Pov Bella

Entrei em casa com um sorriso de orelha a orelha. Minha mãe estava sentada no sofá com o telefone na mão, então passei direto por ela e fui à cozinha pegar uma maçã.

“Uhum...eu sei...mas o que...” – ela olhou pra mim, e pareceu notar que eu estava ali – “espere, ela acabou de chegar.”

Ela me estendeu o telefone com uma cara estranha, e eu o peguei, meio desconfiada.

“Alô...” – foi a única coisa que consegui dizer.

“ISABELLA MARIE SWAN!” – reconheci a voz do outro lado do telefone imediatamente: Charlie Swan – “Que história é essa de arrumar um namorado?” – meu pai estava gritando, visivelmente nervoso.

“Pai...” – tentei me explicar. Óbvio que ele não deixou.

“NÃO ME INTERROMPA!” – ele disse, me interrompendo – “Só porque eu não estou no Brasil não significa que deixei de ser seu pai e não preciso mais ser consultado quando você resolver fazer essas suas abobrinhas!” – meu pai, como bom tenente que é, foi mandado em missão de paz para o Haiti, e ele foi!

“Pai...”

“E como assim você pintou o cabelo de loiro e depois de castanho outra vez? Você acha que essas químicas malucas não agridem o seu cabelo, mocinha?”

“Pai, deixa eu...”

“Já te disse pra não me interromper!” – tá, que seja! – “E você vai terminar com esse sugeitinho agora mesmo, entendeu?”

“Mas pai...”

“Nada de “mas”. Você vai fazer o que eu te disse e pronto! Vai terminar com esse seu namoradinho de meia tigela e ponto final!”

Permaneci em silêncio, tentando não rir.

“Você não vai falar nada?” – perguntou meu pai, ainda irritado.

“Pai...” – comecei, devagar.

“O QUÊ?”

“Eu já fiz isso.” – disse, simplesmente. Meu pai pareceu perder a voz do outro lado da linha.

“Ah.” – disse, quase sussurrando – “Então tá.” – como sempre, ficou sem ter o que dizer – “passa pra sua mãe.”

“Pai?” – disse, sorrindo

“O quê, Bells?”

“Eu te amo.”

“Eu também te amo, Bells.” – ele disse, então eu entreguei o telefone para minha mãe e fui para o meu quarto.

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“Eu sabia, eu sabia! Bella, sua burra, eu SABIA!” – Alice pulava em seu quarto,e fazia uma espécie de dança maluca. Ótimo, por quê mesmo eu ainda conto as coisas pra ela?

“Ok, eu sei, eu sei.” – acabeio rindo – “Agora dá pra você parar de pular?”

“Dá.” – ela riu – “Bella, sua encalhada! Solteira de novo, eeeeeeeeeee!” – ela disse, e me tacou o travesseiro. Caramba, qual o problema que ela tem com esses malditos travesseiros?

“Que seja!” – ri com ela, e lhe taquei o maldito travesseiro.

Pov Edward

“E é por isso que eu acho que o James é o maior chato do planeta!” – Juninho, o garoto mais sábio que esse planeta já conheceu, reclamava, sentado no meu colo.

“Jura que ele falou na cara da Rê que você não podia ir?” – Jasper, o homem mais fêmea desse planeta, disse, deitado ao meu pé na cama, com um balde de pipoca nas mãos enquanto se apoiava no cotovelo.

“Ô criatura, dá pra agir como homem alguma vez na vida?” – perguntei, pra Jasper.

“Claro que dá.” – ele disse, largando o pote de pipoca e colocando um pirulito de morango na boca.

RETORNO DO MOMENTO TAPA NA MINHA CARA!!!

“Affs, Jazz!” – comecei a dizer. Fui interrompido por um pequeno tapa na minha cara, dado por um minúscula mão. Olhei para Juninho, que me olhava emburrado.

“Dá pra prestar atenção no que eu falo, senhor papai?” – disse, com os bracinhos cruzados.

“Eu to prestando, filhote.” – me defendi, antes que apanhasse outra vez – “Foi só a besta do seu tio Jasper que tirou minha atenção.”

“Besta do tio Jasper, não tire a atenção do papai!” – Juninho disse, se virando para Jasper, que continuava com o maldito pirulito na boca.

“Como eu tava dizendo, “ – recomeçou – “O boboca-imbecil do James não me deixou ir na festa dele. Disse que era só pra grande. E eu ia ficar muito bonito na minha fantasia de Ben 10, papai!” – ele reclamou, e eu ri.

“Eu sei, filhote, mas eu não posso fazer nada agora que a festa já passou.”

“Você pode bater nele!” – disse, todo esperançoso.

“Se eu fizer isso, minha mãe me expulsa de casa.” – não que eu não quisesse bater em James, é claro. É, talvez valesse a pena.

“Ai você pode morar lá em casa!” – pediu, com os olhinhos brilhantes.

“Você quer mesmo que eu bata no James?” – perguntei, e ele balançou a cabecinha, concordando.

“Tem certeza que o Juninho não tem o seu sangue correndo nas veias dele, Ed?” – Jasper falou, com o pirulito na boca.

“Cala a boca, besta! O Ed é meu papai do coração. Minha mãe não é galinha!” – Juninho disse. Caramba, com quem esse menino anda aprendendo essas coisas, hein?

“É teu filho, Edward, com certeza é teu filho.” – Jazz riu, finalmente acabando o maldito pirulito.

“É filhote, mas já tá na hora do senhor ir dormir!” – disse, enquanto ele fazia biquinho – “Amanhã tem escola, rapaz!”

“Tô sabendo.” – ele disse, todo desanimado.

“Vem, eu te levo até a porta.” – disse, colocando-o no chão – “Você também, besta.” – disse para Jazz, que levantou e me seguiu.

Alice estava na sala, com Isabella Swan. Assim que me viu, Bella saiu correndo e foi embora, batendo a porta.

“Tchau pra você também, Bella.” – Alice riu, e olhou pra gente – “Ok, a reunião do clube do “Edzinhu” já acabou?” – perguntou.

“Acabou sim, senhorita anã.” – respondi. Ela deu um beijo em Juninho e em Jasper (embora não obviamente o mesmo tipo de beijo) e os levou até a porta. Se não expulsarmos esse povo, eles se mudam de vez pra cá!

Depois que levou os dois até a porta, Alice sentou no sofá com sua cara de “estou escondendo algo”. Sério, ela é tão discreta quanto um hipopótamo numa corda bamba, pelo menos pra mim.

“Ed...” – começou a dizer, enquanto eu me sentava ao seu lado– “Sabia que eu tenho um segredinho?”

“Sabia, pela sua cara de tacho.” – respondi, pegando o jornal que estava na mesinha de centro.

“E você não quer saber?” – disse, com sua carinha de inocente.

“Não.” – respondi, olhando para o jornal.

“Nem se eu te disser que é uma coisa que você vai gostar muito de saber?”

“Não.”

“Nem se eu te disser que a Bella terminou com o James?”

O jornal caiu da minha mão, junto com o meu queixo. Olhei atentamente para Alice.

“Alice, isso que você falou é sério?”

“Ué, não era você que não queria saber?” – debochou.

“Espera aí.” – falei, e no momento mais gay da minha vida, fui até a cozinha pegar um pote de sorvete de morango – “Me conta tudo, nanica!” – disse, sentando ao seu lado e dando uma colherada no sorvete.

Pov Bella

“Como assim você não teve tempo de estudar, sua anta tamanho família?” – Reneesme estava quase degolando Emmett. Não pudíamos culpá-la, todos nós estávamos querendo fazer o mesmo.

“Puts, Rê, eu tive coisas mais importantes pra fazer no carnaval!” – Emmett disse, piscando. Reneesme deu um soco em seu braço.

“Droga, você tinha que ser tão forte?” – ela disse, com a mão na boca.

“Que seja. “ – respondi, interrompendo a palhaçada – “O caso é que o nosso grupo é o próximo a se apresentar.” – simplifiquei. O grupo de Jasper, constituido por ele, Jennifer, Jane, Bree e Seth , já estava se apresentando, e nós éramos os próximos. Tivemos muito tempo para nos preparar, mas a besta do Emmett simplesmente se esqueceu do trabalho.

“Ok, galera, agora a gente vai ter que improvisar.” – Alice disse.

“Beleza,” - Emmett disse, arrancando o trabalho das mãos de Jacob, que olhou pra ele com cara de raiva – “Me dá um tempinho pra ler isso daqui e pode deixar comigo.” – ele disse, todo confiante.

“Isso não vai prestar!” – Reneesme disse, dando um tapa na cara.

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Depois que o grupo de Jasper se apresentou, chegou a nossa vez. Subimos apreensivos até o mini-palquinho, torcendo pra dar tudo certo.

Eu fiquei responsável por abrir o trabalho e falar as característicais gerais, como localização. Alice falou sobre o clima, Reneesme sobre a hidrografia, Jacob sobre a flora, e a anta do Emmett ficou responsável por falar sobre a fauna.

“...A flora do Deserto Sonoran é formada basicamente por árvores de pequeno porte, arbustos e cactos, por possuir um terreno muito seco e pouco propicio a flora.” – Jacob finalizou. Seria a vez do Emmett, mas o imbecil, ao invés de falar, continuou lendo o papel, como se nem tivesse percebido que estava na sua vez.

Reneesme lhe deu um cutucão.

“O que?...Ah, jah tá na minha vez?” – perguntou, na maior cara de pau – “Ok. Falaê , galera. A gente vai falar sobre o deserto... qual é o deserto mesmo?” – a anta se virou para Reneesme.

“Essa parte já foi.” – professor Marcelo respondeu, com cara de quem estava prendendo o riso.

“Tá, beleza então.” – Emmett continuou – “Deixa eu ver o data show.” – A criatura virou-se para a parede, onde estavam refletidas as imagens da apresentação que preparamos. No momento, havia um painel com várias fotos de animais típicos do Deserto, que Alice tinha feito, incluindo ratos, baratas, cobras, pássaros, borboletas, entre outros.

“Então...” – a besta prosseguiu, com o dedo na parede, na frente do retroprojetor – “ Aqui como vocês estão vendo, têm um monte de animais. Mais de todos esses, o que eu mais gostei foi a borboletinha.”

“HAHAHAHA! EMMETT SE ASSUMIU!” – Seth levantou da cadeira, apontando na direção de Emmett.

“Por favor, Seth, você quer se sentar?” – professor Marcelo interrompeu – “Temos que respeitar a opção sexual das pessoas.”

“Valeu fessor.” – Emmett disse, e só então pareceu ter entendido – “HEY, EU NÃO SOU VIADO!!!”

“Como disse?” – professor Marcelo perguntou.

“Ér... nada. Eu disse que lá no deserto não tem viado.” – disfarçou.

“Prossiga.” – Marcelo disse, balançando a cabeça.

“Então, eu também achei maneiro o tal do sapo psicótico.”

“COMO?” – todos nós, inclusive o professor Marcelo, perguntamos.

“Psicoativo, anta! Quer dizer “venenoso”.” – Jacob corrigiu Emmett, batendo na própria cara.”

“AHHHHH, VOCÊ ADERIU AO MOMENTO TAPA NA CARA!” -  Alice gritou, chamando a atenção de todos.

“Opa...” – disse, disfarçando.

“Gente, esse trabalho de vocês está...” – professor Marcelo começou, mas foi interrompido pelo grito de Reneesme.

“E esse foi o esquete que ensaiamos pra vocês. Obrigada e bom dia.” – ela disse, arrastando todos nós para fora do palco.

“Me sigam no twitter!” – a anta do Emmett ainda teve tempo de gritar, antes de ser arrastado por Reneesme.

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“A professora faltou, a professora faltou!” – Emmett só faltava sair pulando. Nossa responsável professora de Álgebra tinha faltado outra vez, como nós só tínhamos um tempo, estávamos na sala, sem nada pra fazer.

“Gente, aproveitando que vocês estão de tempo vago, faremos agora a eleição dos representantes de turma.” – Daniel, nosso coordenador, entrou na sala dizendo, e deu de cara com Emmett pulando feito um louco – “Jovem, o senhor quer fazer o favor de se sentar?” – perguntou, para a besta.

“Qual é, tio Dani, cortou meu barato!” – A Anta ainda reclamou, indo se sentar.

“Pois bem, deixem-me explicar um pouco sobre o cargo de representante de turma. Como representantes de turma, vocês terão que vir aos conselhos de classe, ficarão responsáveis pela entrega de notas e recolhimento de trabalhos, deverão fiscalizar os alunos indisciplinados e devem ter um bom relacionamento com seus colegas de classe.” – Daniel explicou – “Escolheremos uma moça e um rapaz, para que não haja reclamações com relação ao sexo.”

Quando Daniel disse isso, Emmett começou a rir baixinha.

“Vai rolar um rala e rola!” – Ele cochichou com Seth, que começou a rir também.

“Cala a boca,besta!” – Reneesme cochichou, e deu um tapa no pescoço de Emmett.

“Então, os alunos interessados em concorrer ao cargo, só precisam levantar a mão, e depois faremos uma votação.” – Daniel disse.

Ninguém levantou a mão. Aliás, fez-se um silêncio absoluto na sala.

“Pois bem...” – Daniel disse, meio irritado – “Enquanto vocês pensam, que tal escolhermos o professor representante? Pensem bem, pois é ele quem vai representar vocês nos conselhos de classe. E então, alguma sugestão?”

Ninguém respondeu nada. Todos pareciam petrificados de medo, ou, como eu creio que tenham sido, pareciam não estar nem ai pro que Daniel estava falando.

“Devíamos escolher o Marcelo.” – Alice cochichou no meu ouvido.

“Então fala isso pro Daniel.” – respondi para ela.

“Bota o Martins!” – A anta do Emmett gritou, e todos olharam para ele.

“Ótima sugestão, jovem. E já que ninguém disse nada, significam que mais ninguém tem opnião.” – Daniel, o extressadinho, sentenciou – “Professor Martins será o representante da turma 2001.”

‘NÃAAAAAAAAAAAO!” – O coro foi geral. Quando Daniel, que havia se virado para escrever o nome do Martins na lousa virou-se para ver, todos já haviam se calado, e estavam olhando com cara de raiva pro Emmett.

“Se prepara pro teu enterro, Mano!” – Seth disse, rindo da cara de espanto de Emmett.

“Agora, escolheremos o rapaz representante. Alguma sugestão?”

O silêncio voltou a reinar.

“FALEM  ALGUMA COISA!” – Daniel deu a louca.

“Eu voto no Jasper.” – um loirinho, Michael eu acho, disse, lá do fundo da sala.

“EU?” – Jasper, que estava lendo o livro de biologia, se assustou.

“É, pow. Tú têm mó jeito com a turma, que nem daquela vez que você gritou e todo mundo te deu atenção.” – Michael respondeu.

“É, naquela vez que teu primo queria sair comigo.” – Emmett disse. Reneesme apenas deu um olhar mortal para ele, e ele se calou imediatamente.

“É, eu também acho que devia ser o Jasper.” – Eric, um japinha que sentava no meio da sala, concordou.

“É!” – outras pessoas começaram a concordar.

Jennifer, a Paty-reinante-inimiga-da-minha-melhor-amiga-anã, levantou-se da cadeira.

“Jasper! Jasper!” – ela começou a gritar, e logo todos da sala estavam gritando também.

“Ok jovens, eu já compreendi. Jasper será o representante da turma.” – ele disse, aparentemente satisfeito com o repentino interesse dos assuntos.

“E eu, é claro, posso ser a representante, se todos concordarem.” – Jennifer se candidatou.

“NEM VEM!” – Alice gritou, levantando da cadeira – “Eu também quero me candidatar, tio Dani.”

“Tudo bem. Vamos votar então.”

“Eu voto na Alice!” – Jasper foi o primeiro a gritar.

“Eu prefiro a Jennifer. A Ananzinha ai é muito escandalosa.” – Michael disse.

“Não fala mal da minha amiga anã, não!” – Emmett levantou, olhando para Michael – “Vai encarar?” – fez pose de lutador de boxe.

“SENTEM-SE TODOS!” – Lá vai o Daniel se extressar denovo – “Levatem as mãos os que votam em Alice.”

Eu, meu grupinho e mais algumas pessoas levantamos a mão (Jasper, inclusive, levantou as duas).

“Agora levantem as mãos os que preferem a Jennifer.”

O resto da sala todo levantou a mão, inclusive algumas pessoas que já tinham votado em Alice.

“Pois bem, a maioria vence. Jennifer, você é a nova representante.” – Daniel disse para Jennifer, que bateu palminhas e se sentou, toda satisfeita.

Alice fez uma cara que misturava choro, raiva e vontade de matar a Jennifer. Ela olhou para o Jasper com essa cara.

“AI.MEU.DEUS!” – Ele disse, se afundando na cadeira.

“Tadinho do Andi!” – Emmett disse sua primeira fala inteligente do dia. É, ele estava certo.

Coitado do Jasper!