O Terrorista Íntimo escrita por Lu Rosa


Capítulo 7
Sete




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Mas este não viera. A arma estava descarregada. Neste momento que Michael chamou a atenção para si.

– Lionel. - ele chamou.

O alívio de Lisa foi imenso.

– Ah, então nos encontramos novamente, Sr. Smith. – ele se afastou de Lisa – Sabe no escritório de meu irmão eu tive a nítida impressão de que já nos vimos antes. Mas agora, eu tenho a certeza disto. – os olhos de Lionel refletiam o ódio de suas palavras. – Você foi o agente que interceptou uma operação da minha organização, não foi?

– Não sei. Foram tantos os fracassos da sua quadrilha provocados por mim que a qual delas você está se referindo? – Michael escarneceu.

E os dois andavam em círculos, medindo-se, estudando-se, enquanto Lisa corria ao encontro de Thomas:

– Lisa, vamos embora. – ele a puxou pela mão.

– Não. Eu vou ficar. – Ela o segurou pelos ombros. – Vá e chame seus homens.

Ele voltou em disparada para a casa e ela continuou a ouvir a conversa.

– Será que foi a de tráfico de armas? Ou quem sabe o tráfico de mulheres para alguns países da Europa?

A cada evento mencionado por Michael, o ódio de Lionel crescia mais, a ponto de deixá-lo rubro de raiva para logo em seguida torna-lo pálido de ódio.

Enlouquecido, ele acionou o gatilho várias vezes sem sucesso. Jogando a arma no chão, lançou-se contra Michael. Lisa a custo sufocou um grito.

Ele o repeliu com um direto no queixo que fez Lionel rodopiar. Mas Lionel alimentara este ódio por anos, como se não sentisse o golpe, ele avançou para Michael desferindo vários golpes em seu rosto, sem, entretanto, acertá-lo.

Mas se por um lado o ódio tornava Lionel tal como uma besta, o amor também fortalecia Michael no propósito de não deixar Lionel vencer. Ele sabia que, se fraquejasse, a vida de Lisa e de muitos outros estaria em perigo.

Lisa observava a luta dos dois, amedrontada e fascinada ao mesmo tempo. Ela permaneceu a alguns metros de distância dos dois e, em dado momento, os olhos de Lisa se cruzaram com o olhar de Michael, fazendo com que seu coração desse um salto no peito. Seu amado iria vencer aquela luta e voltaria para seus braços.

Mas a luta não chegou a terminar. Thomas, de volta com seus homens, deu dois tiros para cima, chamando a atenção dos lutadores.

– Já chega! – ele gritou.

Lisa correu para os braços de seu noivo e os policiais continham Lionel, enquanto Thomas dava voz de prisão à ele:

– Lionel Phelps, você está preso pelo assassinato de John Phelps, pela tentativa de homicídio de Lisa Benedict e Willian Morris e por conspiração contra o governo dos Estados Unidos.

Lionel se debatia inutilmente, esbravejando:

– Vocês não têm nada contra mim! Eu vou sair livre disso em minutos! – ria descontrolado.

Ao passar perto de Lisa e Michael ameaçou-os:

– Vocês não têm como me prender por muito tempo. Meus associados vão pressionar para me soltarem. Então vocês vão ver do que eu sou capaz! Sem provas, vocês não podem nada contra nós.

Então foi a vez de Lisa rir.

– Acontece, Sr. Phelps que toda boa secretária sabe que tudo que é importante, deve ser feito em cópia. E eu – fez uma pausa - sou uma ótima secretária.

Em segundos ele percebeu o que ela queria dizer.

Então, ele perdeu o pouco controle que recuperara.

– Sua cadela! Eu deveria ter matado você na primeira oportunidade! – e saiu sendo puxado pelos policiais.

Lisa aconchegou-se mais nos braços de Michael e suspirou.

– Acabou, meu amor. – Ele disse, acariciando seus cabelos.

Ela levantou a cabeça e olhou bem fundo nos olhos dele:

– Não. Não acabou...

– Mesmo que Lionel seja condenado, haveria os outros. – argumentou Arthur.

– Mas os nomes deles constam no disco. Eu vi. – afirmou Lisa.

– Tudo bem. Mas eu não vou sacrificar a vida da minha única filha. Você entra para o Programa de Proteção à Testemunha e pronto.

– Mas, e tudo que eu conquistei... Minha vida, família... Amor... – lamentou olhando para Michael.

– Filha, - começou Priscilla – nós vamos prantear você como se tivesse morrido. Mas eu tenho certeza que a separação será por pouco tempo. – Ela buscou os olhos do marido como que para uma confirmação de suas palavras.

Mas o general não era homem de se utilizar de falsas esperanças.

– Não Priscilla. Não teremos este consolo. Elisabeth Benedict desaparecerá de nossas vidas, como um filho que se perde.

Priscilla começou a chorar.

Michael ainda tentou outra saída.

– E se todos nós desaparecêssemos? Iríamos para um lugar onde ninguém nos conheceria. Quem sabe para fora dos Estados Unidos. Por que, - olhou para o general – com todo o respeito, general, aqui o senhor é mais conhecido do que o presidente.

Todos riram, aliviando um pouco a tensão.

– Ora, Smith. Eu não sabia que você tinha senso de humor.

Ele olhou amorosamente para Lisa.

– Sua filha me transformou nesses dois dias.

Era visível o amor entre os dois.

Apesar de ser um homem que não se deixava levar pelos sentimentos, o general capitulou um pouco ao ver os olhos de sua menina brilhar ao fitar Michael. Ele não estava preparado para vê-la amadurecer tão rápido. Mas o inevitável acontecera. E o que ele podia fazer agora era aceitar.

– Muito bem. Se eu e Priscilla concordássemos em sumir com vocês, como isso seria feito?

– Eu conheço uma pessoa que pode fazer isso. Ela me deve alguns favores do tempo do Exército e faria isso com o máximo prazer e discrição.

– Quem é ele? Eu o conheço? – o general quis saber.

– Talvez sim, talvez não. – respondeu Michael enigmático.

– Priscilla, o que acha?

– Eu faria qualquer coisa para não deixar minha filha. – Abraçou-se a Lisa.

O general pensou um pouco e finalmente capitulou:

– Está bem. Vamos sumir todos.

Em seguida o general se levantou e disse:

– Bem, por que vocês não descansam um pouco? Eu tenho muito por fazer ainda.

O grupo se separou na escada. Priscilla e Lisa subiram aos quartos e o general e Michael permaneceram na sala.

– O senhor vai até a Casa Branca, senhor?

– Tenho que ir. – olhou para o disco em sua mão. – Vou acordar o presidente por causa disso. Tomara que ele tenha tempo de me receber.

– Ora, general. Se há uma pessoa nos Estados Unidos que tem trânsito livre ali, é o senhor.

– É verdade. – o general deu um risinho. – Você sabe que ele me convidou para ser Secretário de Defesa?

– E de novo o senhor recusou? Quantos já foram? Uns seis ou sete?

– Por aí. Desde o Reagan. – Confirmou o general – Política nunca foi o meu forte. Sou franco demais.

Depois dessa afirmação, os dois homens ficaram por alguns minutos em silêncio.

Enquanto isso, Lisa era colocada na cama por sua mãe:

– Há anos que eu não coloco você para dormir.

Lisa riu.

– Mamãe... Logo, logo você terá seus netos para colocar para dormir.

Uma sombra nublou o olhar de Priscilla Benedict.

– É claro. – era visível o esforço que ela fazia para não chorar.

Lisa notou a tristeza de sua mãe.

– Mamãe, o que houve?

– Ah, Lisa... Tudo isso que aconteceu ontem e hoje. Foi como se o paraíso que seu pai e eu criamos fosse destruído. Tiros, seguranças armados, polícia... Não foi isso que idealizamos pra você.

– Mamãe, agora tudo acabou. Lionel foi preso, seus associados também vão ser presos e julgados e ficaremos livres.

– Mas a que preço? Deixaremos tudo para trás: Família, propriedades, passado. Seu pai e eu não temos mais vinte anos para começar tudo de novo...

Lisa não soube o que responder, por que seu dilema era o mesmo.

Priscilla levantou-se da cama, encaminhando-se para a porta.

– Filha, eu já volto.

A porta fechou-se antes de Lisa tivesse tempo de responder.

– Arthur, precisamos conversar. – começou Priscilla, entrando no quarto onde o marido se arrumava com sua farda.

– Pri, querida. Se for sobre o envolvimento de Elisabeth e Smith, você pode ficar tranqüila. Eu já aceitei.

– Eu já sabia disso, querido. – Ela sorriu – Não, é sobre o programa de proteção à testemunha.

– O que foi?

– Querido, eu acho que devemos deixar Lisa e Michael irem embora sozinhos.

– Mas, Priscilla. Eu concordei de irmos com eles por causa de você.

– Eu sei. Mas, Arthur, não temos mais idade para começarmos do zero novamente.

O general permaneceu calado, ouvindo.

– Tenho certeza de que Lisa será mais feliz sabendo que continuamos aqui, vivendo nossa vidinha tranqüila.

– Querida, se você pensa assim, não tenho porque discordar. Só pensei que você ficaria feliz em ficar ao lado de nossa filha.

– Arthur, você viu os dois... Sabe que nossa filha será bem cuidada.

– Está bem, então. – Ele se dirigiu até a parede onde havia um quadro. Ele o retirou da parede, revelando um cofre. O general o abriu, retirando um envelope.

– Então, vamos lá conversar com eles.


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