Our Secret! escrita por Ponyo, Nemarun


Capítulo 20
Dezesseis anos, Lysandre: Psicopata.


Notas iniciais do capítulo

Queria informar que TODO mundo errou em tentar adivinhar qual era o segredo de Marie u-u
Aqui vai um pequeno desafio para quem ainda quer tentar resolver o mistério antes que essa parte na Fic chegue:

O começo é Erre.
Depois vem o começo de ouvir.
O que a bala e o Biscoito tem em comum?
O que sem rabo.

Agora ficou fácil õ/



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Dezesseis anos, Lysandre: Psicopata.

Psicopata é um indivíduo clinicamente perverso, que tem personalidade psicopática, com distúrbios mentais graves.

Um psicopata é uma pessoa que sofre um distúrbio psíquico, uma psicopatia que afeta a sua forma de interação social, muitas vezes se comportando de forma irregular e anti-social. Em sentido mais amplo, uma psicopatia é uma doença causada por uma anomalia orgânica no cérebro. Em sentido restrito, é um sinônimo de psicose (doença mental de origem neurológica ou psicológica).

(...)

Naquele ano, pela primeira vez em muito tempo, nossas vidas estavam perfeitas.

Eu estava comparecendo mais as aulas, você estava feliz e sorria com frequência, eu finalmente podia te beijar e não levar um tapa depois e sua mãe estava em mais uma das suas depressões e não lembrava da sua existência a deixando em paz.

Mas infelizmente Miyuki tinha ido embora do pais por motivos pessoais os quais a mesma não me contou. Por mais que jamais fosse admitir, lá no fundo aquela garota chata me fazia muita falta. Bem lá no fundo mesmo.

Uma das minhas recordações naquele nosso raro ano de felicidade foi irônica mente, na mesma sorveteria em que me desabafei pela primeira vez com Miyuki. Você vestia uma simples blusa de ombro branca e um short jeans, com um brinco de penas azuis apenas do lado esquerdo da orelha, seus cabelos estavam soltos e repartidos nos meios. Parecia aquelas garotas que viviam na praia.. Você estava linda como sempre. Eu não me lembro muito bem o que estava vestindo, provavelmente uma camiseta de alguma banda e calça rasgada. Eu só comecei a me importar com o que vestia quando fui para a faculdade e Rosa me... Acho melhor não tocar nesse assunto por enquanto.

Você estava sorrindo e tomando seu sorvete com crueldade, com se soubesse um segredo e eu não.

–Ponyo, eu estava pensando aqui e cheguei a conclusão de algo extraordinário... De onde vem a merda do seu apelido? Sério, "Ponyo" não faz o menor sentido.

–Para ser sincera, eu não faço a minima ideia. É como se eu tivesse nascido com ele.

–Você não faz nem ideia?

–Bom, eu tenho uma vaga lembrança... Tinha sete anos e meus pais estavam brigando por algo que eu nunca soube, ele falou algo como "Politana" para mim e minha mãe ficou extremamente irritada. Eu tinha ficado confusa e perguntei o que era aquilo, Marie me olhou e falou que meu pai tinha tido "Ponyo" e que era um apelido lindo para mim.

–O seu pai falou "Pollyanna"?

–Acho que sim, não me lembro muito bem. Espere, como você sabe?

–Palpite. - Me lembrei de Marie segurando os dois bonecos e repetindo as palavras "Pollyanna" e "Paul". Era estranho, mas parecia que ao passar do tempo algumas coisas estavam se conectando.

–Lys... Olha, estamos namorando já faz exatos três messes. Eu resolvi que...

–Vai terminar comigo por que enjoou?

–Não! Claro que não! Na verdade eu ia te perguntar se você...

–Está com outra? Na verdade sim.

–Não! Espere, o que?!?

–Estou brincando! Não deixe os boatos de enganarem Amélia.

–Não me chame de Amélia, senhor "Pedro".

–É Lysandre Petrovic! Não existe Pedro.

–Se você quer existir nessa mentira senhor Pedro, não sou eu que vou te contradizer. - Você sorriu e pegou na mochila um pequeno pacote verde com um laço dourado, muito bem embrulhado. Você voltou me encarar, ainda sorrindo. -

Eu só ia dizer que você foi uma das melhores coisas que já me aconteceram Sr. Lysandre Petrovic, e que sou muito grata a isso. Sabe... Minha vida nunca foi fácil, mas a sua também não.

Nos tiraram muita coisa Lysandre, mas nunca conseguiram nos tirar um do outro. Por mais esquisito que pareça, é como se por mais que brigamos e magoamos um ao outro, sempre voltamos a ficar juntos... Como se fossemos conectados entende? Você é um homem difícil de se amar Lysandre, e eu sou uma mulher muito difícil de manter o controle. Mas isso nunca nos impediu não? Acho que essa é a verdadeira felicidade, e fico feliz por ter descoberto ela com você.

Eu não consegui responder nada, ficava te encarando como um retardado que tinha paralisado na hora de se declarar para a garota que gostava. Você colocou o pacote em cima do meu colo e murmurou um "Feliz Aniversário de três meses de namoro" e ficou olhando pela janela extremamente corada.

Abri o pacote e vi um pequeno pingente, era uma asa direita prata com uma mistura de anjo, libélula e borboleta. Você nunca vai consegui entender o quanto eu adorei aquilo.

–Eu sei que algo meio simples, mas eu vi na loja e pensei em você... Eu tenho uma igual, só que a minha é a asa esquerda. E...- Você ficou me encarando esperando minha reação, eu ainda ficava de encarando. - Mas que droga Lys! Fala alguma coisa!

–P-podemos ir para casa?- Sou sorriso sumiu e você voltou a encarar a janela. - É que o jeito que quero te agradecer não seria apropriado para o lugar em que estamos.

Seu sorriso voltou.

(...)

Aos meus dezesseis eu também adorava me apresentar em bares com minha amiga Anastasya. Tínhamos nos conhecemos em uma festa um pouco antes de começar a namorar com você, a voz dela era simplesmente perfeita para as minhas músicas e rolou aquela química musical instantaneamente.

Eu nunca cantava minhas músicas, era extremamente tímido nisso entretanto Anastasya era totalmente o oposto, era como se o palco fosse criado para ela.

Mas eramos o posto em muitas outras coisas também.

Sempre me apresentava apenas por gostar e me divertir, mas Ana tinha ambições. Ela queria ser famosa e ir embora do Brasil para conseguir contratos, o problema é que ela já tinha tentado isso antes e sempre obteve em resposta um "Falta algo"... Ela acho isso em mim.

Eu apenas tocava e vazia o coro, mas admito que ficou muito melhor do que um solo. De algum modo todos souberam das nossas apresentações e várias pessoas começaram a ver nossas apresentações. Bastou três messes para um empresário nos descobrir e quer nos transformar em astro.

O problema é que eu não queria isso.

Eu adorava cantar, mas jamais quis ganhar dinheiro com isso. Era apenas uma diversão, mas Anastasya não aceitou isso muito bem. Eu pensei que depois de me explicar ela entenderia e tentaria encontrar outro músico, mas as coisas saíram do controle e ela passou a me seguir para tentar de algum jeito me convencer.

Eu simplesmente ignorava e mandava um "Vai se fuder, e procure um psiquiatria.", mas as coisas começaram a sair do controle e teve um dia que tudo desabou. Ana começou a me ameaçar falando que iria destruir algo que eu amava caso não aceitasse, e que continuaria a destruir.

Lembro de estar sentado seu lado de assistindo uma serie chamada "House", era uma das minhas favorita e você não parava de encarar a TV. Mas não parecia realmente assistir, e sim observando algo.

–Eu sei que está pensando em algo do tipo "Ele é tão irônico quanto o Lysandre". -Uau, temos um telepata entre nós.

–Eu sou tão previsível assim?

–Só para quem te conhece. -Eu beijei sua testa e continuei assistindo, mas lembrei de Anastasya e suas ameaças cada vez piores. Pensei que ela podia descobrir que namorássemos e te ameaçassem ou a sua família, eu desliguei a TV e te olhei sério.- Ponyo, temos que conversar sobre uma coisa.

–Lys, eu já falei que não estou pronta para te d...

–Não é sobre isso! Eu não sou tão pervertido assim, está bem?

–Okay, me desculpe... O que quer falar? - Eu respirei fundo e antes que eu pudesse responder, vi um Anastasya na janela da sala me encarando e fazendo sinal para que eu fosse até a porta.

–Quer saber? Esquece, é algo sem importância. -Eu liguei a teve novamente a TV e esperei ela tocar a campainha. O que quer que Anastasya quisesse, não seria bom. Principalmente agora que ela te viu.

–Quer que eu atenda? Eu sei que a casa é sua, mas...

–Não precisa, eu atendo.

Me levantei e fui em direção a porta. Não abri a porta completamente e tentei deixar a voz baixa, não queria que você descobrisse sobre Anastasya, poderia pensar errado sobre minha relação com ela.

–O que você quer?

–Quem era?

–Uma garota qualquer. Olha, se você não quer nada, por que não vai embora?

–Sério? Engraçado, ela é igual a garota que me apresentou a escola... O mais engraçado é que ela tinha um namorado.

–Anastasya, vai embora. Agora.

–Quando vai parar de palhaçada e assinar o contrato?

–Eu não vou assinar aquela porcaria, já disse que não quero isso da minha vida.

–E você faz ideia do quanto isso vai mudar a minha? Finalmente as pessoas iriam gostar de mim! Você queira isso tanto quanto eu, não sei o que te deu e... Espere, foi aquela garota não é? Aposto que ela fez a sua cabeça e você desistiu!

–Ninguém fez a minha cabeça. Eu nunca quis isso, mas não sabia como te contar.

–Mentiras! Foi aquela puta que está arruinando a minha felicidade! Eu te prometo Lys, vou te fazer ficar comigo, nem que para isso eu tenha que enterrar ela viva. Por que você não enxerga o quanto está me arruinando?

–Se você inconstar um dedo nela, ou eu juro que vou...

–Vai fazer o que? Eu não tenho medo de você, sei que jamais vai f... - Eu não sei o que me deu realmente aquela hora, é como se todos os meus pensamentos fossem embora e a raiva tivesse tomado conta de mim. Minhas mãos foram parar no pescoço de Anastasya, eu simplesmente não me importava dela estar ficando sem ar ou se acontecesse algo grave. Aquela garota estava me deixando em um estado tão surreal que simplesmente não conseguia mais me conter. Ela ficou tentando me arranhar para que eu parasse e tentar gritar socorro, mas não adiantou muito.

Só a larguei quando percebi que tinha parado de me arranhar. Soltei minhas mãos e ela desabou no chão, fazendo massagem no próprio pescoço. Eu tinha ido longe de mais, mas aqueça garota não sabia com quem estava se metendo.

–V-você vai se arrepender disso Lysandre. -Falou Anastasya ofegante e se levantando.- Em algum momento ela vai ficar sozinha sem você, vou te arrancar aquilo que você mais gosta como você fez comigo. A música é tudo para mim, e você simplesmente ignorou e destruiu! Nos vemos no inferno.

Anastasya foi embora tão sorrateiramente quanto veio. Fechei a porta e suspirei aliviado, talvez agora ela tenha desistido. Lá no fundo eu sabia que era apenas uma falsa esperança.

–Quem era? - Você estava no sofá com seus olhos brilhando de curiosidade e com as bochechas vermelhar de raiva, estava claramente morrendo de ciúmes. Era bom te ver assim, era como uma demostração de qe você realmente gostava de mim.

–Testemunha de Jeová. - Era uma desculpa estupida eu sei, mas se eu te contasse a verdade você provavelmente iria querer chamar a policia ou ir pessoalmente bater nela.

–Lys, não minta para mim. Se fosse você teria fechado a porta nos primeiros dez segundos. Quem era?

–Não era ninguém importante Okay?

–Ninguém importante? Tudo bem. -Você levantou do sofá bufando e pegou meu casaco preto de couro com mais força do que deviria, causando um pequeno rasgo. - Estou indo, você sabe onde me achar.

No momento em que você pegou o casaco, lembrei de Anastasya e como ela poderia estar te esperando lá fora como já fez comigo.

–Ponyo, espere. - Eu tinha que pensar rápido, não podia deixar você sair mas também não podia deixar você em casa comigo, Ana podia fazer algo com suas irmãs que estavam sozinhas. -Poderia usar a passagem? É que você está com meu casaco e está chovendo lá fora.

Eu acho que nunca nesses oito anos que te conheço, te vi tão vermelha de raiva na vida. Eu pensei por um minuto que você iria me fazer comer o casaco.


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