Diário de Uma Bruxa - 2° Temporada escrita por Unseen


Capítulo 16
Uma Vaca Rosa


Notas iniciais do capítulo

Nada pra falar, são 6 e meia da manhã
Boa leitura e..e



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Filch estava cada vez mais próximo, e a única coisa em que podia pensar era: “no que eu me meti?”. Terrance miou de novo, e vi o feixe da lanterna sendo apontado pra ele, seus olhos brilhando ainda mais.

– Ah, é só você. Gato idiota, fique longe da minha Madame Norra!

Ele chiou e seus pelos se eriçaram. Aparentemente, não gostava nada de Filch. Então ele andou em direção à lanterna.

– Saia daqui, gato! Xô! – Terrance saiu do meu campo de visão, mas podia ouvi-lo. Também ouvi Madame Norra chiar e miar como um demônio. Olhei com cuidado por uma fresta da armadura e pude ver a cena.

Terrance estava miando como um filhotinho, rolando no chão, estendendo a pata e pedindo o amor e a aprovação dela. Revirei os olhos, imaginando o quão bobo era o meu gato.

– Vamos, querida. – Filch começou a andar para a direção contrária, e Madame Norra se virou junto, jogando o rabo na cara de Terra e erguendo a cabeça, orgulhosa e pomposa. Ele soltou um miadinho triste e abaixou as orelhas. Pobre gato.

Então meu grito foi abafado por uma mão que cobriu minha boca.

– Shh, quieta... – uma voz disse.

– Me solta! – eu arranhei as mãos que cobriam meu rosto, mas mais uma vez, minha voz foi abafada. Então mordi seu dedo o mais forte que pude e assim que ele me soltou, me virei em sua direção.

– Draco?! – sussurrei, e vi que ele tentava não gritar de dor, segurando seu próprio dedo, que estava sangrando – Santo Salazar, você quase me matou de susto!

– E você quase arrancou meu dedo! – ele praticamente esfregou o dedo na minha cara – OLHA ISSO!

– SHHH! – estávamos sussurrando – Filch pode voltar. O que dementadores você está fazendo aqui?

– Eu poderia perguntar o mesmo.

O olhei com censura.

– Não se desvie da minha pergunta.

Ele se calou, e, por alguns segundos, ficou indeciso. Não parecia saber o que falar direito. Finalmente, suspirou e fechou os olhos.

– Olha...eu sei de tudo. Eu sei que você está ajudando Você-Sabe-Quem.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, o encarando.

– Você também está, não é?

– Minha família também não me dá muita escolha, Lou. – eu podia sentir a dor em sua voz, e ele me deu um sorriso seco.

– Eu... – suspirei - ...eu tenho que enviar uma carta. Pra...ele. – fiz uma careta.

Ele assentiu.

– Ele me pediu pra ficar de olho em você. Já que você está tão indecisa.

Corei.

– Ele sabe?

– Bem...é uma longa história. Devíamos sair daqui antes que alguém nos encontre. Vamos para a torre das corujas, você tem de enviar essa carta.

Andamos até a torre em silêncio, ambos constrangidos demais pra falar algo. Subimos as longas escadas e logo chegamos até lá. As corujas estavam piando, inquietas e bem acordadas.

Procurei uma pra entregar a carta e vi Holland, que piou pra mim com um tom assassino. Encontrei uma cinza e discreta, perfeita. Amarrei o envelope em uma das suas patas e murmurei um feitiço que tinham me ensinado. Fazia a coruja entrar em um transe e se dirigir imediatamente à mansão da minha família. Você-Sabe-Quem se escondia lá. Assim que ela se foi (eu sempre ficava com pena quando seus grandes olhos ficavam sem vida como estavam agora) suspirei, cansada e me sentei no chão, encostando na parede. Draco chegou perto e se sentou ao meu lado.

– Eu estou assustada. – encostei a cabeça em seu ombro e ele me olhou, meio curioso. Fechei os olhos.

– Eu também. – ele admitiu – Às vezes eu quero só...parar com tudo isso.

Assenti.

– Você disse que tinha uma longa história. Conte ela.

– Podemos conversar amanhã. Você não está cansada?

– Estou. Mas eu não quero ir.

– Nem eu. – ele concordou, suspirando.

Então ficamos ali, apenas ouvindo nossos batimentos cardíacos e as corujas piando. O chão estava frio, mas eu não me importava. Olhei pra ele. Estava de olhos fechados e seu cabelo quase branco balançava pelo vento que vinha da janela. Ele deve ter percebido que eu o olhava, pois abriu os olhos e se virou pra mim. Nossos rostos estavam a um centímetro de distância um do outro.

– Nós devíamos ir. – sussurrei.

– Devíamos.

Apesar de falarmos isso, não nos mexemos.

– Seus olhos parecem o céu... – deixei escapar e percebi o que tinha falado. Ia me arrepender no dia seguinte. Corei e ele soltou um risinho que fez algo dentro de mim se retorcer.

– Esse vento frio não faz bem mesmo pra você.

– O QUE OS DOIS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO AQUI À ESSA HORA DA NOITE?

Pulei com o susto e eu e Draco nos afastamos. Filch estava na porta, e não parecia nada feliz. Madame Norra ainda estava tentado afastar Terrance, que miou quando me viu.

– Ah...eu...eu...nós... – tentei arrumar uma desculpa, mas é difícil arrumar uma pra estar na torre das corujas de madrugada com Draco Malfoy. E eu não podia simplesmente falar que tinha enviado uma carta para Voldemort.

– Eu queria encontra-la, senhor. – Draco disse, me surpreendendo – Eu a convenci a vir, ela não queria.

– Não, mas... – eu ia falar, mas Draco me cutucou, então me calei.

– Sei, sei, DIGAM ISSO PARA A SENHORITA UMBRIGE.

Nós nos levantamos e ele disse para o seguirmos. Achei que ia morrer de tanto nervosismo. Nunca tinha sido pega ou punida por nada antes – apesar de já ter andado pela escola de madrugada várias vezes – e tinha certeza de que professor Snape saberia daquilo. Minha reputação perfeita seria arruinada e minha casa perderia pontos. Merda.

– Quem é Umbrige, mesmo? – perguntei, meio sem graça.

– Credo, Louise, você realmente não presta atenção no que Dumbledore diz, não é mesmo? – Draco riu. Seu momento “nem tão babaca” tinha passado. Revirei os olhos.

– É a mulher mais maravilhosa, responsável e esperta que já pisou nessa escola. – Filch disse, sonhador. Sinto cheiro de ilusão amorosa no ar. Não pude deixar de sorrir com o pensamento do Filch apaixonado.

Chegamos à uma porta rosa – como assim? – em que Filch bateu.

– Só um segundo! – uma voz feminina veio lá de dentro. Ela demorou um pouco. Percebi que em frente á porta estava um tapete (também rosa) em que eu podia ler “Bem-vindo”. Fiz uma careta.

Finalmente, a porta se abriu e lá estava a moça de rosa que eu tinha visto no jantar. Ela estava usando um pijama (sei que isso vai chocar você) rosa.

– O que está acontecendo aqui? Por que tem dois alunos na minha porta à essa hora da madrugada?!

– Eles estavam namorando na torre das corujas, senhora. – Corei quando ele disse “namorando”, mas percebi que Draco tinha dado um pequeno sorriso. Olhei pra ele, acusadora e ele se limitou a esconder o sorriso e sussurrar um “o que foi?”.

– Mas isso é um absurdo!

– Eu sei senhora, eu...

– Me acordar no meio da madrugada por causa disso! – o sorriso presunçoso de Filch sumiu – Devia ter cuidado você mesmo disso!

– Ah, mas...eu posso...

– Esqueça! – ela parecia mais irritada com ele do que conosco – Sua incompetência já me fez acordar, cuido eu mesma disso. Saia daqui.

– Como...como quiser. – ele resmungou e nos lançou um olhar de “eu odeio vocês”. Engoli em seco.

– Vocês dois, venham comigo. – ela apertou o roupão cor-de-rosa um pouco mais, e nos guiou pelos corredores até outra sala. Nós entramos e – pasme – também era rosa. E o mais perturbador: tinha inúmeros quadros de gatinhos lá. Alguns estavam dormindo e outros miavam. Olhei para Draco com um olhar de “WTF” e ele parecia tão perturbado quanto eu.

– Os dois, sentem-se. – nós obedecemos, e sentamos em duas cadeiras cor-de-rosa em frente à mesa de madeira tingida de rosa. Ela se sentou em uma cadeira rosa felpuda. Certo, então...rosa.

Ela olhou para nós com certa ansiedade.

– Um pouco mais longe por favor.

Demorei alguns segundos pra entender, mas depois murmurei um “ah” e afastei minha cadeira da de Draco. Estranho.

Ela nos entregou pergaminhos e penas, mas nenhum pote de tinta. Quando indaguei sobre isso ela se limitou à um sorriso bizarro e um “não vão precisar de tinta”.

– Agora...escrevam...

Preparei minha pena.

– ...”não devo namorar escondido”

Se eu estivesse bebendo algo, cuspiria na cara de Umbrige.

– MAS...

– Sem “mas”, mocinha. Escreva.

– Quantas vezes? Eu posso escrever várias. – Draco parecia estar se divertindo. Lhe lancei um olhar assassino.

– Quantas forem necessárias, meus queridos.

Franzi a testa, e mesmo com vontade de chutar a cara daquela mulher de rosa, me controlei e comecei a escrever. Aquilo era TÃO humilhante. Eu sinceramente, preferia escrever “não devo ajudar Voldemort à foder com a vida de todo mundo”, mas era melhor não falar aquilo em voz alta. Eu acho.

Na terceira vez, comecei a sentir um desconforto na mão. Na quinta, esse desconforto virou uma coceira e por fim, na décima estava doendo. Muito. Como se alguém passasse uma faca pela minha mão. Larguei a pena e olhei para ela, e imediatamente entrei em choque.

Estava escrito “Não devo namorar escondido”. Olhei, boquiaberta, para Dolores, que estava sorrindo pacificamente.

– Mas o diabos é isso?! – fiquei indignada.

– Ah, isso? – ela me lançou um sorriso angelical – É sua punição, minha querida.


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Notas finais do capítulo

Ah, queria avisar que o bônus vai ser adiado e só vai sair às 02:05 do dia 1, porque o Nyah - por algum motivo - não aceita nenhuma hora mais cedo. Mas eu já escrevi e já programei e..e
Pera. Já é dia 31?
GENTE JÁ É DIA 31 HAIEOAJEOAIJEIOAHEOAHE ~le sai correndo~
Feliz Ano Novo *u* Gente eu to morrendo de sono, onde eu tô?
Bye o/