A Única Coisa... escrita por Troublemaker Girl


Capítulo 6
Happy Halloween


Notas iniciais do capítulo

Heeey, cap especial de Halloween. A propósito, feliz dia das Bruxas :3

Até o próximo.



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– Mas o que? – Varri o local, quando já estávamos dentro dele. Havia poucas pessoas ali, provavelmente não teriam achado essa loja ainda, já que a mesma possui fantasias magníficas. – Você já sabe do que vai? – Perguntei para Kath enquanto a mesma andava por todo o local.

– Hum... – Ela soltou um murmúrio e pegou algumas peças. – Vou ver agora. – Assenti e ela entrou no vestuário.

– Olhem! É aquela menina da escola. – Ouvi uma voz feminina soar perto de mim.

– Que menina? – Outra voz disse, dei de ombros.

– Aquela estranha que toca piano. Ela não é de ir em eventos da escola, nunca foi. Será que esse ano vai? – Olhei de relance para ver o que acontecia, e avistei quatro garotas na loja, que estavam dando uma risada tanto quanto exagerada. Elas, assim que viram que eu olhei, se viraram rapidamente de costas para mim. Pensei em falar algo, mas balancei a cabeça negativamente e ignorei. Fui acordada do meu transe pela Kath, que estava emburrada.

– Argh! Eu não consigo achar nenhuma que me agrade. – Revirei os olhos e resolvi ajudá-la. Fui até outra parte da loja e peguei um vestido branco com azul, e havia algumas “Manchas” de sangue sobre o vestido. Logo o reconheci; Alice: Madness Returns. Sorri e voltei para perto de Kath.

– Aqui. Esse parece que vai ficar bom. – Lhe entreguei a fantasia completa e ela entrou novamente. Depois de alguns minutos ela estava em minha frente.

– E aí, o que achou? – Ela sorria, assim como eu.

– Ficou perfeito. – Falei sendo sincera.

– Sério? – Kath riu e eu assenti. – Que boom! Eu vou levar essa. – Fomos até o caixa e antes de pagar, Kath olhou para mim. – E você? Não vai comprar?

– Ahn... quem disse que eu vo... – Não terminei de falar. Kath estava fazendo bico e eu revirei os olhos, continuando. – vou comprar aqui? – O sorriso dela se alargou.

– Ah sim. Ok então. – Ela se virou para a atendente e pagou ela. Depois saímos da loja e ficamos em silêncio. Por favor Kath, fala que vamos ir embora. Por favor! Pensei. – Você já pensou de como vai?

– Ah... não quero ir muuito fantasiada. Sei lá... acho que de Harry Potter? – Sorri amarelo e Kath franziu a testa.

– Ele é homem. – Ela riu e eu revirei os olhos.

– Versão feminina, amorzinho. – Pisquei um olho e Kath murmurou um “ah sim”. – Já que a fantasia é simples, não quero comprar ou alugar uma. Podemos ir em alguma loja de roupas e eu mesma monto a peça de roupa. – Kath assentiu e fomos para alguma loja de roupas.

Eu não estava totalmente decidida se iria ir ou não, mas Kath insistiu tanto que eu cedi. Talvez pudesse ser... diferente. Bem, só pelo fato de eu estar indo em um evento escolar, já é algo diferente. Segundo metade — Ou até mesmo todo mundo — da escola, eu era a anti-social daquele lugar. Talvez eu pudesse mudar, talvez!

– Olha essa blusa! – Kath ergueu uma blusa preta de renda, ela era um pouco curta, batia acima do meu umbigo. Logo fiz uma careta.

– Ahn... é curta. – Kath revirou os olhos.

– Você é bonita, mulher. Tem um corpo lindo, mas não gosta de mostrar? – Ela fez uma feição indignada. – Tudo bem que se mostrar demais é puta, mas essa blusa com... – Por um momento ficamos em silêncio, ela estava olhando por todos os lugares a procura de alguma coisa que acompanhasse a blusa. Cruzei os braços e esperei por alguma continuação. Virei o rosto e bufei, abri mais os olhos e enxerguei algo preto. Peguei de onde estava e ergui, fazendo Kath soltar um grito. – ISSO! Essa saia! – Ela pegou de mim e me mostrou uma saia preta com alguns mínimos detalhes, era realmente bonita. – Não é nem muito longa, e nem muito curta. – Ah, imagina! Só era um pedaço de roupa que batia acima do joelho, quase acima da coxa. Pensei comigo mesma e bufei. – Agora vai lá experimentar.

– Ok. – Murmurei e peguei as duas peças de roupas. Eu já estava entrando no vestuário, quando Kath apareceu gritando novamente.

– Leva esse salto. – Peguei o sapato preto e entrei. Logo me vesti e ao terminar, não me olhei no espelho, queria uma opinião de Kath; Logo saí do vestuário.

– Meu Deus, Rose! – Kath ficou boquiaberta.

– Ficou tão feio assim? – Perguntei receosa, mordendo o lábio.

– Não! Ficou perfeito. – Ela deu um sorriso que quase rasgou seu rosto, dei um sorriso sem graça e voltei para o vestuário, colocando minha roupa. Depois saí novamente. – Você vai levar, né? – Assenti e fomos até o caixa. Paguei e depois saímos.

– Agora já vamos pra casa? – Perguntei enquanto andávamos.

– Não. Precisamos de objetos, mocinha. – Kath piscou um olho e me puxou pelo braço até uma outra loja, quase minhas sacolas caíram, assim como as de Kath.

– Quê? – Franzi a testa e observei o lugar, percebendo que era outra loja de Halloween, só que de apenas objetos.

– Um chapéu de bruxa para você... e uma faca para mim. – Ela foi até um atendente e pediu que lhe mostrasse os objetos. Enquanto eu olhava alguns chapéus, ela estava à procura de uma faca que parecesse com a da Alice.

– Vamos lá... chapéu seletor. – Falei comigo mesma, rindo da minha idiotice. Encontrei um chapéu perfeito em seguida, ele era mediano, tinha o mesmo detalhe que a saia, por incrível que pareça, e era preto. Sorri e fui até Kath com o chapéu em mãos. – E aí, achou?

– Não... – Ela estava atenta, logo arregalou os olhos e pegou uma faca prata coberta de manchas falsas — claro — de sangue. – Essa? – Analisei e assenti sorrindo.

– É a mesma, parece. – Ri e Kath olhou para o chapéu. – É feio?

– Não. Vai combinar com a saia. – Sorri e entregamos nossas coisas para o mesmo atendente, que colocou numa sacola e assim que pagamos, nos entregou.

Por um momento pensei que finalmente iríamos voltar para a casa, já que eram quase seis da tarde. Sim, passamos horas e horas nesse shopping. Mas me enganei quando Kath parou na praça de alimentação, tudo bem, era útil até porque eu estava morta de fome, mas estava cansada também. Comprei um café e batata frita. Kath comprou um milk-shake e assim como eu, batata frita.

– Esse canudo não vai caber na minha boca. – Gargalhei e Kath revirou os olhos, não achando nenhuma graça.

– Ninguém mandou ser do tamanho de uma formiga. – Zoei ela, por ser pequena, pelo menos era menor que eu. Peguei mais algumas batatas e depois o silêncio apareceu, até fizemos um desafio de quem comeria mais batatas, no final Kath ganhou porque eu estava quase explodindo devido o café. Quando percebi, já estávamos na rua de casa. – Finalmente!

– Até depois, então. – Kath disse e me abraçou, nos despedimos e entramos uma em sua devida casa.

A casa como sempre estava vazia, tranquei a porta e desci para o quarto, coloquei as sacolas sobe a cama e em seguida tomei um banho, colocando um pijama. Ainda não estava na hora correta de dormir, mas mesmo assim me vesti por preguiça de vestir mais tarde. Fiquei conversando com Kath por mensagem, ela estava realmente bastante ansiosa pela festa, paramos de conversar dez da noite, depois ouvi o carro do meu pai na garagem e me aconcheguei em minha cama, adormecendo rapidamente devido o cansaço.

(...)

Os dois dias haviam se passado, as horas haviam voado, devo dizer. Confesso que eu estava um pouco que, digamos, ansiosa com a festa, que era assunto na escola toda. Algumas meninas choravam por algum par –– como se fosse baile de formatura, mas ok –– e ainda discutiam sobre como iriam ir. A festa começaria às 20:00, estava tudo enfeitado, os corredores, os armários, cantina e até mesmo as salas de aula. John não havia falado comigo uma palavra sequer entre esses dois dias, assim como eu.

– Então... Ansiosa? – Fechei o armário e era Scarlett.

– Sim, e você? – Sorri simpaticamente, e ela assentiu retribuindo o mesmo sorriso.

– Nos vemos lá então. – Scarlett disse e eu consenti, acenando em seguida. Logo ela já não estava mais no corredor. As aulas passaram a ser um pouco mais legais, os professores estavam animados, mas a metade não estaria nessa festa. Estranho, não? O sinal bateu e fui para a última aula, que era Educação Física. Chegando lá haviam comentado que como a professora estava de repouso por alguns dias em casa, estaríamos livres da aula. Então alguns foram para a casa, outros, ficaram na escola. Eu escolhi sair, fui mais cedo para o estúdio e esperei pelas crianças, que assim que chegaram, ficaram mais alegres do que o normal.

– Tia, as bruxas costumavam tocar piano? – Noah perguntou e eu ri.

– Não meu amor. – Ele fez bico e eu sorri. – E que tal se eu tocasse para vocês ficarem mais feras do que já são? – Todos gritaram e eu me virei para o piano, já que eu já estava sentada. Abri meu caderno de notas e comecei a tocar. Era impressionante o quanto eles demonstravam realmente interesse, após terminar eles começaram a ficar agitados como sempre, e então ensinei alguns pequenos detalhes para todos. No final, voltei para a casa e estranhei o fato de meu pai estar em casa.

– Oi filha. – Ele dizia segurando uma colher, estava saindo da cozinha.

– Oi pai. – Franzi o cenho. – O que está fazendo aqui? – Coloquei a mochila no sofá e o segui para a cozinha.

– Folga. – Ao falar, meu pai se virou para o fogão e voltou a mexer em alguma panela. – Resolvi fazer alguma coisa pra gente comer. – Me aproximei e senti o cheiro da comida, parecia bom.

– Ótimo! Estou com fome. – Brinquei e ele riu, sentei perto da bancada e fiquei o observando cozinhar. Uma coisa rara.

Depois que a comida ficou pronta almoçamos juntos, outra coisa super rara. Meu pai quis descansar, depois que ele foi dormir eu fui para meu quarto e vi que havia duas chamadas perdidas de Kath, logo retornei para ela, que atendeu no primeiro toque.

Até que enfiiim! – Ela parecia ter soltado um suspiro em seguida.

– Olá também, Katherine. – Falei sarcasticamente e ouvi sua risada abafada.

Onde estava mais cedo? Não te vi quando o sinal bateu e fiquei preocupada.

– Ah. Eu não tive aula de Educação Física por causa daquele imprevisto que teve com a professora. – Rimos juntas ao lembrarmos. – Então fui para o estúdio mais cedo e dei aula para as crianças.

Ah sim, pensei que tinham te seqüestrado. – Revirei os olhos após me sentar na cama. – Ou então que você estava com o John.

Por que eu estaria com ele?Perguntei indignada.

– Porque ele também não estava na escola quando o último horário acabou. Acho que ele também teria a mesma aula que você. – Dei de ombros. – Mas então! É hoje mulher. – Um sorriso apareceu em meu rosto. Era hoje.

– Sim, é hoje!

Vamos sair que horas? – Olhei para o relógio torcendo para ser mais tarde, mas infelizmente eram apenas 13:00.

– Acho que 19:40 tá bom. Se você quiser, claro. – Respondi e roí o canto de minha unha.

Ok. Estou louca para ver aquelas garotas metidas fantasiadas. Kath riu.Poderiam ir de elas mesmas, já que é o dia delas. – Quem riu fui eu.

– Deixa de ser má. – Sorri mesmo ela não podendo ver.

Eu só fui sincera. – Um silêncio apareceu. – Rose, eu preciso ir agora. Minha mãe está me chamando.

– Está bem, você vai se arrumar aí?

Não sua boba, aí. – Ri baixo.

– Ok, até 18:25 então. – Falei e Kath se despediu, logo desligou o celular.

Coloquei o celular sobre o criado mudo e como estava com tédio, peguei meu teclado e comecei a tocá-lo, talvez assim o tempo passasse rápido. Eu estava com medo da roupa ter ficado feia em mim, deveria ter me olhado no espelho. É uma festa qualquer, mas é minha primeira festa qualquer. Larguei o teclado e preferi dormir.

– Ai meu Deus, Rose! – Ouvia alguns sussurros femininos. – Acorda! – Senti algo forte em cima de mim, e rapidamente abri os olhos assustada.

– Precisava disso, Kath? – Revirei os olhos e ela murmurou um “foi mal” enquanto sorria sem graça.

– Foi mal... Mas sabe quantas horas são?

– Deixa eu adivinhar... ah, esqueci. Minha bola de Cristal estragou, que pena. – Fiz uma voz manhosa, ainda emburrada.

– Pois eu falo. – Kath sorriu sinicamente. – São exatamente... – Ela parou de falar e fitou seu celular. – 18:55 – Meus olhos se arregalaram ainda mais. A festa!

– Que merda! – Gritei me levantando. – Por que não me acordou antes? – Eu andava descontroladamente pelo quarto, abri o guarda roupa e joguei as sacolas sobre a cama, depois peguei um roupão limpo e coloquei sobre meu braço.

– Eu tentei por vinte minutos, mas você dorme feito pedra, garota. – Ouvi ela dizer, eu já estava no banheiro. Liguei o chuveiro e a água quente caiu sobre mim, depois de uns quinze minutos eu saí do banho.

– Você pelo menos já tomou banho? – Perguntei pegando a roupa.

– Eu pensei que você queria ir primeiro. – Ouvi ela dar uma risadinha baixa.

– Então vai mulher! – A puxei para dentro do banheiro e ela logo ligou o chuveiro, pude ouvir o barulho da água. – O Roupão novo está aí. – Gritei e ela gritou um “Ok” de volta. Tirei o meu roupão do corpo e me vesti. Eu estava tentando colocar o salto, mas ele tinha um fecho que estava realmente difícil de fechar, ou eu não sabia colocar. Deixei o sapato por último e procurei pelo meu óculos, o bom dessa festa, é que eu poderia disfarçar que não usava óculos. Eu não me sentia muito confortável com as lentes, mas sempre achei melhor usá-las porque sempre fui desastrada com coisas minhas. Tirei as lentes de contato e coloquei o óculos arredondado igual ao de Harry, agora seria a segunda parte (porque a primeira foi o sapato) pior: Arrumar o cabelo.

– Uou. – Kath disse atrás de mim enrolada no roupão. – Cadê o salto?

– Eu não consegui colocar. Pode me ajudar depois? – Perguntei sem graça e ela assentiu. Fiz minha parte e peguei uma pequena maleta de maquiagens que minha tia havia me dado, então enquanto Kath terminava de colocar seu vestido, eu me maquiava.

– Pronto. – Olhei para ela, o vestido era realmente feito para ela. Sorri ao ver ela rodar e depois ela se aproximou de mim com os sapatos em mãos. Ela segurou meu pé e colocou rapidamente um, o que me fez ficar boquiaberta, e fez a mesma coisa com o outro pé. Eu não sabia mexer naquilo, era essa a explicação.

– Valeu mesmo. – Sorri e me levantei. Kath se maquiou e logo nós duas estávamos arrumando nossos cabelos. Kath quis deixar seus fios naturais; lisos. Depois fez babyliss em meu cabelo. Segundo ela estava ficando ótimo, mas eu estava receosa quanto a isso.

– Estamos magníficas! – Kath disse animada, me olhei no espelho e gelei. Aquela não era eu.

– Essa não sou eu. – Sussurrei ainda sem acreditar no que estava vendo. – Meu Deus, Rose! Não sou eu. – Olhei para Rose que revirava os olhos.

– Claro que é sim. – Ela cruzou os braços. – E você está linda. – Ela me abraçou fortemente, logo retribui.

– Não mais que você. – Disse entre o abraço e depois que o abraço acabou nos olhamos.

– Falta mais uma coisinha. – Kath bateu palmas.

– O que? – Observei o lugar que ela caminhava, depois ela voltou com uma sacola e de lá tirou o meu chapéu e sua faca manchada.

– Isso. – Ela colocou o chapéu de lado em minha cabeça, dei um sorriso sem mostrar os dentes. – E aí, como estou? – Ela perguntou após segurar sua faca firmemente e fez uma cara de malvada, soltei uma gargalhada.

– Ótima. – Falei e rimos. Depois peguei meu celular assim como Kath e guardamos em uma pequena bolsa que Kath levava.

– Vamos, honey? – Assenti e saímos do meu quarto, ao subir, avistei meu pai deitado no sofá assistindo a uma novela.

– Pai, já estamos indo. – Falei e ele se levantou rapidamente.

– Vocês estão lindas! – Ele sorriu e me abraçou forte, me fazendo aconchegar em seu abraço.

– Obrigada. – Ouvi Kath dizer.

– Obrigada. – Falei com a cabeça encostada em seu peito.

– Se cuida lá, viu? – Assenti. – Aproveitem por mim. – Eu e Kath assentimos e rimos.

– Ahn... pai. – O chamei antes de sair.

– Me empresta seu carro? – Perguntei, ou melhor, tentei. Engoli em seco e parei para pensar no quão burra eu era. Se ele não me deixava ir pra escola com seu carro, imagina para uma festa.

– Sim. – Arregalei os olhos. O que?

– O que?

– Se trazer ele do mesmo jeito que está, eu deixo. – Meu pai sorriu e eu dei mais um abraço nele. Ele me entregou a chave do carro e depois saímos.

– Meu Deus, não acredito que finalmente vou dirigir essa beleza. – Falei após entrarmos no carro, Kath estava conversando com Tyler no celular, colocamos o cinto de segurança e depois coloquei a chave na ignição, logo pude ouvir o barulho do motor. Sorri e comecei a dirigir em direção à escola.

A festa seria no ginásio da escola, Kath havia acabado de desligar, justamente quando chegamos. Estacionei o carro e depois saímos.

– Chegamos. – Kath disse rindo. Ela estava animada.

– Pois é. – Kath entrelaçou seu braço no meu e entramos. O lugar já estava um pouco cheio. Olhares vieram até nós duas, o que me causou certo constrangimento. Garotos que eu nunca pensei que iriam fazer isso, mexeram comigo.

– Depois você fala que tá feia. – Kath disse mostrando língua. – Estão todos querendo te comer agora. – Balancei a cabeça e Tyler apareceu atrás de Kath.

– Olá. – Kath se virou rapidamente para ele. – Tyler, essa aqui é minha melhor amiga, a Rose. – Acenei para Tyler assim que Kath apontou para mim, dando um sorriso.

– Rose? Da sua classe? – Ele me olhou de volta e depois olhou para Kath que assentia. Ao ter a resposta, ele ficou boquiaberto e depois completou. – Eaí Rose. – Ao falar, ele acenou de volta.

Eaí. – Falei rindo do jeito que ele estava.

– Vocês a propósito estão lindas. – Havia reparado em sua fantasia, ele estava de vampiro.

– Obrigada. – Sorri e Kath fez o mesmo. Os dois começaram a conversar. – Bom, vou beber alguma coisa. – Avisei e fui até o bar. Pedi um refrigerante e fiquei sentada na bancada do bar mesmo. Agradeci o barman e fiquei escutando uma música de metal que soava pelo local.

The spirits will arise
Make your choice, it's hell or paradise
Ah--it's Halloween
Ah--it's Halloween. . .tonight!”

– Oi. – Uma voz masculina soou em meu ouvido devido a música alta, meu coração acelerou ao reconhecer a voz. Mas que droga aconteceu com você, Rose? É apenas aquele garoto desastrado!

– Oi. – Respondi e bebi mais um pouco da bebida. John se sentou ao meu lado.

– Você estuda na East Side? – Continuei sem olhar para ele, e me segurei para não rir quando ele perguntou. Ótimo, não sabia que era eu.

– Não, e você? – Menti.

– Estudo. Pensei que a festa fosse apenas para estudantes. – Ele disse e em seguida pediu alguma coisa ao barman.

– Pois é, né. – Dei uma risada falsa e arrumei meu óculos, ainda com a cabeça baixa.

– Já te disseram que você é linda? – John segurou meu queixo com sua mão gélida, depois ergueu meu rosto para o dele. Engoli em seco e desviei o olhar.

– Não sei. – Sorri nervosa. – Já te disseram que seus olhos são lindos? – Olhei fixamente para ele. Mas o que?

– Já. – Ele soltou uma risada gostosa de escutar, e eu revirei os olhos disfarçadamente.

O silêncio havia aparecido, e eu agradeci pela primeira vez por isso ter acontecido. John era simplesmente um cara igual os outros, mas claro que iria ser! Além de jogar no time da escola, tem um bando de amigos. E como toda vida de estudante é clichê, o que eu esperava? Que ele fosse no máximo humilde? Por favor! Logo tocava uma música eletrônica, pela voz parecia ser aquela cantora... a Rihanna. Vi Tyler e Kath dançando assim como os outros alunos, sorri ao ver os dois, faziam um belo casal.

– Seu namorado veio com você? – Olhei para John e não me controlei, havia feito uma cara de sarcasmo para ele.

– Deve estar por algum lugar que eu não conheça. – Zombei da cara dele, que acreditou. Melhor assim, é bom que ele não tenta me agarrar.

– Então ele não vai achar ruim se eu fizer uma coisa? – John sorria e eu franzi a testa. Queria ignorar ele, mas não consegui por ser muito curiosa.

– Que coisa? – Sua mão foi até meu rosto, ele acariciou o mesmo e eu engoli em seco mais uma vez. Olhávamos um para o outro fixamente, por um momento eu queria estar sem um quilo de maquiagem no meu rosto, e assim ele poderia me reconhecer e não iria querer fazer nada comigo. Por um momento, eu pensei que o que iria acontecer, não iria acontecer (oi?). Os lábios de John estavam sobre os meus. John segurava meu rosto firmemente com uma mão, e com a outra, minha cintura. Logo aquela “coisa” havia se tornado em um beijo. Mas o que eu estava fazendo? Fiquei louca? Ao ver que eu estava realmente o beijando, me soltei bruscamente.

– Isso. – Ele teve a coragem de sorrir. Cafajeste.

– Eu... eu preciso procurar pelo meu namorado. – Enfatizei a última palavra e saí sem esperar por nenhuma resposta. Eu queria ir chamar a Kath e ir embora, mas ela estava aproveitando a festa com um cara incrível, então preferi deixá-los divertindo e me afastei da multidão, indo para fora do ginásio, aonde tinha alguns alunos, mas nada comparado ao que estava dentro.

Estava frio pra caramba, e eu com uma saia, estaria congelando daqui um tempo. Me sentei num banco e fiquei olhando para os lugares enfeitados. Era minha primeira festa e aquilo infelizmente havia acontecido. E o pior, eu por alguns segundos desejei estar quilômetros e quilômetros de distância dali, na minha casa dormindo. Mas uma coisa é engraçada, eu ainda ligo. Quer dizer, eu deveria ligar? Um cara tarado me agarrou, isso é normal? Eu deveria estar fazendo tantas perguntas pra mim mesma? Por que estou sentada aqui como se fosse o fim da minha vida? Bufei e levantei do banco, voltando para dentro, onde agora estava bem abafado e quente e tocando alguma música de Rock. Eu desejaria que nada mais de estranho acontecesse ali, só estava para... divertir, ou tentar.


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Notas finais do capítulo

Xis ó xis ó



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