A Única Coisa... escrita por Troublemaker Girl


Capítulo 10
You'll never be Alone


Notas iniciais do capítulo

Hey, como vão?
Aqui estou eu o/

Espero que gostem, boa leitura. :3



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– Pai, eu posso explicar. – Eu estava com medo, nunca o vi tão sério igual estava.

– Então explique! – Ele disse cruzando os braços, olhando para Daniel.

– Olha, senhor. A culpa é toda minha. – Daniel resolveu falar, eu apenas o olhei assustada e meu pai balançou a cabeça, atento.

– Não pai, é minha! O Daniel só veio me visitar, eu resolvi fazer um lanche pra gente mas acabou virando uma... – Fui interrompida.

– Bagunça? – Meu pai disse em tom de sarcasmo, eu pigarreei e abaixei o olhar.

– Me desculpe. – Murmurei envergonhada e cabisbaixa. Pude ouvir um suspiro pesado.

– Está bem. Quero ver essa cozinha impecável! – Ele disse e eu o olhei, assenti e depois ele foi para seu quarto.

– Nossa Rose, eu não sabia que ia acontecer isso. – Daniel disse num tom triste. – Me desculpe de novo. Eu só faço burrada.

– Relaxa. – Respondi calma. – Se quiser ir, está tudo bem aqui.

– Não! De jeito algum. Eu vou te ajudar a limpar. – Dan respondeu rapidamente, dei um suspiro e sorri de lado, cedendo.

– Ok, então. – Falei e comecei a pegar as coisas que precisaria pra limpar aquilo tudo. Seria melhor um exército, mas como não haveria, apenas a vassoura e um balde d’água resolveriam.

Dessa vez eu e Daniel ficamos em silêncio, eu não havia entendido o motivo do estresse de meu pai, não era só pelo fato da cozinha estar uma bagunça, e isso não saía da minha cabeça. Depois de uma hora, suponho, havíamos acabado de limpar tudo; o que foi bem cansativo, aposto que Dan estava tão cansado quanto eu.

– Então... Eu acho que já vou. Está tarde. –Daniel disse depois de grande tempo em silêncio.

– Oh, tudo bem. – Ele levantou do chão da cozinha e esticou a mão, para que eu me apoiasse e conseguisse levantar com sua ajuda. – Obrigada. – Sorri sem mostrar os dentes e Dan retribuiu o sorriso. Caminhamos até a porta, e nos encaramos.

– Foi bom passar o dia com você. – Ele coçou a nuca.

– Digo o mesmo. Por mais que tenha terminado em má coisa. – Dei uma risada baixa e ele ficou vermelho. – Quando quiser, sempre será bem vindo aqui.

– Obrigado. – Ele sorriu de orelha a outra.

– Eu que agradeço; por ter me ajudado na cozinha. Sério, se não fosse você, eu acho que não terminaria nunca. –Ri sem graça. – Você é muito gentil.

– Só sou com você. – Daniel disse e eu sorri envergonhada, sentindo minhas bochechas queimarem levemente. Senti a mão de Dan segurar meu queixo, me fazendo encarar seus belos olhos castanhos, dei um sorriso de lado, assim como ele. Segundos depois ele selou nos lábios, me surpreendi pelo ato. Depois de poucos segundos ele me olhou novamente. – Até mais, rosa.

– A-Até. – Disse gaguejando ainda sem entender. Daniel se despediu e eu fechei a porta, escorando na mesma sem saber o que havia acontecido.

Lembrei que meu pai ainda estava quieto em seu quarto, apaguei a luz da sala, já que depois eu iria diretamente para meu quarto e subi, dando algumas batidas na porta do quarto dele.

– Pai? – Murmurei após entrar. Ele estava segurando um porta retrato. Assim que me viu, tirou seu óculos e depositou o objeto em sua cama; sem falar nada. – Me desculpe, eu ao fiz propositalmente. Foi só uma brincadeira. – Ele continuou em silêncio. – Prometo que não vai se repetir. Eu só queria me divertir pelo menos uma vez com um amigo, coisa que raramente acontece, só com a Kath. – Me olhou atentamente. – Percebi que o senhor só vai ficar em silêncio, tudo bem. Boa noite. – Me virei para abrir a porta.

– Fico feliz em saber que não vai se repetir. Eu só queria chegar em casa e ver a casa limpa, como todas às vezes. Mas não, você arruma um amiguinho novo que te faz virar a cabeça. – Ele disse com o tom elevado, mas não muito alto.

– Mas pai, você já teve minha idade e sabe como é is... – Ele me interrompeu.

– Na minha época não existia esses adolescentes mimados que acham que pode fazer tudo o que quiser e onde quiser! Você viu o estado daquela cozinha? Eu chego cansado do trabalho e vejo aquela... Porcaria! – Ele estava nervoso. Meu coração acelerou um pouco, eu não entendia realmente o motivo daquele comportamento.

– Pai, me desculpa, ok? Pra quê isso? O que te deu? – Perguntei assustada.

– Decepção. – Ele respondeu e eu olhei para sua cama, onde o porta retrato estava jogado. – É ela, não é? – Meus olhos lacrimejaram. Ele não respondeu nada. – Me diz, é ela?

– Do que você está falando? – Ele perguntou já com seu tom normal. Uma recordação veio à tona. Hoje completava dez anos desde quando ela havia ido.

– Você sente a falta dela. – Uma lágrima caiu. – Então desconta em mim.

– Não, filha. Não é isso. – Meu pai me encarou.

– Eu sei que não é nada fácil ter que ver que os dias se passam e ela não vai estar mais aqui. Eu também sinto a sua dor! Mas mesmo assim eu continuo sendo a mesma, porque sei que ela não iria gostar de ver quem eu não sou lá de onde ela está. Eu não sou ninguém pra falar isso com o senhor, mas lembra que ela ainda te ama, e que você ainda a ama; já pensou que se ela estivesse aqui, não ficaria chateada ao te ver assim? – Parei um pouco para pegar o ar. – Não quero me defender, longe disso. Só pensa nisso, e quando o senhor realmente entender ou estiver bem, vai ver a sensação boa invadir aqui. Boa noite. – Aproximei mais um pouco e beijei a bochecha dele, depois saí do quarto, tentando impedir as lágrimas que já estavam me dominando.

Fui para o porão e deitei em minha cama. Eu já havia tomado banho, então só fiquei encarando o vazio, tentando raciocinar. Eu realmente havia dito aquilo para o meu pai? Uma certa culpa apareceu em minha mente, eu não tinha o direito de ter falado aquilo tudo, mas foi involuntário. Meu pai achava que eu não me importava com ela atualmente? Dei uma risada sem humor baixa enquanto pensava, eu estava parecendo àquelas garotas de filme, coisa que realmente não sei se é boa ou ruim.
Sabe quando bate aquela vontade imensa de conversar com uma pessoa que não está perto? Então, era tudo que eu queria agora; conversar com minha mãe, conversar com a Kath, eu estava sentindo um vazio dentro de mim depois daquela pequena discussão. Não me importava se amanhã eu teria aula, não dormiria tão cedo. A única saída que tive foi continuar perguntas que, talvez não tivessem respostas, até o sono aparecer, e assim eu conseguir dormir.

– Acorda, dorminhoca. – Ouvi uma voz feminina. Espreguicei-me e abri os olhos lentamente, enxergando Kath, ela sorria. – Você tem que ir pra escola, preguiçosa! – Ele jogou meu lençol longe.

– Você acorda que horas, exatamente? – Perguntei indignada. Kath apenas riu.

– Anda, vai tomar seu banho e se arrumar. – Ela deu um tapa leve em meu ombro, assim que eu levantei.

– Ok, senhorita Kath. – Bocejei e peguei uma roupa qualquer, saí do quarto e fui até o banheiro. É, eu não tinha um banheiro no quarto como à maioria das pessoas dos EUA. Fui igual um zumbi ambulante até o ponto desejado da casa, e quando cheguei, liguei o chuveiro e tomei um bom banho que me despertasse, e assim fez. Depois que terminei, me sequei e vesti a roupa escolhida. Escovei os dentes e penteei meu cabelo, o deixando solto como de costume. Logo voltei para o quarto.

– Pronta? – Kath perguntou ao perceber minha presença. – Arrumei suas coisas para você. De nada. – Ela sorriu convencida e me entregou a mochila.

– O que houve com você? Tudo isso é animação pra ver o Tyler? – Soltei uma risada e Kath me cutucou. Era raro vê-la de bom humor numa segunda feira de manhã. Nem online ela era assim.

– Cala a boca. – Ela revirou os olhos e eu dei de ombros, em seguida subimos. – Seu pai já foi? – Ela perguntou e eu peguei uma maçã.

–Não faço a mínima idéia. – Suspirei após me lembrar da noite passada. – Vamos?

– Vamos. – Kath respondeu e eu fechei a casa, depois fomos caminhando até o ponto que o ônibus nos pegava.

Ele não demorou muito e também não andou devagar. Logo Kath e eu já estávamos na escola. A animação daquelas pessoas era tão contagiante! Ignorei os “zumbis do dia” e continuei andando junto com Kath. Fomos até nossos armários e lá Kath encontrou com Tyler, e não é que o sorriso da garota ficou gigante? Sorri ao ver a animação dos dois ao se verem e os deixei sozinhos, guardei meu material e peguei o que precisaria para a aula. Assim que o sinal tocou, todos começaram a transformar o corredor numa bagunça, me despedi do “casal do momento” e fui para a aula que agora teria. Mas antes de entrar, senti uma mão me puxar para um canto.


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado.

Até o próximo!



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