A Única Coisa... escrita por Troublemaker Girl


Capítulo 4
Primeiro encontro. Part 2


Notas iniciais do capítulo

Olááá o/ Me desculpem pela demora, tive alguns problemas mas cá estou eu.

Boa leitura.



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– Ai meu Deeeeeeeeeeeus! Ai meu Deus! – Kath gritava descontroladamente do outro lado da linha.

– Meu ouvido agradece se você parar de gritar. – Gargalhei voltando com o celular para perto de mim.

Ai meu Deus, Rose. EU JÁ TÔ INDO AGORA! – Afastei o telefone novamente do ouvido, e desliguei, esperando por Kath.

Fiquei na sala, logo a campainha tocou. Eu estava desesperada, não sabia o que vestir, porque não tinha roupa adequada pra vestir. Lembrei-me de que a campainha tocava, e imaginei ser Kath, com preguiça de levantar e depois sentar, gritei um “tá aberta” e a porta se abriu.

– Eaí. – Kath disse fechando a porta, e indo em minha direção.

– Eaí. – Ri da forma que ela falou, e a puxei para o meu quarto sem oferecer nada, afinal, ela já era praticamente de casa e poderia pegar quando quisesse.

– Pode ir tirando suas roupas do guarda roupa. – Kath ordenou e eu o fiz. – Pronto, vamos ao trabalho! – Gargalhei devido sua animação e varri o olho pelas roupas.

– Mas eu acho que não tenho uma roupa adequada. – Fiz bico e ela revirou os olhos.

– Não me faça socar sua cara, garota. – Dei de ombros, brincando com a minha camiseta. – ACHEI! – Kath gritou erguendo uma peça de roupa.

– Eu vou vestir isso? – Arregalei os olhos, percebendo que era uma regata branca, seguida com um blazer da mesma cor e uma saia dourada um pouco justa.

– Vai! Pode ir experimentando. – Ela me entregou e eu fui pro banheiro, a vesti e em seguida abri a porta, já que já havia tomado banho.

– Eu fiquei estranha, não? – Falei com a voz manhosa, e ela bufou.

– Eu amei. – Kath bateu palminhas leves e riu. – Ó, usa esse sapato. – Ela me entregou um coturno simples. – já que eu sei que você não ia usar um salto.

– Ainda bem que me conhece. – Ri e me sentei na cama, colocando o sapato. – Sendo sincera, eu não fiquei tão mal assim. – Me olhei no espelho. Só não reconhecia aquela Rose.

– Você está gostosa. – Joguei uma almofada que estava no chão na direção de Kath, que a pegou no ar.

– Eu ainda acho estranho um cara bonito acabar de me conhecer e já querer sair pra jantar. – Entortei a boca, dando de ombros em seguida.

– Eu acho super normal ué, ele te achou interessante e quis sair contigo. – Kath mostrou língua e olhou seu relógio. – Já está quase na hora do seu príncipe encantado te pegar.

– Oh, jura? – Pisquei os olhos freneticamente, fazendo uma voz tanto quanto irritante.

– Juro, princesa. – Kath se levantou e me abraçou. – Até mais.

– Já vai? – Fiz bico e ela assentiu, acariciando meu cabelo.

– Quero detalhes de tudo, ok? T-u-d-o. – Assenti revirando os olhos, mas ri em seguida. – Me mande uma mensagem quando chegar, mesmo que seja tarde.

– Tudo bem, mamãe.

– Fui. – Kath acenou e depois virou em direção à porta, a abrindo e saindo em seguida.

Suspirei nervosa, sentando na cama enquanto batia meu pé no chão. Lembrei de que meu cabelo estava bagunçado, levantei e fui até a minha antiga penteadeira, me sentei e me encarei.

– Você vai precisar de sorte, Rose. – Murmurei para mim mesma, enquanto penteava os fios bagunçados. Fiz um penteado simples, na verdade não sei se poderia considerá-lo um penteado, apenas o deixei solto, de lado e pronto. Eu não gostava de muitas coisas, não gostava de enfeites em mim, até porque eu não era uma Árvore de Natal. Ri comigo mesma e passei um gloss labial.

Ouvi a campainha tocar e meu coração começou a acelerar. Era apenas um jantar, Rose, apenas um jantar! Falava comigo mesma enquanto andava pelo quarto, peguei uma bolsa e subi correndo para a sala, arrumei meu cabelo pela terceira vez, com medo de que ele estivesse desarrumado e finalmente abri a porta, e Daniel apareceu com uma camisa simples Pólo, uma calça jeans e um tênis.

– Uau. – Senti minhas bochechas queimarem. – Você tá linda.

– Valeu. – Sorri sem mostrar os dentes. – Você também. – Daniel sorriu e me entregou um buquê de tulipas com cores variadas.

– Trouxe-as para você. – Ele me entregou corado, e eu ri.

– Não precisava, mas eu adoro Tulipas. – Cheirei as flores. – Obrigada. – Sorri de orelha a outra e corri rapidamente para a cozinha, peguei um vaso e o enchi de água, colocando o buquê nele, e em segundos voltei para a porta. – Vamos?

– Vamos. – Fechei a porta e caminhamos até um carro que estava parado em frente à casa.

– Então... – Pigarreei querendo puxar assunto, quando já estávamos dentro do carro.

– Gosta de Beatles? – Daniel perguntou sem tirar a atenção da estrada. No rádio tocava alguma música da banda, que eu não reconheci.

– Ahn... mais ou menos. – Sorri torto.

– Como não?

– Eu acho meio clichê, não tenho nada contra, é que tipo... – Cocei a nuca, procurando um argumento para explicar. – Não é minha praia. – Ri sem graça e Daniel assentiu.

Voltamos a ficar em silêncio até quando chegamos no lugar, Daniel saiu primeiro, foi até engraçado, pela sua rapidez e seu pequeno desastre, digamos que fora fofo. Depois ele abriu a porta de seu carro para mim, e saí logo, olhando o lugar.

– Boa noite. – Uma mulher uniformizada disse assim que adentramos no restaurante, ela andava em um patins.

– Boa noite. – Eu e Daniel respondemos em uníssono.

– Dois hambúrgueres? – Ele olhou para mim, e eu apenas assenti. – Dois hambúrgueres, por favor, e... o que quer pra beber?

– Coca zero. – Sorri.

– E uma coca normal e uma zero. – Daniel sorriu para a mulher, que assentiu saindo em seguida. – Então... desculpe se estiver assustada. – Eu estava olhando em volta do lugar, e logo percebi que Daniel estava falando comigo.

– Oi?

– Desculpe se estiver assustada com o lugar. – Ouvi sua risada sem graça, e revirei os olhos.

– Saiba que hambúrguer é uma das coisas que eu mais como. – Ri, assim como Daniel.

– Que bom, então... pensei que fosse igual todas as outras, me olham assustadas, vão ao banheiro e nunca mais voltam. – Sorri sem graça, sem saber o que responder. Logo o silêncio apareceu, sendo cortado pela mulher chegando com nossos pedidos. – Obrigado. – Ela saiu e Daniel pegou seu hambúrguer. Peguei o meu e coloquei um pedaço na boca, o resto do tempo foi todo em silêncio. Eu não sabia se puxava assunto com Daniel, ou se não puxava porque ele estava comendo, e iria ser chato da minha parte o interromper.

– Sabe... você é tão quieta assim? – O ouvi dizer, e dei uma risada tímida.

– Às vezes. – Fiz uma careta.

– Bom, senhorita Rose Thompson... – Ele tossiu e fez voz de locutor, me fazendo rir alto. – Aceitaria fingir que sou o Jack e sair comigo pra curtir essa bela noite?

– Oh, belo Jack Dawson, claro. – Assim que falei, Daniel chamou a mulher, e lhe entregou o dinheiro do jantar, depois ergueu a mão para eu a pegar e me levantar, e assim o fiz, em seguida saímos do restaurante/lanchonete e fomos para o carro.

– Você nasceu aqui? – Ele perguntou enquanto dirigia.

– Sim, e você?

– Também. Ia perguntar se conhece os pontos turísticos menos falados da cidade, mas acho que já sabe por ter nascido aqui. – Daniel deu uma risada baixa, e eu o acompanhei.

– Digamos que não sei, é que eu nunca fui de sair. – Cocei a nuca e ele parou o carro.

– Mas por que não, moça? – Olhei para o lado e ele já havia aberto a porta para mim.

– Porque sim. – Ri após sair. – Não acredito. – Falei boquiaberta ao ver o lugar.

– O que? Não gostou? Ai meu Deus, eu sou um péssimo cara pra sair com as pes... – O interrompi.

– NÃO! – Falei rápido. – Esse lugar é um das melhores lembranças que eu tenho. – Sorri verdadeiramente, e pude perceber que Dan suspirava aliviado, talvez.

– Sério? Essa praia é uma das minhas favoritas. – Daniel coçou a nuca e eu sorri. Começamos a caminhar e nos sentamos de frente ao mar.

– Eu costumava vir aqui todos os dias. – Ri, segurando para os olhos não marejarem, mas era tarde demais.

– Eu também. – Daniel abraçou os joelhos. O vento batia em nosso rosto. – Sabe... Eu te achei interessante.

– Achou? – Gargalhei sem graça, sentindo minhas bochechas queimarem.

– Sim, você é diferente. – Daniel me olhou e sorriu. – não me leve a mal. – Completou dando uma risada, e eu assenti rindo.

Ficamos conversando por algumas horas, já eram dez horas da noite, tinha recebido várias mensagens da Kath no decorrer, mas as ignorei, e ela iria me matar por isso. Eu estava um pouco que constrangida, já que o silêncio tinha voltado, e Dan estava me olhando de uma forma... Assustadora. Não! Não da forma que um maníaco olha para uma garota indefesa, de uma forma diferente mesmo, sem más intenções.

– Whoa, it was never my intention to brag… – Cantarolei enterrando os pés na areia, mesmo estando com o sapato.

– E o assunto acaba de novo. – Daniel disse sem graça. – Me diz alguma música favorita.

– Oi? – Olhei para ele.

– Uma música favorita.

– Ah sim. Nuvole Bianche. – Sorri de orelha a outra.

– Música erudita? Sério? – Daniel parecia estar boquiaberto.

– Uhum. Por que? – Entortei o lábio.

– Yann Tiersen é meu compositor favorito. – Meu sorriso se alargou quando ele falou.

– Sério? – Arregalei os olhos animada.

– Não… – Daniel riu coçando a nuca. – Eu queria te conquistar falando isso. – E acho que deu certo. Quer dizer... eu gosto um pouquinho só.

– Bobo. – Sorri.

Jogamos algumas conversas fora, depois olhei no relógio e era quase meia noite.

– Deuses. Eu preciso ir pra casa! – Falei me levantando. – Amanhã tenho aula.

– Ok, eu te levo. – Daniel levantou e entramos no carro. Ele ligou o rádio, que tocava alguma música do Red Hot, sorri enquanto cantarolava num sussurro. Quando me toquei, estávamos de frente pra minha casa. Rápido, não?

– Muito obrigada. – Sorri virando o rosto para Daniel.

– Eu que tenho que agradecer por ter aceitado o convite. – Daniel disse sem graça, e eu ri.

– Que nada. Amei estar com você essa noite. – Pisquei um olho e rimos em seguida.

– Isso vai se repetir? – Ele estreitou os olhos.

– Claro. – Sorri novamente, me aproximando. Segurei seu rosto com uma mão, e beijei sua bochecha.

– Então… até depois. – Ele disse quando afastei, pude perceber que estava vermelho.

– Até… – Acenei e abri a porta do carro, a fechando. Esperei Daniel ligar o carro e dar meia volta, seguindo o caminho para sua casa. Entrei em casa, estava tudo quieto, meu pai ainda não havia chego em casa, ou se estivesse, deveria estar em seu quarto devido às horas. Tranquei a porta e desci para o quarto, tirei minha roupa, vesti um pijama e deitei na cama, dormindo logo em seguida.

– Me conta logo! – Já estávamos no ponto de ônibus, arrumei minha mochila e ignorei Kath falando.

– Katherine! – Resmunguei arrumando meu cabelo dessa vez. – Você não cansa não? Veio de lá de casa até aqui falando. – Bufei enquanto entrávamos no ônibus, que havia acabado de chegar.

– Me conta como foi e eu paro. – Ela cruzou os braços e nos sentamos uma do lado da outra.

– Tá. – Revirei os olhos, e pude ver Kath sorrir. – Ele me levou pra um restaurante, ou lanchonete, sei lá; lá a gente comeu Hambúrgueres, depois fomos até a praia, ficamos conversando e voltei pra casa.

– Só? – Ela arqueou uma sobrancelha, enquanto sorria maliciosamente.

– Só! – Me virei para a janela, encostando na mesma, enquanto escutava Kath cantar. Logo chegamos na escola e descemos.

– Minha aula agora é Educação Física.

– Sério? – Ri.

– É. – Ela parecia emburrada. – Nunca vi uma classe ter EDUCAÇÃO FÍSICA como PRIMEIRO HORÁRIO! Pessoas soadas, pregando e com mau odor. Que nojo. – Olhei para ela, e como esperava, Kath fazia uma careta engraçada, o que fez com que eu gargalhasse. – Isso, ria de mim mesmo, afinal, não é você que vai ter que aturar cabelos com frizz, suor, pessoas correndo, e o pior, eu vou ter que praticar esses esportes com eles.

– Beijo, flor. – Mandei um beijo no ar para ela, e me afastei. – A gente se ver no próximo horário. – Ri acenando, ela retribuiu com o dedo do meio, olhei no relógio e corri para o corredor antes que o sinal batesse.

Eu estava procurando pela Scarlett, deveria pegar o número dela antes que eu esquecesse, e fosse embora sem avisá-la sobre o trabalho. Ao chegar no corredor algumas pessoas andavam de um lado e de outro, conversando, lendo, ou até mesmo falando no telefone, ou seja, coisas que não me interessavam. Avistei duas garotas, que reconheci ser as amigas de Scarlett, fiquei um pouco receosa em me aproximar e perguntar por ela, mas aliviei ao vê-la aparecendo do lado das amigas, logo caminhei até elas.

– Hm… Oi. – Acenei para as três, que pararam de conversar e me olharam.

– Oi? – Uma ruiva disse sorridente.

– Eu sou a… – Antes que eu falasse, elas me interromperam.

– Rose, da nossa sala. – Uma disse com a voz suave.

– É. – Cocei a nuca sem jeito.

– A Scarlett você deve conhecer, já que é sua dupla no trabalho da senhorita McGarvey, somos Stacy, minha irmã... – A que havia me interrompido falou, e logo apontou para a Ruiva, que acenou sorridente. – E eu, Sarah. – Ela apontou para si mesma, e riu.

– É um prazer, meninas. – Tentei sorrir gentilmente, e olhei para Scarlett que observava tudo em silêncio, dando alguns sorrisos. – Ér... tem como me passar seu número? Pra manter em contato quando eu tiver terminado o trabalho pra gente. – Sorri sem graça.

– Claro. – Ela me passou. – E eu vou te ajudar também, mocinha. – Scarlett piscou um olho e eu assenti, em seguida o sinal havia tocado.

– Bom… agora é aula de Espanhol pra mim, preciso ir antes que o professor venha me buscar. – Elas riram. – Foi um prazer conhecer vocês, meninas. – Me afastei indo em direção ao meu armário, guardei minhas coisas rapidamente e peguei o material de Espanhol. Corri para a sala, e por sorte ainda estava vazia.

– Bom dia, turma. – O professor apareceu, e logo atrás o garoto que havia trombado comigo apareceu, e quando me viu deu um sorriso de lado, olhei para os lados certificando de que ele havia sorrido para mim, e não tinha ninguém a não ser eu olhando para a porta naquele momento, estreitei os olhos e o garoto sentou do meu lado. Essa aula seria um tanto quanto diferente. Pensei comigo mesma, deixando um sorriso bobo escapar.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo



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