Os sete filhos da rainha escrita por Florrie


Capítulo 23
22


Notas iniciais do capítulo

O capitulo está pequeno, mas com meu bloqueio foi tudo o que consegui escrever -.-
Espero dar uma melhorada no próximo.
Só temos um PDV hoje.



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Bella jamais gostaria daquele Septo.

Em Porto Real ela conheceu dois Septos. Primeiro tinha aquele em que sua Septã costumava levá-la para rezar e agradecer aos Deuses. O Septo Real tinha altas janelas de cristal que brilhavam intensamente com a luz do sol, os sete altares, um para cada aspecto do deus, eram lustrosos e bonitos. Todos tinham olhos de perolas e o corpo banhado a ouro branco. O cheiro... Oh, ela lembrava bem do cheiro de incenso que tanto gostava. Ela e sua irmã Mya costumavam se esconder no Septo para contar fofocas da corte e fugir das tediosas aulas que sua mãe providenciava, aquele era o lugar perfeito, pois toda a vez que a Septã ou mesmo a Rainha as encontrava elas juntavam as mãos e fingiam que estavam rezando.

– Que princesinhas mais devotas. – A Septã sempre sorria quando isso acontecia.

A mãe delas era mais esperta, entretanto, suas reclamações se tornavam brandas e suaves.

O segundo Septo estava localizado no topo da colina de Visenya rodeado por uma praça de mármore branco. O Grande Septo de Baelor era uma construção imponente, tinha o teto abobadado e sete torres de cristal com grandes sinos, todos eles são apenas tocados quando algo muito importante acontece. Havia também sete portas que levavam para o salão das lâmpadas onde você podia caminhar sob globos suspensos de vitrais coloridos. Bella sempre ficava encantada ao entrar ali, mesmo depois de grande. Gendry costumava rir dela, dizia que se encantava por qualquer coisa e a princesa acabava batendo na cabeça do irmão e não falava com o mesmo pelo o resto do dia.

Passando pela a sala das lâmpadas e pelas portas duplas ficava o Septo em si. Sete grandes corredores se encontravam embaixo de uma cúpula de cristal, ouro e vidro. O piso era de mármore e as janelas de cristal de chumbo colorido. As estatuas eram enormes e estavam sempre cheias de velas. Abaixo do Septo ainda havia mais coisas, como os túmulos dos antigos Reis que Bella até quis conhecer, mas sua mãe achou que não seria apropriado, por isso só os meninos acompanharam Jon Arryn naquela parte do passeio.

Tinha ficado triste, mas isso só durou até ela e suas irmãs serem levadas aos jardins do Septo. Um lugar perfumado e florido por onde ela podia correr com Mya enquanto a pequena Myrcella as seguia obstinada.

Além desses dois ela também tinha visto o Septo do Rochedo Casterly. Ele não era tão grande ou tão bonito quanto o Septo de Baelor, porém era ricamente decorado com estatuas de ouro e rubi. Além de estar sempre perfumado com os melhores aromas.

Os Sete tinham um tipo diferente de morada em Winterfell. Era um lugar pequeno e sem grandes adornos. Cheirava a incenso tal como o Septo Real, mas Bella não gostou. Em todos os outros Septos Bella sempre teve a impressão de que os Deuses a olhavam através de suas estatuas, era por causa disso que ela sempre negava qualquer beijo que Gendry tentava lhe dar dentro de um lugar santo, preferia não se importar com tais pecados do lado de fora onde as estatuas estavam longe e não podiam vê-la. Entretanto, ali em Winterfell, os Sete a olhavam com olhos vazios e sem vida. Era quase como se ela estivesse muito ao Norte para sentir qualquer presença deles.

– Está nervosa princesa? – Sor Balon perguntou baixinho no momento em que passaram a caminhar em direção do altar.

– Não. – Mentiu.

Ela podia sentir as mãos tremerem levemente e o coração bater rápido. Depois daqui estarei casada para sempre, queria poder voltar a ser uma menina e correr de volta para Porto Real onde encontraria sua mãe com um sorriso gentil que a abraçaria impedido que qualquer perigo viesse a lhe acometer. Pegou-se também desejando encontrar os braços fortes do pai, antes de virar uma moça florida ela era apenas uma menina que às vezes conseguia a atenção do Rei. Mya era a filha favorita, Bella tinha consciência disso, e acabava colando na irmã quando esta dava algum passeio com o pai. A princesa era sempre carregada no colo e às vezes seu pai a jogava no ar com o rosto sorridente, ele não tinha a gordura que tinha hoje e naquela época realmente parecia um Rei das canções.

O vinho mexeu com sua cabeça e por isso estou aqui.

Olhou ao seu redor. Alguns vassalos haviam chegado nos últimos dias, todos para testemunharem o seu casamento. Em sua maioria eram homens brutos com corpos largos e grossas barbas na face. Rudes também, na primeira noite em que estiveram ali, Bella tinha visto um dos homens enfiar a mão no decote de uma criada e apertar com força, ele nem ao menos se importou com o fato de que ela estava logo ao seu lado.

Um pensamento a fez estremecer. Eles a levariam até o seu quarto para a primeira noite. Ela preferia arrancar os próprios dentes a ter que deixar aqueles homens a tocarem.

Um movimento no altar chamou sua atenção e então resolveu focar apenas no homem que de fato faria alguma coisa com ela naquela noite. Robb Stark. Ele estava bonito, isso ela não podia negar. Ao imaginá-lo ela sempre via um rapaz alto e musculoso como seu irmão Gendry, com uma barba e com o rosto duro. Em algumas de suas fantasias ele era forte, um pouco intimidante – não para ela claro –, mas bastante atraente, o tipo que faria mocinhas correrem, mas Bella podia ser eclética quanto a gosto. Em outras ele era feio, rude e mal educado como sua mãe dizia que todos os nortenhos eram.

Contudo, Robb não era nada disso. Era forte, mas não tão grande quanto Gendry, seus cabelos ruivos foram aparados e sua barba cortada. Assim que chegou ao altar notou que ele cheirava bem, não era como os perfumes estrangeiros que chegavam a Porto Real, mas era igualmente agradável.

Ela quase podia ignorar o Septo horroroso ao seu redor.

Palavras foram ditas e ela e Robb ficaram na frente do Septão enquanto esse dizia suas preces. O homem falava e Bella pegou-se novamente olhando ao redor, discretamente espiou Jeyne Poole que estava em pé ao seu lado no altar, a garota vestia um dos vestidos que havia ganhado, aquele caiu como uma luva em seu corpo, mas provavelmente houve ajustes na parte dos seios. A garota Poole sorriu ao notar seu olhar, uma garotinha gentil ela. Atrás de Jeyne estava Roslin Frey, sentiu o rosto fechar ao olhar a menina. Ela parecia triste, mas ao mesmo tempo tinha aquele conhecido brilho no olhar ao encarar Robb. As cobras também vivem no Norte Bella, deve manter os dois olhos abertos, a voz da sua mãe soou na sua cabeça.

Ela manteria. Especialmente perto dessa garotinha Frey.



O banquete era tudo o que a Senhora Catelyn tinha prometido, mas nada se comparado com o que Margaery Tyrell teria. Não devo pensar nisso. E não pensaria. Não agora. Os pratos eram servidos primeiro na mesa deles e depois para os outros. Primeiro veio um leitão assado que fez sua boca salivar, Robb cortou um generoso pedaço e colocou em seu prato. Enquanto comia ela observou os grandes auroques banhados em ervas e cogumelos. Depois veio peixes trazidos dos lagos do Norte, não lembravam em nada aqueles que tiravam do rio em Porto Real, mas assim que ela colocou na boca sentiu um suspiro ameaçar sair. O gosto era muito bom. Melhor do que ela jamais admitiria.

Outros pratos vieram até ela, mas Bella precisou recusar. Agora desejava algo doce.

– Não está mais com fome.

– Só estou esperando por algo doce. – Ela respondeu e logo depois Robb providenciou.

Minutos depois ela foi servida com um largo pedaço de torta de morango. Quem quer que fosse a cozinheira merecia seus agradecimentos. Bella sorriu alegre e concentrou-se em comer.

– Não quer dançar? – Seu esposo perguntou um tempo depois.

– Claro.

Ele pegou sua mão e a guiou até os outros casais. Dançaram por duas musicas inteiras até que Lorde Umber – um dos vassalos convidados – pediu pela a honra. Ela queria dizer não, mas para seu desagrado viu-se rodopiando pelo salão com aquele homem enorme que não parava de tagarelar sobre qualquer coisa que não valia sua atenção. Bella, entretanto, sorriu e foi educada, caso aquele homem tivesse algum cérebro escondido na cabeça poderia notar o quão falsa estava sendo. Aparentemente ele não tinha, pois disse que ela era uma das moças mais agradáveis com quem já teve o prazer de dançar. Depois dele veio outros, um deles, um velho cheio de rugas, lhe jogou elogios e galanteios esperando que ela corasse como uma donzelinha qualquer. Pelos Deuses, sou mesmo obrigada a fazer isso? Theon Greyjoy foi o ultimo e de longe o mais agradável, tinha comentários ácidos para todos os homens naquele salão e Bella o adorou, mas parte do rapaz não estava com ela, não, por muitas vezes ela o pegou olhando para outro casal que dançava. Jeyne Poole e um homem alto e corpulento que parecia querer devorá-la.

– Tenho até pena de vê-la nesse estado, – Bella parou de dançar sorrindo. – Seja seu cavaleiro em armadura reluzente e vá salvá-la daquele homem horroroso.

Theon não respondeu, saiu andando rapidamente até Jeyne com o rosto cheio de irritação.

Chega de danças.

Bella voltou para seu lugar e bebeu um gole do seu vinho.

– As núpcias! – Alguém gritou e isso causou um grande rebuliço no salão. Seu corpo tremeu e seu coração bateu forte.

Oh não. Ela olhou para baixo e tudo o que viu foram dezenas de homens horrorosos com os olhos cheios de malicia. Uma faca residia na mesa perto da sua mão, ela poderia pegar e furar quem fosse burro o suficiente de tocá-la. Caso seu casamento ocorresse em Porto Real esses homens jamais se aproximariam. Seus irmãos – até mesmo Tommen – ficariam ao seu redor para lhe proteger e com eles estaria seu tio Jaime e ela apostava que Sor Arys também se juntaria a ele.

Aqui não havia irmãos ou tio Jaime ou Sor Arys. No entanto Sor Balon se colocou na sua frente pronto para escoltá-la. Ela escondeu-se atrás dele.

– Sua mãe me deu ordens expressas para que não deixasse nenhum homem se aproveitar da senhora no dia do vosso casamento. – Sor Balon era grande e muito intimidador, mas seria capaz de parar todos aqueles senhores nortenhos?

Bella não precisaria descobrir, pois Robb Stark tomou os seus braços e interrompeu a cerimônia. Sob os olhares desapontados de muitos senhores, os dois caminharam sozinhos em direção do quarto.

– Por que os parou? – Perguntou curiosa depois de já estarem dentro do quarto.

– Eu vi o seu rosto de desagrado quando viu aqueles homens seguirem em sua direção. Eu devo garantir sua felicidade e segurança de agora em diante. – A resposta parecia ser sincera e Bella ignorou o breve aquecimento no seu peito.

Robb tocou suas mãos com delicadeza e aproximou os lábios dos seus.

Quando estavam na cama ela precisou manter a boca fechada por que o nome de Gendry quase lhe escapou duas vezes. Um erro fatal. Contudo, quando o ápice chegou não foi o nome do seu gêmeo que escapou dos seus lábios.

No fim Robb a puxou para perto dele e abraçou forte. Bella demorou a dormir, mas quando o fez teve um longo sono sem nenhum pesadelo.



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Notas finais do capítulo

Alguns casamentos em uma pequena margem de tempo, mas pelo menos um não vai durar muito, pois digamos que alguém vai se tornar viúvo ou viuvá.
:)
Comentários são sempre bem vindos.