Os sete filhos da rainha escrita por Florrie


Capítulo 12
11




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554821/chapter/12



As pessoas começaram a comentar sobre ele e Joy. A Fortaleza Vermelha se encheu de sussurros e fofocas, tudo ficou ainda pior quando Gendry trouxe para a corte um bardo que tinha encontrado em uma de suas escapadas, ele havia cantado uma canção que aparentemente todos os plebeus estavam cantando. O lobo negro e a donzela. Bran e Arya tinham rido quando ouviram pela a primeira vez e por isso escutaram um longo sermão de Sansa sobre bons modos.

– O que você achou daquele bardo? – Ele perguntou a Joy na tarde em que os dois estavam em uma das varandas mais altas da Fortaleza observando Porto Real e o mar.

– Ele tem uma voz agradável, mas a musica não é exatamente uma obra prima.

Ela respondeu entre risos.

– Um pouco exagerada a meu ver, – continuou – um belo rapaz que se transforma em lobo quando a lua cheia toca o céu se apaixona por uma donzela bastarda bonita como o sol, de onde ele tirou isso?

Jon também queria saber isso.

– Não faço a mínima idéia.

Ele pensou que com o tempo as pessoas simplesmente esqueceriam esse assunto por alguma outra coisa mais interessante, como o casamento real que se aproximava, mas por alguma razão além da sua compreensão, todos continuavam tão interessados quanto antes. Obviamente os freqüentes encontros com Joy – que já não eram mais planejados por Sansa – não ajudavam o povo a esquecer.

Nem mesmo a noticia de que uma comitiva dornesa estava chegando foi o suficiente.

– A Víbora vermelha está vindo pelo o que eu ouvi, – ele estava sentado na escadaria enquanto Bran estava de pé falando com as bochechas coradas de animação. – Ele é um dos melhores guerreiros dos Sete Reinos e não sai de Dorne desde a guerra, vai ser incrível, será que ele poderia me ensinar a usar a lança?

Jon sorriu e pensou que se Sansa fosse um rapaz ela seria Bran.

– Dizem que ele luta com venenos, talvez ele também me ensine a usá-los.

– Não há honra em se lutar com uma lamina envenenada.

– Você falou como o nosso pai.

Bran revirou os olhos.

– É verdade que você vai casar com a Joy? – A pergunta repentina o pegou desprevenido. – Eu ouvi as moças falarem na cozinha quando eu e Arya fomos pegar doces, nós nos escondemos e ouvimos.

– O que mais vocês ouviram?

– Uns homens de Rochedo Casterly chegaram ontem, uma das mulheres sabia disso por que ela é criada de Tyrion Lannister e estava no quarto servindo vinho quando tudo aconteceu, na carta dizia que o Senhor do Rochedo tinha recebido uma proposta de Walder Frey para casar Joy com um dos bastardos dele, mas que a idéia do Rei de casar você com ela parecia mais proveitosa e também algo sobre umas terras que estão sem dono no Norte, bem, eu não ouvi tudo por que Arya conseguiu pegar os doces e nós fomos embora.

Bran disse tudo àquilo como se não fosse nada. O peito de Jon batia a mil. O Rei havia se envolvido naquilo?

– Vocês vão mesmo casar?

– Bem... Eu...

– Ela é bonita e gentil.

– Ela é.

– Você a ama?

Jon sentiu o rosto corar.

– Eu gosto dela, – ele soube disso no dia em que estavam sentados no jardim e ela contou alguma historia engraçada da infância e então os dois riram. Quando o riso morreu os dois estavam se encarando, ela tinha belos olhos verdes, mais bonitos do que os da própria rainha. Por iniciativa própria Jon se aproximou e a beijou. Aquela foi a primeira vez que o seu coração deu um pulo por Joy.

Mas ainda era muito cedo para amor.

E tinha Bella, a prometida do seu irmão que sempre o deixava mais nervoso do que devia quando se aproximava.

– Então vocês vão casar?

– Não... Quer dizer... Eu não sei... – Jon suspirou, – você tem certeza que ouviu isso Bran?

– Absoluta.

Der repente Bella Baratheon saiu de um dos corredores fazendo os dois irmãos pularem de susto. Bran fez uma reverencia desajeita e logo conseguiu uma desculpa para sair correndo. Jon continuou sentado.

– Posso me sentar? – Perguntou calmamente. Com um gesto de cabeça ele disse que sim. – É bom ficar longe daquela loucura, Lady Margaery pensa que sou algum tipo de criada para lhe ajudar a preparar o casamento.

– Que insolente da parte dela. – A piada fugiu dos seus lábios e para sua sorte ela riu.

– Bastante. A rosa da Campina terá três vestidos, todos belamente adornados, precisei vê-la com eles pelo menos umas quatro vezes. – Bella apertou o colar de rubi que sempre adornava seu pescoço, - aposto que você gosta dela, afinal, quem não gosta?

– Nunca falei muito com ela.

– Sorte sua.

– Por que você não gosta dela? Afinal, em breve serão irmãs por casamento.

– Ela é uma coisinha ambiciosa que terá sua vida regada de bailes e festas, eu estarei no frio de Winterfell com pessoas estranhas e talvez jamais veja minha família novamente. – Seus olhos brilhavam de raiva, - acha isso justo?

– O mundo raramente é justo.

– Especialmente para mulheres. – Ela suspirou e deixou os braços encostarem-se aos degraus mais altos fazendo assim seu corpo relaxar.

– Robb não lhe fará nenhum mal. Ele sempre foi honrado e galante, vai acabar gostando dele, todas as moças do Norte gostam dele.

– E de você?

– Eu não sou como Robb, sempre fui desajeitado e tímido quando se trata desses assuntos. As garotas nunca me enxergavam.

– Todas estúpidas e cegas se você quer minha opinião.

Ela estava diferente, ele notou, não havia a costumeira malicia na sua voz.

– Sabe, se você viesse para o Norte comigo eu não me importaria tanto de deixar Porto Real.

– Não diga isso, não é apropriado... Você é noiva de Robb e eu prometo que vai acabar gostando dele.

A reação dela o deixou confuso. A princesa estava gargalhando sem se importar com os modos. Nunca pareceu tanto com Gendry quanto naquele momento.

– Deuses... Você está tão vermelho quanto os cabelos de Sansa, é tão fácil fazê-lo corar Jon Snow. – Quando parou de rir ela completou, – não estou pedindo para você ser meu amante, não que a idéia não me agrade, estou pedindo por um amigo. Eu adoraria ter um amigo no Norte e sim, eu sei que você não vai para lá, mas se algum dia for visitar a família me prometa que poderemos conversar.

É claro que ela não estava pedindo por nada indecente, seu rosto estava em chamas.

– Amigos? – A princesa estendeu a mão sorrindo.

Ele timidamente a pegou.

– Amigos.

Ela rapidamente puxou sua mão e fez seu rosto ir de encontro com o dela. A princesa lhe roubou um beijo e quando se afastou a malicia havia voltado.

– Desculpe Jon, - disse com o nariz tocando o seu – não resisti.


.

.



Gendry observou quando Bella se distanciou de Jon no fim do corredor. Nenhum dos dois poderia vê-lo, mas ele estava assistindo tudo. Ela o beijou, e antes disso eles tinham conversado como grandes amigos. O príncipe sentiu a fúria crescer dentro do seu peito, ela só o está seduzindo por ciúmes, ciúmes esse que ela não deveria ter... Que ele não deveria ter. O herdeiro sabia que a irmã em breve partiria para o Norte e estaria nos braços de outro, mas... Mas achava que não seria obrigado a ver isso.

Não é culpa de Jon, ele não sabia de nada e eram poucos os que conseguiriam resistir a Bella.

Mas a fúria dos Baratheon sempre foi difícil de aplacar.

Gendry virou de costas de deu meia volta. Beberia uma garrafa inteira de vinho antes que fizesse ou falasse algo que viesse se arrepender depois.

.

.



Senhora Bigodes pulou no seu colo enquanto Sor Salto tentava a todo custo chamar a atenção de Russell.

– Nós precisamos ir para a chegada dos Martell? – O garoto perguntou pela a terceira vez. Assim que o navio que trazia os dorneses fosse avistado no mar a corte iria até o cais esperar pelos convidados. – Nós podemos ficar Tommen, a Fortaleza Vermelha ficará vazia por horas, podemos fazer o que quiser.

– Não é bem assim.

Ele revirou os olhos.

– Todos os meus irmãos vão, eu tenho que ir também. – Sua mãe tinha dito que a presença de todos os filhos do Rei era indispensável. – Você pode ficar se quiser Russell.

Ele tentou esconder a tristeza na voz.

– Você quer mesmo ficar em pé por horas no cais com o sol queimando a sua cabeça? Você viu a capa que a sua mãe escolheu para você vestir? Ela é de veludo vermelho, vai acabar desmaiando de calor. – Provavelmente e Joffrey não o deixaria esquecer isso. – Nós podemos inventar uma desculpa, diga que está com dor de cabeça ou mesmo dor de barriga, ninguém vai te obrigar a ir doente.

– Isso é...

– Errado, eu sei, você fala isso de todas as minhas ideias.

– Por que são todas erradas. – Russel revirou os olhos pela a segunda vez.

– Eu já disse que se quiser você pode ficar, – o garoto andou até a cama onde o príncipe estava e sentou-se ao seu lado. – Ninguém vai te obrigar a ir.

Senhora Bigodes deve ter notado seu tom irritado, pois pulou do seu colo e correu para o outro lado do quarto.

– Deixa de ser idiota Tommen, se você for eu vou. – A mão de Russell cobriu a sua e Tommen corou. – Por isso eu quero que você fique.

Já Russell nunca corava...

Mas era sempre o primeiro a se afastar caso alguém estivesse por perto.

Um dos cavaleiros do seu pai bateu na porta antes de abrir. Assim que o homem colocou a cabeça para dentro do recinto Russell já estava a vários passos de distancia. Aquilo o confundia, às vezes o garoto agia como se não se importasse com ninguém outras vezes se afastava como se ele fosse uma brasa ardente.

– O Rei pede pela a presença do príncipe na sua sala de jantar privada.

– Certo, eu já estou indo. – O cavaleiro saiu fechando a porta atrás de si.

Tommen ficou de pé e olhou para o amigo.

– Eu tenho que ir.

– Pense no que eu lhe disse sobre ficar, - novamente Russell se aproximou, - vai ser legal ficar só você e eu.

– Eu... Eu vou pensar.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Qual as chances de alguma merda acontecer em um futuro próximo?
Desculpem qualquer erro
Beijos ;*