Nico

Eles desembarcaram e se despediram da Srta. Oleary. Estava tarde e Nico percebeu a preocupação de Will.

– Ãhn, Will. Você quer ficar, bem, no meu chalé? Seus irmãos já devem estar dormindo.

– Olha baixinho, agradeço muito. – E sorriu.

Entraram no chalé 13 e Will acendeu as luzes.

– Sério? Só isso de iluminação? – o ambiente ainda estava escuro.

– Desculpe se eu não sou chegado à luz.

– Aham sei – Will sorriu e se jogou em uma das camas dos beliches. – Por Hades! como você dorme aqui? – Nico deu de ombros – Ta, nós vamos redecorar isso aqui! É muito fúnebre!.

– Tudo bem se você acha assim.

Já passava da meia noite e os dois se deitaram em camas paralelas. Nico fechou os olhos mas estava inquieto segurando seu pingente de Sol nas mãos. Aparentemente Will estava dormindo então achou melhor ficar em silêncio.

– Nico – chamou Will baixo – Nico? Está dormindo?

– Não. – Nico se virou e ficou de frente para Solace.

– Posso te fazer uma pergunta? – Nico assentiu – Como era, bem , viver antigamente?

– Oi?

– É que sabe, você devia ser velho, mas não é. Continua com pouca altura e cara de anjo.

– O rosto vem do nome. Mas era normal, eu era criança, não lembro direito. Minha irmã Bianca cuidava de mim mas ela morreu.

– Eu lembro. Você sente sua falta?

– Todos os dias – a voz de Nico falhou.

– Sinto muito.

– Já me acostumei. E sua mãe? – Nico perguntou desviando o assunto – O sobrenome dela era Solace? – Will assentiu – Sugestivo não acha? Nada mais é do que uma variação de Sol em latim.

– Sim, meu pai é bom de mira. Literalmente.

Nico apenas ficou em silêncio. De onde vinham essas piadas? Até se parecia com Leo Valdez de vez em quando.

– Minha vez. – Nico se sentou – Você já gostou de alguma outra pessoa?

– Por que a pergunta?

– Você sabe tudo da minha vida. Conte-me mais sobre você.

– Bem você deve ter ouvido Clara falar sobre meu fraco por Afrodite.

– Inevitável para filhos de Apolo.

– Pois é. Mas não me apaixonei por ninguém de lá. E uma vez achei estar gostando de uma pessoa do chalé de Ares.

Uma pessoa? Nico se focou nesta frase.

– E quem era ... ele?

– Clarisse. – Will baixou a cabeça. Nico não se conteve, começou a ter uma crise de riso, coisa que não sabia que podia fazer. Teve até que se deitar – Pare não tem graça!

– Ah meus deuses! Eu não acredito! E ela sabe?

– Mais ou menos. Eu beijei ela uma vez. – Nico parou – é por isso que ela deixa que eu me aproxime sem querer me matar, somos muito amigos.

Nico soltou um “eca” sem intenção. Havia beijado a boca que beijou Clarisse La Rue.

– O que foi? – Will estava sorrindo. – Não gostou? Seu animo acabou bem rápido.

– Por favor, diga que é mentira, você não... A Clarisse... – Will apenas assentiu. – Ah não! Ela vai me odiar mais ainda! – Nico levou as mãos aos olhos enquanto reclamava. Não se deu conta que Will estava em sua cama com ele.

Will segurou suas mãos e tirou-as de cima de seus olhos negros. Nico sentiu um arrepio, Will Solace estava quase deitado em cima dele. Em sua cama.

– Isso vai ser engraçado. – Will segurava as mãos de Nico e começou a beijar seu rosto. Testa, nariz, bochechas queixo.

Nico estava odiando e reclamava o tempo todo. Até que Will acertou sua boca e soltou suas mãos. Nico envolveu seu pescoço e manteve o beijo. Eles pararam, se olharam e pela primeira vez conseguiram sincronizar os pensamentos começando um enorme beijo ao mesmo tempo.

Eles se beijavam intensamente, como nunca antes. As mãos de Will pelos cabelos e costas de Nico lhe davam arrepios. Nico envolveu suas pernas na cintura de Will que sentou-se com ele no colo. Suas bocas só se separavam para a respiração. Nico não sabia o que ao certo deveria fazer mas seguiu. Will colocou as mãos dentro da camiseta preta de Nico e a tirou por sua cabeça. Will o aproximou e Nico podia sentir a respiração dos dois, o movimento do tórax em sincronia. Logo Will tirou sua camiseta amarela. Nico pela primeira vez reparou que Will não era extremamente forte, mas era bonito e os braços tinham músculos definidos de tanto atirar flechas. Nico estava se deixando levar, e não estava nem um pouco preocupado se algo a mais acontecesse.

Will o deitou na cama e novamente o beijava. Nico sentia o outro sobre seu corpo. Sentia algo mais acontecendo. Por um impulso dirigiu sua mão a bermuda de Will. Acariciava sua cintura, pronto para tira-la quando abruptamente Will parou. Os olhos arregalados observavam, pareciam lanternas no escuro.

– Desculpe. – Will se levantou – Desculpe mesmo! – E saiu pela porta do chalé 13.

Nico ficou ali imóvel, plantado em sua cama sem explicações para o que acabará de acontecer. Ele conseguia sentir o medo nas pessoas, e dessa vez percebeu como Will Solace temia.