Our Secret! escrita por Ponyo, Nemarun


Capítulo 21
Dezessete anos, Lysandre: Separados.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo maroto para vocês



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/553607/chapter/21

Dezessete anos, Lysandre: Separados.


Separado
Que se separou; desligado, isolado. Diz-se dos cônjuges cujo matrimônio foi dissolvido.
Em separado, separadamente, à parte: voto em separado.


(...)

Eu realmente queria acreditar que tudo que aconteceu nesse ano não passa de um pesadelo ruim, mas eu sei que não foi.

Eu tenho apenas duas recordações boas desse ano, uma delas foi a nossa primeira vez juntos.

Lembro-me que tudo aconteceu de repente. Você estava meio diferente e parecia sempre preocupada com algo, então pedi para que viesse me ver a noite, para tentarmos conversar sobre isso. O "Problema" é que você veio mais cedo do que deveria, e eu ainda estava tomando banho.

Eu nunca tranco a porta quando estou sozinho em casa, tenho uma neura em que penso que posso cair e me machucar feio e quanto tentarem me resgatar não conseguiram pois a posta está trancada. É meio idiota, mas eu acho que faz todo o sentindo.

Só que eu jamais pensaria que você iria me espiar.

Não me leve a mal Amélia, mas eu tinha certeza que você nunca iria fazer algo tão malicioso como isso. Você tinha vergonha até mesmo de andar com as mãos dadas comigo.

Depois disso tivemos uma especie de "Briga" e acabamos nos beijando. Não vou falar os detalhes Amélia, isso aqui não é um livro pornô. Mas se eu fosse descrever em três palavras seria "Intenso", "Inocente" e "Junto". Sei que parece meio frio o jeito que estou descrevendo, mas acredite, foi muito bom.

No dia seguinte, eu estava me sentindo extremamente feliz e você não parecia estar diferente. Acordamos juntos e resolvemos tomar um belo café da manhã, claro que antes tivemos nosso "Segundo Roud". Estava tendo uma tempestade lá fora e simplesmente não ligávamos, é como se nada pudesse estragar aquele momento.

Até que eu tive a estúpida ideia de ir comprar pães frescos para o café da manhã. Eu juro que demorei no máximo quatro minutos, mas quando voltei a porta da frente estava aberta e você tinha desaparecido.

(...)

Se passou uma semana e ninguém tinha a menor pista sobre você. Todos da vizinhança estava a sua procura, a maioria dos alunos tinham ajudado a fazer cartazes e tentar divulgar. Os policiais estavam tentando nos acalmar dizendo que não passava de uma "Fase" de adolescente, e que logo você iria aparecer. Lógico que eles não te conheciam como eu.

Anastasya também tinha desaparecido e eu sabia que ela tinha algo a ver com isso, mas não fazia a minima ideia de como provar e nem de como te achar. Você não tinha deixado outro rasto a não ser a lama no meu piso e a porta aberta.

Ninguém sabia o que fazer e nem a quem recorrer. Mas eu sabia que tinha uma pessoa que poderia nos ajudar, por mais que eu não quisesse.

Esse alguém era Leigh.

(...)

Minha relação com Leigh na minha infância era boa, brincávamos e ele me ensina coisas que na época eu achava que ele era a pessoa mais inteligente do mundo. Só que o tempo passou e Leigh cresceu e foi para um colégio interno, fiquei quase dois anos sem ter noticias dele.

Depois que nosso pais morreram, eu o reencontrei no funeral e percebi que ele estava bem diferente do que eu lembrava. Sua postura era rígida e seu rosto não tinha expressão.

Caralho, nossa família estava morta bem diante da gente e o desgraçado não ficou nem sequer triste. Aquilo me deixou extremamente furioso.

Depois disso eu nunca mais o tinha visto, o mais próximo que eu tinha dele era os cheques assinados por ele no final de cada mês, parece que ele tinha elevado muito a empresa e que ela tinha virado um sucesso ou algo do tipo, sempre dava uma grande quantidade de dinheiro todos os meses. Eu realmente não dava a minima para toda aquela grana, apenas usava o suficiente para pagar as contas e gastos gerais, colocava o que sobrou em uma conta e vivia normalmente, como se aquele dinheiro jamais tivesse existido.

Eu realmente não gostava dele.

E tenho o "Leve" pressentimento que ele também não.

Lembro que quando cheguei a empresa ninguém quis me atender, afinal eu era um garoto de dezessete anos, vestindo como se pertencesse a uma gangue querendo por algum motivo falar com o presidente. Depois de ficar uns bons trinta minutos tentando desesperadamente falar com algum funcionário, uma mulher asiática segurando vários papeis resolveu me atender. Eu não sei se ela queria se livra logo de mim ou ficou com pena.

–O que você quer garoto? Isso aqui não é um parque de diversões, devia voltar para seus pais.

–Eu vim falar com meu irmão.

–Não aceitamos visitas, devia ligar para ele ou esperar ele sair.

–Eu não tenho o numero dele e não sei a que horas ele sai. É urgente, um caso de vida ou morte.

–Bom, já que é tão urgente... Qual é o nome do seu irmão? Vou tentar falar com ele ou ver a que horas ele sai.

–Leigh. Acho que ele é o presidente ou algo do tipo.

–Acha mesmo que eu vou acreditar que você é o irmão dele? Que eu saiba, Leigh nem sequer tem família. -"Leigh"... Acho que alguém aqui é bem intima dele.

–Eu sou irmão dele, poderia chama-lo ou algo assim? Tenho certeza que se per...

–Eu não vou incomodar meu chefe com isso garoto. -Ouvi um "Bip" e a mulher olhou para a cintura onde havia um pequeno aparelho retangular. A tela ficou em azul e a palavra "Leigh" piscava sem parar. - Olha, tenho que ir. Quando resolver falar a verdade, tente falar com a recepcionista ou algo assim.

Ela foi em direção ao elevador totalmente séria e sem expressão e ficou esperando ele chegar ao andar. Ela se virou e pegou o elevador sem nem ao menos olhar para trás.

Eu podia simplesmente ter desistido e ido embora, mas eu sabia que ela iria ver ele, como resistir a tal tentação de fazer algo que não devia? Encontrei uma porta com a placa "Escadas" e não pensei duas vezes.

Subi até o ultimo andar pois sabia que lá ficava as pessoas importantes. Quando cheguei, não era exatamente o que pensei, apenas uma sala de recepção luxuosa com apenas uma porta de madeira negra com as letras delicadamente escritas em uma placa prata de metal "Leigh Petrovic!".

Na recepção estava a mesma mulher sentada em uma cadeira giratória arrumando documentos em arquivos.

–Você de novo? Já te falei para não irritar!

–Eu preciso falar com ele!

–Garoto, isso aqui é uma empresa muito importante, ninguém aqui tem tempo para bobagens!

–Não é bobagem, minha amiga está em perigo e ele é o único que pode me ajudar a acha-la!

–Você tem alguma prova? Não posso falar com o Leigh algo assim sem antes ter argumentos, posso der demitida.

–Meu nome não é garoto!

–Não, seu nome é Lysandre. O que aconteceu com a Ponyo?

Ambos nos viramos e vimos Leigh encostado na porta, com as mãos cruzadas e o rosto sério. Ele tinha mudado muito dês da ultima vez que eu o vi, não era mais um adolescente e sim um homem com pelo menos vinte e seis anos.

–Entra Lysandre, temos muito a conversar.

(...)

A "Semana" virou mês. Fazia 32 dias que você estava desaparecida e felizmente Leigh tinha contratado pessoas importantes para a sua busca.

Descobrimos que você estava provavelmente em alguma floresta no sul e agora tínhamos certeza que Anastasya estava com você. Existia apenas três floresta que batiam com a lama encontrada, e todas já estavam com pessoas a sua procura.

Faltava dois dias para o seu aniversário era quase noite e eu estava tomando café na minha casa. Queria continuar ajudando nas buscas, mas tinham me "Pedido" para descaçar um pouco e voltar no dia seguinte.

Só não imaginava que Miyuki iria invadir minha casa e me abraçar, quase me causando um ataque cardíaco.

–Lys! A quanto tempo meu emo, gótico, com muita tendencia ao homossexualismo! Como vai? Eu vou bem também! Ficar em Londres foi ótimo, e olha só para você... Deixou o cabelo crescer e abandonou as roupas pretas? Bom, eu nunca entendi esse negócio de "Steampunk", mas ficou ótimo em você e... Por que não está pulando igual a mim?

–Oi Miyuki, e "Tendencia ao homossexualismo" é a sua bunda. Desculpe por não estar animado em te reencontrar, mas aconteceu alguns problemas e não estou com animo para isso. - O sorriso de Yuki desapareceu e seu olhar ficou preocupado. Ela também tinha mudado, seus cabelos estavam pretos e quase batiam no quadril e seu rosto estava mais maduro.

–O que aconteceu Lys?

–Amélia está desaparecida a pouco mais de um mês e ninguém faz ideia de onde ela está.

–Como assim ? Ela tem que está em algum lugar, é só procurar direito! Não pode ter sumido assim.

–Bom, esse é significado de "Desaparecido", não sabemos onde ela está...

– A policia já está sabendo? Como eu posso ajudar?!?

–TODOS já estão sabendo. Quem a sequestrou foi Anastasya, uma ex-amiga minha de palco. A unica coisa que temos certeza é que Amélia está na floresta em algum tipo de esconderijo.

–Não faz sentido Lys, se vocês descobriram tanta coisa, como não a acharam? Se eram companheiros de palco, deviam se conhecer bem, certo? Ela não te deu nenhuma pista ou algo assim? -De repente foi como se uma luz tivesse invadido meus pensamentos.

–Miyuki, você é um gênio!

–Bom, eu sei. Mas por que mesmo?

–Como você mesmo disse, nós dois nos conhecíamos muito bem. E ela adorava livros policiais.

–E dai?...

–É obvio que ela sabia como fazer um crime sem deixar vestígios. Como uma pessoa que assim consegue deixar rastros de lama na sala?

–Ela pode ter sido descuidada e... Espere, por que ela sequestrou a garota? Não estou entendendo nada.

–Depois eu explico isso. Continuando, a pista é falsa! Ela apenas quer desviar nossa atenção. Ela deve ter trocado de sapato antes de entrar aqui em casa.

Levantei e fui em direção ao jardim da frente tentar procurar algum par de sapatos ou algo assim. Miyuki começou a me ajudar, embora não estivesse entendendo nada.

–Achei! - Ela gritou e veio na minha direção com um par te salto alto fino de vermelho veludo.- Por que ela deixaria isso aqui?

–Para despistar, ela veio com o salto aqui, trocou para as botas e deve ter usado outra pra ir embora. O tempo todo os policiais procuraram rastros de botas ao invés de outra coisa. - Olhei em volta do salto e vi uma pequena folha seca grudada na frente.

–Isso é apenas uma folha, deve ter grudado quanto ela passou pela floresta, não nos ajuda em nada.

–Está enganada Miyuki, isso aqui é uma pétala de amélia seca, e só tem um lugar que tem flores assim, perto da antiga casa da árvore que eu e Ponyo tínhamos tentado construir.

–Devemos avisar a polícia?

–Vamos avisar no caminho, temos que ir agora. É bem perto daqui, iremos a pé.

Coloquei meu casaco e Miyuki prendeu os cabelos, começamos a correr enquanto ela ligava para a policia informando a descoberta.

–Pode ser que tenhamos que brigar, não sei se Anastasya está sozinha nessa.

–Não tem problema, você sabe que eu nunca fugi e uma boa briga e... O que é aquilo ali? -Ela apontou para um pequeno borra branco no chão.

–Não é "Aquilo" e sim "Ela", encontramos a Amélia!

–É a primeira vez que eu a vejo, e acho que ela é muita areia para o seu caminhãozinho. Brincadeiras a parte, o que raios ela está fazendo ali? Não era para estar em um cativeiro ou algo do tipo?

–Eu não faço ideia... -Nos aproximamos e vimos que você estava apenas de roupas intimas, cheia de hematomas e cortes, coberta de sangue. Encostei minha mão no seu pescoço para sentir o batimento cardíaco. Suspirei aliviado, você estava viva, mas completamente gelada, coloquei meu casaco por cima dos seus ombros e te segurei no colo. - Vamos, temos voltar antes que ela tenha uma hipotermia.

–Vai você, eu vou procurar a outra garota.

–Sem chance, vamos embora.

–Vai fazer o que, me impedir? Você tem que ir levar ela. Não se preocupe, volto rápido. - Ela se virou e antes de ir em direção a floresta, sorriu e disse -Eu sei que você está feliz em ter encontrado seu amor de volta, mas tire esse sorriso idiota do rosto. Está me dando medo.

Por mais que eu tentasse, não consegui. Saber que você estava viva e perto de mim novamente era surreal.

Bom... Ferida, ensanguentada e provavelmente com um grande trauma, mas ainda sim viva.

Eu nunca quis tanto na vida ver seu sorriso novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A vencedora será anunciada no próximo capitulo :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Our Secret!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.