A Única Coisa... escrita por Troublemaker Girl


Capítulo 17
The ironies of life


Notas iniciais do capítulo

Hey, como vão?
Obrigada pelos comentários :3

Espero que gostem, minha inspiração resolveu ficar ao meu favor hoje, e então está aí o resultado ↓

Boa leitura.



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Sexta feira; acordei aproximadamente às 10:00 da manhã com alguns pássaros cantarolando num murmúrio próximo a janela. Espreguicei-me e assim que levantei da cama me higienizei. A casa estava silenciosa, tal motivo era meu pai já ter saído, e eu infelizmente não ter ido até a escola, talvez parecesse difícil admitir, mas eu estava sentindo a falta daquele lugar.
Como não havia nada para fazer sozinha, resolvi arrumar a casa (que não estava tão desarrumada). Após terminar deitei no sofá e peguei o controle da televisão, trocando repetidamente os canais que me desinteressava. Permaneci deitada encarando a televisão até algumas batidas na porta me despertarem e obrigatoriamente, ter me feito levantar e caminhar até a mesma, a abrindo segundos depois.

– Kath! – pulei em seus braços antes mesmo que a garota pudesse dizer algo. – Que saudade. – completei a soltando, levando-a pra dentro da casa.

– Você está bem? – Kath me olhou com os olhos arregalados, logo ela ignorou e se sentou. Assenti com um sorriso acompanhando – Que seja. Você perdeu hoje! – Ela disse animada, dando alguns pulos enquanto terminava a frase.

– O que aconteceu? – estreitei os olhos, em seguida dei um sorriso malicioso – Tem o Tyler no meio? – Suas bochechas coraram em segundos.

– Não! – Kath respondeu rapidamente, me repreendendo com o olhar. Logo ela começou a contar o que havia acontecido de tão importante na escola. – (...) Aí o Tyler pulou no Baker, e depois o John tentou separar os dois. Foi aí que o outro Baker foi pra cima do John! – ela dizia tudo com feições estranhas aleatórias, logo a interrompi.

– Mas você não disse que não tinha o Tyler no meio desse assunto? – Ela me olhou emburrada, soltou um suspiro pesado e voltou a falar, me ignorando completamente.

– Um grupinho foi chamar o coordenador e os quatro foram parar na diretoria. As ATM começaram com uma discussão inútil no meio do corredor, mas o tio da limpeza cortou o clima e as levou para a secretaria, depois o sinal tocou e fomos liberados. – Terminou com um sorriso debochado. Ri da forma que Kath disse.

– Bem feito, elas são ridículas! – Revirei os olhos, mas em seguida sorri sem mostrar os dentes. “ATM” era uma abreviação de um apelido carinhoso que minha adorável amiga criou para um grupo de garotas que passavam 24 horas por dia falando dos jogadores da escola; elas criaram um blog só para elogiar e falar da vida dos garotos mais cobiçados e afins da East Side High School. Desde então, Kath e eu as chamamos de Addicted to Man, criativo, não?

– E você, o que fez de interessante hoje? – Ela desviou o assunto rapidamente, abraçando uma almofada.

– Se arrumar a casa e passar a manhã toda deitada no sofá for considerado interessante... – Ri ironicamente.

– Isso não sei, mas que é melhor do que estudar e aturar aquelas pessoas, sem dúvida. – Revirei os olhos.

– E o John? – Perguntei estalando os dedos.

– Oi? O que você disse? – Ela riu, um pouco boquiaberta.

– Ahn... Como o John está? – cocei a nuca e então percebi o porquê dela ter ficado assim. – Me poupe, Katherine!

– Olha só... Você está mesmo bem? – Kath se aproximou de mim e colocou a palma de sua mão sobre minha testa, a olhei com o cenho franzido. – Parece que sim... – Ela voltou para o sofá e se sentou.

– Idiota. – joguei uma almofada em sua direção. – Deixa pra lá.

– Ele está bem, senhorita Williams. – Kath sorriu maliciosamente.

– Que saco! – prendi a risada e joguei outra almofada nela. – Você vai comigo para Wildwood, né? – Mudei de assunto, me lembrando que iria hoje à noite.

– Claro que sim! Quando vamos? – Sorri amarelo ao perceber que não havia dito o dia para Kath.

– Hoje à noite. – Murmurei já fechando os olhos, sabendo que ela iria gritar. E assim o fez.

– O QUE? Como assim? Você não me disse antes por quê? – revirei os olhos após cruzar os braços e permanecer em silêncio, para Kath terminar seu discurso dramático logo – Como vou fazer para arrumar tudo até A NOITE?! – Tampei os ouvidos, fechando os olhos. – Não finja que não está ouvindo Rose Carter! – Abri os olhos e dei um sorriso sarcástico.

– Eu te ajudo com as malas, criatura. E nós vamos ficar lá só o fim de semana, você leva coisa o suficiente em uma mala só. – Dei de ombros enquanto me levantei para ir até a cozinha. Abri a geladeira e peguei uma caixa de leite, peguei a caixa de cereal no armário e despejei em um prato. Virei-me e Kath estava sentada encostada na bancada, aproximei e me sentei perto dela. – Aceita?

– Não, obrigada. – ela encarou o prato e me olhou com a sobrancelha erguida. – Cereais no almoço, sério? – Assenti rindo, coloquei uma colher cheia na boca e prestei atenção no que Kath falava enquanto eu comia. – Uma mala não é o suficiente nem para dormir aqui na sua casa por dois dias! – revirei os olhos – É sério Rose! E agora? – dei uma pausa.

– Assim que eu terminar de comer nós vamos até sua casa e arrumamos. Daniel vai buscar a gente lá pras 19:00, provavelmente. Deixa de drama criatura! – bufei e voltei a comer o cereal silenciosamente.

– Tudo bem... Se não der para levar tudo que eu quero, você vai me servir por uma semana, ouviu? – Consenti achando a idéia uma idiotice. Não demorei para terminar, como prometido fui com Kath até sua casa, mas antes vesti um moletom qualquer por cima do pijama e fomos.

Logo já estávamos no quarto dela. Kath abriu seu guarda roupa (que não era nada grande) e tirou três malas; uma grande e duas médias. Enquanto ela pegava uma boa quantidade de peças, eu pegava seus sapatos. Eu erguia os mesmos e ela dizia se queria que levasse ou não.

– Pra quê isso tudo? – Perguntei após esperá-la “confirmar a opção”. Coloquei o par de botas ao lado de mais dois pares de sapatos.

– Iremos pra Wildwood, amor. Nunca se sabe o que pode acontecer por lá. – ela piscou um olho e sorriu. – Ah, eu quero aquele! – Apontou para um par de saltos que estava atrás de mim. O peguei e coloquei junto com os outros.

– Eu só vou levar um par de All Star e olhe lá. – Ri. Assim que terminei com os sapatos (ela iria levar cinco pares) resolvi ajudá-la com as roupas.

Kath e eu conversávamos sobre o evento beneficente das crianças enquanto terminávamos. Assim que acabamos deixamos as malas num canto; uma de sapato, uma de roupa e a outra de acessórios/maquiagem. Ela realmente me surpreendia a cada dia que se passava, e quanto mais nós duas ficávamos opostas, mais a amizade crescia.

– Obrigada sua linda! – Kath pulou em meu pescoço. – Quando você casar eu danço. – Ela disse, me fazendo franzir a testa e arquear as duas sobrancelhas.

– ‘Tá bom. Agora eu preciso ir. – olhei em meu relógio – Posso não levar muita coisa, mas demoro para escolher minhas “preciosidades”. – Cocei a nuca sorrindo sem graça.

– Tudo bem. Vou te ajudar. – Ri a encarando, não rendendo mais o assunto pois eu aceitando ou não, ela iria comigo.

Em um pulo saímos da casa de Kath e fomos até a minha novamente. Peguei minha única mala e a deixei aberta sobre a cama. Abri meu guarda roupa que não era tão grande assim e tirei algumas peças, deixando-as sobre a cama também.

– Vai levar isso pra Wilwood? – Kath arqueou uma sobrancelha enquanto seus braços estavam cruzados. Assenti dando de ombros, comecei a dobrar algumas roupas e coloquei na mala. – Leva pelo menos um vestido, por favor.

– Se eu tivesse um. – gargalhei, o que fez Kath resmungar algumas coisas que não me importei. Peguei algumas saias e coloquei na mala. Ao terminar com as roupas (e ser obrigada a colocar as coisas que Kath implorou para eu levar) peguei dois pares dos meus tênis e meu coturno. – Pronto. – Sorri satisfeita ao fechar a mala.

– Precisamos urgentemente de ir até o shopping. Quando voltarmos iremos fazer umas comprar para você. Meu Deus! – Ri ironicamente.

– Não, obrigada. – pisquei um olho e mostrei minha língua para ela, que retribuiu a ação. – Agora só falta esperar... – Comentei me sentando na cama, assim como Kath.

– E sua perna, como ‘tá? – Ela encarou minha perna, e só assim pude me lembrar de que havia machucado, já que a dor havia diminuído bastante comparada à noite anterior.

– Bem, eu acho. – sorri sem mostrar os dentes – Fiquei tão ansiosa com essa viagem que a dor até diminuiu, acho que já até melhorou. – Soltei uma risada sem humor enquanto balançava a perna no ar.

– Que bom então. – Kath sorriu e rapidamente me empurrou, fazendo com que eu me deitasse na cama. Soltei um resmungo assustada e Kath pulou em cima de mim, começando a fazer cócegas, então eu comecei a gritar para que ela saísse enquanto soltava algumas risadas nada escandalosas e feias. Kath continuou fazendo cócegas em mim por aproximadamente 3 minutos, consegui livrar uma perna de seu peso e assim a chutei para longe, a fazendo cair no chão. – Caralho. – Ela soltou enquanto estava jogada no chão, comecei a rir e a ajudei a levantar.

Passamos o fim da tarde juntas, Kath só deixou sua mochila em sua casa e ficou me fazendo companhia. As horas passaram rápido, fazendo nós duas ficarmos mais ansiosas ainda. Meu pai chegou do trabalho e eu o avisei sobre irmos hoje, ele consentiu sem reclamações, o que me estranhou. Assim que ele foi para seu quarto olhei para Kath.

– Ele ‘tá muito estranho ultimamente. – Comentei suspirando.

– Como assim? – Kath franziu a testa.

– Não sei direito... Ele não reclama mais por eu querer sair.

– Ah, deve ser porque ele percebeu que confiando em você nada de mais acontece. – Kath deu de ombros.

– Mas parece que ele está escondendo algo. – Pensei alto.

– Relaxa que é só impressão sua. – Kath sorriu sem mostrar os dentes e suspirei.

– Tem razão... – Retribui o sorriso ainda suspeitando de meu pai, mas torci para não ser nada, como Kath disse.

Já marcavam 18:00 no relógio. Daniel havia me mandado uma mensagem dizendo às horas que nos buscaria, e como havia imaginado, seria às 19:00. Kath correu para sua casa e foi tomar seu banho e se arrumar, resolvi fazer o mesmo. Meu banho não foi tão demorado, me enxuguei e enquanto estava vestida com o roupão, comecei a procurar uma roupa descente. Embora eu não me preocupasse com o tipo de roupa que usasse, Daniel me veria, então eu precisava de uma aparência boa, suponho.
No final optei por uma calça jeans clara, uma blusa marrom feita de lã com o ombro caído e um All star. Passei delineador nos olhos e uma máscara nos cílios, nos lábios deixei um gloss claro. Deixei o cabelo solto e coloquei uma touca beanie marrom claro. Como estava frio, me senti confortável. Peguei minha mala e meu celular e subi para esperar Kath, que como era de se esperar, estava demorando.

– Você está linda! – Meu pai apareceu me assustando.

– Obrigada. – Sorri sem mostrar os dentes. Logo ouvi as batidas na porta e abri, encontrando Kath. Ela usava uma calça legging preta, uma blusa branca e uma jaqueta de couro com alguns detalhes pratas, no pé ela usava um salto também preto. Como sempre fazia, deixou seu cabelo solto e usava um batom vermelho matte.

– Wow! – ela sorriu me olhando – Se eu fosse homem te pegava. – Brincou rindo.

– Faço das suas palavras as minhas. – Pisquei um olho dando espaço para que ela entrasse, então a ajudei com suas malas.

Não demorou muito e a campainha tocou, sorri ao saber que era Daniel (ele tinha mania de tocar duas vezes seguidas). Meu pai abriu a porta para ele, que ficou parado. Kath e eu nos levantamos e caminhamos até ele.

– Oi. – Ele sorriu de orelha a outra.

– Olá. – Sorri sem mostrar os dentes. Kath sorriu e também o cumprimentou.

– Vocês estão lindas! – ele comentou, me fazendo corar levemente. – Estão prontas?

– Obrigada. – agradeci por mim e por Kath, dando um sorriso. Em seguida assentimos.

– Ótimo. Vamos, então?

– Um segundo. – Me virei até meu pai e o avisei que já estávamos indo.

– Toma. Acho que será o suficiente. – ele me entregou um de seus cartões após me abraçar. – Sentirei sua falta aqui.

– Eu também. – Sorri retribuindo o abraço.

– Tenham juízo. – ele comentou enquanto ajudava Kath com suas malas. Kath resmungou. – Eu já tive a idade de vocês, mocinha. – Eu ri e o abracei mais uma vez. Ele se despediu de Daniel e Kath e entrou para a casa. Daniel olhou para as malas.

– Antes de tudo, me desculpe por essa quantidade. Kath é muito exagerada. – Sussurrei enquanto ela entrava no carro. Ele apenas riu.

– Não tem problema, conheço uma pessoa igual. – Ele disse sorrindo. O ajudei para colocar as coisas no porta malas, quando acabamos entramos em seu carro, ele insistiu para que eu sentasse ao seu lado, assim o fiz.

O caminho sem dúvidas iria ser longo, provavelmente chegaríamos em Wildwood de madrugada. Encostei a cabeça na janela fechada e observei as árvores que praticamente cobriam as casas daquela cidade. A rádio estava ligada, alguma música tocava baixo, Kath mexia em seu celular e Daniel estava atento. Sem mesmo perceber fechei os olhos e adormeci um pouco.

(...)

– Acorda bela adormecida! – ouvi uma voz afeminada ecoar. – Ela nunca cansa de dormir, meu Deus. – fui balançada, apenas bocejei e permaneci com os olhos fechados, ainda com sono – ROSE! – Abri os olhos assustada, encontrando Kath emburrada e Daniel rindo no fundo.

– Que foi caramba? – resmunguei suspirando.

– Já chegamos. – Ela disse se afastando, provavelmente teria ido pegar suas coisas no porta malas. Olhei ao redor e o local estava sendo iluminado apenas pela luz do farol e algumas lâmpadas que na varanda da casa tinha. Havia iluminação dentro dela também, estranhei e saí do carro. Olhei para Daniel, dando um sorriso sem mostrar os dentes. Ele tirou algumas coisas do porta malas e eu fui tirar minha mala.

– Podem entrar, meus amigos já estão lá. Vou trancar o carro e tirar algumas coisas que trouxe para nós. – Assenti e ajudei Kath com uma mala, levando a minha e uma dela, ela levou mais duas. Kath abriu a porta e foi logo entrando.

– Educação mandou oi. – Sussurrei para ela.

– Isso aqui ‘tá pesado, queria o que? – Ela sussurrou de volta. Dei de ombros e olhei a casa. Nada mal, pensei comigo mesma. O lugar era bem quente, havia uma lareira elétrica em um canto da sala, as cores dos sofás correspondiam à cor da parede. A televisão estava ligada, mas não tinha ninguém assistindo o que passava nela, só Kath e eu. Nós duas deixamos as malas num canto da sala para que pudéssemos “descansar”, segundo Kath.

– Isso aqui é lindo. – Comentei com um sorriso de canto, Kath concordou. Não demorou muito tempo e Daniel havia entrado com várias coisas, corri para ajudá-lo, já que tudo aquilo acabara tampando sua visão.

– Obrigado. – Ele agradeceu após me falar onde era para colocar as coisas. Observou a sala e balançou a cabeça negativamente. – O QUE FALEI PARA VOCÊS SOBRE A TV LIGADA E NINGUÉM ASSISTIR? – Ele gritou, me fazendo franzir a testa. Logo algumas vozes pôde ser ouvidas, as mesmas estavam ficando cada vez mais próximas. Imaginei ser os amigos de Daniel e voltei a prestar atenção em cada detalhe daquela casa. Olhei para a janela e pude perceber o mar, estava escuro mas dava para perceber pouca coisa. O lugar parecia ótimo, sem dúvidas eu teria um final de semana diferente dos outros.

– Meninas? – Uma voz masculina me despertou. Olhei para Daniel e ao seu lado tinha mais dois rapazes, dois rapazes que de longe eu reconheceria.

– O que é isso? – Kath murmurou, assim como eu, com o cenho franzido.

– Esses são John e Tyler. – ele apontou para os dois. – Mas pelo visto já se conhecem. – Olhei para John, que tinha um sorriso estampado.

– É. Nos conhecemos. – Disse ainda olhando para John, sorri ironicamente e suspirei. Seria mesmo um final de semana diferente dos outros.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!
Me digam o que acharam.

'xis ó xis ó ♥



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