O Mundo De Taylor escrita por Bellla


Capítulo 3
Torta De Maçã E Lasanhada


Notas iniciais do capítulo

O melhor de um, o pior do outro.
Agora é hora de conhecer o Will...
Espero que já não criem uma antipatia muito grande por ele. ( Apesar dele merecer)



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" O lado bom de ser odiada por todos, é que ao menos eu tenho um quarto só para mim. Nunca nenhuma delas ficou por muito tempo aqui. Até as nerds excluídas não se sujeitam a dividir o mesmo quarto comigo. Lembro-me da Mary Anchestter, ela é uma garota que não tenho uma boa lembrança da aparência, mas me lembro do que os pais dela alegaram na diretoria da escola para tira-la deste quarto: " Essa garota têm problemas mentais, ela é uma louca, não queremos nossa filha no mesmo ambiente que ela". A sua mãe disse tudo isso na minha frente. E quando falou a última palavra, ela apontou o dedo para mim e a pronunciou como se eu fosse alguma especie de leprosa. Não me importei na época de ser chamada de louca. Por sorte foi na minha fase boa. Porém sempre que eu entro no meu quarto, e olho para a cama vazia ao lado da minha,me lembro da Mary, e do seus olhos fixos no chão enquanto sua mãe me difamava. Eu tinha onze anos.

Acho que eu tenho lição de casa. E eu tenho mesmo. Começo a faze-la, mas eu estou com tanta fome... Melhor eu descer até o refeitório e ver se sobrou alguma coisa do almoço de hoje.

A senhora Guillardhi está me olhando com uma cara carrancuda. Ela é uma das cozinheiras aqui da escola. Começo a observa-la e olhando bem ela não é muito feia. Na verdade, se ela parasse de usar esse batom vermelho todo borrado, e não ficasse sempre com essa cara brava, seria bem mais bonita."

– O que você quer?

" Voz de descazo? Sério? Olha, eu já ouvi outras muito melhores. Pensando bem, foi uma idiotice da minha parte vir aqui. Elas também não gostam de mim. Me viro e saio andando. Mas paro ao ouvir aquela voz."

– Senhora Guillardhi, teria hoje algo na sua maravilhosa cozinha para mim?

– Ah, menino Marcus... com certeza nós sempre teremos algo aqui separado para você.

" Isso foi uma indireta para mim. Eu poderia muito bem me virar e encara-la. Mas o piso quadriculado preto e branco do salão está muito mais seguro."

– Veja menino Marcus, esse pedaço de torta de maçã está bom para você?

–Ora, com certeza senhora Guillardhi. Sabe que eu adoro torta de maçã. Mas, será que não teria um outro pedaço para a senhorita Vinchestter?

–Senhorita Vinchestter? Quem é essa?

– Sou eu...

" Respondi me virando. A pobre senhora parece ter levado um susto ao ouvir minha voz. Mas logo se recompõe e pega um outro pedaço bem cortado e entrega ao Marcus, já que ele está mais perto dela, prefiro pensar."

– Obrigado.

"Ele disse todo simpático. Parece nem perceber que a senhora entregou o segundo pedaço relutante.

Marcus vem andando em minha direção todo sorridente. Eu acho que seria melhor não pegar torta nenhuma e ir agora mesmo para o meu quarto. Mas parece que está torta está tão boa e eu estou com tanta fome que não..."

– Você não vai pegar?

"Hum... o quê? Ah sim! Ele está sentado em uma mesa com um prato na mão erguido na minha direção. É, essa torta está com uma cara muito boa. Talvez não irá fazer mal algum se eu pega-la e for para o meu quarto. Sim Taylor, terá mal sim. Eu irei ser muito mal educada se fizer isso. Pego a torta da sua mão e me sento a sua frente.

Dou a primeira garfada, e não me arrependo da minha decisão. Ela está maravilhosa. A massa está bem fofinha, o creme de maçã está bem leve e o gosto da fruta bem marcado, a cobertura, nem se fala, macia e suave com um gosto de açúcar tão bom que tenho vontade de me tornar uma formiga. Suspiro só com a imagem de invadir aquela cozinha."

– Está boa mesmo, não?

" Se ele não estivesse com esse sorriso fabuloso, eu o teria odiado. Como ousa me distrair em um momento tão prazeroso? Mas ele quer saber se eu achei a torta realmente boa, e eu só consigo pensar em uma resposta possível."

– Não é o que parece?

" Seu sorriso se alarga. Okay, agora ele poderia derreter uma geleira só de olhar para ela."

– Bom, de acordo com as suas expreções e a quantidade de suspiros. Eu acho que você realmente está achando-a maravilhosa.

" Sua resposta foi acompanhada com uma cara de serio, como se ele estivesse avaliando a questão. Foi uma brincadeirinha tão bem colocada que eu não pude deixar de sorrir... Aí nossa! Eu estou sorrindo. Sorrindo? A surpresa foi tão grande que parei de sorrir na hora."

– Taylor está tudo bem?

"Ele também não está mais sorrindo. Não é para menos. Eu devo parecer uma esquizofrênica com a cara que estou.

Me levanto e saio andando ( melhor dizer quase correndo) para as escadas."

* * *

" Me jogo na minha cama. Não acredito que eu não comi todo o meu pedaço de torta. E ele estava tão, tão maravilhoso. Duvido que em algum outro dia elas me deem algo tão bom como hoje. E eu nem agradeci ao Marcus. Pelo contrário deixei ele pensar que eu sou maluca. Mas... mas eu não me importo com o que eles pensam. E ele, infelizmente faz parte deles.

Pego um livro na minha estante, a tarefa de casa que se exploda. Eu quero mesmo é ler, pois ler me leva á outros lugares. Me tira dessa realidade estúpida e sem expectativa. Começo a ler um drama espanhol. Acho que algum dia eu gostaria de ir á Espanha, na verdade eu gostaria de viajar por vários países. Minha mãe adorava viajar, ela era professora universitária de história. Infelizmente com ela eu só pude ir para o Chile, Grécia e Brasil. Esse último foi o que eu mais gostei. O nordeste do Brasil era tão quente, tão quente, que nós todos, mamãe, papai, Jaime e eu, ficamos cheios de sardas laranjinhas. O coitado do Jaime teve até insolação.

O livro realmente serviu para me distrair, porém ao olhar no rélogio percebo que já está na hora do jantar. Penso sériamente em não descer e terminar o livro, mas eu ainda estou com fome. Algumas garfadas na torta maravilhosa não a combateu. Ah... a torta maravilhosa, que droga que eu não a comi toda.

O refeitorio está lotado (como de costume á esse horario), cheio de idiotas para todos os lados. Me dirijo para o balcão de esolha e infelizmente hoje as opções são peixe ou lasanha. Odeio peixe, e não como lasanha. Decido que é melhor ficar só com as batatas do peixe e um pouco de salada. De sobremesa é melancia. Qual é? E aquela torta maravilhosa? Não podia ser ela? Mas me contento, gosto de melancia. Pego minha bandeja e vou andando em direção a mesa ao lado da lata do lixo. Tudo bem... lá fede, mas é o único lugar disponivel. E eu me sento lá desde... desde sempre.

Me preparo para dar a primeira garfada na minha batata com sabor de peixe, quando fico paralisada de surpresa."

– Posso me sentar aqui?

" É o Marcus, com o sorriso derretedor de geleiras e uma bandeja na mão. Que merda é essa? Por que esse beleza-espontânea-absolutamente-perfeita quer se sentar aqui, com o cheiro do lixo e com a menina pirada-mal-educada?"

– Melhor não.

"Não o olho, não quero começar a gaguejar e a desejar lhe tocar. Ele me deixa mais estranha do que já sou. Para Taylor! Eu não sou estranha!"

– Tudo bem então. Nós nos vemos por aí Senhorita Vinchestter.

" Só agora percebo que ele demorou um bom tempo para dar uma resposta. Talvez estive pensando no que responder e... Que merda é ess... Droga! Ergo os olhos e vejo Will Clark rindo junto com o seu grupo de idiotas. Quando olho novamente para o meu prato vejo os restos de um pedaço de melancia bem em cima das minhas batatas ainda não provadas. Ah! Como eu queria matar o idiota do Will agora mesmo! Gostaria de pular no seu pescoço e sufoca-lo ( é obvio que o meu desejo nunca poderia virar realidade, afinal o idiota do Will parece um armário). Contudo, apenas o que faço é me levantar e limpar a minha bandeja.

Começo a andar em direção as escadas quando minha barriga ronca. Era só o que me faltava ficar com fome pelo rosto da noite. Por azar Diana está sentada bem por onde eu passo no momento e ouve. Me olha com seu sorrisinho de diaba e grita:"

– Ah Will, você deixou a nossa querida Taylorzinha com fome!

– Não seja por isso Dina. Pega aí fedo!

" O troglodita idiota taca um pedaço de lasanha no meu rosto. O pedaço bate na minha testa me sujando de molho e cai no chão com um "plath". O zunido de conversas e risadas no refeitório cessa. E mesmo de olhos fechados eu sei que centenas de pares de olhos estão focados em mim.

Ergo os olhos lentamente para o idiota e quando o faço me arrependo. Todos começam a garagalhar ao meu redor. Menos ele. Ele me encara sério, eu não entendo. Ele não fez aquela ceninha maravilhosa só para me constranger. Fazer os outros rirem. Um idiota do seu grupo o cutuca gargalhando e ele desvia a sua atenção de mim. É ai que eu fujo para o meu quarto, com gargalhadas ao fundo e o que restá do meu ego, morto."


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham sacado qual é a do Will.
E por favor deixem seu coment.
Bjs.



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