Dead Players escrita por Yellow


Capítulo 5
Capítulo 4- O Arqueiro


Notas iniciais do capítulo

- Gente, queria me desculpar com vocês que acompanham a Fic, fiquei acho que duas semanas sem postar, estava ocupado estudando para provas :/



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Fred iria gritar, mas resolveu não perder a postura. Fora levantando lentamente o pescoço. Olhou para o lado, viu Eva, ela finalmente havia achado seus óculos, e estava colocando-os. Levantou o rosto por completo, pode sentir seu nariz doer, aquele brutamontes havia feito um belo estrago. Sentiu o cheiro de sangue, e em seguida uma gota escorreu em seu lábio superior.

Ele limpou o buço com as costas da mão, virou o pescoço para a direita, não avistou ninguém, torceu a face para outro lado, continuava sem sinal de nada.

–O que aconteceu aqui? –Eva perguntou. Ela se levantou e caminhou até Fred, viu o nariz do garoto machucado, se desesperou: – O que ouve?

–Aquele cara me atacou. –Ele apontou para o esportista, que agora estava jogado no chão, envolto a uma poça de sangue. – Mas ele acabou morrendo.

–Você o matou?

–Não. –Fred arregalou os olhos e encarou a flecha.

Era um projétil escuro, com uma pena de cor preta na ponta.

–Quem atirou aquilo? –Eva apontou para o objeto, suas mãos tremiam, estava horrorizada.

“–Você matou o décimo primeiro, meus parabéns – Fred não soube de onde, mas pode ouvir isso. Virou o pescoço para todas as direções possíveis, mas não viu ninguém.

–O que foi? –Eva estranhou aquele súbito comportamento, ele estava a girando a cabeça como um maluco perturbado.

–Não ouviu? –Ele perguntou com uma das sobrancelhas levantadas

–Ouvi o que? –Ela não entendia.

–Aquela voz, te dando os parabéns. Parecia àquela mulher, a Morte.

Eva e Fred não trocaram mas nenhuma palavra, apenas se levantaram e começaram a recolher as latas que havia caído. Eles só pararam a tarefa quando ouviram a voz de uma terceira pessoa, pelo timbre, era um menino:

–É totalmente normal escutar essa voz depois que mata alguém. –O tom sereno e despreocupado, fez ele duvidarem que se tratava de mais um Jogador.

Os dois se viraram, e comicamente, os cabelos de Eva bateram nos olhos de Fred, o que fez ele recuar alguns passos. O menino que estava na frente deles tinha o corpo atlético coberto com uma jaqueta escura, um cachecol vermelho vinho o enfeitava o pescoço. Sua pele era negra e seus olhos cinzentos estavam escondidos atrás de duas lentes de óculos, lentes finas e discretas. os cabelos eram curtos, como se tivesse os aparado a algumas semanas

O menino levava em suas mãos um arco, e nas costas estava presa uma aljava recheada de flechas. Fred e Eva não conseguiram contar quantas flechas haviam ali, mas eram o suficiente para matá-los.

O arqueiro levantou a arma, puxou uma flecha das costas e a colocou na linha. Fez mira para Fred. Puxou até não conseguir mais. Disparou.

O som da flecha cortando o vento ecoou pelo local. O barulho seguido de um gruído fez Eva e Fred olharem para trás, ele não havia disparado no garoto.

A faceta de alivio de Fred fora automática. Eva virou o pescoço e viu o que a flecha havia acertado. Fora o esportista, ele não parecia estar muito morto. Se contorcia louca e repetidamente, se assemelhava ao ataque epilético. Uma fumaça negra saia de sua boca e narinas. A flecha alojada em sua barriga voou longe.

–Vamos logo. –Falou o arqueiro. –Ele já vai virar uma Sombra.

O arqueiro virou-se de costas para os dois e entrou por um corredor do mercado. Fred e Eva tentaram não o perder de vista. Atravessaram uma divisória improvisada feita com restos de prateleira, e em seguida pularam um balcão. Entraram por um buraco na parede, e logo se viram em um lugar completamente diferente do mercado. Era uma espécie de caverna, com uma fogueira no centro e paredes de pedra rústica.

O arqueiro se sentou ao chão, seu rosto não estava tão descontraído. Parecia sério, seus lábios estavam neutros, assim como suas sobrancelhas.

–Obrigado por ter nós salvado. –Fred agradeceu. Ele caminhou até o menino, estendeu a mão.

–Não foi nada. –O arqueiro respondeu. Espalmou com sua mão com a de Fred, e grassas a sua luva, o “toque” fizera um barulho abafado. –Podem se sentar. –Estendeu o braço, apontando para o chão ao lado da fogueira.

Fred e Eva acataram a ordem do arqueiro. Eles se sentaram com pernas cruzadas, mais pareciam duas crianças. A luz do fogo refletiu nos óculos da menina.

–Como achou esse arco? –Ela perguntou.

–O Tabuleiro favorece para alguns, enquanto dificulta para outros. –O garoto recitou o que a Morte falara no dia anterior. –Eu sou um arqueiro, foi sorte ter encontrado esse arco. –ele colocou a arma em haste e em seguida a levou para perto do rosto. Fechou um olho, como se estivesse fazendo pontaria. –Tem estabilidade baixa, mas dá para o gasto.

–E aquilo que disse, Sombras, o que são? –Dessa vez fora Fred que perguntou.

–Ainda não perceberam? –Perguntou retoricamente. –Quando se mata alguém, essa pessoa vira uma Sombra.

–Espere. –Eva interrompeu. –Isso faz sentido. –Ela ajeitou os óculos, que já estavam na ponta do nariz. –Os perdedores ainda vagam por ai, em busca de sangue. Espere, então esses monstros...

–São pessoas que já morreram no jogo. –Fred completou o raciocínio . –Isso é uma loucura, significa....

–Que um dia eu ou você seremos um desses. –O arqueiro interrompeu Fred. Eva ficou estática depois que ele falara isso, mas apesar de parecer indelicado, era a maior das verdades daquele Jogo. –Desculpe, acho que me esqueci de me apresentar. Me chamo Samuel.

–Eu sou Eva, e esse é Fred. –Ela os apresentou. –Estávamos buscando comida nesse mercado.

–Vocês não comeram isso, não é? –Samuel saltou na direção de Fred, e colocou as mãos no ombro do menino. –São envenenadas.

–Calma. –Eva falou, tentando acamá-lo. –Ainda não comemos.

–Ainda bem. – O arqueiro voltou para sua postura normal. –Minha antiga companheira comeu uma dessas sopas, morreu depois de algumas horas.

–Sentimos muito. –Eva murmurou, o seu tom de tristeza era perceptível para qualquer um.

–Sabe quantos ainda vivem? –Fred questionou.

–Não posso ter uma certeza, mas com certeza é por volta de dez pessoas. –Samuel respondeu. –Tirando aquele brutamontes que você e eu matamos, ainda teve Lia e um carinha que eu matei.

A conversa deles se encerou por ali, o local ficou em silencio, e o único barulho que se ouvia era o crepitar das chamas da fogueira.

–-------------------------Dead Players-------------------------

–Acho que a barra ta limpa. –Eduardo falou, olhando para a outra pessoa que estava atrás de si.

Eduardo era um jovem alto, pele pálida e cabelos escuros encaracolados, tinha olhos tão claros como pequenas pedras de diamante. Era alto, e vestia uma jaqueta bege, com detalhes brancos.

A menina atrás dele se chamava Mariah, tinha cabelos vermelhos cor de sangue, certamente tingidos. Tinha lábios tão vermelhos quanto as madeixas, e trajava uma blusa púrpura com detalhes cor de rosa.

Mariah olhava para múltiplas direções, virava a cabeça a cada dois segundos, estava desesperada. Sua ultima lembrança era que estava em uma sorveteria com amigas, e de uma hora para outra acordara em um jogo de sobrevivência!

Aquilo era loucura, ela não queria estar ali, não queria matar pessoas.

–Vamos. –Ele disse quando a pegou pela mão.

Eles seguiram por um corredor escuro e úmido. Saíram em um grande estacionamento, olharam para os lados, nenhum sinal de Sombras.

Um choro ecoou no local.

Parecia uma criança. O eco fazia aquilo ficar ensurdecedor. Mariah viu que em um canto do estacionamento, estava uma pequena menina, em posição fetal. Os joelhos estavam na cara.

Ela e Eduardo foram correndo verificar.

–Você está bem? –Ela perguntou. Mesmo sabendo que a menina falaria que não estaria bem, fez aquela pergunta. A garota em sua frente era nova, provavelmente tinha treze anos, grandes cabelos castanhos e pele bronzeada. Vestia na cabeça uma toca cor de rosa, com orelhas de gato.

–Eu estou bem. –A pequena menina disse entre soluços.

–Então por que está chorando? –Eduardo perguntou. Ele levou gentilmente sua mão para o ombro dela.

–Porque.... porque... –Ela levantou o rosto, os olhos estavam inchados de tanto chorar. –Terei que matar vocês.

Em um ato súbito, a menina saltou contra Eduardo. Ela o levou ao chão, e tirou do bolso do jeans que vestia um estilete. Tentou cortar a garganta do menino, mas ele era mais forte e conseguiu segurar seu braço.

–Mariah. –Ele murmurou. –Me ajuda!

Ela já estava se agachando para separá-los, quando alguém puxou sua blusa. Ela não conseguiu ver bem quem era, mas viu que era um menino. Ele a puxou para perto e em seguida rasgou sua jugular com um corte rápido.

O sangue que o pescoço de Mariah expeliu voou contra os olhos de Eduardo. Seu braço afrouxou e essa fora a hora que a pequena menina conseguiu matá-lo.

–Quase que você não consegue, Amanda. –Falou o menino que matara Mariah a sangue frio. Ele era alto, tinha cabelos escuros penteados para frente em forma de topete, e olhos tão claros quanto o mais puro lago. Vestia um moletom escuro com uma camisa branca por baixo. Pelo julgar a aparecia, parecia ter em média vinte anos.

–E era por isso que você estava aqui, Augusto. –Ela respondeu, secamente. –Olha o que você fez, sujou toda minha roupa. Da próxima vez, você chora.

–Eu chorar? –Ele caçoou. –Ninguém iria acudir um marmanjo de vinte anos chorando, iriam me matar. Mas você, uma menina tão adorável. –Augusto se aproximou dela e colocou a mão em seu fino queixo. –Você é realmente muito bonita.

–Acho que posso dizer o mesmo. –Amanda sorriu em resposta. –Será uma pena que irei te matar.

–Que tal pensarmos nisso depois?–Augusto sibilou. –Ainda temos mais pessoas para matar.


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