sempre olhava para sua amiga Sansa de um jeito estranho. – Também havia Lorde Baelish, ele era sempre muito educado, mas eu nunca gostei de ficar perto dele.

– Você está aqui agora, bem longe de todos eles. Não há pessoas assustadoras aqui no Norte. – Theon respondeu e logo depois beijou rapidamente sua cabeça, um gesto que ele guardava para quando estavam sozinhos. – Vamos embora, ficar encarando a porta não vai ajudar em nada.

– Certo.



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Notas finais do capítulo

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Bjs ;*