Traído vol 3 de Desconhecido escrita por Um Alguém


Capítulo 12
Megan - Procupações / Hunter - Problemas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554175/chapter/12

MEGAN


Quando John entrou em casa com a Liz nos braços a felicidade me inundou. Ele havia voltado e trazido a Liz. Era ótimo. Mas aí o Nero entrou e fechou a porta. Sem o Hunter. E então o desespero sugou toda e qualquer felicidade.

Nero contou o que aconteceu no prédio. Quando eles acharam a Liz, pegaram ela, estavam saindo, os tiros. Mas eu não conseguia ouvi-lo. A única parte que martelava na minha cabeça era o Hunter ficando para trás.

Eu queria brigar com o Nero por ter vindo embora e deixado o Hunter lá, mas eu sabia que não adiantaria. Na verdade ele havia feito a coisa certa. Mas a coisa, naquele caso especialmente, era dolorosa.

John, Sophie, Natalie e Blake foram com a Liz para o segundo andar. Christian disse que precisava resolver um assunto particular e saiu. Dane foi para a cozinha, deixando Nero e eu na sala.

– Eu vou falar com um amigo amanhã de manhã, pedir umas armas para ele. Depois vou voltar lá no prédio e buscar o Hunter. - disse Nero de repente. Ele estava sentado numa poltrona de frente para mim. - Vai ficar tudo bem.

– Obrigada. - disse-lhe com a voz fraca.

Parecia bom o que ele estava planejando, mas teríamos que esperar até amanhã. E se algo ruim acontecesse com o Hunter antes disso? E se ele já estivesse morto? "Pare!", ordenei-me. Seria otimista, teria esperança e fé. Ficaria tudo bem, como disse Nero.

Afastei as preocupações da minha cabeça, tentando manter a calma. Mas dois outros pensamentos oscilavam na minha mente: o sonho estranho com o Vince, e o beijo que o Hunter me dera antes de sair. Eu estava sonhando com o meu ex-namorado morto e beijando o irmão gêmeo dele.

Eu nunca amei ninguém como amei o Vince. O problema é que eu amava o Hunter também.Não sei se isso é possível ou saudável. Me parecia errado de mais amar os dois ao mesmo tempo, mas era algo que fugia ao meu controle.

Duas leves batidas na porta fizeram-me abandonar meus pensamentos. Nero, que estava com um olhar cansado, levantou-se para atender a porta. Nero mesmo triste, cansado ou confuso mantém-se sempre firme e inabalável, sempre sob controle. Era engraçado como um garoto tão franzino era tão forte, em todos os sentidos.

Quando Nero abriu a porta senti o alívio me dominar. Era Hunter, parado na soleira, sujo e machucado. Corri até ele, abraçando-o apertado. Ele gemeu de dor e eu me afastei um pouco.

– Graças a Deus. - exclamei. O que aconteceu? Como você está?

– Eu já estive melhor, e com certeza já estive pior também. - disse ele com um esboço de sorriso. - Será que eu posso entrar?
Nem me dei ao trabalho de responder. Puxei-o, cuidadosamente, para dentro de casa, guiando-o até o sofá.

– Quem fez isso? - perguntou Nero voltando a sentar em uma das poltronas. - Quem atirou na gente?

– Gael. - respondeu Hunter lânguido.


______________________________________________

HUNTER

– O que foi, amor? Por que está com essa cara? - perguntou Chloe me fitando. Estávamos no quarto dela, sentados na cama um de frente para o outro.

– Chloe eu preciso te dizer uma coisa.

– O que foi, amor? - repetiu ela mais preocupada. - Fala logo.

– Você é uma garota incrível e muito especial, e eu gosto muito de você, muito mesmo. Mas... - encarei-a tomando coragem.

– Mas...

– Mas é melhor a gente terminar. - disse afinal.

– O quê? Terminar? Como assim, Hunter? - perguntou ela desesperada. - Depois de ontem você quer terminar?

– Escuta, é justamente por causa de ontem que é melhor a gente terminar.

– O... O quê?! - ela gritou chocada.

– Não era eu ontem, Chloe. - contei-lhe. - Era o Vince, meu irmão.

– Seu irmão? Hunter, eu tenho cara de idiota?! - ela se exasperava cada vez mais.

– Não, é claro que não. - apressei-me em dizer. - Eu tenho um irmão gêmeo, Chloe. Eu sei que eu nunca falei dele, mas é porque nós não temos nos dado muito bem.

– Eu não acredito que você está fazendo isso. Você fingi que me amam tira a minha virgindade e arranja a desculpa mais idiota do mundo para poder terminar comigo? Você é um cafajeste! Um ridículo mentiroso! Eu achei que você fosse melhor, sabia.

– Não, não, Chloe, me escuta. Eu tenho mesmo um irmão. Eu nunca faria nenhum mal a você. Eu te adoro.

– Jura? Então por que quer terminar? - a uma altura dessas ela já estava de pé andando de um lado para o outro no quarto.

– Porque você já foi muito envolvida nessa história toda. Não quero que você fique no meio da minha guerra com meu irmão.

– Meu Deus! - disse ela pausadamente. - Você mente muito mal, Hunter!

– Não é mentira, eu juro.

– Chega! Chega! Eu cansei de você e dessas suas mentiras ridículas. Quer terminar? Ótimo! Parabéns, você conseguiu. Enganou e usou a trouxa aqui. Agora some!

– Chloe...

– Tchau, Hunter! - interrompeu ela apontando a porta. - Vai embora!

Deixei a memória se perder e voltei para a realidade, deitado na rede na parte de trás da casa da Meg.

Mesmo que daquela vez especificamente eu estivesse falando a verdade, a Chloe tinha razão, eu mentia mal. Mas é como dizem por aí, a prática leva a perfeição. Tenho mentido tanto, a tanto tempo, que já estou ficando ótimo nisso. Eu esperava um dia poder me livrar de todas essas mentiras, mas pelo andar da carruagem esse dia ainda demoraria muito.

Estava tudo errado. Eu não devia estar confabulando com a Chloe, muito menos com a Jennifer e o Gael. Não devia estar enganando a Megan e todos os outros que me acolheram depois de tudo que eu fiz.

– Como está? - perguntou Christian aparecendo de repente. Estava parado à porta, com os braços cruzados.

– Bem. - dei de ombros.

– Quer dizer que era o Gael que estava lá no prédio? - perguntou ele com certa desconfiança. - Ele estava sozinho?

– Ahn, é, acho que sim. Não vi mais ninguém lá além dele.

– Sério? Não acha isso estranho?

– Do que está falando, Christian? - sentei na rede encarando-o. - Está sabendo de algo que eu não sei?

– Jamais. - debochou. - Afinal, você é Hunter Masters, o sábio.

– Ei, o que é? - perguntei-lhe austero. - Qual é, Christian? O que está rolando?

– Nada, nadinha. - disse Christian levantando as mãos em sinal de rendição. - Eu só queria saber até quando você acha que a Megan e os outros vão acreditar em você.

– Acreditar em mim? - tentei esconder minha preocupação.

– Eu gosto de mentiras, acho elas ótimas. - disse ele frugalmente. - Mas é preciso fazer direito, elaborar uma boa mentira, sem deixar pontas soltas. - ele fez uma pausa me encarando. - E as suas mentiras tem pontas soltas, basta procurar.

Ele piscou para mim, depois foi embora. Certo, essa com certeza foi uma conversa muito estranha. Estranha e perigosa. Ao que parece o Christian sabe mais coisas do que demonstra, e se ele começar a falar disso vou acabar com muitos problemas. Mas desde quando o Christian é assim? E essa história de gostar de mentiras?
Ótimo, mais um problema para minha lista.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, não deixem de comentar. Vejo vocês por aí ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Traído vol 3 de Desconhecido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.