Traído vol 3 de Desconhecido escrita por Um Alguém


Capítulo 3
Megan - Hunter


Notas iniciais do capítulo

Hunter está de volta!! Boa leitura ;)



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Se eu dormi? Não, claro que não. Depois de encontrar o bilhete perdi o pouco de paz que eu tinha. Minha mente trabalhava fervorosamente procurando por algo que fizesse sentido no meio do caos. "Por que essas coisas estão acontecendo?", era tudo que eu conseguia pensar. Primeiro o carro quase me atropelando, agora esse cara estranho invadindo minha casa, além dos esquisitos bilhetes.

Eu estava deitada olhando para o teto a algum tempo. Não estava totalmente distraída, mesmo assim me assustei quando Christian entrou no quarto. Tapei a boca com a mão para abafar meu grito. Natalie, Liz e Sophie estavam dormindo em camas improvisadas no chão.

– Quase me matou do coração. - reclamei com a voz baixa.

– Hunter. - disse ele de mal humor, entregando-me seu celular. Ao que parece ele havia sido acordado. Seu cabelo estava horrível, as roupas estavam amassadas e ele cheirava a bebida.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele virou as costas e foi embora. Saí do quarto apressada, fechando a porta silenciosamente, e sentando na escada.

– Hunter?

– Megan. - sua voz saiu abafada pelo telefone parecendo um suspiro. - Você está bem? Christian me disse que você quase foi atropelada.

– Não, eu não estou bem, Hunter. - disse-lhe desesperada. - Um cara esquisito entrou aqui em casa e me atacou.

– O quê?! - gritou Hunter. - Como assim? Quando foi isso?

– Ontem a noite o pessoal saiu e eu fiquei sozinha em casa, aí esse cara apareceu. Correu atrás de mim, me bateu. Eu estou com medo, Hunter.

– Você contou isso para alguém?

– Não. Não quis preocupá-los. Por favor, por favor volta. Eu preciso de você aqui, Hunter. - implorei. Eu não sabia o porque, mas eu sentia que só ficaria bem, segura se o Hunter estivesse por perto.

– Megan, eu não posso... - disse ele com a voz triste.

– Eu estou implorando, Hunter. Por favor. - disse-lhe com urgência. Ele ficou em silêncio.

– Tudo bem. - concordou afinal. - Escuta, não fique sozinha até eu chegar, ok?

– Certo. E quando você chega? - perguntou curiosa.

– Em algumas horas.

– Obrigada, Hunter.

– Não tem o que agradecer. - disse ele com uma voz serena. - Vejo você mais tarde. Fica bem.

E então, desligou. Mas eu não me importei, afinal ele estava voltando.

O celular marcou que eram nove horas da manhã. Todos ainda estavam dormindo, mas eu não queria voltar para a cama. Permaneci na escada. Minha mente trabalhava a todo vapor imaginando como seria reencontrar o Hunter.
E pela primeira vez em muito tempo, me senti animada.



Em algumas horas, ele havia dito. Ótimo. Já havia se passado quatro horas. O pessoal enfim acordou. Liz e Natalie preparavam o almoço. Dane e Christian estavam largados pelo chão da sala, de ressaca.

Eu estava sentada em uma cadeira à janela, observando a rua, esperando o Hunter. Eu não sabia quanto tempo ele ainda demoraria, mas não me importava. Se eu não me consentrasse em esperá-lo, acabaria voltando a pensar no cara mascarado da noite anterior.

E então, eu o vi. Levantei e sai de casa correndo. Encontrei-o no primeiro degrau da varanda. Abracei-o apertado. Ele pareceu um pouco surpreso, mas logo retribuiu o abraço.
Eu não queria desfazer o abraço, mas o fiz porque precisa olhá-lo. Afastei-me um pouco. Suas roupas eram todas pretas e pareciam um pouco velhas. Seu cabelo avermelhado estava um pouco maior do que o costume, caindo-lhe nos olhos. Os olhos. Seus olhos verdes normalmente opacos estavam totalmente apagados, sem vida, com olheiras os circundando. E sua barba estava por fazer.

– Está vendo ele? - perguntou Hunter triste.

– Não, Estou vendo você. - assegurei-lhe. Abracei-o novamente.

– Me perdoe... - disse ele com a voz embargada.

– Não, não, não. - silenciei-o afastando-me de novo. - Você não precisa se desculpar. Se o Vince morreu por você é porque ele achava que você merecia. E se ele achava, eu também acho. - dei-lhe um sorriso de incentivo. Ele retribuiu o sorriso e seus olhos se iluminaram um pouco.

– Hunter! - gritou Christian aparecendo à porta. - Por Deus, você está péssimo. - comentou rindo. Depois caminhou até nó e deu um abraço rápido em Hunter.

Christian arrastou Hunter para dentro de casa. Notei que a única mala do Hunter era uma pequena mochila que não parecia comportar muita coisa. Ao entrarmos, todos pareceram surpresos.
Depois de cumprimentar a todos de um jeito que variava de tímido a receoso, Hunter sentou-se no chão, perto de uma das poltronas.

– É sério, cara. Você está péssimo. - disse Christian sério dessa vez. - Por onde você esteve?

– Por aí. - respondeu Hunter soturno. - Nenhum lugar específico.

– E por que voltou? - quis saber Dane com certa arrogância.

– Porque eu pedi. - disse-lhe antes que Hunter respondesse. - Vem, Hunter.

Hunter levantou-se e me seguiu escada a cima. Levei-o até o banheiro, parando à porta.

– Pode me contar melhor o que aconteceu? - pediu ele.

– Posso, mas não agora. Tome um banho. Eu vou arranjar algo para você comer.

– Tudo bem. Obrigado.

– Eu... Eu estava com saudade. - disse-lhe baixinho, quase como um segredo.

– Eu também, Meg. - disse ele com um pequeno sorriso. - Eu também.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos e depositou um beijo na minha testa. Deu-me outro sorriso, depois entrou no banheiro e fechou a porta, me deixando sozinha e com um sorriso bobo.


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Notas finais do capítulo

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