BB e Jade ficaram sabendo da confusão com Ana, já que a notícia se espalhou por toda a Fábrica. Mal sabiam elas que as brigas daquele dia só estavam começando.

Assim que entraram na sala de dança, se depararam com Lucrécia. BB instintivamente pôs um braço em volta dos ombros da irmã. Só estavam as três na sala.

–Minha filha, como você está linda. Podemos conversar a sós?

–Deixa a minha irmã em paz.

–Não BB, eu quero conversar com ela.

–Tá bom, mas eu fico.

–Olha, Lucrécia, você falou que ia me buscar e eu fiquei esperando...

–Mas eu voltei...

–Foram 10 anos! Não 10 dias; 10 anos!

–Jade, me escuta, a Sara...

–Não fala da minha mãe! Ela é minha mãe. Você, eu nem sei que você é! Ela e BB saíram do prédio. Assim que entraram no carro, Jade desabou em lágrimas.

–Jade, vai ficar tudo bem. -disse BB fazendo carinho no rosto da irmã.

–Eu só quero ir pra casa.

–--*---

Sara chegou e encontrou o marido e o cunhado sentados no sofá da sala.

–Amor, o que aconteceu? As meninas estão bem?

–Elas estão. Foi a Ana, ela voltou pro Brasil. -Sara se sentou passando as mãos pelo rosto.

–A Bianca encontrou com ela na Ribalta e ficou transtornada. Ela arrastou a K pra casa. -explicou Gael. Ele contou sua conversa com a ex-esposa.

–Eu tenho que voltar pra base, mas essa noite eu vou ter uma conversa bem seria com a minha irmã. Eu acho que você tá certo, Gael. Eu no teu lugar faria a mesma coisa.

–Amor, você não tá bem, é melhor ficar em casa.

–Eu vou ver como a Bia está.

–Gael, é melhor vocês contarem pra K antes que ela descubra...

–Eu vou fazer isso quando a Dandara voltar. -ele se despediu do irmão e da cunhada foi embora.

–--*---

Pedro e Karina comiam enquanto Tomtom brincava na roda gigante.

–Você sabe de alguma coisa que eu não sei?

–Claro que não, Esquentadinha.

–É serio moleque, a Bia me arrastou pra casa parecendo uma louca depois ficou toda grudenta. Você é o melhor amigo dela...

–Ela não me falou nada, eu juro. -ele disse dando um selinho nela.

–Já decidiu o que vamos fazer no nosso aniversário?

–Decidi sim, mas é surpresa!

–Nada muito meloso, por favor. -pede Karina.

–Nem acredito que estamos juntos a tanto tempo.

–É, quem diria que o plano do Johnny e da Bia de nos trancar no banheiro daria certo.

–É, eu ralei muito pra te conquistar e ainda tive que escutar ameaça do mestre sogrão e da cunhadinha. –reclamou Pedro.

–Como assim? A Bia te ameaçou?

–Quando eu pedi a ajuda dela, ela falou que ajudava, mas que se eu e te fizesse chorar, ela ia fazer uma demonstração de capoeira comigo.

–Minha família só tem doido mesmo.

–Eu vou fazer a mesma coisa daqui a 15 anos, quando a Tomtom começar a namorar...

–Eu já tive três namorados, Pê. -disse Tontom se aproximado do casal.

–Que historia é essa?!

–Pedro, para de atormentar a menina!

–Ela é uma criança!

–Pê, é namorico da idade, pare de ter ataque!

–Tô de olho. -alertou Pedro imitando o gesto de Gael.

–Eita, dando uma de Seu Gael? –riu a namorada.

–Aprendi com o sogrão.

–Você é muito bobo, Pedro. -riu Tomtom.

–Vai começa a chover, melhor irmos pra casa.

–É, e eu vou descobrir o motivo do surto da Bianca.

–--*---

Gael chegou e se deparou com Dandara sentada no sofá e Bianca com a cabeça em seu colo. João estava sentado na poltrona. Ele deu um selinho na esposa e um beijo na testa da filha.

–Que bom que você está aqui, meu amor.

–Eu peguei o primeiro voo quando a Bianca me contou. Filha não fica assim... –abaixou na frente da filha.

–Mas ela quer tirar a K da gente.

–Eu não vou deixar. -Karina entrou em casa e logo sentiu o clima pesado.

–Bia, você tá bem? O que tá acontecendo?

–--*---

–Eu não sei nem o que pensar. Depois que os nossos pais morreram naquele acidente, eu fiz de tudo pela Ana. Meu salário não era tudo isso, eu era aspirante a oficial ainda, mas paguei todos os cursos que ela quis fazer. E ela passou dez anos sem me mandar nem uma carta, eu só sabia que ela estava viva pelas noticias da carreira dela... E agora, ela volta e quer agir como se nada tivesse acontecido! Eu não conheço mais a minha irmã... -René a abraçou.

–Eu tô muito preocupado com meu irmão, nem sei o que eu faria no lugar dele. -foi quando BB chegou, amparando Jade, que chorava muito. Sara correu para filha e a abraçou.

–O que foi, filha?

–A Lucrécia voltou também. -anunciou BB. Sara guiou a filha mais nova até o sofá.

–Filha, olha pra mim. Eu não vou deixar nem a Lucrécia, nem ninguém te fazer sofrer. Eu sei o que você passou quando ela foi embora e eu não vou permitir que aconteça de novo.

–Mas ela é minha mãe biológica. Ela...

–Filha, ela mandou todos os documentos abrindo mão da sua guarda. Eu te adotei. Ela não pode fazer nada. –explicou, fazendo cafuné na menina. -Ruivinha, cuida da tua irmã, que eu vou conversar com o seu pai.

–Claro, mãe. -BB sentou do lado da irmã e a abraçou.

–Isso só pode ser algum tipo de piada. Primeiro a Ana, agora essa mulher. Rene ainda estava calado. Ele respirou fundo.

–Essa mulher passou sete anos fazendo de tudo pra me impedir de ver a minha filha, e de repente abandona ela aqui. Primeiro ela queria dizer que era produção independente, depois ela cansou de brincar de casinha e largou a criança com o pai que mal a conhecia. E agora ela volta. -René estava muito nervoso. Sara também, mas ela era treinada para se controlar diante das piores situações.

–Ela não tem nenhum poder legal sobre a Jade, mas ela tem o poder de fazer mal a nossa filha emocionalmente. E eu não vou deixar isso acontecer. -eles se abraçaram.

–--*---

–Maninha, não fica assim.

–Eu vou ter ver a cara daquela mulher todos os dias.

–Você tem certeza que quer continuar na Ribalta?

–Eu amo dançar. Não é irônico?! Acho que alguma coisa eu tinha que ter dela.

–Isso não é dela, é nosso. Acho que a única coisa que a gente gosta em comum.

–É verdade.

–Então, não deixa ela tirar isso da gente.

–Quando finalmente a mamãe pode estar em casa, essa mulher aparece...

–Jade, eu sei que tudo isso te machuca muito, eu sei que não tem como consertar isso, mas eu tô aqui com você. Sempre.

–Eu sei.

–--*---

–Minha filha, senta, que a conversa vai ser longa. -Karina se sentou ao lado da irmã.

–Pai, deixa eu falar. –pediu Bianca. -Naquela hora que eu te trouxe pra casa, foi porque eu... A Ana voltou.

Karina não sabia como reagir. Sempre sonhou em reencontrar a mãe, mas agora não consegui imaginar esse momento.

–Eu quero vê-la.

–Nem pensar! Eu já falei pra ela ficar bem longe de vocês! -disse Gael.

–Mas, pai...

–Karina, seu pai está certo...

–Dandara, não se mete, tá. Você não é minha mãe!

–Karina, não fala assim com ela! Ela é nossa mãe, sim. A Ana abandonou a gente! Ela só fez te machucar!

–Karina, eu nunca pedi pra você me chamar de mãe, mas eu exijo o seu respeito! Eu sempre cuidei de você e da Bia da mesma forma que eu cuido do João e não vou admitir que você fale como se eu não tivesse nada a ver com o assunto! Eu só quero o que é melhor pra você.

–Desculpa, eu só quero ouvir o que ela tem a dizer, só isso! Quero saber por que ela foi embora.

–Ela foi embora porque é uma egoísta, porque não se satisfez com a vida que a gente tinha! Ela queria ser uma estrela, não uma mãe ou uma esposa! -afirmou Gael.

–Pai, o mundo não preto e branco como você pensa. Era a carreira dela!

–Eu desisti dos meus sonhos também, Karina! E sabe por quê?! Porque vocês, minhas filhas, são mais importantes do que qualquer cinturão.

–Karina, o mundo não é preto e branco, mas também não é cor de rosa. A Ana não pode voltar depois de dez anos e agir como se nada tivesse acontecido. Ela não pode simplesmente tirar férias de ser mãe. Eu posso não ter te carregado, mas eu não conseguiria passar nem 1 dia sem falar com você, imagina dez anos!

–A mamãe tá certa, K. Pra que encontrar essa mulher? Só pra se machucar de novo? Eu sei que você quer ouvir dela que a culpa não foi sua, mas eu já te falei milhares de vezes: a culpa é só dela! Ela escolheu ir embora!

–Eu vou pro meu quarto. E, Bianca, vê se me deixa em paz. Você deveria cuidar mais da sua vida e me deixar cuidar da minha!