Traído vol 3 de Desconhecido escrita por Um Alguém


Capítulo 2
Megan - Começou


Notas iniciais do capítulo

Dois capítulos no mesmo dia. Quem está feliz? Eu estou, pelo menos. Vejo vocês nas notas finais.



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Definitivamente foi uma noite difícil. Além dos sonhos de sempre envolvendo o Vince e/ou o Hunter, essa noite minha mente foi permeada pelo carro subindo na calçada, quase me atropelando e pelo vulto estranho que vi na rua.

O sábado transcorreu como de costume. A casa estava cheia. Conversei um pouco com as meninas para me distrair, mas meus pensamentos se colidiam o tempo todo, me enlouquecendo. Por Deus, quem poderia estar fazendo aquilo? O carro, o bilhete, a sombra sinistra.

Já era de noite e estávamos todos na sala. Todos menos Christian. Liz e John no sofá, Blake e Sophie em uma poltrona, Nero e Natalie em outra e Dane e eu no chão. Dane mexia no notebook e falava algo comigo. Me sentia culpada por não estar prestando atenção ao que ele dizia. Christian por fim apareceu. Entrou em casa sem bater nem nada, sentindo-se super a vontade.

– Acabei de falar com o Hunter. - anunciou ele.

– E como ele está? - perguntou Blake.

– Bem, dentro do possível, não é?

– Ele disse onde está, ou quando volta? - perguntei-lhe ansiosa.

– Não. quer dizer, eu chamei ele para passar o natal com a gente, mas ele disse que não sabe se vem. - contou. - Bom, vou comer alguma coisa. - disse ele indo para a cozinha.

Natal. Faltava pouco mais de uma semana para o natal e eu havia me esquecido completamente. Queria ter o Vince comigo para passar o natal. Queria ele comigo naquele exato momento. Ele me protegeria, cuidaria de mim, daria carinho. E então um pensamento me ocorreu.

Levantei-me apressada e fui para a cozinha. Encontrei Christian sentado ao balcão montando um sanduíche tranquilamente.

– Ei, Meg. - cumprimentou-me assim que me viu. Depois fez uma careta. - Megan. - corrigiu-se. - Dane me contou que você não quer ser chamada de Meg.

– Tudo bem. - dei de ombros com um sorriso forçado. - Escuta, eu preciso te pedir um favor,

– Claro, pode falar.

– Preciso falar com o Hunter. - disse-lhe - Preciso que ligue para ele.

– Eu adoraria ajudar, mas não posso. Não tenho o número do Hunter. É sempre ele que me liga e sempre de um número restrito. - contou.

– E quando ele vai ligar de novo? - perguntei sem esperanças, já que normalmente Christian só fala com o Hunter uma vez na semana.

– Bom, eu não sei, mas deve ser logo, porque conte-lhe sobre o seu quase acidente de carro ontem e ele ficou preocupado. Disse que ligaria de novo para saber como você estava.

– Ótimo. Quando ele ligar da próxima vez, deixe-me falar com ele, pode ser?

– Claro, sem problemas. - concordou com um largo sorriso.

– Obrigada. - lancei-lhe um pequeno sorriso e me virei para voltar a sala.

– Megan. - chamou-me ele, fazendo eu parar e olhar para ele. - De qual dos dois você sente mais saudade: Hunter ou Vince? - encarei-o em silêncio, pensando.

– Dos dois. - disse por fim e sai da cozinha.

Na sala, parecia que alguém detona uma bomba. Estavam todos alvoroçados, andando de um lado para o outro, arrumando cabelo, as meninas retocando a maquiagem,

– Deus, o que aconteceu aqui? - perguntou Christian parando ao meu lado.

– Resolvemos sair para dançar um pouco e estamos nos preparando para ir. - explicou Dane apressado,

– Muito bom. E onde vocês vão? - quis saber Christian.

– Ainda não sabemos. - disse Natalie. - A Jennifer costumava ir uma boate no centro. Acho que o nome era Hell.

– Não, não. Essa não é boa. - reclamou Dane. - Vamos na Escotilha, lá é ótimo.

– A Escotilha está fechada para reforma. - anunciou Christian.

– Então vamos para o Denk's. - sugeriu Sophie.

– Perfeito. - comemorou Liz.

Sem chances de eu ir ao Denk's. Só de pensar naquele lugar um turbilhão de lembranças me invade. A primeira noite em que eu e Vince nos beijamos. A aposta de vodkas, a dança, a briga. Enquanto eu mergulhava em lembranças, o pessoal estava pronto, saindo.

– Você não vem? - perguntou Natalie à porta com Sophie e Liz a seu lado.

– Não, não. Eu estou com um pouco de dor de cabeça. Prefiro ficar e descansar. - menti.

– Quer que a gente fique com você? - preocupou Liz já pronta para ficar me fazendo companhia.

– Não, não precisa. Eu estou bem. Só preciso dormir um pouco.

– Tudo bem, mas se precisar de algo é só ligar, - disse Liz depois de ponderar um pouco.

Dei-lhes o meu sorriso mais convincente e elas se foram. Sentei em uma cadeira perto da janela, sem prestar atenção em nada específico. Talvez tenha se passado horas, Talvez não. O silêncio era esmagador.

De repente ouvi um barulho no andar de cima, como algo sendo quebrado, estilhaçado. Levantei-me assustada. Olhei para o alto da escada mais não vi nada. Ouvi de novo som de coisa quebrando. Senti meu coração acelerar descontroladamente.

Caminhei lentamente até a escada, depois subi pé ante pé, bem devagar, evitando emitir qualquer som. Quando terminei de subir a escada parei de frente para o pequeno corredor. Logo a direita era o meu quarto, que estavam com a porta aberta. De onde eu estava não tinha plena visão do quarto, mas este parecia vazio. Ainda a direita, alguns metros depois, o banheiro, com a porta fechada. E a esquerda, praticamente de frente para o banheiro, o quarto do John e do Dane.

Ouvi passos pesados e logo depois alguém saiu do quarto dos meninos. Não dava para ver quem era, mas notava-se que era um homem. Era bem alto. Todo vestido de preto, incluindo luvas e até uma máscara com um sorriso tão macabro quanto o que estava no bilhete da noite anterior. Em uma das mãos enluvadas ele segurava uma enorme faca.

Eu havia paralisado ao vê-lo ali, mas quando ele começou a correr na minha direção, eu despertei. Corri escada a baixo, fugindo o mais rápido que podia. Mas ele era mais rápido e me alcançou logo que terminei de descer o último degrau, me puxando pelo cabelo. Soltei um grito de dor.

– Isso mesmo, Megan. Sinta medo. - sussurrou ele com a boca colada a minha orelha. - Sinta muito medo. - ele deu ma gargalhada sem humor e me empurrou com força, me fazendo cair.

Arrastei-me no chão, tentando me afastar. Ele caminhava a passos largos na minha direção. Senti algo sólido atrás de mim e notei que havia chegado até a parede. Ele levantou a faca, apontando-a para mim, depois se agachou na minha frente.

– Começou. - avisou ele austero. Segurou-me pelo cabelo de novo e bateu minha cabeça contra a parede atrás de mim. Pontos pretos cintilaram na minha visão, e então eu apaguei.





Acordei sobressaltada. Estava na minha cama. No meu quarto. Minha cabeça latejava, mas eu não sabia se era por causa da pancada ou do medo. A última coisa de que me lembrava era do cara da máscara me batendo, então como havia ido parar ali?

O relógio na escrivaninha marcava quatro e meia da manhã, Ouvi passos e vozes pelo corredor e me retesei. E se o tal cara ainda estivesse lá? Assim que a porta do quarto de abriu soltei um grito.

– Meus Deus, me desculpe, Megan. - disse Blake apressado com metade do corpo para dentro do quarto. - Não queria te assustar.

– Tudo bem. - relaxei um pouco ao ver que era só o Blake.

– As meninas disseram que você não estava se sentindo muito bem. Está melhor? - perguntou.

– Claro, claro, estou bem. - assegurei-lhe sem muita firmeza.

– Certo. - concordou com um sorriso, depois saiu fechando a porta.

Eu esperei eu alguém aparecesse perguntando o que havia acontecido, porque estava tudo quebrado. Afinal eu ouvira barulho de estilhaços. Mas ninguém perguntou. Comecei a me perguntar se eu não havia imaginado tudo. Mas não era possível, não tinha como.

Voltei a deitar na cama, esperando que algumas horas de sono me fizessem bem. Outro bilhete. Com a mão tremula peguei-o. Em letras vermelhas, de novo, pude ler a palavra solitária seguida pelo sorriso macabro.

COMEÇOU.


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Notas finais do capítulo

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