A Única Coisa... escrita por Troublemaker Girl


Capítulo 8
O famoso clichê "Mudanças inesperadas"


Notas iniciais do capítulo

Hey, como vão?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/553054/chapter/8

– Olá. – Pude ouvi-lo dizer. Nem sequer quis levantar minha cabeça, ele poderia estar agindo sarcasticamente, e quando eu levantasse, ia começar a rir. Confesso que estava curiosa para ver qual era sua expressão, se ele estava triste ou nã... Mas que droga, Rose! Você está sendo algo que eu pensei que nunca iria ser. – Rose? – Senti uma mão quente sobre meu braço esquerdo, causando um pequeno arrepio. Levantei a cabeça e me arrependi no mesmo segundo.

– Hm? – Fiz o máximo para não falar, e ele não precisar render assunto.

– Você tem algum tempo livre hoje? – Ele coçou a nuca rindo sem graça.

– Pra você? – Arqueei a sobrancelha rindo baixo assim que John assentiu com a cabeça. – Não.

– Rose! – Kath me cutucou enquanto seu tom de voz soava repreensivo.

– Que foi? – Revirei os olhos, olhando em seguida para ela, que olhava para John. – Oh, onde estávamos, John? – Olhei para ele, mas antes mesmo dele abrir a boca, o sinal havia tocado. – Bom gente, o papo tava bom, mas eu preciso mesmo ir. – Sorri. – Obrigada por nos oferecer a mesa com seus amigos, Tyler. – Olhei para Tyler, que riu em seguida. Kath ficaria mais um pouco, suponho, então levantei da mesa e saí do refeitório, correndo para meu armário.

Não fazia idéia de que aula iria ter agora. Pra falar a verdade, eu não fazia idéia de nada. Claro! Depois de um desespero daqueles publicamente, quem não ficaria perdido em sua própria vida? Ok, melancolia demais. Ao abrir meu armário pude perceber um papel cair, o peguei e vi que havia alguma coisa escrita. Então resolvi ler.

“Amar, é morrer aos poucos, mas não amar é o purgatório em vida. – Stealing Heaven”

Reli aquela frase por mais três vezes, ainda sem entender nada. Lembrei que já estava na hora da minha próxima aula, então peguei meu livro e coloquei o papel dentro do mesmo, fechei o armário e corri para o ginásio.

– Oi Rose. – Scarlet me cumprimentou com um sorriso, eu retribui.

– Oi. Ahn... Você sabe se a Julie vem? – Perguntei percebendo que os alunos estavam “jogados” por todo o lado.

– Não sei te responder direito, mas acho que ela não melhorou ainda. – Arregalei os olhos. – Pois é, até hoje. – Scarlet deu uma risada baixa.

– Entendi. – Ri sem humor. – Bem, então eu vou ficar num canto. Até mais. – Scarlet acenou e eu comecei a andar com o livro a procura de um lugar descente para ficar. Não demorei muito até achar.

Não me importava se eu já tinha lido, mas esse com certeza era o melhor livro que havia entrado em minha vida. Exagero? Realismo. Ao ler, avistei o papel e o peguei, resolvendo passar os olhos por ele.

– Ainda está lendo Emma? – Aquela voz disse, me fazendo jogar o livro e o papel no chão.

– É. – Corri para pegar as coisas. E assim que consegui, olhei para John.

– Preciso falar com você. – Ele se aproximou e ao mesmo tempo, eu dei um passo para trás.

– Preciso ir ao banheiro. – Sorri sem mostrar os dentes e me virei para ir ao banheiro, mas algo me impediu, uma mão!

– Por que você sempre foge? – Ele disse perto do meu ouvido, já que sua força havia nos aproximado.

– Por que você sempre pensa que é o dono do mundo? – Retruquei tentando me soltar. Mas no final, apenas cedi. – Pode me soltar, por favor?! – Enfatizei.

– Me desculpe. – John me soltou, e eu pude sentir meu braço respirar (?). – Mas é sério, eu preciso falar com voc... – Eu o interrompi.

– Eu não corro de você, eu só tenho coisas pra fazer. Como agora, sabia? Tenho que ir com urgência fazer algo. – Sorri ironicamente.

– Você está blefando. – Ele riu.

– O que você acha ou não, não chega em meu interesse. – Sorri de uma forma simpática e me virei, sem nenhuma barreira dessa vez. Até eu ter chegado em meu armário já era a hora de ir para casa, fechei o armário e despedi de Kath, indo para o estúdio.

Ao chegar, fui logo até o piano. As crianças já estavam me esperando contentes, devo dizer. Pelo menos uma coisa me acalmava, ensinar outras pessoas era apenas uma forma de melhorar a prática, e o melhor ainda é que deixamos sempre algum sorriso nos rostos das pessoas que ajudamos. Ficamos treinando por duas horas e meia, quando eu estava arrumando tudo para (in) felizmente ir para casa, um barulho chamou minha atenção, e a raiva voltou.

– Eu sei que você pode arrumar outra desculpa, mas eu vou ser direto. O que eu tinha pra te falar era sobre nosso trabalho, mas como você não quer me ouvir... – John ia dar meia volta, respirei fundo e bufei, antes de pronunciar.

– Espera! – Ele se virou novamente com as mãos no bolso de sua calça. – Se é sobre o trabalho... – Pigarreei. – Eu faço questão de escutar.

– Até que enfim! – Ele comemorou com uma dança esquisita, me fazendo dar uma risada despercebida. Logo John caminhou em minha direção e coçou sua orelha. – Então... Eu achei uma peça interessante. Se você gostar, a gente poderia ensaiar. – Brincou com seus dedos.

– Oh, me mostre. – Respondi e o sorriso de John apareceu.

– Então... Não sei se já ouviu em falar da História de Abelardo e Heloísa. – Após falar, meu sorriso apareceu. – Suponho que já. – Ele disse me encarando, soltando uma risada.

– Você conhece? – Perguntei abismada. John assentiu.

– Surpresa? – Outra risada.

–Um pouco. –Sorri sem graça. – Você queria atuar essa história?

– É, se não fosse um problema pra você. – John coçou a nuca. – Claro que não, Abelardo. – Eu e John rimos.

– Que dia podemos começar? – Ele parecia mesmo animado, o que me surpreende a cada segundo.

– Amanhã? – Sugeri e ele assentiu. – Ok, então...

– Você já está indo? – Assenti. – Ótimo! – John comemorou.

– Por quê? – Franzi a testa, tentando entender.

– Vou te levar para sua casa, ué. – Comecei a rir. – O que?

– É gentileza a sua, mas eu vou de ônibus. Obrigado. – Abracei meu livro e comecei a caminhar até a porta, mas novamente uma mão me impediu.

– Por favor. – John me olhou nos olhos.

– Não é dessa vez, bonitinho. – Ri e me soltei, voltando a andar.

John saiu na mesma hora que eu, só que foi em direção ao seu carro, e eu para o ponto de ônibus. Não demorou muito e o ônibus havia chegado, entrei e me sentei ao lado de uma janela, encostei a cabeça na mesma e comecei a ler, até chegar em casa. Uma hora depois, eu já estava entrando em casa, finalmente.
Como de costume, ainda estava tudo em silêncio; desci para meu quarto e chegando lá joguei minha mochila num canto e comecei a fazer os deveres. Ao terminar, como sempre, comecei a tocar piano.

I've found someone to live for. No, I can't explain… – Cantei um trecho de Something to Live For, do Yann Tiersen, enquanto dedilhava no teclado. A campainha tocou, me fazendo parar de tocar. Subi correndo e abri a porta, não acreditando no que estava vendo. – Você? – Não sabia se ficava surpresa, ou se sorria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso o/

Até o próximo. Digam o que acharam.

Xis ó, xis ó



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Única Coisa..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.