A Única Coisa... escrita por Troublemaker Girl


Capítulo 2
Uma chegada, várias mudanças.


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!
Eu de novo o/ -qn
Boa leitura.



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Enfim sábado! Acordar mais tarde, sem escola e o melhor: Sem ver aqueles rostos enjoáveis. Pelo menos isso para alegrar meu final de semana. Levantei às 11:32, meu pai já havia ido trabalhar, pois seu Fiat não estava na garagem. Preparei um mingau de aveia e fui para a sala, já que era costume fazer tal ato desde a infância, me deitei no sofá com a tigela numa mão e com a outra liguei a televisão. Fiquei vendo New Girl, além de eu amar a série, não tinha nada melhor passando (e se tivesse eu não mudaria de canal, ignoremos esse detalhe, tsc) ao terminar o mingau, fui “rastejando” pior que um Zumbi até a cozinha e lavei a tigela, ouvi a campainha tocar e estranhei pelo fato de meu pai chegar do trabalho tão cedo, corri até a porta e a abri, encontrando uma garota mediana, com cabelos longos e castanhos escuros, seus olhos eram grandes e não consegui definir sua cor, castanho claro ou negro? Seus lábios eram finos, assim como o nariz. Eu sentia que a conhecia, só não sabia de onde, de certa forma.

– Rose? – ela perguntou arregalando os olhos, e parecia estar feliz e aliviada, já que a mesma havia soltado um suspiro pesado assim que abri a porta.

– Sim? – perguntei com a testa franzia, tentando me lembrar realmente de onde a conhecia.

– Até que enfim te achei! Eu rodeei por aqui tudo, e torci para essa ser a sua casa. – Ela sorriu, e eu ainda continuei sem entender nada. Ela havia percebido meu constrangimento e logo prosseguiu: – Oh, Rose! – Seu tom saiu repreensivo. – Não me reconhece? – Ela perguntou apontando para si mesma.

– Ahn... Me desculpe. – Mordi o lábio nervosa, tentando me lembrar, mas eu nunca tinha visto o rosto dela pessoalmente.

– Ok... Deixe-me ver... – ela colocou o indicador sobre o queixo e parecia estar pensando em algo. – The autumn moon lights my way... – Ela disse e eu arqueei a sobrancelha, abrindo e fechando a boca em seguida sem saber o que falar. Era ela! Era. Ela!

– K-K-Katherine? – Gaguejei sorrindo.

– Ainda bem, Honey! – Ela suspirou aliviada. – Pensei que você tinha esquecido de mim. – completou ela dando uma risada baixa.

– O que você faz aqui em Nova Jersey? – Perguntei dando espaço na porta para ela entrar, e em seguida ela o fez.

– Bem, minha mãe queria se mudar para cá, porém não tinha casa, aí eu lembrei que você me disse do seu ex-vizinho chato que escutava as músicas eletrônicas bregas alto todo dia antes de vender a casa. – Ela olhou para mim. – Aí ela entrou em contato com ele, não me pergunte como, e conseguiu negociar. – Gargalhou em seguida, acompanhado com pequenas palminhas espontâneas.

– Isso é... Ótimo! – Meu sorriso se alargou, e ainda não dava para acreditar. Katherine, a Katherine Campbell, a minha amiga virtual estava frente a frente comigo. Literalmente, porque ela estava sentada no sofá.

– Minha mãe disse que seria meio impossível te encontrar, mas eu mostrei pra ela que não era. – Kath sorriu e se levantou. – Aliás, eu esqueci disso. – Ela me abraçou em seguida.

– Eu ainda acho que isso só é mais um sonho. – Mordo o lábio desconfiada de mim mesma, torcendo para ser verdade, que Katherine estivesse ali; retribui o abraço tão forte quanto o que ela me dera.

– Se joga amiga, eu sou capaz de tudo. – Ela piscou um olho e eu ri retribuindo o abraço.

– Não é um sonho! – Falo alegre. – Você mora aqui do lado? – Perguntei me lembrando do que ela havia falado.

– Uhum. – Kath falou normalmente, se sentando novamente no sofá.

– CARA QUE DIVO! – Gritei pulando em cima dela.

– Eu sou muito amada, por favor. – A ouvi resmungar algo em seguida, mas ignorei.

– Você vai estudar onde? – Perguntei abraçando uma almofada.

– Na mesma escola que a sua, criatura. – Sorri. – Falando nisso, acho que minha mãe foi lá me matricular. – Kath deu de ombros. Ficamos algum tempo em silêncio.

– Está com fome? – Perguntei após olhar de relance para a cozinha.

– Um pouco. – Kath passou a mão em sua barriga.

– Ótimo. – Segurei sua mão e a puxei para a cozinha, e lá fizemos dois Sundaes com (bastante) Chantilly.

Já estava tarde e Kath já havia voltado para a casa dela, arrumei minha mochila, toquei piano por algumas horas e após tomar banho me deitei.

– Eeeei, acorda! – Ouvi uma voz feminina soar perto de meu rosto, o que me fez franzir a testa com os olhos ainda fechados. – Ei Rose Thompson.

Katherine e suas “piadas”... Por mais que eu não havia encontrado a tal piada.

– Que foi Katherine? – Murmurei com a voz falha.

– Esqueceu da escola, babe? – Arregalei os olhos rapidamente, me levantando em seguida.

– A ESCOLA! – Gritei enquanto pegava minha roupa para me trocar. – Você ta aqui desde quando? – perguntei dentro do Banheiro.

– Há alguns minutos. – Kath respondeu e eu escovava os dentes com pressa.

– Pronto! – Saí do banheiro pegando minha mochila e a colocando num braço.

Subimos e meu pai já havia ido trabalhar, ignorei o fato de a casa estar vazia porque sempre é a mesma coisa, e peguei uma barra de cereal para comer no caminho.

– Espero que o ônibus chegue logo! – Murmurei mordendo o lábio enquanto saímos de casa.

– Sto cercando il modo di raccotare prendere o lasciare. – Kath começou a cantarolar baixo enquanto comia uma maçã.

– Cosa - non lo so. È solo un'alchimia. – A olhei com um sorriso no rosto, também acompanhando.

– O forse una bugia. – Kath cantou e olhou para mim, e eu gargalhei, assim como ela. Logo surpreendi pelo ato de segundos atrás, mas ignorei.

– Não sabia que você ouvia Bocelli. – Falei admirada, enquanto entrávamos no ônibus, ignorando totalmente o fato de algumas pessoas nos olharem torto como se fossemos duas loucas.

– Pois é, eu gosto. – Kath gargalhou baixo, e eu a acompanhei, ficamos cantarolando o resto da música enquanto não chegávamos e por pouco não ficamos lá fora.

– Nervosa? – Perguntei enquanto caminhávamos pelo corredor.

– Não. – Ela sorriu sem graça, soltando um suspiro depois. – Tá, um pouco. – Ri baixo.

– Não se preocupe, você vai ficar na mesma classe que eu. – Segurei sua mão. Espero. Pensei aflita. – Tem chances de você parar na sala C... – Cocei a nuca aflita. – Mas ela está cheia, então provavelmente vai pra minha, que é a B. – Tentei dar um sorriso de orelha a outra, para amenizar a tensão de Kath, e me lembrei de outro fato. – Aqui os outros não são muito de conversar comigo, se quiser se socializ...

– Eu vou ficar com você todo momento. – Kath gargalhou. – Não gosto de pessoas da escola. Mesmo sendo algo “errado”, estar julgando sem conhecê-las.

– Ok. – Sussurrei parando de frente à porta da secretaria, dando duas batidas em seguida.

– Olá Rose, em que posso ajudá-la? – A secretária perguntou num sorriso largo.

– Olá... – Falei receosa tentando me lembrar de seu nome. – Ahn, ela é nova aqui. – Apontei com o polegar para Kath que ainda segurava minha mão.

– Oh sim, qual seu nome querida? – A secretária olhou para Kath, que estava olhando para a parede e logo olhou assustada para a mulher após eu cutucar ela.

– Ah, Katherine, senhora. Katherine Campbell. – Kath respondeu.

– Ah sim, aqui está sua ficha. – A secretária disse. – Bem vinda, Srtª Campbell. Aqui está seu horário. – Ela a entregou uma folha.

– Obrigada... – Kath olhou para a secretária com os olhos estreitados, como se estivesse a perguntando seu nome.

– Ashley. – Ela sorriu e eu abri a boca e a fechei sem argumento algum.

– Obrigada, senhorita Ashley. – Kath sorriu de lado e Ashley assentiu a cabeça.

– Até mais. – Acenei para ela, assim como Kath e saímos às pressas do corredor em direção à sala de aula.

Educação Física, ótimo! Fomos correndo para a sala, tendo que ir para o local que ficava as quadras. Bufei e guiei Kath até o pátio, onde minha classe estava com a professora na frente. Juntamo-nos aos outros rapidamente, aproveitando que ela estava de costas e suspirei aliviada.

– Da próxima vez você irá caminhando até a diretoria, senhorita Carter. – Ela se virou com uma expressão séria, e eu engoli em seco.

– Ahn, desculpe professora Collins, eu estava ajudando uma pessoa nova da escola, e aprendi a não ser mal educada com o próximo. – Sorri sinicamente e ela olhou para Kath.

– Katherine Campbell. – Ela disse.

– Seja bem vinda, Katherine. Julie Collins. – A professora sorriu forçadamente como sempre fazia com os novatos. Naja.

Katherine murmurou um “prazer” e olhou para os pés, ela gostava de ficar calada, era o que parecia, todos ali gostavam quando a aula era da Julie. Ela mais falava do que mandava fazermos algum exercício físico. Quando a aula chegou ao fim fomos até a próxima, que pra mim era de Teatro e pra Kath de Jornalismo avançado. Depois tivemos outras, mas não demorou muito e o sinal havia tocado.

– Então, fez alguns amigos? – Perguntei após ver Kath no portão principal.

– Fiz, muitos legais afinal. – Ela sorriu sarcasticamente, eu conhecia aquele sorriso, mesmo tendo a conhecido pessoalmente apenas agora.

– E são mais legais que eu? – Perguntei e ela assentiu, me fazendo abrir a boca decepcionada. – Poxa, que pena, eu iria te chamar pra conhecer umas pessoas novas, mas já que fez amigos, pode sair com eles. – Dei de ombros enquanto “atuava”, começando a caminhar.

– Pessoas novas? – Ela arqueou a sobrancelha, percebi que me seguia.

– Sim. – Sorri ao me lembrar das crianças. – Eu dou aula num estúdio aqui perto. Se quiser me acompanhar... – Completei arrumando minha mochila.

– Seria uma honra. – Kath cruzou os braços e eu ri do jeito que sua voz saiu, entrelaçando nossos braços e indo rumo ao estúdio.

Chegamos ao estúdio às 17:23, as crianças já estavam a minha espera como sempre faziam, sentadas no chão.

– Olá, crianças. – Falei após entrar na sala.

– Olá, tia Rose! – Eles falaram em uníssono, alguns enquanto observava Kath.

– Tia, quem é ela? – Rob perguntou apontando para Kath, que estava sorrindo timidamente.

– Minha amiga, Katherine. – Falei e Kath acenou para eles. – Podem chamá-la de Kath, se ela não se incomodar. – Sorri e olhei para Kath, que riu, murmurando um "Sem problemas" em seguida.

– Olá. – Disse ela sorrindo e eles logo a responderam. – É um prazer conhecê-los. – Completou em seguida.

A aula fora normal como todas, as crianças gostaram bastante de Kath, o que a deixou super animada. Eu havia terminado um pouco mais cedo do que o normal, com o “tempo vago” que tínhamos até as crianças voltarem para o orfanato, Kath e eu ficamos brincando com elas, que depois de algum tempo – infelizmente – tiveram que ir. Logo fiz o mesmo trajeto, dessa vez acompanhada. Me despedi de Kath, que iria sair com a mãe, e entrei em casa, observando o silêncio monótono. Desci a escada e fui para meu quarto, logo comecei a fazer os deveres.

Suspirei aliviada por ter terminado todos. Por mais que eu fosse uma pessoa sem nada pra fazer, fazer deveres não eram lá meu Hobby favorito. Quer dizer, eu gostava, mas não era o caso de quando o assunto era Biologia. Olhei para o calendário e já era Terça-Feira, o tempo como de costume estava voando. Sempre voou, Rose. Guardei meus materiais e sorri fraco ao olhar para o piano. Sentei-me no banco e comecei a tocá-lo sem uma música específica. Só passei meus dedos delicadamente sobre cada tecla, só para sentir aquela emoção misturada com calma que me passava. Uma mistura ótima! Pensei. Após terminar a obra, que pra mim era uma terapia. Me joguei na cama. Fitei o relógio e o mesmo marcava 8:30; sorri satisfeita por ter passado tão rápido. Levantei da cama rapidamente, resolvendo ir tomar um banho já de uma vez, e vesti uma peça de roupa qualquer de meu guarda roupa (velho, aliás). Em seguida ouvi um barulho de motor da garagem: meu pai.

– Filha? – O ouvi gritar do andar de cima. Sua voz saiu um pouco abafada por ele estar meio longe; Mesmos atos, eu até estava acostumada com isso. Às vezes parecia até que ele estava apavorado procurando pela filha, mas eu já havia acostumado bastante.

– OI. – gritei sem dar muita importância. Já que já sabia o final dessa breve conversa. Silêncio. Viu? Era sempre assim. Ri um pouco e lancei o olhar para a janela, que estava fazendo barulho devido o vidro, logo a fechei.

So turn it up, turn it up, hey
As loud as you can make it go
Cause love is on the Radio” A música do McFly soou pelo quarto, o som saía de meu celular. Corri para pegá-lo e vi que era Kath. Dei um sorriso torto ao ler seu nome no visor, logo atendi.

– Alô. – Falei me sentando na borda da cama.

Roseeee!!! – Afastei o telefone do ouvido, devido o grito agudo que Kath havia dado.

– Eu. – Falei rindo em seguida, mexendo no bolso de minha calça.

O que está fazendo? – Mordi o lábio enquanto minha adorável amiga falava.

– Eu? Nada, por que?

– Tô indo aí. – Ela não esperou minha resposta, e logo pude ouvir o barulho de que havia desligado. Rolei os olhos e ri sarcasticamente. Em seguida me levantei e subi para esperar Kath chegar, que em segundos havia aparecido na porta de minha casa.

– Rápida, não? – Estreitei os olhos, pensativa.

– Como se eu não morasse do lado, humpf. – Dei espaço na porta para que ela entrasse, e assim fez. Me joguei no sofá, dando de ombros pelo que ela falava. – Ei! – Senti uma almofada em meu rosto, olhei para Kath que me olhava indignada. – Você tá prestando atenção?

– Tô. – Murmurei fazendo bico enquanto abraçava a almofada. Kath logo deu uma gargalhada irônica.

– Tá. – Ela disse também murmurando. O silêncio, maldito silêncio havia aparecido, o que causava certa "tensão" em mim.

– Aaaaaaaaaahhh! – Minha voz saiu com um suspiro pesado. – Vamos fazer alguma coisa? – Falei e me surpreendi em seguida, por ter falado uma coisa que eu NUNCA tinha falado pra NINGUÉM. Kath havia feito mudanças, ri comigo mesma e depois continuei olhando para Kath, que me olhava assustada.

– Não faço a mínima ideia. – Suspirou a garota, ficamos horas (nem é pra tanto) pensando no que fazer. No final, eu levei Kath para o quarto e lá ficamos conversando, tiramos umas quatro fotos, aproximadamente, e depois mostrei meus instrumentos para ela.

– Ah! Você quer alguma coisa? – Perguntei para Kath, que negou em seguida com um sorriso sem graça.

– Pra falar a verdade, acho que vou ir. Amanhã minha mãe vai ter que ir pra nossa antiga cidade, acho que resolver algumas coisas onde ela trabalha/futuramente não vai trabalhar mais. – Enquanto falava, sua mão estava depositada em sua nuca. – E quando ela acorda, também sou obrigada a acordar. – Deu uma risada fraca e em seguida em consenti.

– Tudo ok. Amanhã nos vemos? – Perguntei me levantando, assim como ela. Quando vi, já estávamos no andar de cima.

– Com certeza. – Kath me deu um longo abraço, eu retribui e depois beijei sua bochecha.

– Boa noite.

– Boa noite. – Ela sorriu e acenou, se virando para a porta, e logo já havia saído de casa. Fechei a porta e suspirei com um sorriso bobo de canto. Fui até a cozinha e bebi um pouco d'água, depois desci novamente e arrumei a cama para dormir. Olhei no relógio, e marcavam 22:45, eu estava com pouco sono, então resolvi ler um pouco para descontrair, acabei pegando um dos meus livros favoritos, O Complexo de Portnoy. Li algumas páginas e quando fiquei cansada o guardei, olhei no relógio e eram quase 01:00, logo depois adormeci.


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Notas finais do capítulo

até o próximo :3
xis ó xis ó



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