Os sete filhos da rainha escrita por Florrie


Capítulo 13
12


Notas iniciais do capítulo

Desculpem qualquer erro -.-
Espero que gostem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554821/chapter/13


Mya precisava admitir que Arya era uma força da natureza.

A garota Stark não apenas derrubou Joffrey três vezes com sua espada de madeira como também derrubou Edric duas vezes e Tommen quatro vezes – sendo que o ultimo foi o único que sorriu depois de perder para uma garota. Enquanto se vangloriava pela vitoria, Gendry caminhou calmamente até o centro do pátio e pegou uma das espadas de madeira caídas no chão.

– Milady me daria à honra de lutar comigo? – Perguntou com um sorriso galante enquanto se abaixava em um cumprimento respeitoso, do mesmo modo que os homens costumavam fazer para chamar as moças para uma dança.

Ele está de bom humor, isso era um bom sinal. Nos últimos dois dias seu irmão tinha se resumido a beber vinho e distribuir palavras acidas para quem quer que aparecesse na sua frente. Nem mesmo sua noiva escapou do seu terrível humor. Margaery é uma santa por tê-lo agüentado.

– Não estamos em um baile. – A garota Stark respondeu.

Sua loba, Nymeria, estava deitada observando atentamente tudo o que acontecia. Sua mãe tomada por um surto de bom humor permitiu que os lobos ficassem fora dos canis, talvez esperando que um incidente acontecesse para que tivesse uma desculpa boa o suficiente para banir os animais definitivamente. Mya adorava a mãe, mas ela precisava admitir que a mulher podia ser bastante venenosa quando queria.

Sansa apertava as mãos ao seu lado junto com sua loba. Era evidente que a menina desaprovava o comportamento da irmã. Tão diferentes quanto o sol e a lua, exatamente como ela e Bella eram.

– Não se preocupe Sansa, todos estão se divertindo, quer dizer, Joffrey e Edric talvez não...

– Ela não devia fazer isso e se vosso irmão se irritar, e se a rainha se irritar?

– Minha mãe está do outro lado da Fortaleza Vermelha com Lady Olenna conversando sobre o casamento.

– E o Rei?

– Meu pai iria rir de tudo isso, - Sansa se afundou na cadeira ainda preocupada, - e ele está com o pequeno conselho, muito ocupado para se importar.

Sua atenção foi desviada para o pequeno combate que teve inicio. Arya Stark foi corajosa até o ultimo segundo e não soltou uma reclamação de dor quando a madeira foi de encontro com seu braço, resistente ela, mas não o bastante para derrotar o herdeiro do trono. Na verdade Gendry tinha suavizado para a menina, Mya já o tinha visto lutando serio, por mais coragem que tivesse, Arya teria sido derrubada em poucos segundos.

– Milady lutou bravamente, mas é preciso um pouco mais que isso para me vencer.

– Vossa irmã poderia facilmente ser um cavaleiro. - Harry surgiu ao lado de Sansa com seu costumeiro sorriso.

– Minha mãe teria um ataque do coração se ouvisse tais palavras. – Sansa respondeu sorrindo.

– Ela tem talento, não acha princesa? – Mya o encarou para logo depois desviar o olhar.

– Uma garota corajosa e forte, ninguém pode negar.

– Senhoras. – O rapaz fez uma breve reverencia e partiu.

Os olhos de Sansa brilhavam.

– Ele é tão bonito e acho que gosta de você.

– Ele também gosta do meu titulo de princesa. – Caso eu estivesse prometida a Robb ele não teria dificuldade nenhuma em gostar de Bella. – Comigo ao seu lado o Rei provavelmente o daria todo o suporte para se proclamar herdeiro do Vale.

– Você provavelmente está certa, - Cerenna se aproximou toda vestida de vermelho, - rapazes bonitos sempre tem intenções obscuras.

Sua prima puxou uma cadeira e então se sentou ao seu lado.

– Entretanto, ontem estive conversando com ele e toda a vez que Harry falava de você um sorriso surgia no seu rosto e segundo minhas fontes, o rapaz do Vale parou de freqüentar os bordeis da cidade já faz um tempo.

– Aonde quer chegar? – Perguntou.

– É óbvio que ele tinha e tem interesse no seu titulo, afinal, o mundo está cheio de interesseiros, mas mesmo alguém assim pode ser pego pela a própria armadilha. – Cerenna sorriu. – Sabe outra pessoa que também sempre sorri quando fala de você? Lothor Brune. Um tanto mais velho que Harry e sem uma aparência digna de canções, mas é descente e honesto pelo o que eu ouvi.

– Você acha que todos os homens da corte estão interessados em mim, acho que errou de irmã Cerenna, a flor dos Baratheon é Bella.

– Existem diversos adjetivos que eu usaria para qualificar sua irmã, flor é dificilmente um deles. – Sua prima respondeu assim que colocou um cálice de vinho nas mãos.

– A princesa Bella é muito bonita, educada e gentil. – Sansa rebateu.

– Eu nunca disse que ela era feia querida Sansa, mas às vezes um embrulho bonito pode esconder uma terrível surpresa.


.

.



Cersei revirou os olhos para a birra de Tommen.

– Todos os seus irmãos estão indo Tommen, você também deve ir. – Ele se revirou na cama com as mãos na barriga.

– Está doendo muito mãe.

O Meistre fungou ao seu lado.

– Talvez, Vossa Graça, seja melhor deixar o jovem Tommen. – Aquele velho sugeriu recebendo um olhar mortal da sua parte como resposta.

– Ele é um príncipe e príncipes não se comportam desta maneira.

A rainha amava o seu filho, mas ela precisava ensiná-lo a ser forte. Os irmãos mais velhos jamais fariam isso, Gendry, Joffrey e Edric sabiam seu dever e o cumpriam com gosto. Tommen não era mais uma criança, não podia mais criar desculpas para seus atos infantis.

– Deixe disso Cersei, os Martell não vão perceber que tem um faltando. – Robert exclamou ruidosamente ao seu lado. Esse gordo ignorante é claro que aqueles dorneses sentiriam falta de um príncipe. – São tantos filhos que eles perderão a vontade de contar quando chegarem ao quarto.

O príncipe se revirou novamente na cama reclamando da dor.

– Por favor, mãe.

Ela suspirou. A corte já estava se preparando para seguir para o porto, vai ser pior se ele se envergonhar na frente dos Martell, talvez fosse melhor deixá-lo.

– Você fica, mas saiba que estou muito desapontada com você.

Seu olhar era aço.

– Desculpa mãe. – O garoto respondeu abaixando os olhos.

Tão dócil. Os mais velhos jamais abaixariam a cabeça desse jeito.

Cersei saiu do quarto depois que assistiu o Meistre medicar Tommen. Entretanto, antes de cruzar a porta ouviu Robert dizer.

– O que eu não daria por uma dor de barriga agora.

Eu posso providenciar, pensou cheia de veneno.

Menos de uma hora depois ela estava entrando na carruagem junto com as três filhas. Mya decidiu vestir um vestido dourado – poderia ser Lannister ou Baratheon – se não fosse pelo o colar de rubi que usava em ocasiões especiais. Colar este que fora presente de Jaime. Cersei sorriu com isso, era bom que Mya se lembrasse que também era uma leoa.

Já Bella estava com sedas azuis que combinavam com seus olhos, o vestido tinha mangas longas e leves que voavam com o mínimo sinal de vento. Tão bonita parte do cabelo estava presa em uma renda de esmeraldas, a outra parte descia em forma de cachos pelos seus ombros. Parecia não gostar do fato de ir até o porto esperar pelos dorneses. Do mesmo jeito que ela não gostava.

Myrcella era a única que parecia genuinamente animada. Vestia as cores do pai e seu cabelo foi preso em uma bonita trança. Não está com o colar de rubi, logo notou, no lugar havia um cervo negro adornando seu pescoço.

– Os dorneses trarão presentes para todos nós? – Perguntou a menina enquanto lançava acenos para os plebeus que gritavam do lado de fora.

– Provavelmente só para o pai, para a mãe e talvez para o Gendry. – Bella respondeu entediada.

Myrcella pareceu triste por alguns instantes.

– Tenho certeza de que haverá jóias suficientes para as três. – Cersei respondeu sorrindo. – Eles não esqueceriam as filhas do Rei.

Nada mais foi dito até que a carruagem parasse no porto e Sor Arys abrisse a portinha pegando respeitosamente na sua mão.

– Minha rainha. – Ela saiu sorrindo para os plebeus que se amontoavam alguns metros dali. A guarda da cidade continha a multidão que gritava pelo o Rei e pela Rainha.

As meninas desceram logo atrás e todas foram saudadas com gritos. Mya e Myrcella acenaram de volta, Bella reclamou do mau cheiro e caminhou em direção do pai que já se postava em seu lugar perto dos meninos e de Eddard Stark.

Stark. Aquele homem estava encarando Joffrey e logo depois levantou os olhos na sua direção. Ele sabe, mas não tinha contado nada a Robert ainda.

Ela teria tempo para lidar com esse problema mais tarde.

Agora sua atenção se voltou ao navio que trazia os visitantes a Porto Real.


.

.



Edric segurou sua mão e sorriu. Ela sentiu as bochechas corarem, logo estaremos casados, seu pai havia dito que a cerimônia aconteceria depois do casamento real. Ela mal podia esperar. Seu vestido já estava sendo feito, a Rainha lhe prometeu que ele seria tão bonito quanto o de Margaery.

– Eles estão descendo. – Arya exclamou do seu lado. – Quem é aquele?

Edric olhou para sua irmã e respondeu:

– Eu aposto que é a víbora vermelha.

Sansa imaginou o que aquele homem teria feito para ser conhecido como víbora vermelha.

Ele vinha acompanhado de uma mulher bonita de cabelos trançados. Seus braços estavam cobertos de jóias e o seu pescoço ostentava um colar em forma de serpente.

Atrás do casal vinha uma segunda mulher, ela era mais jovem que a primeira e também mais bonita, seus cabelos longos e ondulados eram negros como carvão, sua pele morena e seus olhos castanhos como a terra. Também estava cheia de jóias e seu vestido verde realçava a cor da sua pele.

O casal se aproximou do Rei armado com sorrisos.

– Vossa Graça, - começou – meu irmão Doran me manda em seu lugar, infelizmente ele não pôde vir por questões de saúde. – O homem se curvou junto com a mulher. – Eu sou o príncipe Oberyn Nymeros Martell, está é Ellaria Sand, minha amante e está é minha sobrinha e também herdeira do meu irmão, Arianne.

Amante? Como ele tinha coragem de apresentar uma amante na frente da corte? Como se fosse sua esposa. Ela ouviu os sussurros das damas ao seu redor, Sansa soube que Ellaria tinha percebido, mas ela não parecia se afetar com nada, na verdade ela não parecia nem envergonhada, continuava a olhar com a cabeça erguida para a própria Rainha.

Ela é tão corajosa. Foi tudo o que Sansa conseguiu pensar.

– Onde estão os Tyrell? – Perguntou Arya.

Dessa vez quem respondeu foi Edric.

– Há desentendimentos entre os Tyrell e os Martell.

– Por quê? – perguntou novamente.

– Arya!

– Príncipe Oberyn aleijou Willas Tyrell em uma justa no passado e por isso as duas famílias não de dão muito bem.

As únicas Tyrell presentes eram Margaery e sua avó, Lady Olenna.

– Então por que eles foram convidados? – Sansa revirou os olhos para a irmã.

– Eles são de uma casa importante Arya, seria indelicado não convidá-los. – Respondeu irritada.

– É o casamento deles, deviam poder convidar quem bem quisessem.

Não discuta com ela, é inútil.

– Ele vai apresentar os outros, - disse Bran, - então fiquem quietas.



Quando o Rei anunciou que era hora de voltar para a Fortaleza, Sansa quase correu até o homem e o abraçou para agradecer. Havia ficado de pé ao lado do seu prometido sem reclamar uma vez sequer, mas o sol já estava queimando a sua pele e o suor se acumulava no tecido cor de rosa do seu vestido.

Nenhuma carruagem os esperava, Edric lhe sussurrou que a aglomeração de pessoas não deixaria a carruagem passar – e também que o povo deveria vislumbrar a corte de tempos em tempos. Sansa não iria discordar, mas daria tudo por uma carruagem.

Em vez disso teve de subir em um cavalo.

Arya estava animada, assim como Bran, mas aqueles dois sempre estavam animados. Jon estava ao lado de Gendry, isso é bom, o príncipe tinha estado irritado com o seu irmão, mas agora tudo estava bem de novo e ele até havia se tornado um grande entusiasta da idéia de um casamento entre seu irmão e Joy. Edric foi chamado para cavalgar ao lado da Rainha e Sansa foi deixada na companhia de Cerenna Lannister.

– Acene doce Sansa, os plebeus amam receber acenos de uma senhora bonita, - ela acenou para um par de velhos – acho que os fazem pensar que são importantes.

– Sem plebeus um Rei não pode governar.

– Anda aprendendo essas palavrinhas com a nossa linda flor Margaery? – Cerenna estava com os cachos dourados presos em um coque no topo da cabeça e seus lábios pareciam mais vermelhos do que de costume. – Uma garota caridosa ela, não é? Olhe como todos a amam Sansa, eles não amam você desse jeito.

Sansa corou sem saber exatamente o que devia responder.

– Margaery sabe como encantar as pessoas, sabe como fazer todos se apaixonarem por ela. São poucas as pessoas que estão livres do seu charme, - ela sorriu como se soubesse de algo que Sansa não soubesse, - eu poderia até citar certa princesa.

– Margaery é a futura Rainha, é normal que os plebeus a amem. – Rebateu orgulhosa por pensar nisso, mas percebeu que o sorriso de Cerenna não diminuiu.

– Os plebeus não amam a Rainha Cersei doce Sansa.

– É claro que amam, - respondeu com veemência, - a Rainha é bonita e gentil, como alguém poderia não amá-la.

O sorriso da loira se transformou em uma gargalhada.

– Um dia, querida Sansa, vai descobrir que as pessoas são um pouco diferentes do que deixam a mostra. – Ela estendeu a mão e alisou o seu cabelo. – O mundo seria tão mais seguro se todos fossem tão fáceis de ler quanto você.

Aquilo teria sido um elogio?

Não conseguiu pensar nisso, pois os gritos da plebe tornaram-se mais alto. Um grito em especial se destacou e esse não vinha da plebe. Joffrey. Ela logo viu o príncipe dourado com metade do rosto sujo com algo que podia ser lama ou...

– Corra Sansa, corra.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

Beijos ;*