A Única Coisa... escrita por Troublemaker Girl


Capítulo 1
Una Mattina


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem?
Essa é minha primeira história postada no site. Espero que gostem, e que entrem nesse mundo musical que criei.
Geralmente os primeiros capítulos (pelo menos de minhas fanfics) são chatos, mas no decorrer passa a se tornar interessante; Ficarei MEGA feliz se tiver resultado de que pelo menos um leitor gostou da minha escrita. *u*
Sem mais delongas... Boa leitura, honeys.



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Minha vida era monótona, e eu gostava disso. Da casa pra escola, da escola pra aula de Piano e da aula de Piano pra casa. Eu amava o piano, não havia ninguém nessa bola que chamam de mundo que tinha o poder de tirá-lo de mim, nasci ao redor de pessoas que tinham o dom de tocar, e cresci amando-o. Vivo numa zona isolada de Nova Jersey com meu pai e estudo há milhas de distância de minha casa. Moro no porão da casa, não tenho aquelas pessoas falsas que as pessoas chamam de amigo, e sou feliz assim, porque os instrumentos são minhas companhias, na verdade eles são meu tudo.

– Menina, não me deixe falando sozinho! – Escutei a voz de meu pai ecoar pelo porão, levantei rapidamente de minha poltrona e guardei o Livro que eu estava lendo.

– Oi pai. – gritei de volta após abrir a porta e ficar de pé na escada.

– Você vai se atrasar para a escola mocinha. – Ao falar, olhei para o meu relógio de pulso, eram 06:10 da manhã. Dei um suspiro longo e voltei para meu “quarto”, coloquei uma legging preta, uma blusa longa e um coturno sujo. Após escovar os dentes procurei pela minha mochila e ao achar a mesma subi para a cozinha.

– Bom dia. – Murmurei sonolenta, fechando meus olhos e os abrindo rapidamente.

– Bom dia, querida. – Meu pai disse depositando um beijo em minha testa, como fazia de costume toda manhã. – Fez seus trabalhos? – ele perguntou enquanto eu pegava uma maçã da fruteira.

– Fiz. – Murmurei novamente, comendo um pedaço da maçã. – Bem, o ônibus demora, então vou indo. – Falei dando um beijo na bochecha de meu pai e saindo com a mochila em minha costas.

Fiquei sentada no banco que tinha no ponto de ônibus prosseguindo a leitura, ouvi um barulho de motor se aproximando e meus olhos passaram-se a observar a estrada vazia, que agora havia um ônibus amarelo passando na mesma, o ônibus parou no ponto e eu peguei minha velha mochila por uma alça enquanto subia, em seguida o motorista olhou para mim com a mesma cara fechada de sempre, ignorei e fui até os fundos, onde eu sempre ficava, encostei minha cabeça no vidro – já que ler ali era impossível devido os barulhos que os outros alunos faziam – e apenas observei a estrada até chegar na escola.

Fui uma das últimas a descer do ônibus, as vagas de estacionamento para alunos estavam enchendo a cada aluno que chegava, soltei um suspiro pesado ao olhar para o relógio que marcava 7:50. Obrigado querido pai, por não me deixar dirigir seu adorável carro. Pensei caminhando para os corredores, abri meu armário e guardei algumas pastas e em seguida olhei o horário.

– Biologia, Literatura, Espanhol avançado, Canto, Educação Física e Teatro. – Sussurrei enquanto lia os nomes. Agradeci mentalmente por ter perdido a primeira aula, Biologia era um porre, além do mais eu tinha que fazer as coisas com uma garota antipática que nem mesmo um Alien aturaria.

8:10 e eu já estava dentro da sala, a minha sorte era tanta que eu amava Literatura, e o melhor; a professora não pegava no meu pé como os outros. Prestei atenção na aula e quando o sinal bateu resmunguei uma palavra indecifrável, Por que demônios eu escolhi Espanhol avançado? E em seguida o professor apareceu com uma pasta na mão esquerda.

– Buenos días, espero que fiquem quietos hoje, porque tenho horário livre. – Ele disse e o silêncio apareceu, bufei baixo e comecei a prestar atenção no que o professor falava.

Canto... Educação Física e por fim Teatro, todos já haviam passado e agora era hora de? Piano. Arrumei minhas coisas do armário e com a outra mão peguei meu livro, fechei o armário e fui lendo enquanto saía dos corredores.

Não quero que as pessoas sejam muito gentis; pois tal poupa-me o trabalho de gostar muito delas.” Logo senti um impacto forte e meu livro foi parar no chão, bufei e o peguei depois de cambalear para o lado da pessoa que tinha se esbarrado em mim.

– Ahn, me descul... – Não ouvi mais nada, apenas peguei o livro e saí da escola. Emburrada por sinal.

Caminhei mais um pouco até o estúdio e quando cheguei cumprimentei a faxineira e subi para o outro andar, onde havia as crianças que tinham aula.

– Olhem é a Tia Rose! – Ouvi uma voz feminina soar pela sala assim que eu apareci na porta.

– Olá, crianças. – Acenei entrando dando um sorriso.

– Oi tia Rose. – Eles falaram em uníssono enquanto eu colocava minha mochila num canto e o livro do lado da mesma.

– O que vocês vieram aprender? – Perguntei me aproximando deles, que já tinham se sentado no chão.

–Tocar piano! – Eles sorriram, respondendo em uníssono e eu dei um meio sorriso, feliz por presenciar aquele momento mesmo que tenha sido “mais um da rotina”, e pigarreei.

– E alguém aqui sabe me explicar os tipos de piano? – Arqueei a sobrancelha dando uma risada baixa depois, logo Mary levantou a mão. – Sim? – apontei para ela.

– O piano de cauda tem a armação e as cordas colocadas horizontalmente. O piano de armário tem a armação e as cordas colocadas verticalmente. Já o piano digital guarda em uma memória os sons reproduzidos. – Ela disse corando, e eu abri e fechei a boca surpresa sem saber o que falar.

– Ótimo, Mary! – Falei ainda sem acreditar no que ela dissera, por ser uma garota tão tímida, nunca havia pronunciado tanta sabedoria quanto. – Agora que nossa colega nos explicou, podemos começar? – Eles gritaram um “sim” animado e eu me direcionei até o piano, me sentei no banco e abri meu caderno de notas.

Comecei a dedilhar no teclado e logo iniciei a música principal de Yann Tiersen, as crianças permaneceram em silêncio enquanto eu tocava, dei um sorriso no final da música, estava me sentindo completa, e olhei para eles quando acabei.

– Então... Aprenderam? – Brinquei e eles negaram com a cabeça, logo comecei a ensinar para eles o Passo a Passo do dia, depois de ensiná-las algumas coisas, já estava na hora delas voltarem ao orfanato, me despedi e fiquei arrumando as coisas para ir para casa.

Olhei no caderno de notas e havia uma música que eu não tinha tocado, dei um sorriso ao reconhecer que era Nuvole Bianche e me sentei novamente e comecei a tocar. Eu não conseguia explicar o fato de eu gostar tanto de músicas eruditas; talvez fosse algo que eu tinha herdado de minha mãe, a paixão pela música. Mas talvez pudesse ser algo que tinha que nascer comigo.

– Bela música. – Ouvi uma voz masculina e desconcentrei, fazendo meus dedos irem até a tecla errada. – Ahn, desculpa. – Olhei para a porta e tinha um garoto de cabelos pretos, olhos azuis e pele clara olhando para mim. Apavorei rapidamente.

– A aula já acabou. – Falei franzindo a testa, ainda assustada, fazendo ele soltar uma risada baixa.

– Eu não toco. – Arqueei a sobrancelha. – E você deve estar se perguntando de onde eu vim, não é? Pois bem, você é a garota de Emma, né? – Ele perguntou.

– Emma? – Perguntei pigarreando em seguida e olhei para o livro que estava na
cadeira, lembrando-se de mais cedo, quando tropecei. – Ah, sim. (?) – Disse com certa dúvida.

– Então... Ér... Desculpe-me por ter esbarrado em você. – O garoto massageou sua nuca.

– Você veio aqui para se desculpar de algo que acontece a todo o momento comigo? – Estreitei os olhos, ainda confusa, mas num tom irônico.

– Na verdade sim e não. Eu me interessei ao ver para onde você estava indo e resolvi te seguir. – Ele sorriu amarelo e eu soltei um suspiro.

– Bom – me levantei. – se não se importar, eu preciso ir para a casa. – Fechei o piano e fui até a cadeira que estava minha mochila e meu livro.

– Você dá aula aqui? – Ele perguntou seguindo meus passos.

– Acho que sim. – Sorri sarcasticamente andando até a porta e saindo.

– Sou John! – Ouvi ele dizer após eu ter saído da portaria, ignorei e continuei andando com o livro em mãos.

Cheguei em casa às 18:50 e estava tudo em silêncio. Ou meu pai estava dormindo, ou foi trabalhar. Desci para o porão e joguei o livro na cama junto com a mochila. Retirei meu sapato e fiz um coque em meu cabelo, fui para a cozinha e preparei um chá para mim e em seguida voltei para meu quarto e fiquei lendo novamente.

As horas já haviam se passado, e como sempre, eu não fazia nada além dos meus deveres, que no caso hoje só era de Espanhol avançado. Agradeci mentalmente pelos professores não terem passado muitos como de costume, depois que terminei o de Espanhol liguei meu notebook e fiquei mexendo no mesmo, até conversei com uma amiga que eu havia conhecido num site de livros online. Meus pensamentos voltaram para horas atrás, quando eu estava no estúdio, isso é escroto Rose, muito escroto! Pensei ignorando o fato de eu estar pensando em algo inexplicável e normal. Eu estava entediada, é difícil admitir, mas às vezes eu sinto a falta de uma amiga para ficar pegando no meu pé, nem que seja falsa e metida – até se me levasse à força para o Shopping eu aceitaria – mas fazer o quê se ninguém se socializa comigo, só as crianças do orfanato. E pensando em outro lado, eu me sentia feliz assim, sendo sozinha.

Don’t make me bad. – Cantarolei enquanto batia meus dedos na mesa de centro que tinha do lado da minha cama. As horas se passaram rapidamente, o que fez com que eu estranhasse. Geralmente, as horas demoram para passar quando existe uma pessoa em um mundo, e essa pessoa não tem nada pra fazer. Acho que era a felicidade por ter visto a Kath. Pensei. Assim que saí do banheiro, vesti meu pijama e caminhei até a cama, me deitei na mesma e logo adormeci.


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Notas finais do capítulo

É isso >.< Espero que tenham gostado.
Comentem o que acharam.
Até o próximo..."xis ó xis ó"



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