A Única Coisa... escrita por Troublemaker Girl


Capítulo 5
Festa nem tão inesperada.


Notas iniciais do capítulo

Olá



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/553054/chapter/5

Pela primeira vez eu havia prestado atenção nessa aula, até porque estava me sentindo desconfortável pelo fato de John estar me olhando toda hora que eu o olhava (disfarçadamente). E pela primeira vez também, a aula havia se passado rápido e eu já estava em frente ao meu armário, guardando minhas coisas.

– Olá de novo, amorzinho. – Kath disse sorridente.

– Olá, amorzinho. – Imitei sua voz na última palavra, o que fez com que ela risse, e em seguida bufasse. – Por que tanta alegria? – Tranquei o armário, fitando o relógio rapidamente, percebendo que tinha alguns minutos antes da próxima aula.

– Ah... sabe, me deu uma fome agora. – Ela passou a mão por sua barriga, me fazendo revirar os olhos. E logo começamos a caminhar em direção à cantina para comprarmos algo.

– Você ainda não me respondeu. – Estreitei os olhos sorrindo perversamente, enquanto a observava pegar um hambúrguer.

– Ué... – Seu rosto estava de frente para o meu, ela deu uma grande mordida no hambúrguer, e depois de alguns segundos voltou a falar. – Conheci um carinha aí. – Fiz minha feição mais maliciosa possível para ela, que corou em seguida.

– Um carinha aí? Danada. – Murmurei rindo. – Então... é só esse o motivo da sua alegria, mocinha? – Arqueei a sobrancelha, apostando comigo mesma de que tinha algo a mais.

– Não exatamente... – Kath pigarreou e eu sorri vitoriosa. Sabia. Pensei e voltei a prestar atenção nela. – Bem, ele me convidou para ir à festa daqui com ele. E antes que pergunte, o nome dele é Tyler. – Arregalei os olhos, aumentando o sorriso malicioso.

– Tyler DelRusso? – Ela assentiu. – Tá podendo, gata. – Pisquei um olho.

– Ah, que seja. – A observei coçar a nuca envergonhada, e me lembrei de uma pergunta que lhe faria.

– Ahn, você falou que ele te convidou pra uma festa, que festa da escola é essa? – Franzi a testa.

– De Halloween, mocinha. – Abri a boca como se tivesse me lembrado.

– Atá. – Respondi sorrindo amarelo e o sinal bateu. – Qual sua aula agora?

– Educação Física e a sua? – Um sorriso brotou em meu rosto.

– Também. – Ao falar, corremos para a arquibancada, onde se encontrava a professora e alguns alunos que já haviam chegado, outros como eu e Kath, estavam chegando.

– Olá turminha! – O sorriso mais falsificado apareceu em meu campo de vista, juro que me segurei para vomitar, dei um sorriso sínico para ela, que olhava diretamente para mim. – Hoje vamos mexer o corpo. – Ela fez alguma macumba que no ponto de vista de outros poderia ser um alongamento e correu meio que dançando para a quadra. – Vamos borboletas. – Bufei e ri para Kath, que estava assustada.

– Se acostume. Quando tem sexo na noite anterior, ela é desse jeito. Ou até pior. – Murmurei e Kath segurou o riso, me acompanhando para a quadra.

Ela pediu para darmos quatro voltas pela quadra em forma de corrida. Mas antes tivemos que fazer o papel ridículo de alongar. Eu realmente amava MUITO essa aula. Ela começou a fazer os movimentos e olhei de relance para o outro lado, onde os jogadores da escola estavam treinando. Varri o local, até meus olhos pararem nele. Rolei os olhos e prestei atenção na professora.

– Vamos lá borboletinhas, vocês conseguem. – Sinceramente a voz dela estava mais irritante do que nunca, ela dava pequenos pulos histéricos quando acompanhava a turma, e alguns riam da cara dela disfarçadamente.

– Eu poderia estar agora no shopping, olhando uma fantasia para mim. – Kath sussurrou ao meu lado.

– E eu poderia estar fazendo qualquer outra coisa, a não ser estar aqui. – Sussurrei e fiz uma careta quando a professora levou as mãos até o pé, e estava de costas para gente. – Que nojo! – Kath assentiu, a professora se virou e nós duas a imitamos rapidamente, esticando também os braços. Olhei de relance para os garotos que jogavam bola, fingiam que nem estávamos ali, o que eu não discordo da ação, porque ninguém queria ver alunos se alongando para correr. Fizemos alguns exercícios abdominais, e depois voltamos a esticar o braço, foi aí que todos se alertaram, até os jogadores, quando um grito alto e agudo demais soou pelo lugar.

– Ui. – Julie disse com a respiração ofegante, ainda na posição do exercício.

– Professora, a senhorita está bem? – Um aluno qualquer disse, e aproximou dela. Olhei para o outro lado, e John olhava tudo atentamente, quando percebeu que eu o olhava, deu um sorriso irônico, e eu apenas ignorei, virando novamente o rosto para aquela... cena.

– Estou sim, querido. Comecem a corrida, vocês ainda têm vinte e cinco minutos, já volto. – Ela caminhou com o braço apoiando sua coluna, que parece que havia se fodido, e sumiu do nosso campo de vista.

– Sério, eu realmente não queria estar aqui. – Olhei para Kath, que até agora estava assustada.

– Duas. – Ela respondeu boquiaberta, e eu gargalhei. Ninguém havia começado a correr, um faxineiro tinha aparecido para avisar que estávamos com o resto da aula vaga, algumas garotas aproveitaram e foram para a arquibancada e começaram a torcer pelos garotos que estavam jogando futebol. Estranhas... E eu e Kath após bebermos água, ficamos sentadas na arquibancada, claro que bem distantes das meninas.

– Então... já sabe do que vai ir nessa festa? – Acordei do transe e prestei atenção no que Kath falava.

– O que?

– Já sabe do que você vai ir fantasiada na festa? – Olhei para ela e ri.

– Que festa garota? Você acha que vou? – Estreitei os olhos e cocei o braço.

– Acho. – Kath disse confiante e eu arrumei uma mecha de meu cabelo.

– Oh, como pode ter tanta certeza? – Sorri sarcasticamente.

– Simples: tendo. – Nós duas rimos e eu balancei a cabeça negativamente, abrindo meu livro, que estava guardado no armário do ginásio.

– Ainda não me convenceu com essa resposta. – Respirei fundo.

– Pense bem, aquele garoto, o John vai estar lá. – Olhei para Kath e fiz cara de deboche.

– John? O que ele tem haver com isso? – Perguntei não querendo realmente saber a resposta.

– Ele vai estar mais bonito do que já é, atraente, e vai conversar com você. – Voltei a prestar atenção no livro, rindo baixo de minha amiga.

– E...? – Murmurei para não deixá-la no vácuo, mas minha atenção estava toda no livro.

– E que ele está na sua. – Olhei novamente para ela, fechando o livro.

– Ah, por favor. Você tá bem? – Coloquei a costas da minha mão sobre sua testa, certificando de que ela não estava com 40º C de febre.

– Você não aceita a verdade, lindinha. – Emburrei quando ela apertou minhas bochechas. – Você acha que sou boba, é? Mas não sou.

– Do que você tá falando? – Me fiz de desentendida.

– Eu estava do seu lado, vi você olhando para ele treinando. – Revirei os olhos.

– Nada prova de que eu estava realmente olhando diretamente pra ele. – Enfatizei a última palavra.

– E nada prova de que você não estava realmente olhando diretamente pra ele. – Ela enfatizou em não, me fazendo bufar.

– Olha que pena... – Olhei para meu relógio fazendo bico em seguida, contando mentalmente para o sinal bater e assim aconteceu. – Tenho que ir pra próxima aula. – Levantei com o livro em mãos. – Nos vemos no intervalo. – Mandei dois beijos no ar para Kath, que permaneceu sentada e saí em direção ao meu armário.

A próxima aula era de Química. Ao entrar na sala todos estavam sentados fora de ordem de suas carteiras. Tinha até um... um... sangue ruim sentado na minha carteira, abracei meus materiais, e logo atrás de mim estava Ashley, aquela secretária.

– Olá, turma. O senhor Mendez teve um imprevisto, e não pôde vir. – Assim que falou, todos eles gritaram, em exceção a mim, Scarlett e suas amigas. – Como ia dizendo... – Ela soltou um suspiro e voltou a falar. – Ele mandou vocês estudarem bastante para a prova que terão na próxima aula dele. É isso, vocês estão livres. – Ashley deu um sorriso e saiu em seguida. Olhei assustada para aquela bagunça e dei meia volta, saindo daquela zona. Voltei para o meu armário e guardei as coisas, ao fechar a porta do mesmo, me assustei ao ver uma pessoa do meu lado.

– Você não tem aula, senhorita Rose? – Sua voz saiu rouca, mais do que o costume. Não olhei para ele e suspirei fundo.

– Digamos que meu querido professor faltou. – Fiz uma voz de desapontada, em seguida completei minha ironia com um bico, o que fez com que John lambesse os lábios.

– Que pena. – Suas mãos estavam entre o bolso de sua jaqueta.

– Que pena. – Repeti sua fala, e dei um sorriso irônico. – E você? Não deveria estar estudando, jogador?

– Deveria... mas como sou um jogador – Ele enfatizou. – não temos a aula após o treino.

– Entendi... – Arqueei uma sobrancelha.

– Ei, reparou que a gente não se esbarrou dessa vez? – John disse sorrindo de orelha a outra, e eu ri.

– Pois é, né? Uma grande evolução.

– Talvez seja algo para comemorar num restaurante, que tal? – Olhei rapidamente para ele, que sorria de uma forma sedutora (leia-se de passagem, caro amigos).

– Ou talvez você precise melhorar para convidar as garotas para saírem com você, que tal? – Pisquei um olho e ele fechou a cara, mas em seguida deu um sorriso bobo.

– É... acho que sim. – Gargalhei e pude ouvir uma voz ecoar pelo corredor todo, segundos após o sinal bater.

“Bom dia, alunos. Nós, da East Side High School, temos a honra de informar-lhes sobre a grande festa a fantasia que faremos nesta noite de Halloween. A festa é nossa, mas quem a anima são vocês. Contamos com sua presença, e não se esqueçam de irem adequadamente. Obrigado pela compreensão.”

Revirei os olhos e dei de ombros pelo que havia escutado. Voltei para a “vida real” e olhei ele ainda presente ali. Me olhando parecendo querer saber de alguma coisa. E eu, totalmente sem graça de perguntar se ele havia dito, ou perguntado algo, apenas lancei um sorriso amarelo.

– Ér... Você vai? – John pigarreou e eu olhei para ele novamente, após avistar as salas serem esvaziadas, e o corredor se encher mais ainda.

– Não sei, acho que não. E você?

– Uhum. – Sua voz mesmo em um murmúrio, saiu rouca. O silêncio prevaleceu, e foi aí que havia percebido duas coisas sérias (pelo menos pra mim).

A primeira nada mais seria do que o “convite” dele, ou foi impressão minha. E a segunda, claro, foi que havíamos conversado tanto –– Nem tanto assim –– que o sinal do intervalo até havia tocado. Kath havia sumido, ô garota lerda, deveria estar perdida por aí, ou na cantina comendo. Fiquei incomodada com tanto silêncio, pigarreei e olhei para John, que prestou atenção em mim.

–Bom... eu preciso procurar minha amiga... – Sorri sem graça, e John consentiu.

–Tudo bem. Eu também tenho que ir atrás dos meus. – John cocou a cabeça, e acenou para mim com um sorriso, tentei me controlar, mas dei outro sorriso (sem ser irônico, sem graça ou outro tipo) para ele, me afastando em seguida. Agora seria a meta difícil, nem tão difícil assim: Encontrar Kath.

O intervalo estava quase acabando, e NADA daquela garota. Passei na cantina para comer alguma coisa e não achei ela, até cheguei perto do Tyler e perguntei se ele havia visto ela, mas o mesmo havia negado. Olhei para o relógio e ainda dava tempo de tentar procurar ela. Eu estava perto dos banheiros, ouvi uma respiração ofegante um tanto quanto alta, e olhei na direção de onde ela parecia estar vindo.

– Oi? – Perguntei ainda sem reconhecer a pessoa, a pessoa murmurou um “até que enfim alguém” e parecia ser garota. Franzi a testa e me aproximei mais, não sabendo se ria ou se preocupava. Eu finalmente havia encontrado Kath. – O que você fez?

– Eu fiquei presa. – Ela ainda respirava ofegante, aproveitei que estava do lado de um bebedouro e peguei um copo descartável, o enchendo de água e lhe entregando. – Valeu.

– Presa? Como? – Franzi a testa, e ela já estava um pouco “recuperada”.

– Não sei. – Ela me olhou. – Acho que bati a porta, e a fechadura deu bug, depois com tanta força eu consegui abrir ela. – Assenti e cocei a nuca.

– Eu passei o intervalo quase todo te procurando. – Dei uma risada baixa. – Pensei que você estava com o Tyler, até perguntei el... – Fui interrompida por um grito.

– Sério? E o que ele disse? Falou algo de mim? Perguntou? – Saiu tudo de uma vez, e eu gargalhei.

– Calma mulher. Infelizmente meu cunhado não disse nada de você, só falou que a última vez que falou contigo foi antes da Educação Física. – Respondi e bebi água também.

– Ah, que pena. – Kath fez bico e depois deu um sorriso enorme. Eu não entendo essa alteração de humor tão... rápida. – AAAAAAAAH, você vai comigo hoje no shopping, né?

– Vou? – Perguntei e também afirmei.

– Decidiu se vai à festa?

– Não sei... O John me perguntou is... – Parei de falar ao ver Kath com os olhos mais arregalados que o normal, pensei que iriam sair do corpo dela.

– John? Hmmm. – Mostrei minha língua para ela.

– Como dizia... John me perguntou isso agora pouco, só isso. – Sorri sem graça e começamos a andar.

– Só isso né? – Kath piscou um olho e eu dei um tapa em seu braço. Logo o sinal tocou e nos despedimos, agora eu teria aula de Jornalismo Avançado.

Sério, eu não sabia o que deu em minha cabeça ao escolher justamente um curso tão... sem nexo pra mim. Eu realmente deveria estar bem louca, drogada, sei lá, mas Jornalismo não era o meu tipo, nem aqui e nem em lugar algum. Depois da breve aula, a professora McGarvey apareceu sorridente, mesmo por estar cansada em ter dado aula para outras turmas, ela era a única que chegava sempre de bom humor nos últimos horários. Discutimos sobre o trabalho em dupla, e Scarlett e eu começamos a fazer o mesmo logo na sala de aula. O sinal bateu e logo estávamos todos fora da escola, fui às pressas para o estúdio, e pedi para que ligassem ao orfanato pedindo desculpas por eu não poder dar aula hoje, por sorte, as crianças não haviam chegado ainda, era bem melhor do que terem ido atoa. Kath estava comigo, começamos a caminhar em direção ao shopping que era perto.

– Ai, eu estou tão animada para essa festa. Além de eu amar o Halloween, essa vai ser minha primeira festa aqui. – Kath batia palmas e sorria, ela estava realmente bastante animada. Me dê um pouco desse ânimo, por favor. Falei mentalmente, rindo de mim mesma.

– Meu Deus! Eu esqueci de avisar meu pai. – Arregalei os olhos desbloqueando meu celular, mesmo ele estando no trabalho, eu ainda o avisava... quer dizer, eu nunca saía então nunca avisei. Ignorei meus pensamentos e comecei a digitar uma mensagem.

“Paizinho, eu estou no shopping com a Kath, devo voltar no fim da tarde porque vou ajudar ela a escolher uma fantasia para uma festa da escola. Beijos”

Guardei o celular no bolso, já que eu conhecia bem o meu pai, e ele demoraria séculos para realmente responder a mensagem. Entramos no shopping e Kath ficou igual uma criança numa loja de doces. O local estava um pouco cheio, encontramos alguns alunos da East Side rondando pelas lojas assim como nós. Afinal, faltava apenas dois dias para o Halloween, e o primeiro que fosse bem lerdo, ficaria em casa sem nenhuma fantasia.

– ACHEI! – Kath me puxou pelo braço, sem esperar uma resposta. – É essa a loja! – Seus olhos brilharam e olhei para a frente, avistando uma loja especial de fantasias, e que fantasias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo o/
Xis ó xis ó



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Única Coisa..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.