My imprinting escrita por L Chavez


Capítulo 24
2 - Meu irmão, Edward Cullen - EXTRA


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu quis fazer outro capítulo "extra" para a fanfic, porque como alguns sabem, queria entrar em detalhes sobre algumas coisas que senti falta na fanfic. Não que eu ache que ela esteja ruim, pelo contrário, é a primeira fanfic minha que estou achando realmente ótima, mas achei que faltou sim um detalhezinho aqui e ali e quis por para vocês, além disso, tenho certeza que muitas vão me agradecer por essa capítulo, talvez por um Cullen em especial aparecer aqui haha... Bom, quero rapidamente lembrar que vocês podem acompanhar a fanfic também no Wattpad... Então, é isso! Divirtam-se e me digam lá embaixo o que acharam! Lembrem-se que a opinião dos leitores é importante para um autor ;) Beijos L.Chavez!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554739/chapter/24

Livro I - Ashley
Cálculos!
Eu preferia estudar para " Governo dos EUA " a ter que fazer as tarefas de cálculos. O professor Joseph sempre pegava no meu pé. Na última semana ele fez com que eu pagasse o mico de errar uma equação na frente de toda a turma. Depois disso, bati o pé e pedi a Carlisle que me deixasse mudar os horários na escola, mas fora em vão. " Você precisa dessa aula, faz parte de uma boa educação.Como quer se formar assim ? " dissera ele. Eu não o odiava por isso, mas achava justo que Jasper falsificasse um atestado médico ou qualquer coisa que pudesse me livrar das aulas do professor Joseph.
Bufei e encarei meu livro de geometria espacial, batendo o lápis no mesmo e depois mordendo o meu dedão, pensando em algum jeito de fazer aquilo.
— Problemas com os cálculos ?
Me virei assustada para encarar Edward. Ele adorava me pegar desprevenida, é claro que nada se comparava aos sustos que Emmett me dava.
— Han...— fiquei sem graça de responder. Edward parecia ter problemas comigo. Eu pegava ele uma vez ou outra me olhando torto, como Rosalie fazia.Os dois pareciam me evitar ao máximo e nunca compreendi o motivo disso.
Edward sorriu sem graça e veio se sentar ao meu lado da cama. Eu estava deitada, encarando meu livro de geometria e sentindo minhas bochechas coradas. Eu ainda morria de vergonha dele por achá-lo bonito e descobrir que todos os pensamentos impróprios que eu tivera a seu respeito foram descobertos por ele próprio.
— Ashley, já faz exatamente um mês que está conosco, não quero que pense que não gosto de você.
E lá estava ele, lendo meus pensamentos novamente....
Edward sorriu torto, o que deixava ele mais bonito ainda, mas de algum modo aquilo me irritada, porque todas as vezes que via aquele sorriso, sabia o significado.
— Não fique irritada com meu dom, não posso controlá-lo as vezes. Acredite, eu queria fazer isso, principalmente perto de Emmett. Você deveria ver o que aquele cabeça de amendoim pensa.
Eu o acompanhei com alguns risos, mas logo virei meu rosto para a janela. Edward estava apenas tentando ser legal comigo. Talvez isso fosse ideia de Carlisle. " A pobre garota já passou por coisas demais, seja amigo dela " eu poderia imaginar meu pai adotivo convencendo Edward e Rosalie a se aproximarem de mim. Patético!
— Bom, vamos lá, não é tão difícil. Você só tem que multiplicar esse X por...
— Não precisa gostar de mim, nem se sentir na obrigação de gostar — tentei falar de uma maneira agradável, mas estava claro que eu não gostava da situação que nos encontrávamos.
— Não estou fingindo nada! — ele respondeu, um pouco alterado e já se levantando da cama. Finalmente me virei para encará-lo.
Os olhos de Edward ameaçavam mudar de cor. Ele precisava de um pouco de sangue, talvez melhorasse sem mal-humor.
Revirando olhos olhos ao ler meus pensamentos, ele suspirou e passou a mão nos cabelos, andando de um lado para o outro no meu quarto, até pegar algo no meu criado mudo.
— Você sabe demais Ashley — ele disse, rodando o que quer que fosse entre os dedos pálidos — Mas não é isso que me importa. Não é isso que importa a Rosalie também.
Ele levantou os olhos, seus longos cílios negros fazendo sombra em seu rosto branco como papel.
— Eu... — ele hesitou — Não quero que destrua sua vida, e Rosalie concorda comigo sobre isso. Pensamos que se nos afastássemos você mudasse de ideia sobre ficar conosco. Não pense que queremos nos livrar de você, talvez você devesse conversar com Rosalie para entender os motivos dela, aí você compreenderia o que estou dizendo....
Trinquei os dentes com sua sinceridade e me sentei com brutalidade na cama.
— Não se preocupe, irei embora em pouco tempo, já vou completar dezesseis anos — cuspi. Meus punhos cerrados.
Edward fechou os olhos com força e massageou as têmporas, depois me encarou.
— Acha mesmo que quero me livrar de você ? Bom, talvez eu não devesse te acordar durante a madrugada quando você tem pesadelos. Talvez eu também não queira ajudar nos deveres de geometria espacial, não é mesmo ? — ele estreitou seus olhos para mim.
Ótimos, estávamos brigando com a mesma moeda.
Bufei.
— Eu não deveria contar-lhe isso — Edward abaixou a cabeça e parou enfim de girar o objeto nas mãos, olhando o chão — Alice viu Carlisle lhe transformando em uma de nós, logo depois da sua formatura...
— O QUÊ ? — me aproximei dele interessada — Como...? — a pergunta ficou ao ar.
— Entenda como quiser, Ashley, mas não é a vida que eu quero para você. Eu passei pelo inferno para ficar assim. É claro que não culpo Carlisle, jamais! Ele estava tentando me ajudar, mas... — hesitando, eu vi quando uma ruga se formou entre suas sobrancelhas — Eu matei pessoas, fiz loucuras em busca de sangue... — seus olhos dourados encontraram os meus. — Não quero que passe por isso. Você é nova, pode conhecer alguém, querer uma família, filhos...Você tem escolhas Ashley, escolhas que nenhum de nós tivemos.
Prendendo a respiração, fiquei alguns segundos observando Edward se comportar feito uma estátua, ainda encarando o chão, e percebi que ele realmente estava sendo sincero comigo agora.
— Não se preocupe com isso agora, eu já decidi mesmo que vou me mudar em dois anos — dei de ombros.
Ele suspirou, mas não respondeu. Permaneceu parado por um longo tempo e depois se virou para mim.
— Podemos recomeçar, eu posso ser seu professor de matemática, o que acha ? - propôs.
Procurei algum vestígio de remorço, ou deboche, mas ele pareciam realmente disposto a me ajudar.
— Tudo bem, estou mesmo precisando de algumas aulas — confessei.
Ele sorriu, e logo se sentou ao meu lado.
Edward passou a tarde me ajudando com os deveres de casa, e quando percebeu que eu já estava exausta, fez questão de me mimar com um macarrão com queijo e suco de melancia. Esme e Carlisle haviam ido caçar naquela noite, então eu decidi me recolher cedo para meu quarto, mas o sono não vinha de jeito nenhum, então, decidi ir até a TV assistir qualquer coisa até meus pais adotivos chegarem, mas parei nas escadas ao ver Edward concentrado em seu piano de cauda branco. Ele tocava algo novo e anotava algumas notas aqui e ali. Alguns cachos de seu cabelo desgrenhado caiam sobre seu rosto de anjo, fazendo contraste o bronze do cabelo com sua pele branca de mármore. Aquela cena merecia uma fotografia, sem dúvidas.
Ele continuou tocando, concentrado, então caminhei lentamente e me sentei em um dos degraus da escada para admirar a melodia.
— Gosta da música ? — perguntou
— Aram — eu só me dera conta de que havia respondido quando um Edward sorridente se virou para mim.
— Quer que eu toque algo especial ?
Neguei com a cabeça e lhe pedi que tocasse qualquer coisa. Tomando coragem e indo me sentar ao lado dele. Edward começou a dedilhar o piano. Eu reconheci a música dos Beatles de imediato, e sem perceber já estava cantarolando a canção enquanto Edward a tocava sem errar sequer uma nota.
Quando senti seus olhos em mim, corri constrangida e fechei a boca, mas Edward me cativou com cotovelo me incentivando a continuar, e logo, sua voz doce e aveludada me acompanhou no refrão de Hey Jude.
— Você canta muito bem, não errou sequer uma nota — ele sorriu.
— Eu já quis seguir carreira profissional — dei de ombros e me levantei, indo para a cozinha.
Edward me seguiu.
— Por que não tenta ?
Deixei o sanduíche de lado e o encarei rindo de mim mesma.
— É só um hobby, eu morro de medo de público — estremeci — Além disso, tenho prioridades agora.
Me virei para pegar o sanduíche e me sentar à mesa. Dei uma mordida.
— Eu posso ensina-lá a tocar piano, e você pode repensar na ideia. Tem alguns programas de verão em Nova Iorque bem conhecidos para calouros, depois quem sabe Juliard...
— Não pira ! — disse me engasgando. Bebi meu suco em um só gole e voltei meus olhos para Edward.
— Eu deixei de pensar em Juliard há anos, como disse tenho prioridades...
Edward suspirou.
— Quando vai entender que Carlisle e Esme jamais irão te deixar ?
Me encolhi com seu olhar intenso sobre mim.
— Eu sei que eles não querem isso, mas também não quero depender dos Cullen o resto da vida, Edward. — suspirei e depois encarei meu sanduíche, sem coragem de encará-lo — Mas não é só pela independência....Eu deixei de pensar em música quando tinha treze anos — confessei — David nunca me deixava ouvir som, então eu vivia com fones de ouvido, cantarolando no meu quarto. Minha mãe chegou a me pegar diversas vezes cantando e me incentivou a participar do coral da igreja — mordi os lábios — Eu desisti na primeira oportunidade que tive. — me encolhi me lembrando da cena.
Eu lembrava perfeitamente daquela manhã. Foi uma das primeiras que vi David batendo em minha mãe. Nós íamos a igreja todos os domingos, e em especial, naquele dia havíamos nos arrumado mais cedo para que eu ensaiasse com os garotos do coral, porém, David atravessou a porta em estado alcoólico e acabou com qualquer oportunidade que eu poderia ter. Foi depois daquele dia que decidi dar um futuro melhor para minha mãe, Elizabeth. Eu prometera para mim mesma estudar e começar a trabalhar em uma loja qualquer assim que completasse meus dezesseis anos.
Edward me assustou com seus rosnados, me tirando dos meus desvaneios. Eu o encarei assustada, e logo ele parou de fazer o som assustador.
— Desculpe.
Já encolhida, dei de ombros, pensando se deveria ou não sair correndo. Optei por ficar.
— Sinto muito pelo que aconteceu — disse sincero.
— Você não teve culpa — sorri amarelo.
— Bom, podemos recomeçar. — ele ergueu as mãos — Nada de Juliard, nem programa de calouros, somente eu, você e um piano de cauda.
Eu sorri.
— Professor de música, professor de matemática...está tentando puxar o meu saco ? — estreitei meus olhos para ele, mas logo nós dois caímos na risada.
— Eu juro que não — ele piscou.
— Vou pensar no assunto — prometi, jogando o guardanapo no lixo e voltei para meu quarto.

Eu acabei concordando em aceitar a ajuda de Edward, tanto nos cálculos como em algumas aulas musicais. Finalmente agora eu entendia os motivos de Edward, e conseguira me aproximar dele, isso é, me APROXIMAR MESMO dele. Carlisle concordou em me deixar mudar de horários na escola, me colocando na mesma aula de geometria com Edward e Alice. Sempre tinha os dois para fazer dupla e me ajudar nisso ou naquilo nas aulas que envolviam cálculos, mas sempre os surpreendia nas aulas de literatura. Ah, eu amava ler!
No almoço, eu geralmente me sentava sozinha. Não gostava de me sentar com os Cullen, mesmo eles sendo meus irmãos, sempre ficava um clima chato entre Edward, Rosalie e eu, mas agora, mesmo com Rosalie ainda distante, era diferente. Edward me arrastava para a mesa e junto com os outros me empurrava todas as bandejas de comida. A vantagem, era ficar com cinco pedaços de pizza para mim, mas é claro que eu não aguentava comer aquilo tudo sozinha, e uma vez ou outra, meu irmão mais velho concordava em fazer um desafio com Emmett. O coitado fazia caretas a cada vez que uma comida humana entrava em sua garganta abaixo, e eu sempre o vencia no quesito " quem come mais isso ou aquilo". Era uma brincadeira idiota que fazíamos nos almoços, mas era divertido, pelo menos para mim, e as vezes, até mesmo Rosalie e sua carranca entravam na brincadeira.

Livro II - Edward Cullen

Uma vez ou outra eu acordava Ashley durante a madrugada quando ela tinha pesadelos, mas era sempre Esme que ficava com ela até pegar no sono. As coisas agora haviam mudado entre nós. Estávamos mais próximos um do outro. Ashley fazia com que eu me sentisse diferente, e quase vivo.
Naquela noite, Esme me pedira para ficar em casa, ela não gostava de deixar Ashley só, todavia, ela e Carlisle precisavam repor as energias, não que o sangue de Ashley fosse um problema para os dois, jamais, mas já fazia um tempo que os dois não saíam para caçar.
Eu havia convencido Ashley a pouco tempo a aceitar minhas aulas de piano, era uma forma de demonstrar a ela que não tínhamos nada um contra o outro, eu nunca quis que ela tivesse medo de mim, muito menos que pensasse que eu não gostava dela, mas meu pavor de cometer um deslize que fosse com ela era enorme, além disso, como um ser como eu poderia ser uma boa pessoa para uma garota adolescente que sofrera toda sua vida? Agora, era a hora de me redimir com Ashley, e convencê-la a seguir sua vida depois sem nos. Embora Carlisle e Esme não pensassem em abandoná-la, eu não queria que Ashley ficasse, não por não gostar de minha irmã mais nova, eu a amava, mesmo não demonstrando, mas queria que ela tivesse uma vida. Rosalie e eu sabíamos bem qual caminho Ashley iria querer tomar no futuro, e não queríamos que ela se arrependesse algum dia de ter tomado a decisão errada.
Um grito excruciante veio do quarto de Ashley. Eu fechei os olhos e os punhos com força uma vez. Era incrível como os sonhos de Ashley eram reais. Ela sempre sonhava com a mãe, Elizabeth, mas o pai também aparecia nos pesadelos para atormentá-la. Brigas, tapas, gritaria, pancadaria... Tudo junto em um conjunto.
Quando os sonhos a atormentavam demais, Ashley se debatia na cama. Um vez chegou a cair e formar um galo na testa, que levou duas semanas inteiras para cicatrizar.
Os sonhos agora estavam ficando cada vez piores. Carlisle chegou a me perguntar sobre eles, e cogitou até em uma hipótese de levar Ashley a um psicólogo, mas ela pirou quando ele mencionou a ideia, e então o assunto não fora mais discutido.
Subindo as escadas em um vulto, senti um aperto no peito ao imaginar que ela pudesse se machucar novamente. O alívio me veio ao abrir a porta do quarto e encontrá-la jogando as pernas de um lado para o outro e falando sozinha.
Com delicadeza, eu a chamei, mas ela não pareceu me dar ouvidos. Nessa situação, a única solução que encontrei foi puxá-la para meu colo e lhe sacudir seus ombros levemente.
Ver as imagens que passava por sua mente era insuportável até mesmo para mim. Seus pesadelos estavam relacionados à situações reais que ela havia passado antes de vir morar conosco, e a cada tapa e grito que David dava em seus sonhos, eu tinha mais vontade de ir atrás dele para matá-lo.
Ashley era uma garota meiga e doce. Ela se escondia completamente. Gostava de ser isolada, não por não querer amigos, mas por ter medo de ser machucada por alguém. Ela sempre estava em defesa, até mesmo com Carlisle ela evitava demonstrar seus sentimentos, e eu não a culpava com isso. O único modo que fazia esse tipo de coisa, era através de seus gestos carinhosos, com Esme por exemplo, e dos sonhos. Ashley não conseguia esconder a mágoa que guardava no coração quando sonhava, porque era involuntário.
Ela finalmente abriu os olhos. Os arregalou uma vez e me olhou com total desespero. Aos poucos, foi tomando noção do que havia acontecido e então, seu rosto começou a adquirir um tom rosado, vergonha.
Ela estava constrangida por eu, logo eu, ter presenciado a cena.
Ashley se afastou de mim e puxou seus joelhos para perto de seu peito, em posição fetal, ela encarou o cobertor florido e murmurou um "desculpe".
— Não precisa se desculpar, eu entendo.
Ela me olhou com curiosidade por um minuto. Tentei entender sua mente, mas de alguma forma, ela agora estava me bloqueando.
— Como consegue esconder seus pensamentos assim ?— ninjas sobrancelhas estavam se unindo com tamanha confusão.
Seus olhos saltaram das órbitas e ela sorriu um pouco.
— Estou fazendo isso ?
Bufei e assenti.
— É constrangedor saber que você pode ver tudo sobre mim...é bom saber que há um jeito de bloqueá-lo.
Meus dentes trincaram ao lembrar de seu último sonho minutos atrás.
— Não precisa ficar constrangida — brinquei com seus cabelos — Eu não queria ler a mente de todo mundo, já lhe disse isso antes.... Emmett hoje estava pensando em brigar com uma anaconda — revirei os olhos.
Ashley deu uma risadinha, e eu toquei em sua bochecha.
— É assim que eu quero ver você, sorrindo.
Ela estreitou os olhos e se encolheu mais.
— Está tarde, você precisa dormir...
Ashley fechou os olhos, e logo uma lágrima escorreu pelo seu rosto.
— Não vou conseguir dormir de novo...geralmente Esme fica comigo até eu pegar no sono — sua voz estava embargada.
Algo em meu peito se apertou ao olhá-la com doçura. Ashley se fazia de durona. Tentava esconder seus sentimentos com seus gestos e suas frases de efeito, mas no fundo, ela era uma garotinha que não crescera ainda.
— Chega pra lá — pedi
Ela abriu os olhos e me olhou confusa. Somente fiz o gesto para que ela fosse para a outra ponta da cama. Obediente, ela o fez e então, me deitei ao seu lado.
— O que está fazendo ? — quis saber
— Vou ficar com você, até pegar no sono
— Não precisa, sério eu...eu perdi o sono... — ela já ia se levantar, mas eu a puxei com delicadeza para se aconchegar em meu peito.
— Está tarde, amanhã você tem aula — sussurrei.
— Edward — ela ia protestar, mesmo magoada, ela se recusava a aceitar ajuda.
— Shiiiu, vamos dormir
— Vampiros não dormem — ela riu sarcástica.
Revirei os olhos e a encarei.
— Você nunca brincou de faz de conta ?
Ela gargalhou.
— Edward, esta falando sério ?
Eu assenti. Ela se remexeu inquieta e ficou meio tensa quando eu comecei a cantar uma canção de ninar. A melodia era nova, eu havia composto para Ashley pela manhã, mas não queria admitir isso, não agora. Em algum momento em especial, talvez.
Ashley fechou os olhos com força e se permitiu aconchegar em meu peito, me abraçando levemente e enterrando sua cabeça em meu corpo. Eu senti suas lágrimas escorrerem de seu rosto para minha camisa, e escutei ela fungar duas vezes, até começar a relaxar. Seu corpo logo se permitiu repousar, e seus olhos começaram a ficar pesados, até que finalmente pegar no sono.
Escutei os passos de Esme horas depois. Ela girou maçaneta da porta e colocou a cabeça para dentro. Seus olhos brilharam a ver Ashley dormindo sossegada em meu colo, quase como um anjo. Sua boca estava aberta em um pequeno "o", e seu braço envolvia minha cintura com carinho, enquanto sua cabeça estava aninhada em meu peito, especificamente onde meu coração deveria bater. Os cachos dourados de seu cabelo caíam em cascata sobre seu rosto.
Coloquei o dedo indicador na boca para que Esme não fizesse barulho e não a acordasse. Ela concordou sorrindo e logo saiu.
Eu passei a noite velando o sono de minha irmã mais nova. Brincando com seus cabelos me permiti pensar no motivo de estar ali, cuidando de Ashley como se fosse uma garotinha de cinco anos e sorri. Ela para mim, seria sempre uma garotinha no fundo, doce e meiga. Rebelde e carinhosa.

— Vamos, vai ser legal ! — insistia Alice
— Não, nem pensar! — Ashley se recusava a aceitar uma festa de aniversário, ela também exigiu que não lhe dessemos presentes, mas fora em vão. Até mesmo Rosalie parecia animada com a ideia de uma festa.
— Eu não entendo o motivo de você não comemorar o seu aniversário — rolou os olhos Alice.
Ashley bufou e lhe deu as costas com raiva da insistência de sua irmã.
— Alice, não a pressione — pedi — Ela tem seus motivos...
Alice suspirou derrotada e se sentou na escada. O queixo apoiado nas mãos.
Eu baguncei seus cabelos curtos em brincadeira e subi para ver Ashley.
— Ela não queria irritá-la — disse entrando em seu quarto.
Suspirando Ashley respondeu um "eu sei ".
Eu me sentei em sua cama e me permiti escutar suas perguntas vindas de seus pensamentos. Ela não gostava de festas comemorativas. Todas as vezes que Elizabeth tentava comemorar algo, David aparecia bêbado para estragar tudo. Não seria a mesma coisa agora, mas as lembranças de Ashley a assombrava sempre e não seria um momento apropriado agora, ela acabara de perder a mãe e adquirir uma nova família, talvez com um tempo Alice a convencesse a comemorar o seu aniversário...
— Tenho uma coisa para você
Ela me olhou com raiva mas eu a ignorei.
— Não gastei dinheiro se é isso que a chateia.
Puxei o papel de meu bolso e lhe entreguei.
— Feliz aniversário — sorri sem jeito.
Ashley me olhou confusa, mas desdobrou o pedaço de papel que eu a dera. Ela leu e releu depois seus olhos marejaram.
— É aquela canção de ninar que você nunca termina de cantar para mim — ela saiu da janela e veio para perto de mim.
— Eu queria lhe dar algo de especial.
Ashley pulou em meu colo feliz e me abraçou com toda sua força humana.
— Obrigada — murmurou entre soluços. Ela estava emocionada — É o melhor presente do mundo — ela riu das palavras clichês.
Eu sorri e beijei sua testa com carinho.
— Fico feliz que tenha gostado.
— Eu amei !
— Bom...eu posso cantá-la em sua festa...
— Edward — ela fechou a cara.
— Apenas dessa vez, prometo que no próximo ano coloco Alice em um avião para Paris — pisquei
— Como se isso a impedisse — ralhou
Ashley deu um sorrisinho sem graça.
— Uma pequena festa, bem pequenininha mesmo — implorou — Nada de convidar a escola toda, essas coisas... Somente os Cullen.
— Acho que Alice pode lidar com essas regras
— É claro que posso ! — Alice entrou porta adentro e puxou Ashley para um abraço.
— Obrigada
— Não consigo deixá-la magoada, Alice.
Empolgada, Alice inventou uma desculpa para não ir a escola no dia seguinte. Ela e Esme decoraram a sala com balões de gás, confete e tudo mais. Quando Ashley chegou comigo na tarde daquela terça-feira se surpreendeu ao ver que Alice havia realmente feito algo pequenino.
Emmett e Jasper apareceram cantando parabéns. Emmett segurava um cupcake com uma vela de aniversário, e parou em frente Ashley, que observava todos os Cullen cantando em coro para ela.
— Faça um pedido — Rosalie entrou no jogo, incentivando-a.
Emocionada, Ashley assoprou as velas e sorrindo em seguida. Ela retribuiu o abraço de cada um de nós, e não reclamou quando Alice a presenteou com um vestido de grife.
Foi o único aniversário que Ashley aceitou comemorar de bom grado, nos outros, ela dava um jeito de enrolar Alice se recusando a fazer festas. Apenas concordava em viajar com Alice e Rosalie para renovar o closet, mesmo com sua aversão por moda.

— Ah, minha irmãzinha, sinto muito. — suspirei, encarando a fotografia que Esme havia tirado de nós. Ashley aconchegada em meu peito em uma das suas noites de pesadelos. Os cachos dourados lha caindo sobre o rosto rosado.
Finalmente agora eu compreendia que a amava. Agora que cometera o erro de lhe falar que ela era um peso para nós, eu compreendia que jamais quis magoá-la.
Quando minha situação com Bella estava completamente resolvida, eu voltei para Forks. Pensei que Ashley iria aceitar minhas desculpas logo de cara, mas fui um idiota ao acreditar que ela não guardaria mágoas.
Ashley ficou me ignorando por dias, mesmo tendo ficado longe de mim por um longo tempo, ela conseguia me ignorar, e as vezes me bloqueava, o que era ainda mais frustrante, porque eu nunca sabia se era o momento exato para tentar me aproximar dela. Ashley não era como Bella que me bloqueava o tempo inteiro, mas ela me confundia. Fazia com que eu não conseguisse entender sua linha de raciocínio uma vez ou outra...
Em uma certa manhã, Esme concordou comigo e convenceu a todos de irem caçar, me deixando responsável pela Cullen caçula. Ashley acordou faminta e foi até a cozinha, provavelmente fazer um sanduíche e fingindo não me ver na sala ao passar por mim.
Rindo de sua atitute infantil, eu saí em um vulto para segurar seus braços quando ela voltou a passar por mim para voltar para o quarto.
— Me solta ! — rosnou.
Eu gemi com frustração, e pensei em realmente soltá-la, mas precisava ouvir de sua boca que ela me queria longe.
— Eu não deveria ter dito aquilo, sei que as palavras lhe afetaram, mas eu jamais quis lhe ferir — eu segurei seu queixo entre minhas mãos com carinho, e deixei meus olhos focarem nos seus — Me perdoe — minha voz saiu em um fio. O aperto em meu peito estava maior, como se algo em mim tivesse medo de ouvir as palavras erradas saírem de sua boca.
Vi ela escondendo o choro ao morder os lábios, e quis puxá-la para um abraço e confortá-la, mas me detive. Ashley estendeu uma das mãos e tocou em meu rosto. O cheiro doce de seu sangue não era convidativo como o de Bella, mas ainda sim, causava desejo. Aproximei meu rosto de sua mão, deixando que ela acariciasse meu rosto e sorrindo um pouco com seu toque. Ah como estava sentindo falta de suas carícias! Ashley sempre brincava com meus cabelos nos noites que tinha pesadelos, era uma espécie de terapia para ela, e também para mim.
Ela logo retirou a mão de meu rosto e me deu um soco no peito. Eu abri os olhos, surpreso por sua ação e sorri.
Se recusando a admitir que havia sentido minha falta, ela afirmou que Esme estava preocupada.
— Só Esme ficou preocupada então ? — debochei.
Ela me abraçou com força, e confessou que eu a havia magoado. Assim, eu consegui perceber que tudo o que eu fizera para ficar longe dela fora em vão. Consegui notar finalmente que não tinha jeito. Mesmo se Ashley quisesse se tornar uma de nós depois de dois, três, cinco anos, ela sempre seria para mim uma frágil menininha que precisaria de um abraço para reconfortá-la e uma boa canção de ninar.
É, não importava que eu não confessasse, mas por ela, por minha irmã Ashley, eu iria até o inferno só para não vê-la sofrer, porque eu, Edward Anthony Masen Cullen a amava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram ? Espero que sim! Até o próximo capítulo com mais Ashley Cullen para vocês haha beijos da L.Chavez!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My imprinting" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.