Traído vol 3 de Desconhecido escrita por Um Alguém


Capítulo 8
Megan - Sonho/ Hunter - Briga


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554175/chapter/8

MEGAN

Acho que aquele momento poderia ter sido perene. Hunter e eu abraçados. Tudo estava bem. Tudo de ruim havia sumido. Ele era meu porto seguro depois da tempestade. E mesmo que eu me sentisse mal, como se estivesse traindo o Vince, eu adorava estar assim com o Hunter.

Ele parecia um pouco soturno, eu meio que o entendia. Era estranho estar cercado de felicidade quando aquela pessoa que amamos não está ao nosso lado. Se bem que eu tinha muitas pessoas que eu amava ao meu lado. O problema era que faltava o Vince, e essa falta era muito dolorosa.

Tentei não pensar muito nisso. Consegui arrastar Hunter comigo para festa que se desenrolava dentro de casa. Ele, é claro, não participou de fato da festa. Ficou sentado ao lado do Nero, observando tudo sem dizer nada.

Quando estavam todos bêbados ou cansados demais a festa acabou. Já era mais de quatro da manhã quando fui para cama. Eu estava exausta e não demorou muito até o sono me arrastar para o inconsciente.




Era o penhasco. O penhasco onde o Vince sofrera o acidente, onde o Hunter forjou a morte do irmão parra sequestrá-lo. A cerca de proteção que separava a estrada do penhasco em si ainda estava quebrada. E bem no vão da grade, de olhos fechados absorvendo os primeiros raios de luz do amanhecer, estava Vince. Exatamente igual a quando o Hunter saiu do prédio carregando-o. Roupas rasgadas e sujas. Rosto e braços machucados.

– Vince? - chamei-o parando ao seu lado.

– Meg! - exclamou ele feliz, virando o rosto para me ver. - Que bom que você veio. Estava mesmo me sentindo sozinho.

– Isso... Isso é um sonho, não é? - perguntei-lhe insegura.

– É claro. Afinal, eu estou morto. - ele apontou para o buraco na própria camisa onde havia levado o tiro. - Eu sou só um fantasma, um truque do seu subconsciente. - ele me olhou por alguns segundos, depois voltou a olhar o sol nascendo. - Gostei do vestido. Ficou ótimo em você.

– Ahn, obrigada. - agradeci reparando que estava com o vestido que acabara de usar na festa de natal.

– Mas você não veio aqui para isso, não é? Quer ajuda para desvendar o mistério dos bilhetes e da perseguição.

– Como... Como... - não conseguia acompanhar a conversa. minha cabeça dava voltas sem conseguir formar um pensamento lógico em meio àquilo.

– Como eu sei disso? - sugeriu. - Eu já disse, eu sou pedaço da sua imaginação, dos seus desejos. Sei tudo que você pensa e sente. - ele fez uma pausa esperando minha reação (que foi nula), depois continuou. - Você não consegue descobrir quem está fazendo isso dos bilhetes e tal, porque não está se concentrando. Pense bem, quem não gosta de você, é inescrupulosa, falsa, manipuladora, egoísta e já esteve ao meu lado e do Hunter?

– Jennifer... - disse sem nem prestar atenção. Eu estava cada vez mais perdida em pensamentos. - Mas... Por quê?

– Vamos lá, Meg. Você é esperta. Você já sabe a resposta para essa pergunta. Quem era a única garota na minha vida antes de você aparecer? Quem estava sempre ao lado do Hunter antes de você aparecer?

– Quer dizer que ela está me perseguindo porque tem inveja de mim? - eu estava chocada.

– Inveja, raiva. Você, involuntariamente, tirou tudo que ela tinha. Eu, o Hunter, o pequeno exercito no prédio, a Natalie e os meninos. Tudo. - explicou.

– Mas...

– Você não fez de propósito? É, eu sei. Mas ela não se importa com isso. Estamos falando da Jennifer. Ela só se importa com ela mesma.

– Meu Deus... - murmurei baixinho. - O que eu devo fazer, Vince?

– Você já sabe a resposta para essa pergunta. - disse ele de novo com um pequeno sorriso. - Afinal,tudo que eu sei você também sabe. Bom, eu tenho que or agora, mas você pode vir me visitar quando quiser.

– Ir? Para onde? - perguntei-lhe confusa. - E como assim vir visitá-lo?

– Eu estou em você, Meg. Sou parte das suas memórias. Parte das tristezas e alegrias. Parte do seu coração. Vou estar sempre aqui e você pode falar comigo quando quiser. - explicou.

– Mas...

– A propósito, gostei do cordão. - comentou ele já andando pela estrada para longe de mim. - Sempre e para sempre, Megan. - gritou por cima do ombro. Depois, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele sumiu e eu cai em um sono sem mais sonhos.



____________________________________________________

HUNTER


Quando enfim todos foram dormir e casa imergiu no silêncio já eram quase cinco da manhã. As meninas foram para o quarto da Meg e os meninos para o do John, menos Nero que preferiu dormir na sala, e eu que fui para o "paraíso", na parte de trás da casa.

Fiquei deitado na rede, olhando a chave que a Meg havia me dado. Um galpão cheio de coisas que eram do Vince. Eu não conseguia decidir se aquilo era uma boa ou uma má ideia. Poderia ser bom ter um pouquinho dele perto de mim. Mas poderia ser ruim também. Talvez fizesse eu me sentir mais culpado e triste.

Quando era quase oito horas levantei e fui tomar banho. Depois de um banho rápido resolvi que ia até o tal galpão. O problema é que eu não sabia aonde era esse galpão. Lembrei-me do Nero dormindo na sala. Agachei ao lado dele e o cutuquei no ombro.

– O quê? - perguntou ele sonolento.

– Desculpa te acordar, mas a Meg disse que você e os meninos guardaram algumas coisas do Vince em um galpão. Pode me dizer aonde fica esse galpão? - pedi-lhe.

Por incrível que pareça ele não reclamou, resmungou nem nada. Explicou rapidamente como fazia para chegar ao tal galpão, virou para o lado e voltou a dormir.

Pelas instruções que o Nero me dera, eu teria que andar bastante ou pegar um ônibus, ou táxi. Mas andar não me incomodava. Era bom estar em movimento. Fazia minha mente trabalhar com mais clareza.

Enquanto andava, voltei a pensar no cara da noite anterior. Eu tinha certeza que o conhecia de algum lugar. Havia alguma coisa familiar nele. Quem poderia querer fazer mal a mim e a Megan? Alguém que trabalhara no prédio. Eu não sabia quem tinha morrido e quem tinha fugido, mas sabia que noventa porcento das pessoas de lá não gostavam de mim. Então eram muitas suspeitos.

Estava andando a mais de uma hora. Estava perto de um parque de diversão abandonado, quando um carro virou no fim da rua, vindo na minha direção em alta velocidade. Xinguei-me mentalmente por ter entrado naquela parte da cidade que era abandonada e deserta.

Corri na direção contrária ao carro, que continuava acelerando e se aproximando cada vez mais. Quando o carro estava a poucos metros ele parou e três caras mascarados desceram, correndo até mim. As opções eram fugir e ser pego lá na frente, ou tentar lutar e talvez conseguir fugir depois.

Optando pela segunda opção, parei de correr, esperando só três caras chegarem em mim. Nenhum deles era o alto da noite anterior, nem parecia estar armado. Então quando estavam perto o suficiente corri e comecei a briga.

Eles não eram tão altos nem tão fortes quanto o cara que eu havia seguido ontem, mas eram bons lutadores, principalmente porque estavam em maioria. Os três estavam de máscaras, o que servia para amortecer alguns golpes meus neles. De repente ouviu-se um estampido vindo de algum lugar atrás de mim e uma dor lacinante me atingiu. Depois tudo ficou escuro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar ;D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Traído vol 3 de Desconhecido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.