O Mundo De Taylor escrita por Bellla


Capítulo 1
Um Estranho


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu gosto muito da Taylor, apesar de as vezes ela parecer ser meio maluca. E espero que vocês gostem dela também.Esse primeiro capítulo ficou meio longo e sem muitos diálogos, mas é que a intenção dele é fazer com que vocês entendam um pouco de como funciona a cabeça da Taylor. Sem mais inseguranças. Espero que gostem..Boa leitura.



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" 'Eu sei quem eu sou!' queria gritar. Mas não podia, porque todos iriam rir de mim. Eu os odeio. Ah, como odeio. O fato de rirem de mim, já é na verdade hábito. Eles já se acostumaram, mas eu não.

Comecei a descer os degraus. Acho que vou ir contado cada um para tirar esse assunto da minha cabeça. Mas, não passei do número quinze pois as risadas e frases como: "A Taylor fede", " A Taylor é feia" , "Pobre Taylor, tão burrinha", não paravam de voltar a minha mente. Eu não sou fedida, eu não sou feia, e muito menos burra. Para ser sincera sou a mais inteligente de todos aqueles idiotas. Mas eles falam isso porque acham que sou assim. No principio eu ignorava e apenas pensava " Eu sei quem eu sou, e não sou nada disso. Vou deixar eles pensarem o que quiserem, pois o que pensam ou não, pouco me importa." Mas hoje em dia, isso não está mais bem assim. Com o tempo todas as brincadeirinhas maldosas, todas as palavras ruins, e cochichos de adultos sobre como eu sou incapacitada começaram a me deixar em dúvida. Tenho que me lembrar constantemente de quem eu sou para não cair na deles e começar a me ver como eles me veem."

– Por que está aí parada senhorita Vinchestter?

"Vinchestter é o meu sobrenome...ah! Droga. A pergunta é para mim. Só agora percebo que estou parada no final da escadaria olhando para o piso velho e mal cuidado do pátio. Quem está me perguntando isso? Não quero ter que encarar alguém nesse momento. Tenho a impressão de que meus olhos estão molhados. Ótimo, agora me tornei uma idiota que chora sozinha e do nada por aí."

– Senhorita Vinchestter?

"O quê? Ah sim, tem alguém esperando uma resposta. Mas para qual pergunta mesmo? Não consigo me lembrar. As coisas estão ficando cada vez melhores. Sofro de problemas de memória agora?"

– Taylor! Está tudo bem?

" A voz intrometida parece estar ficando um pouco impaciente e preocupada. Ora, não se iluda Taylor. Quem se preocuparia com você? Eles apenas fingem. Nada mais do que isso. Mas eu tenho que dar uma resposta para o rapaz. Sim, pois mesmo sem olha-lo reconheço a voz como sendo masculina e não muito velha. Ele quer saber se eu estou bem. Que gozado, alguém se preocupa com o meu bem estar. Iludida, mais uma característica para minha lista. Em menos de meia hora eu descubro que sou idiota, sofro de amnesia, e ainda sou iludida. E eu que pensava me conhecer.

Que barulho é esse? Ai, nossa... eu não acredito que ele limpou a garganta para chamar minha atenção. Na verdade acredito sim, pois quem demora um milênio para responder se está bem ou não? Vou responder que estou bem, apesar de não estar. Mas e se ele for um idiota qualquer da minha turma? Não quero ter que falar com pessoas assim. Odeio socializar com esses imbecis.

Começo a andar, e quando já passei pelo par de sapato social preto muito bem engraxados do rapaz é que me dou conta. Ele não é um idiota qualquer da minha turma, pois os idiotas qualquer não iriam me chamar de senhorita Vinchestter. Eles já iriam logo me chamar de fedo, feiosa, estranha e outros mais que eu muitas vezes não escuto ou finjo não escutar. Rapidamente olho para o rapaz com a intenção de me desculpar por ter sido tão grossa e ter saído andando sem lhe responder a pergunta. Porém, ao erguer os olhos do chão para o seu rosto, sinto-me como se tivesse levado uma bolada na cara (coisa que acontece muito frequentemente nas aulas de educação física, mas não por acidente, e sim por maldade delas). Ele, o rapaz, não é bonito. Ele é indescritível, qualquer palavra seria mera palavra para poder definir tal aspecto. Olha-lo me lembrou de quando minha mãe me levou á Grécia, quando eu tinha oito anos, e vi algumas estatuas de deuses em templos gregos.

Ele é surreal. Começo a avaliar cada pedaço do seu rosto, a explorar cada canto com os olhos. Olhos, ele têm olhos grandes e bem castanhos, com cílios pretos que lhe contornam os belos olhos como se fossem plumas ao redor de uma peça de roupa caríssima e sofisticada. Seu nariz é comprido e de forma retangular, a ponta é empinada porém têm um formato plano. Sua pele é branca, muito branca, com uma leve tonalidade creme. É lisa e parece ter sido feita de porcelana. As suas bochechas são sugadas para dentro (de uma forma que se não estivessem no contexto desse rosto perfeito seriam feias). Seus lábios são bem delineados, não são muito grossos mas o seu tom de rosa fica em forte contraste com as blusas rosa-avermelhadas da senhora Cliffth. Os cabelos são a parte mais bela, constituído por cachos que vão até abaixo da orelha, e que lhe caiem pela testa, são castanho-escuros e brilhosos. Eu tenho vontade de tocar, de enrolar algum deles no dedo e depois vê-lo voltar ao formato original com um efeito de mola. Espera um pouco, eu queria tocar o cabelo de um estranho?! Eu sou mesmo maluca. Preciso ser internada. Desde quando eu saio por aí e fico com vontade de tocar em alguém. Eu nunca fiz isso. Pelo contrário, abraços, beijos, aperto de mãos, toques carinhosos, isso sempre me incomodou, mesmo que fosse somente vendo outras pessoa fazerem. E agora, eu queria tocar nele? Sem nem saber quem ele é? Realmente, quem é ele?"

– Quem é você?

"Ah, droga eu perguntei isso sussurrando. Fala sério, sussurrando? Ele vai pensar que eu sou pirada."

– Marcus Hollisnewton. Nós estudamos juntos desde o começo do ano, não se lembra de mim?

"Fico surpresa que ele tenha escutado minha pergunta. E não é possível que eu já tenha visto aquele rosto por todos esses meses e nunca o tenha de fato visto. Parando para pensar melhor, eu vivo sempre distraída. E quase nunca olho o mundo ao meu redor. Acho que devo começar a reparar mais nos idiotas que me rodeiam, pois eu nunca realmente os olhos. E essa pergunta dele, que pergunta estúpida..."

– Se eu me lembrasse não teria perguntado...

" Caramba! Arregalo os olhos. Não acredito que eu disse isso em voz alta. Minha nossa, eu sou muito, muito idiota. É melhor eu me preparar para xingamentos, é uma das maiores conversas que eu tive com um estranho em anos, e eu já acabo com tudo assim? Bom, melhor eu já começar a bloquear o que ele fala antes que novas abobrinhas comecem a me atormentar."

– Com certeza a pergunta não foi muito inteligente da minha parte, concorda?

" Calma aí... ele está... está rindo? E não é de mim? Ora vejamos, encontrei alguém tão louco quanto eu. Ele me perguntou se eu concordava... e eu concordo. Mas isso é estranho. Eu não gosto de coisas estranhas. Que hipocrisia. Eu, que sou considerada a garota mais estranha deste colégio, dizendo que não gosto de coisas estranhas. Deixe de besteiras, eu não sou estranha, eles me acham estranha, e o que eles acham não muda o que sou. E eu não sou estranha, ao menos não muito.

Marcus está me encarando, o sorriso sumiu. Quer dizer, não completamente. ele ainda tem um vezinho nos cantos dos lábios, mas os olhos não tenhem mais finas e delicadas rugas ao lado. Me parece que ele está me observando... por que diabos ele ficaria me observando?

Desvio o olhar para os seus sapatos perfeitamente limpos. Não gosto de ser observada, apesar disso acontecer com uma frequencia incrivel. Contudo eu não posso saber, pois não devolvo o olhar das pessoas, prefiro olhar para o nada. E ficar vendo um par de olhos como esses focados em você é agoniante. Pois eu não sei o que ele está pensando, e não quero saber. Deve ser o que a maioria das pessoas pensam.

Um sinal toca, e é o fim da minha interação social, pode não ser muita coisa para a grande maioria das pessoas, mas para mim é.

Viro-me de costas para ele e começo a andar em direção á enorme porta que leva para o lado de fora. Quando escuto sua voz mais uma vez."

– Nos vemos por aí, senhorita Vinchestter.

"Não respondo, não tenho o que responder, porque eu não quero mais vê-lo."


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler... Deixem seu comentário caso tenha gostado, ou não.( Prometo que não doí). É bom saber o que se passa nessas cabecinhas.E se por acaso encontraram algum erro ou queiram dar alguma sugestão, fiquem á vontade.



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