My imprinting escrita por L Chavez


Capítulo 23
Segunda Temporada 02x07


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou curtinho sim, mas gente era ou isso ou fazer vocês esperarem até a próxima semana. Além disso, acho que ficou ótimo, até porque o próximo capítulo está...OPS NÃO POSSO CONTAR HAHA Bom, não me matem por não ter escrito mais um cadinho, mas esse capítulo vai deixar vocês refletirem bastante sobre o que pode acontecer daqui para frente com o casal Sethley hehe
PS: Estou querendo pessoas para fazer capas da fanfic e coisas a mais, se alguém tiver interesse ou conhecimento de algo/algo que posso ajudar, agradeço e MUITO haha



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Eu estava de plantão no hospital. Nos últimos dias, Carlisle havia convencido todos de que eu estava apta a fazer os procedimentos de triagem na ala infantil. Eu queria me especializar na área de pediatria e por isso, Dr. Evan White era meu orientador e superior nessa área. Para o pessoal do hospital, eu havia cursado a faculdade de medicina e agora somente queria me aperfeiçoar, porém, na verdade eu somente havia ficado dois anos em Harverd porque ainda não me sentia pronta para ficar perto de humanos, então, tudo o que eu havia aprendido tinha vindo dos livros e das informações que Carlisle me passava. Jasper, meu querido irmão,também era meu aliado. Ele havia conseguido meu diploma falso no mercado negro. É claro que eu não me orgulhava disso e que pretendia logo voltar para faculdade, mas gostava agora de minha nova vida. Seth era contador em uma loja de artigos e nas horas vagas, quando não estava patrulhando e revivendo os velhos tempos, nos curtíamos, mas aquilo sempre me dava uma sensação estranha, de que podíamos ter mais, de que sempre iria faltar alguma coisa. Não que eu não o amasse. Eu o amava como se fosse minha própria vida, Seth sempre seria especial e importante para mim.

Aquela noite estava uma verdadeira loucura no hospital, mas a ala de pediatria se encontrava calma, exceto por uma ou duas crianças, porém nada grave, somente uma crise alérgica aqui ou um resfriado ali. Eu estava um pouco entediada e decidi dar uma volta pelo hospital no meu horário de almoço. Não fazia sentido eu ter uma hora inteira para almoçar se sequer comia alguma coisa ali, minha alimentação era outra completamente diferente, mas é claro, ninguém ali sabia esse tipo de coisas sobre mim.
Acabei parando nos fundos do hospital, estava pensando em ligar para Seth e perguntar se ele estava ocupado, talvez poderíamos ir a um café juntos para eu vê-lo antes da patrulha. Desisti de fazer isso, quando o barulho de sirenes me chamou atenção, mesmo que há metros de distância. Uma ambulância havia acabado de chegar, e os bombeiros e paramédicos desciam com uma senhora que aparentava ter oitenta anos. Ela não estava consciente, e sua pele morena parecia um pouco esbranquiçada demais.
— Levem-a para o centro cirúrgico! — escutei alguém gritar.
— Mas Dra....
— Agora! — a médica de cabelos negros preso em um coque gritou em desespero, fazendo com que a equipe corresse com a paciente. Dra.Collen era sempre estressada quando se tratava de socorrer alguém em risco, e eu a compreendia completamente, pois ela tinha o mesmo espírito de força de Carlisle em quesito salvar vidas.
— Vovó! — a voz infantil fez com que eu desviasse os olhos da maca,e me esquecesse de perguntar a Dra.Collen o que estava acontecendo ali.
— Tirem ela daqui, levem a garota para a assistente social — um dos bombeiros falou.
Imediatamente me direcionem até eles, amostrando meu crachá.
— Dra. Cullen — me apressei a me apresentar — Vou levar a menina para checar os sinais vitais, ela estará segura comigo — garanti.
Todos olharam para mim com dúvida, enquanto ajustavam os aparelhos da avó da garota, Dra. Collen olhou para mim rapidamente sobre os ombros.
— Ela é filha de Carlisle Cullen, deixem-a fazer o trabalho dela.
Os bombeiros finalmente assentiram, deixando que eu pegasse a pequena garotinha no colo e a levasse para a sala de triagem comigo.
— Vovó! NÃO! NÃO! — a pequena menina gritava sem cessar, se debatendo milhares de vezes. Suas pernas batiam em um ritmo descompassado em minha barriga, enquanto eu a arrastava para a sala de triagem.
Ela chorou mais ainda, e vários "não" foram repetidos enquanto soluçava, então, quando finalmente viu que sua birra não acarretaria em nada, ela somente resmungou, e ficou quieta, fungando algumas vezes enquanto encarava a maca do hospital.
Peguei uma garrafinha de água, cujo as assistentes sempre deixavam a nossa disposição, e despejei o líquido em um copo plástico, dando para a menina.
— Tome, vai ajudar você a se acalmar — ofereci.
Ela simplesmente tocou em minha mão, desviando o copo de perto de si, sem sequer me olhar.
Suspirei, e deixei o recipiente sobre a mesa, passando a mão nos cabelos, pensando no que fazer.
— Ela vai ficar bem... — tentei assegura-la, e então, ela finalmente olhou para mim.
Seus olhos, por alguma estanha razão , me lembravam os olhos escuros de Seth. Seus cabelos dourados, caiam em cascata até a metade de sua cintura. E suas bochechas estavam coradas, depois de tanto chorar.
— Não minta para mim, ela morreu — afirmando com tanta certeza, a garota com olhos tristonhos sequer parecia ser uma criança.
Eu abaixei a cabeça, encarando meus pés.
— Ela tinha que ir me buscar na escola...era a minha família — a menina murmurou baixinho.
Meus olhos rapidamente procuraram os dela, querendo de alguma forma acolher a menina, fazer com que toda sua dor for embora.
— Eu também perdi minha família...— murmurei baixinho, sem pensar.
A menina me olhou com curiosidade, mas logo seus olhos estavam marejados. Batidas ecoaram na porta, mesmo eu sabendo que era Carlisle quem estava atrás dela, ainda sim, fiquei sem ação quando meu pai adotivo entrou na sala de triagem.
— Ashley, podemos conversar ?
Nos dois olhamos para a garota, que parecia perdida em pensamentos.
— Pode sair, vou estar aqui quando voltar — garantiu.
Eu a encarei por mais alguns longos segundos, entrando em conflito comigo mesma para decidir se sairia ou não da sala, até que por fim, segui Carlisle até o corredor e me vi fechando a porta.
Soltei um longo suspiro e passei a mão nervosamente por meia cabelos.
— É tão ruim assim ? — perguntei, analisando os olhos de Carlisle, que agora estavam negros.
Meu pai encarou o chão, sem dúvidas seu coração estava esmagado assim como o meu, e era por esses motivos que eu odiava a profissão que escolhera.
— Foi um AVC — ele informou.
Eu gemi, e mordi os lábios, querendo gritar, mas nada disso resolveria o problema agora.
— Vou levá-la para comer um pouco... — endireitei os ombros, e peguei na maçaneta da porta, mas Carlisle me impediu, colocando sua mão em meu ombro, me fazendo encará-lo.
— Ela me lembra você, quando eu te conheci. A diferença é que Alyssa não sabe se cuidar sozinha — Carlisle riu sem humor.
Encostei na porta derrotada, e olhei pelo vidro da janela. Alyssa, então era esse o nome dela. A garota de faces rosadas e olhos negros olhava em nossa direção buscando respostas.
— Não posso deixar que a levem para um abrigo. — meus olhos se voltaram para meu pai.
— O que sugere, então ? — Carlisle escondia um sorriso presunçoso no rosto. Ele tentava se manter sério, mas algo me dizia que ele já sabia a resposta, e eu não. Dei de ombros, e voltei a encarar a garota de cabelos dourados.
— Vou levá-la até a lanchonete, preciso pensar um pouco.
Carlisle concordou, e então entrei na sala, massageando as têmporas.
—— Vamos, você precisa se alimentar — estendi a mão para a garota, queria ajudá-la a descer da maca, mas ela cruzou os braços e me ignorou.
— Não quero comer, quero a minha vovó — gemeu e então, a sessão de choro foi iniciada.
Eu poderia ser fria, falar que a avó dela havia morrido e que a levariam para algum lugar qualquer onde ela sequer conheceria alguém, mas eu jamais fora fria, e meu coração nunca me permitiria deixar a menina ali sozinha, fragilizada.
Me aproximei hesitante, e mexi em seus cabelos, depois me sentei ao seu lado na maca e a puxei para meu colo.
Ela estremeceu com o contato de sua pele morna com a minha pele fria como gelo, mas não se afastou.
— Sinto muito, sinto tanto, querida — consegui falar, mas minha voz não era mais alta que um sussurro.
Fiquei brincando com seus longos fios ondulados por um longo tempo.
—— Não quero ir pra um abrigo. Na escola dizem que elas são sujos e frios, que é uma espécie de cadeia infantil... — seus olhos se arregalaram com o pavor conforme ela assimilava as coisas.
— Não, você não vai para um abrigo — alisei seu rosto angelical e sorri um pouco
— Não tenho pra onde ir. Minha mãe também morreu, e não sei por onde anda o meu pai — ela me abraçou mais forte, escondendo o rosto em meus joelhos.
Talvez Esme pudesse ficar com Alyssa, até ela completar 16 anos. Não seria má ideia, ela cuidou de mim tão bem...Minha mãe sem dúvidas saberia o que fazer. Mas primeiro, eu tinha que tirá-la do hospital, ajeitar as papeladas e provar que não havia sequestrado a garota...
Olhei para a menina inconformada em meu colo. O esforço valeria a pena, sem dúvidas.
— Você pode vir morar com a Dra.Cullen, o que acha ? — sugeri
Alyssa abriu a boca duas vezes antes de apontar para mim.
— Com você ?! — exclamou incrédula.
Desfiz meu sorriso na mesma hora.
— Não gosta da ideia ?
Ela não respondeu, somente enlaçou minha cintura e tornou a deitar em meu colo, me apertando com toda força que conseguia.
Entendendo aquilo como um sim, eu liguei para a recepção e avisei que tinha um imprevisto, que voltaria para o plantão no dia seguinte, então, puxei as chaves do meu Porshe do bolso da calça jeans e peguei Alyssa no colo.
—Vem, a assistente social não pode nem desconfiar disso... Cubra o rosto com o capuz — sugeri
Obediente, a menina seguiu minhas ordens, e então eu corro o máximo que pude até o estacionamento.
Coloquei Alyssa no banco de trás do carro e sai em disparada rumo ao chalé. Eu queria pedir ajuda a Esme, mas também não queria as opiniões negativas de Rosalie cercando-nos, não agora. A garota já havia passado por coisas demais por um dia só, não gostaria que ela sofresse uma rejeição agora, principalmente vindo de minha família, mesmo sabendo que talvez Rosalie não fizesse o mesmo que fazia comigo e com Bella alguns anos atrás...
Parei no chalé, e abri a porta do carro, Alyssa desceu assustada, olhando ao redor.
— Você mora no meio do mato! - ela exclamou, incrédula.
Eu soltei risinhos.
— É melhor para mim, me manter afastada de todos... — eu queria explicar a ela que talvez não fosse a melhor companhia do mundo, que ela correria riscos ficando comigo. Mas era como se agora eu estivesse na pele de Edward e acreditasse que era um monstro, enquanto a doce e velha garotinha confiava em você e fazia seu coração amolecer cada segundo a mais.
— Vem, vamos entrar.
Eu abri a porta e deixei que ela entrasse primeiro, depois digitei uma mensagem para Seth e cliquei em enviar.
" Preciso de você,
Beijos, A.Clearwater"


Peguei Alyssa olhando tudo de boca aberta.
— Você gosta ? — perguntei, finalmente fechando a porta atrás de mim.
— Parece uma casinha de bonecas — ela deu algumas risadinhas, mas depois ficou tristonha — Minha avó iria gostar, ela adorava antiguidades...
Caminhei até ela é me abaixei para ficar na sua altura.
— Como foi, quando você ficou sem ninguém ? — seus olhos negros procuravam conforto nos meus.
Eu me sentei no chão, e a chamei para se sentar junto comigo.
— Minha mãe sofreu um acidente de carro, eu tinha quatorze anos na época. Não tinha um pai...bom, e quando me vi sem esperanças alguma, Carlisle me adotou.
Alyssa se virou para me encarar.
— O médico que foi até sua sala hoje ? Ele não é novo demais para ser pai ?
Eu ri e assenti um pouco.
— Mais ou menos...
Ela assentiu pensativa.
— Minha avó o conheceu quando vocês se mudaram, ela achava ele bonitão — Alyssa revirou os olhos me fazendo rir um pouco.
Ela suspirou e colocou o queixo apoiado nas mãos, olhando para o além, como se esperasse alguma resposta cair do céu, o que aquilo fosse somente um pesadelo.
— Eu tive pesadelos por anos, pensei que a dor da perda nunca fosse embora, e realmente não foi, mas ela amenizou... — continuei falando baixinho — E agora eu tenho a família enorme, com seis irmãos.
— SEIS!? — exclamou.
— Sim, também me espantei quando os conheci.
—Todos eles gostaram de você ? E a mulher de Carlisle ?
— Rosalie e Edward não aceitaram no começo, mas eu os entendo agora, eles tinham lá seus motivos.Já Esme me acolheu logo de cara, ela sempre teve o extinto maternal...
A porta abriu, fazendo Alyssa pular no lugar quando um enorme homem moreno de braços definidos entrou. Ela me abraçou, escondendo o rosto em minha cintura.
Seth estava vestido com um suéter azul e calças jeans. Exibia seu tênis brando da Nike que eu o dera de presente alguns dias atrás.
— Está tudo bem — garanti a garota.
Seth fechou a porta e caminhou até nos. Finalmente encontrei seus olhos, e me encolhi com o que encontrei: espanto, medo, confusão, decepção.
— Ashley, você enlouqueceu ?! — ele exclamou finalmente.
Alyssa me apertou mais, eu sabia que ela estava com medo não só do tom de voz de Seth, mas também de seu tamanho.
— Vão vir atrás de nós, caramba, o que te deu na cabeça ?!
As mãos de Seth começaram a tremer involuntariamente. Eu me apressei a colocar Alyssa no sofá e puxei Seth pela mãos com delicadeza.
— Não tire conclusões precipitadas, me deixe explicar o que aconteceu, OK ?
Seth olhou para Alyssa, depois para mim e suspirou. Passou a mão nos cabelos e concordou.
— Desculpe garotinha, não quis assustá-la — ele brincou com os cabelos da menina.
— Alyssa, me chamo Alyssa — ela respondeu.
— Seth Clearwater — ele estendeu a mão para cumprimentá-la.
— Você é enorme, sua mão é enorme!
Seth me olhou, e então caímos na risada juntos.
— Querida, porque não liga a Tv para assistir algum desenho? Deve estar passando filme no Disney Channel — sugeri — Eu volto logo -—beijei-lhe o rosto e puxei Seth para nosso quarto. Quando estávamos seguros atrás da porta, eu comecei a lhe contar tudo.

— Então... Você finalmente resolveu que vamos ter um filho? Ou melhor, uma filha ? —Seth erguia suas sobrancelhas grossas para mim.
Eu lhe dei as costas e comecei a andar de um lado para o outro no quarto.
— Eu pensei em deixá-la com Esme, por isso a trouxe para cá — bufei — Não pensei em nos adotarmos a menina...
Seth se aproximou, me apertando em seus braços e beijando meu pescoço.
— Poderíamos tentar — ele sussurrou em meu ouvido — Foi assim que Carlisle fez com você...podemos tentar também...
Me virei em seus braços e o abracei forte. Carlisle na época fez uma boa ação porque tinha uma compaixão que eu nunca havia visto na vida, mas ele não pensou nas consequências, talvez apenas tenha pensado no pedido de Elizabeth em cuidar de mim, e também no amor que sentia mesmo sem nos conhecermos bem na época.
— Ela vai correr perigo demais, e se ela quiser virar uma...Seth, não vou suportar destruir a vida de alguém... — eu me afastei sem encará-lo e comecei a andar pelo quarto — Eu entendo o que Rosalie sentia agora. Consigo compreender o motivo dela só ter se aproximado de mim e de Bella depois que Renesmee nasceu, não quero que Alyssa passe por isso por minha culpa.
— Ela não vai passar por nada que não queira, mas também não podemos deixá-la agora, querida — Seth se aproximou novamente e me puxou para seus braços com carinho — Ela ainda é uma criança, não vai entender nada agora, teremos tempo para decidir a hora certa para contar as coisas, tudo em seu tempo —- ele umedeceu os lábios — Ela não tem pra onde ir, não podemos deixá-la com a assistente social depois de tudo que você fez. Se quisermos continuar em Forks, você será prejudicada se a garota aparecer do nada amanhã no hospital para darmos a assistente social — alegou.
Seth segurou meu rosto entre as mãos e me deu um beijo rápido, antes de seus olhos escuros, que pareciam cópias exatas dos de Alyssa, encontrarem os meus.
— Você prometeu a ela, não pode abandoná-la agora.
Eu suspirei derrotada e olhei por cima dos ombros de Seth, para a porta. Prestei atenção nos sons que vinham da TV por alguns minutos, depois abracei fortemente meu marido.
— Só tenho medo de tudo terminar mal...
Ele alisou meus cabelos e beijou o topo de minha cabeça.
— Eu sei, querida.
Seth me deu um beijo castro nos lábios e depois me puxou pela cintura, indo abrir a porta.
— Vamos, temos uma garotinha para criar — ele sorriu docemente.
Olhando para Seth, percebi que por mais que tivéssemos dificuldades, algo me dizia que eu estava fazendo a coisa certa pela primeira vez na vida.


Assim que saímos do quarto, Seth convenceu Alyssa que ela precisava comer alguma coisa. Então, fomos os três para a cozinha preparar um lanche da tarde.
— Chantily ?! — olhei para meu marido com reprovação.
— Waffles sem chantily não tem graça alguma — ele me deu língua e olhou para Alyssa — Você gosta de waffles ?
Sem jeito, ela somente assentiu, corando em seguida.
— Seth, você deveria incentivá-la a comer brócolis, não waffles — eu ri
— Aquela coisa sem graça verde ? nem pensar!
— Eca, brócolis! — concordou Alyssa.
Seth e eu então nos unimos para preparar os waffles. Assim que eu pus dois em cada prato, ele fez seus truques para enfeitá-los com chantily, colocando cerejas e calda de chocolate em cada um.
— Hum...ATACAR! — ele gritou, dando um garfo para Alyssa, os dois pegaram um pedaço e colocaram na boca. Alyssa gemeu ao aprecisar a comida, mas depois olhou com curiosidade para mim.
— Não vai provar também ? — apontou para o prato.
Olhei para ela tristonha, e me desculpei, olhando para Seth com certo medo.
— Desculpe, estou de dieta — pisquei
— Ela tem que tirar essas gordurinhas aqui, Lyssa — Seth segurou minha barriga, fazendo Alyssa gargalhar. Eu dei um tapa na mão dele e revirei os olhos.
— Gorda é a mãe!
Os dois ainda riam quando fui atender ao telefone. Carlisle queria notícias.
Contei-lhe tudo rapidamente em voz baixa para que Alyssa não escutasse, enquanto admirava Seth brincando com a menina. E então, prometi ao meu pai que estaria na mansão Cullen em alguns minutos. Precisava explicar a todos o que estava acontecendo, mas algo me dizia que essa história ainda daria o que falar. O medo percorreu minha espinha quando pus o celular no bolso de trás da calça.
— Seth, você pode ficar com ela, preciso ir na casa dos meus pais.
Como sempre, Seth me lançou um olhar compreensivo e me incentivou a ir, me dando um beijo demorado, insistiu para que eu não demorasse.
— Espero que esse lerdo cuide bem de você, se precisar de mim é só apertar o botão de discagem rápida, estarei aqui em dois segundos — pisquei para Alyssa que olhou Seth de rabo de olho e depois deu risinhos.
— Quatro anos de casados e ela não confia em mim, vê se pode Lyssa! — escutei ele falando para a menina de cabelos dourados.
Quando saí de casa, ainda pude escutar os risinhos dos dois ecoando pela mata.

Rosalie adorou a ideia. Ao que parecia, ela gostava do lado maternal, e mimaria Alyssa do mesmo jeito que fizera com Renesmee quando era apenas um bebê. Edward também me surpreendeu ao me parabenizar antes mesmo que eu contasse a notícia para todos, então, todo o medo que eu tivera fora em vão, porque no final das contas, Alice estivera escondendo uma visão de mim durante algum tempo, cujo todos da família já sabiam, menos eu e...Seth! Não fiquei com raiva de minha irmã louca, mas confesso que me senti frustrada por não ter conseguido sugar suas lembranças antes com meu dom, talvez ele também tivesse lá suas falhas, não ?
Esme e Carlisle pareciam super animados com a ideia de serem avós pela segunda vez, e me perguntei se a aparência jovem dos dois não os incomodava.
Alice, como sempre, já estava pensando em arrumar um quarto para Alyssa no chalé com um clouset enorme, o que me surpreendeu foi Renesmee querer participar de tudo isso. Sério, ela estava ficando uma cópia exata da tia maluca.
Bella já estava querendo me dar conselhos sobre crianças, o que era ótimo, porque eu me sentia super nervosa ao saber que teria que cuidar de mais alguém além de Seth.Jasper, por sua vez, já estava providenciando as documentação para regularizar minha adoção, é claro que a família Cullen tinha lá seus privilégios. E Emmett, meu irmão brincalhão, parecia animado com a ideia de ter alguém para jogar vídeo game todos os dias.
Enfim, a família Cullen agora teria um membro novo na família, e por mais que todos estivessem empolgados com a ideia, o desespero bateu em mim naquela mesma noite de novembro.
Seth havia colocado Alyssa para se acomodar no sofá com cobertores e travesseiros fofos. Ele havia até feito uma linha de travesseiros para que ela não caísse do enorme sofá caso rolasse, já que ainda não tínhamos cama. Alice prometeu providenciar tudo até a manhã seguinte.
Depois de verem Gremlins e A pequena sereia, Alyssa adormeceu deitada sobre o peito de Seth. Achamos melhor deixá-la confortável na sala, enquanto ficávamos no quarto juntos.
Seth estava sem camisa, me beijando docemente e vindo para cima de meu corpo. Eu vestia apenas peças íntimas, e estava prestes a arrancar-lhe as calças, quando ele segurou minhas mãos acima de minha cabeça e me beijou demoradamente. Seus olhos negros encontraram os meus de um jeito intenso, e então ele abriu um sorriso.
— O que foi ? — eu ri. Seth ainda conseguia me deixar sem graça, algumas vezes.
— Ela se parece com você, na foto com sua mãe Elizabeth — ele alisou meu rosto, e eu não consegui mais desviar os olhos dos dele. Seth beijou meu rosto, e foi dando beijinhos por ele todo, então passou para minhas mãos, um dedo de cada vez.
— Eu acho que ela tem seus olhos, negros e intensos, que estão sempre sorrindo, de alguma forma.
Seth me deu um selinho rápido.
— Ela tem os cabelos iguais ao seu, parece até que é nossa filha mesmo, quero dizer, ela é — ele riu
E então, nossa conversa se cessou em beijos, e começamos a rolar na cama. Mas quando Seth estava prestes a tirar meu sutiã, eu rolei na cama, ficando em cima dele e pegando sua camisa rapidamente.
— O que...
— Shiu! — apontei para ele e arregalei os olhos, surpresa por ele não ter escutado o barulho dos passos nos corredores.
— Ash! Seth! — escutei a voz baixa e desesperada ecoando no corredor, e então, a porta se abriu, revelando uma garotinha tristonha, com o rosto molhado de lágrimas e os cabelos emaranhados.
— Querida! — eu levantei imediatamente e fui a seu socorro, me abaixando para ficar a sua altura.
Seth pegou uma camisa no clouset e se sentou na cama.
— Tive um pesadelo — ela arregalou os olhos. Procurou Seth, depois voltou a olhar para mim, coçando os olhos — Posso dormir com vocês ? — sua voz era tão baixa, que se eu não tivesse ouvidos aguçados sem dúvidas a pergunta não teria sido respondida.
Puxei Alyssa para meu colo e a levei para a minha cama. Seth se ajeitou, dando-nos espaço o suficiente para que ela ficasse no meio de nos dois.
Eu coloquei a pequena na cama, e Seth a cobriu com o cobertor, logo brincando com seus cabelos.
Me acomodei ao lado dela e fiz o mesmo, notando que seus olhos ainda estavam arregalados de medo.
— Quer contar o sonho ? talvez ajude — propus. Me lembrando que Edward fazia isso quando era comigo.
Ela negou com a cabeça.
— Não consigo mais dormir, foi um sonho horrível — seus olhos encheram de lágrimas, e tive medo de tocá-la. Não queria sugar seu sonho através de suas lembranças, seria invadir sua privacidade, e Alyssa era inocente demais para que eu abusasse dela.
— Seth pode lhe contar uma história, tenho certeza que você ficará tranquila depois de ouvir alguma lenda quileute — brinquei com seus cabelos.
Ela então se virou com expectativa para Seth, e ele lhe lançou um doce sorriso.
Seth começou a contar a história da Terceira Esposa. Eu já conhecia todos os detalhes, mas me surpreendi com a curiosidade de Alyssa, e com a empolgação de Seth. Ele realmente nascera para ser um pai carinho e dedicado, e quando Alyssa finalmente conseguiu dormir, sem nem ao menos ter escutado o final da história, ele a envolveu mais no cobertor a puxou com carinho para se acomodar em seu peito.
Ela dormiu com um de seus braços em minha cintura, e o outro envolvendo Seth, que também adormeceu. Vendo os dois enfim dormindo, eu percebi que todos os sacríficos que eu havia passado valiam a pena, porque agora, eu estava completa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram ? Não ? Comentem, preciso saber o que acharam, se estão gostando... isso é importante para qualquer autor! Até o próximo capítulo gente!



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