Traído vol 3 de Desconhecido escrita por Um Alguém


Capítulo 18
Megan - Kurt




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Definitivamente foi um dia ruim. Um daqueles dias em que tudo da errado, do começo ao fim. Natalie preferiu ir pro apartamento dela ficar um pouco sozinha. Nero não deu notícias o dia todo. Blake voltou para casa de noite e bêbado. Ele e Sophie discutiram feio, e liz acompanhou Sophie para casa delas. Blake dormiu (desmaiou) no sofá da sala. Dane xingou Hunter durante horas, até cansar, aproveitando que Christian não estava lá para reprimi-lo. Acho que só John e eu não entramos em nenhum tipo de briga ou discussão.

Fiquei sentada na varanda aproveitando a tranquilidade da noite até as duas horas da manhã. Quando subi e entrei no quarto encontrei Hunter dobrando algo e guardando no bolso da calça. Ficamos nos olhando em silêncio por alguns segundos, até ele pegar um casaco e passar por mim.

– Vai sair? - perguntei quando ele chegou a porta.

– Vou. - respondeu ele sem me olhar. - Vou andar um pouco para espairecer.

Ele saiu sem dizer mais nada, me deixando sozinha. Decidi que não iria mais pensar em nada. Me joguei na cama e fiquei olhando o teto. Quando já estava quase pegando no sono, ouvi meu celular tocar.

– Alô? - atendi.

– Srta. Hill, bom ouvir sua doce voz. Aqui quem fala é o Kurt. Lembra de mim, querida? - disse a voz do outro lado da linha. Reconheci a voz como a do cara que havia entrado na casa e me perseguido. Kurt? Como eu não reconhecera sua voz antes?

– É claro que lembro. - respondi friamente.

– Que ótimo. Vamos direto ao assunto. - disse ele com sua voz firme. - Eu tenho um assunto pendente para resolver com seu namorado. Mas se eu falar com ele, ele vai falar com a Jennifer e aí teremos um problema. Então você vai me ajudar. Eu só preciso de um favor simples.

– Que tipo de favor? E o que você quer com o Hunter? - perguntei-lhe aborrecida.

– O meu assunto com ele é particular. E veja bem, você só vai ter que fazer ele estar no lugar certo na hora certa.

– Como assim?

– Agora são quase três da manhã. O nosso horário é ás dez horas. E o lugar é o galpão que os seus amiguinhos colocaram os pertences do Vincent. Vai fazer o Hunter ir até o galpão as dez horas em ponto. - disse ele impetuoso. - Se ele não aparecer lá na hora marcada eu vou caçar e matar todos os que você ama, incluindo seus pais. Isso seria uma pena porque sua mãe é tão simpática, não é?

– Ei, deixe meus pais fora disso! - ordenei-lhe com raiva. - Não toque neles! Não chegue nem perto deles!

– Certo, certo, querida. Não farei nada com eles, desde que você faça o que eu estou pedindo gentilmente a você. Seja boazinha, hein? Nada de contar dessa conversa para ninguém. Se contar eu vou saber, e se eu souber... - ele deu uma risada seca. - Dez horas no galpão. - e então desligou.

Fiquei morrendo de raiva dele. E de mim, por não ter reconhecido sua voz antes. Eu não podia deixar ele fazer nada com o Hunter, mas se o Hunter não fosse ao galpão Kurt pegaria meus pais. Na verdade eu nem sabia como fazer o Hunter ir ao galpão. Ele não iria querer ir lá em um momento tão tenso. A menos... A menos que tivesse algo a ver comigo.



Consegui dormir um pouco quando o cansaço entorpeceu meus pensamentos. Acordei as oito da manhã. Hunter ainda não tinha voltado para casa. Blake estava sentado no sofá tomando uma grande xícara de café. Seu cabelo estava totalmente desgrenhado e ele não parecia muito bem.

– Se lembra do que aconteceu ontem? - perguntei-lhe sentando em uma das poltronas.

– Sim, mas está tudo embaralhado. - disse ele passando uma das mãos pelo rosto.

– Você está com raiva do Hunter?

– Por que quer saber? - retrucou ele me fitando.

– Responde você primeiro. - pedi.

– Raiva, não. Só estou confuso e decepcionado. Tentando entender porque contou aquelas coisas para a Nat. - disse ele. - Sua vez.

– Preciso da sua ajuda.

– Uma ajuda que, obviamente, tem a ver com o Hunter? - supôs.

– É. - confirmei. - Sem a sua ajuda algo muito ruim pode acontecer com ele.

– Algo muito ruim? Como assim? - perguntou ele um pouco mais alerta. - A Jennifer ameaçou ele?

– Não a Jennifer não. O Kurt.



Blake concordou em ajudar e chamou Nero para ajudar também. Surpreendentemente Nero concordou. Achei que depois do que havia acontecido tudo que ele quisesse era matar o Hunter, mas não. Ou talvez ele quisesse matar o Hunter, mas estava deixando isso de lado temporariamente para poder se livrar do Kurt.

Depois de nos prepararmos, saímos para ir ao galpão. Fomos de táxi já que nenhum de nós tinha carro. As ruas estavam vazias por causa das festas de final de ano. A maioria das pessoas havia viajado ou estava se preparando para o ano novo que seria em poucos dias. Descemos do táxi a alguns quarteirões do galpão e fomos andando para não chamar atenção. Enquanto andávamos liguei para o Hunter.

– Meg? - atendeu ele.

– Hunter! Graças a Deus eu te achei! Onde você está? - perguntei-lhe desesperada.

– Estou na rua, andando um pouco. Aconteceu alguma coisa? - quis saber ele preocupado.

– Eles me pegaram, Hunter! - disse fingindo estar chorando. - Eles apareceram lá em casa e me pegaram! Me aju...

Nero arrancou o telefone da minha mão. Soltei um grito como se tivessem me machucado, depois Nero desligou a ligação. Poucos segundos depois o celular começou a tocar com o Hunter ligando. Nero desligou de novo, mas digitou uma mensagem e enviou.

– O que escreveu? - perguntou Blake.

– "Apareça no galpão onde estão as coisas do Vince em cinco minutos, ou ela morre." - respondeu Nero.

Continuamos andando em silêncio até chegarmos perto. Nero e Blake se despediram, dando-me várias recomendações, depois pegaram um beco e sumiram de vista. Caminhei os pouco metros que faltavam. Abri a porta ruidosamente para saberem que eu estava entrando. Alguns segundos depois uma luz se ascendeu, revelando todas as coisas e pessoas.

Nos fundos do galpão estavam as coisas do Vince. Piano, CDs, livros, cadernos, algumas roupas e algumas outras coisas. Sentado em uma cadeira bem no meio do galpão estava Kurt, segurando uma pistola apontada para mim. À direita estava uma garota, recostada na parede de braços cruzados. E à esquerda, abaixado perto de uma porta de saída de emergência, estava Jared.

– Você? - perguntou Kurt quando me viu, abaixando a arma.

Você?– olhei para Jared.

– Pois é. - ele deu de ombros.

– Por que está metido nisso? - quis saber. Ele era só o garoto bonitinho e estranho da faculdade. Por que estaria ali?

– Hunter matou meu irmão. - disse ele com tristeza.

– Megan, esse é Jared Collins, irmão mais novo do Gerrard. - disse Kurt fleumático. - Lembra dele? Lembra que o Hunter matou ele?

– Eu lembro, claro. Eu vi tudo. - confessei.

– Viu o Ge morrer? - perguntou a garota se aproximando do Kurt. Assenti com a acebça.

– Chloe, essa é a famosa Megan, namorada da dupla Masters. - apresentou Kurt. - Megan, essa é a Chloe, namorada do Gerrard.

Fiquei tão chocada que nem disse nada. Chloe abriu um sorriso que me fez pensar na Jennifer. Kurt levantou-se e caminhou lentamente até mim, parando a mais ou menos um metro.

– Certo, querida, cadê o Hunter? - perguntou ele.

– Aqui.

Olhei para trás e vi Hunter parado à porta do galpão com uma postura rígida. Ouvi Kurt dar uma gargalhada fria e curta, depois dizer:

– Maravilha.


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Notas finais do capítulo

Bom, por hoje acho que chega né?
Posto o último capítulo e o epílogo em breve.
Bjs



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