"Gostaria de não ter que ir para as aulas de educação física. Tudo seria muito mais fácil se eu não tivesse que fazer isso. Sou ótima jogadora, adoro praticar esportes (hábito que ganhei graças ao meu pai, que era técnico de um time de futebol feminino do bairro) mas não é com elas.

Elas são mesquinhas, não sabem jogar em equipe. Querem ser sempre o foco das atenções e não dão a chance para que as outras a ajudem ou sejam ajudadas.

O técnico Levi (nosso professor) ou finge não ver o que suas alunas fazem, ou está muito ocupado em examinar as nádegas das alunas nos uniformes apertados para perceber que elas sempre, sempre, me acertam com a bola, não importa do que está seja: vôlei, basquete, tênis, basebol... não importa, qualquer que seja, têm a missão de acertar minha cabeça. No inicio eu tentava me esquivar, e em todas as vezes era bem sucedida. Mas isso só as irritava mais. Fazendo com que não desistissem até conseguir me acertar. Fora os meus "castigos", que eram recebidos quando eu não me deixava acertar. Depois delas terem jogado meus livros escolares na lata de lixo ao lado da cantina, eu nunca mais me esquivei de nenhuma bola"

– Muito bem meninas, fazendo alongamento!

"É o técnico Levi falando. Alongamento? Ata. Eu me recuso terminantemente a fazer como as outras alunas e dar imagens de sobra para o técnico levar para o banheiro dos professores na hora do almoço. Não muito obrigada, eu estou bem onde estou. E ele nunca se importou mesmo com a minha negação. Para falar a verdade ele nunca se importa com nada mesmo. A não ser que alguma aluna venha para a aula com roupas apropriadas e decentes. Isso não ele não aceita. Têm sempre que ser esse uniforme decadente.

Caralho! A vagabunda da Diana Frederik acabou de me acertar com a maldita bola de vôlei. O treinador nem viu, a bunda da Gisele Darkinin está muito mais interessante.

Quando olho para a Diana, ela está com um sorrisinho malissioso no rosto. Ergue o queixo como que me desafiando a falar alguma coisa. Mas ela sabe que eu não vou falar nada, nunca falo. Olho novamente para a Diana, agora que me lembrei do que eu tinha pensado em começar a fazer, observar as pessoas.

Diana é bonita, muito bonita até. Têm cabelos lisos e castanhos, os olhos são de um azul tão claro que se alguém com problemas de visão olha-los eles podem se perder no branco das órbitas. Isso é algo bem demoníaco, e eu acho que combina com ela. Os cabelos estão presos em um trança muito bem feita e a boca larga está (como sempre) pintada de gloss rosa."

– Taylor! Acorda garota! É sua vez de fazer o saque.

"Caramba. Pensei que pelo menos hoje o técnico Levi não iria se lembrar de mim graças a Gisele, mas parece que eu estou enganada. Vou andando até o fundo da quadra. Madelleine Marie me passa a bola com bastante desagrado. Ela hoje faz parte deles , e eu infelizmente a odeio.

Eu sei que se fizer um bom saque, elas irão me massacrar. Não querem que eu entre para o time de atletas. E eu não quero entrar naquele timezinho de merda. Por isso faço um péssimo saque. O treinador me olha com uma cara de quem pensa: "Eu sabia". Solta um suspiro cansado e faz anotações em sua caderneta. Okay... esse bimestre vou ficar de recuperação em educação física. Me sento nas arquibancadas e fico olhando as outras meninas jogarem.

Mais um sinal toca. Já está na hora de irmos embora. Se têm uma coisa pior nesse escola, do que as aulas de edução física, com certeza é o vestiario feminino. Vou no meu armario já todo manchado (de todas as vezes que eu tenho que apagar as menssagens crueis dessas vacas), e hoje o que eu encontro é:"

"A Taylor é tão feia, que dá até medo de olhar pra ela..."

"Bem, até que hoje a coisa não está tão ruim.

Abro meu armário e pego um pano e uma garrafa de álcool e começo a minha limpeza. Infelizmente, a tinta nunca sai toda, e ele ( meu armário) sempre fica manchado."