A Única Coisa... escrita por Troublemaker Girl


Capítulo 3
Primeiro encontro. Part 1


Notas iniciais do capítulo

Hey, tudo bem? Não deu para postar ontem, mas cá estou eu. :3
Feliz dia das Crianças pra todos nós, afinal, todos temos uma Criança interior que nunca crescerá. *u*

P.s.: Separei o capítulo em duas partes porque ficaria um pouco grande demais em um só.
Sem mais delongas, boa leitura.



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O domingo havia sido normal, como sempre, um tédio. Meu pai e eu ficamos assistindo TV pela manhã toda; na tarde, Kath e eu saímos. Meu pai até estranhou pelo fato de eu nunca ser de sair, mas eu estava começando a acreditar no que ele me dissera. “Rose, minha filha. Essa sua amiga Katherine veio e trouxe animação em dobro para você.” Aquelas palavras martelavam em minha cabeça, e eu não sabia se sorria e falava um “Que ótimo!” ou se ficaria séria e pensaria que a Rose de antes estaria morrendo aos poucos.

Logo já era segunda. Ou seja, mais uma rotina monótona e chata naquela escola. Eu já havia me arrumado, vesti minha blusa do uniforme e coloquei uma saia irlandesa, com um all star velho acompanhando a peça simples, mas que eu não cansava de usar. Ajeitei minha mochila e subi, fui para a cozinha, peguei uma caixa pequena de leite e fechei a casa após sair para encontrar com Kath.

– Bom dia, flor do dia. – A cumprimentei.

– Bom dia. – Kath sorriu de orelha a outra. Parecia estar de bom humor, NUMA SEGUNDA FEIRA. Ficamos em silêncio e fomos até o ponto do ônibus, que não demorou para chegar. Entramos no mesmo ainda em silêncio, e fomos para a escola uma do lado da outra.

– Você tem aula de quê agora? – Perguntei para Kath assim que saímos do ônibus, ficando de frente para o enorme portão principal da escola. Kath deu um suspiro leve.

– Deixe-me ver... – Disse ela abrindo uma pequena parte de sua mochila, tirando um bilhete de lá. – Jornalismo avançado. – Assim que guardou, ela me fitou.

– Ah. Vamos para caminhos diferentes, então. – Disse cabisbaixa. – Tenho Literatura agora.

– Ok. – Kath disse fazendo um bico engraçado, o que fez com que eu risse.

– Nos vemos depois, baixinha. – Acenei e ela murmurou um “ei” em seguida. Fomos para nossas devidas salas. Passei antes no corredor para pegar meu livro em meu armário. O sinal de outra turma logo soou pelos cantos da escola, fazendo alguns alunos apressarem nos passos. Revirei os olhos ao vê-los tão desesperados, tão irresponsáveis, pensei e logo dei uma risada irônica. Continuei caminhando até avistar o armário, me virei um pouco para tirar a mochila da costas, e quando me virei de volta, não deu nem tempo para pensar, fui jogada no chão, com a mochila em cima de mim.

– Ai meu Deus! – Uma voz masculina disse desesperada. Coloquei a mão na cabeça, fechando os olhos fortemente, e depois os abrindo devido à dor. Pude perceber uma mão erguida. – Vem, eu te ajudo. – Peguei na mão do garoto, depois de ter pegado minha mochila, e assim que olhei seu rosto, vi que me era familiar. Ah, ele.

– Vou ter que me acostumar caindo todo dia aqui. – Disse sarcástica, arrumando a alça da mochila.

– Me desculpe mesmo, menina. – O menino na qual havia derrubado meu livro na semana passada disse, com um olhar triste.

– Não precisa se desculpar. – Tentei sorrir simpaticamente. O que fez com que ele sorrisse.

– Não mesmo? – Neguei com a cabeça e ele disse um “Obrigado, Deus!” baixo, me fazendo gargalhar. – Que foi? – Olhei para ele, que me fitava.

– Ahn, você por acaso é da classe D? – Ele assentiu, logo olhei para meu relógio de pulso. – 20 minutos atrasado. – Olhei para ele novamente, que dessa vez tinha os olhos arregalados.

– Ai meu pai! – Ele colocou a mão na nuca. – Preciso ir... – Ele mordeu o lábio com os olhos estreitos.

– Rose.

– Preciso ir, Rose. Nos vemos por aí, no próximo tombo. – O garoto deu uma risada baixa, acenando e correndo em seguida. Dei pequenos passos e abri o armário, o sinal para minha aula bateria daqui 4 minutos, guardei as coisas que não precisaria e peguei as que precisava, colocando-as na mochila. Tranquei o armário e voltei a caminhar, observando o longo corredor, que agora estava vazio, sem nenhum mosquito. Enquanto o sinal não batia, eu tentava descobrir o nome do garoto.

– Jhonatan? Junior? J... – Fui interrompida pelo sinal, que havia tocado.

Eu já estava na minha carteira, após correr bastante para não chegar junto com os outros. Os alunos começaram a chegar aos poucos, junto com a professora.

– Olha só, a nerdzinha já chegou como sempre. – Um cara vulgo eu não sabia o nome gritou indo para sua cadeira, sua fala fez com que alguns rissem, e como sempre, eu os ignorei, apenas murmurando um “idiotas” para si mesma.

– Bom dia, turma. – A professora McGarvey disse, e a turma toda disse um “Bom dia” em uníssono. – Hoje iremos fazer um trabalho em dupla. – Pôde-se ouvir algumas pessoas resmungando, mas como sempre fazia, McGarvey apenas ignorou-os e passou o trabalho. Eu iria fazer com Scarlett, uma garota que ficava no fundo da sala e andava com mais duas garotas. Ela nunca fez nada contra mim, pelo menos isso estaria de fora em qualquer briga que tivéssemos.

Assim que a aula de Literatura acabou fui para a próxima. E assim foi pelo resto da manhã. No final, fui para Educação Física, e lá pude avistar Kath sentada na arquibancada, esperando pela professora. Me aproximei dela sem que ela percebesse, e escorei-me em sua costas.

– Olá de novo, honey. – Murmurei sorrindo, fazendo ela me olhar. Logo me sentei ao seu lado.

– Olá moça. – Kath riu e eu dei um sorriso sem mostrar os dentes, fazendo com que meus olhos se fechassem um pouco. Em questão de minutos, Julie apareceu.

– Bom dia. – Ela disse com o mesmo tom. Todos responderam em uníssono, quer dizer, alguns, porque a maioria não ia com a cara dela.

Lá estava eu e Kath a caminho do estúdio. Finalmente a aula de Educação Física tinha acabado, ou seja, estávamos livres. Nós duas cantamos Bocelli até chegarmos, e quando felizmente entramos no andar que eu dava aula, pude sentir meu sorriso se alargar ao ver as crianças.

– Olá, amores. – Falei e eles sorriram animados. Logo Kath disse um “olá” empolgante, que empolgaria qualquer um que estava ao seu redor. Sentei no banco e comecei a tocar. Dessa vez eu iria ensiná-los a como acompanhar a música, quando terminei de ensinar todos, que não eram muitos e nem poucos, eles pediram para que eu tocasse mais uma música.

– Rose, vou levar eles para tomarem água, ok? – Kath perguntou se virando para mim, e eu apenas consenti, logo depois eles saíram. Virei para o piano e o fechei, pegando minha mochila e arrumando as coisas, que antes estavam uma zona.

– Não é que você toca bem mesmo? – Uma voz rouca disse, fazendo me virar bruscamente para a porta, onde a voz apareceu. Ri ironicamente.

– Você de novo? – Arqueei uma sobrancelha, e ele mordeu o lábio.

– Eu. – Ele riu indo em minha direção, e depois indo direto ao piano. – Você gosta mesmo dele, não é? – Disse se referindo ao piano, enquanto seu dedo passava pelas bordas do mesmo.

– Acho que sim. – Cocei a nuca me esforçando para não parecer rude ou algo do tipo com o garoto.

– Você terminou de ler Emma? – Dessa vez ele me encarou, e eu logo desviei o olhar.

– Já. – Dei de ombros pegando a mochila que estava na cadeira.

– Interessante... – Ouvi seu murmuro, mas ignorei não respondendo nada. Suspirei aliviada ao ver Kath chegando.

– Rose, levei eles lá pra baixo, vieram buscar el... – Ela se interrompeu ao ver o garoto que eu tinha esquecido o nome. – Oh, atrapalho? – Ela perguntou sem graça.

– De jeito algum! – Sorri amarelo para ela. – Vamos? – Entortei a boca, nervosa.

– Ahn... vamos. – Sua voz saiu com certa dúvida, ele ainda olhava para o cara.

– Preciso ir agora... se incomoda se você sair? – Perguntei olhando para o garoto, mordendo o lábio.

– Ah, não. Eu desço com vocês! – Ele disse e depois saímos da sala, pegamos o elevador e logo estávamos no primeiro andar.

– Ahn, até mais, então... – Parei por alguns segundos. – Qual seu nome mesmo?

– John. John Williams. – Ele sorriu de orelha a outra, eu apenas abri a boca e disse um “aaaaah” mentamente.

– Então... John, até mais. – Acenei dando um sorriso sem graça, Kath logo despediu dele com um aceno e depois fomos para caminhos diferentes.

– Roseeeeeee! – Olhei assustada para Kath.

– Que foi, menina? – Perguntei.

– O que Foi aquilo? – Ela riu e eu franzi a testa confusa.

– Aquilo o quê? – Ri enquanto caminhávamos.

– Aquilo com aquele menino. “Se incomoda se você sair?” – Ela disse com uma voz engraçada, tentando imitar a minha. – Estou rindo e sentindo dores até 2020. – Ela gargalhou e eu tampei o rosto com a palma de uma mão.

– Kath, eu tentei parecer gentil. – Sorri amarelo e ela riu mais.

– Mas não pareceu. – Ela arqueou as duas sobrancelhas, e eu revirei os olhos.

– Ah, foi sem querer. – Dei de ombros. – Até porque eu não conheço o menino, como ele quer que eu seja amigável com uma pessoa desconhecida? – Ri ironicamente e Kath me olhou.

– Queridinha, a gente conhece as pessoas por acaso. – Ela piscou um olho. – E além do mais, ele é bonito. – Seu sorriso malicioso apareceu, e eu dei um tapa em seu ombro.

– Kath, não me faça te bater. – Ri sem graça e ela mostrou língua. Quando percebi havíamos chegado em nossa rua.

– Agora é que você não vai me bater. – Ela correu para a porta de sua casa, e depois gritou. – ATÉ LOGO, SORTUDA! – Balancei a cabeça negativamente, rindo em seguida. Acenei mandando um beijo no ar e entrei para a casa, assim como ela.

Fui para a cozinha e peguei um suco. Desci para o quarto com a mochila em um ombro e a coloquei sobre a cama ao chegar. Terminei o suco e deixei a caixa no criado do quarto, bufei ao olhar minha agenda de contatos no celular, e lembrei que não havia pegado o número de Scarlett. E precisávamos terminar esse trabalho o mais rápido possível. Deitei na cama e fiquei fitando o teto, desacordada, era assim que eu me sentia. Era engraçado a forma que eu mudava de assunto consigo mesma de um segundo pra outro. Continuei encarando o teto, que era o local mais interessante até agora, sorri ao lembrar de coisas inesquecíveis que passei, e também ao ver que Kath realmente tinha se mudado para cá. Suspirei e depois levantei, ao ouvir a campainha tocar.

– Pai? – Perguntei estranhando o fato dele estar sem a chave de casa, e ao vê-lo com a respiração ofegante.– Aconteceu algo?

– Nada de mais... – Ele se sentou no sofá, e eu fui logo para a cozinha, pegando um copo d'água com açúcar para ele.

– Mas por que o senhor está assim? – Perguntei lhe entregando o copo.

– Fui assaltado. – Ele bebeu um pouco, e eu arregalei os olhos.

– O quê?

– Só levaram o carro e a chave daqui filha. Já providenciei tudo, liguei pro seguro do carro e o assaltante já foi pego. Quanto às chaves, vou trocar as fechaduras da casa hoje mesmo. – Meu pai deu um sorriso confiante, e eu o abracei forte.

– Não. Você vai descansar. Vai tomar um banho e deitar, pai. – Falei entre o abraço, e ele deu um suspiro.

– Tudo bem, meu bem. Eu já estou bem. – Ele beijou minha testa e eu dei um meio sorriso.

– Eu cuido das chaves. – Falei e ele consentiu, se levantando em seguida.

– Ok, obrigado filha. – Sorri e ele subiu para seu quarto. Baguncei meu cabelo soltando um suspiro pesado. Levantei do sofá e peguei o telefone, liguei pro chaveiro e ele disse que um assistente viria em alguns minutos. Depois de meia hora a campainha tocou, e assim que abri um rapaz alto, loiro e pele clara estava em minha frente.

– Olá? – Estreitei os olhos e o rapaz, que estava me olhando murmurou um "ah" e ergueu uma caixa de ferramentas. – Ah, entre. Dei espaço na porta e ele entrou.

– Meu chefe me disse que você queria trocar a fechadura das portas, certo? – Ele perguntou e eu assenti. Ele começou a fazer seu trabalho e quando terminou todas as fechaduras, ficamos nos olhando.

– Aceita alguma bebida? – Perguntei morrendo de vergonha por ser tããão educada.

– Uma água, por favor. – O garoto riu sem graça, e eu fui até a cozinha, voltando com um copo de água e lhe entregando. – Obrigado. – Ele sorriu depois e eu sorri de lado.

– Quanto ficou tudo? – Perguntei.

– Um jantar. – Olhei para ele com a testa franzida.

– Hein?

– Um jantar. É isso que eu cobro pra você. – Ele sorriu e corou, assim como eu.

– Você que dizer que...

– Eu estou te chamando para jantar comigo. – Arqueei uma sobrancelha.

– Tudo bem. – Sorri coçando a nuca, e ele comemorou com um sussurro.

– Te pego às oito? – Assenti. – A propósito, meu nome é Daniel. – O mesmo me cumprimentou com um beijo na costas de minha mão, me fazendo rir.

– O meu é Rose. – Coloquei uma mecha do cabelo atrás da orelha, e depois ele me passou o número dele, e eu fiz o mesmo.

– Até às oito então, Rose? – Ele piscou.

– Até. – Sorri e abri a porta para Daniel, que saiu em seguida com sua maleta de ferramentas. Fechei a porta e sorri de orelha a outra. Preciso ligar pra Kath!


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Notas finais do capítulo

É isso =^u^=
Até o próximo.



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